Críticos no congelador: Rio decide caso a caso

10-07-2019
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Apesar de Rui Rio ter definido a “disponibilidade”, atual ou futura, “para cooperar de forma politicamente leal e solidária” como critério fundamental para qualquer candidato a deputado, a verdade é que várias estruturas do partido apostaram em nomes que estarão, em teoria, riscados dos planos do atual presidente do PSD. Seja porque estão associados ao passismo, seja porque, em algum momento, se rebelaram contra o atual líder. Hugo Soares, ex-líder parlamentar e braço direito de Luís Montenegro, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, Pedro Pinto (líder da distrital de Lisboa), passista e santanista, ou Miguel Pinto Luz, que nunca escondeu vontade de disputar a sucessão de Rio, são alguns desses exemplos.

O destino mais certo é a exclusão. “Não me parece que quem fez oposição este tempo todo e com os métodos em questão, tenha muitas chances”, nota fonte da direção. Além disso, cresce a convicção entre o núcleo duro de Rio que muitas destas personalidades não ambicionam mais do que o papel de “mártires”. “Sabem que não tem condições para ser deputados. Mas fazem este número para dizerem que foram saneados.”

Para já, no entanto, Rui Rio vai manter o silêncio e respeitar o cronograma. “Tudo a seu tempo”, assegura-se. O processo só ficará concluído no final de julho, depois de a direção nacional ter reunido e negociado com todas as direções distritais. E apesar da prometida ‘vassourada’, o número de baixas entre críticos de Rio pode, afinal, não ser tão elevado. “Temos de dialogar. Não pode podemos vetar todos os nomes, nem comprar todas as guerras”, assume um dos homens fortes de Rio.

Até porque a lista de eventuais proscritos é extensa. Além de Hugo Soares, Maria Luís, Pedro Pinto e Pinto Luz, foram ainda apontados como candidatos a deputados José Matos Rosa, Bruno Vitorino, Miguel Santos e Luís Vales, todos nomes que entraram em rota de colisão com Rui Rio, que terá sempre a última palavra a dizer na composição final das listas.

Situação win-win

Para muitos que estão na expectativa de saber se serão ou não validados como candidatos a deputados, os dois cenários são ganhadores. “Se for na lista para deputado, como efetivamente pretendo, ótimo. Caso contrário, torna-se evidente que o presidente do partido preferiu um grupo parlamentar monocolor e rarefeito”, especula um opositor interno que prefere o anonimato. “De alguma forma, terei sempre algo a ganhar.”

Pedro Pinto, líder da distrital lisboeta e crítico assumido de Rui Rio, recusa fazer cenários. “Não me pronuncio sobre intenções do presidente do partido”. Na reunião de quinta-feira à noite, a estrutura que dirige aprovou os nomes indicados pelas concelhias e referenciou dois que vai levar para as reuniões com a direção nacional: o do próprio Pedro Pinto e o de Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais. “Porque foi fundamental para a minha vitória nas eleições internas, porque é um político preponderante no distrito e porque é meu amigo”, argumenta o dirigente. E se Rio vetar estes nomes? “Demos um bom sinal de unidade ao partido. Vou para a negociação perfeitamente tranquilo”, diz Pedro Pinto.

Ainda que falte um mês para serem conhecidas as listas do PSD, já há pelo menos duas mãos cheias de saídas anunciadas: Teresa Morais, António Leitão Amaro, Paula Teixeira da Cruz, Matos Correia ou Mercês Borges, já anunciaram, com maior ou menor estrondo, que deixarão o Parlamento. Maurício Marques, da distrital de Coimbra, Manuel Frexes, da distrital de Castelo Branco, e Pedro do Ó Ramos, que chegou a dirigir uma campanha de Pedro Passos Coelho, fizeram o mesmo. José Pedro Aguiar Branco e Luís Campos Ferreiro já o tinham feito. Duarte Marques, ex-presidente da JSD, e Nuno Serra, ex-líder da distrital de Santarém, que apoiaram Santana Lopes nas eleições diretas de janeiro de 2018, nem sequer foram indicados como candidatos. E Marco António Costa, em tempos uma das figuras maiores do passismo fez o mesmo. Um novo ciclo.

Apesar de Rui Rio ter definido a “disponibilidade”, atual ou futura, “para cooperar de forma politicamente leal e solidária” como critério fundamental para qualquer candidato a deputado, a verdade é que várias estruturas do partido apostaram em nomes que estarão, em teoria, riscados dos planos do atual presidente do PSD. Seja porque estão associados ao passismo, seja porque, em algum momento, se rebelaram contra o atual líder. Hugo Soares, ex-líder parlamentar e braço direito de Luís Montenegro, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, Pedro Pinto (líder da distrital de Lisboa), passista e santanista, ou Miguel Pinto Luz, que nunca escondeu vontade de disputar a sucessão de Rio, são alguns desses exemplos.

O destino mais certo é a exclusão. “Não me parece que quem fez oposição este tempo todo e com os métodos em questão, tenha muitas chances”, nota fonte da direção. Além disso, cresce a convicção entre o núcleo duro de Rio que muitas destas personalidades não ambicionam mais do que o papel de “mártires”. “Sabem que não tem condições para ser deputados. Mas fazem este número para dizerem que foram saneados.”

Para já, no entanto, Rui Rio vai manter o silêncio e respeitar o cronograma. “Tudo a seu tempo”, assegura-se. O processo só ficará concluído no final de julho, depois de a direção nacional ter reunido e negociado com todas as direções distritais. E apesar da prometida ‘vassourada’, o número de baixas entre críticos de Rio pode, afinal, não ser tão elevado. “Temos de dialogar. Não pode podemos vetar todos os nomes, nem comprar todas as guerras”, assume um dos homens fortes de Rio.

Até porque a lista de eventuais proscritos é extensa. Além de Hugo Soares, Maria Luís, Pedro Pinto e Pinto Luz, foram ainda apontados como candidatos a deputados José Matos Rosa, Bruno Vitorino, Miguel Santos e Luís Vales, todos nomes que entraram em rota de colisão com Rui Rio, que terá sempre a última palavra a dizer na composição final das listas.

Situação win-win

Para muitos que estão na expectativa de saber se serão ou não validados como candidatos a deputados, os dois cenários são ganhadores. “Se for na lista para deputado, como efetivamente pretendo, ótimo. Caso contrário, torna-se evidente que o presidente do partido preferiu um grupo parlamentar monocolor e rarefeito”, especula um opositor interno que prefere o anonimato. “De alguma forma, terei sempre algo a ganhar.”

Pedro Pinto, líder da distrital lisboeta e crítico assumido de Rui Rio, recusa fazer cenários. “Não me pronuncio sobre intenções do presidente do partido”. Na reunião de quinta-feira à noite, a estrutura que dirige aprovou os nomes indicados pelas concelhias e referenciou dois que vai levar para as reuniões com a direção nacional: o do próprio Pedro Pinto e o de Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais. “Porque foi fundamental para a minha vitória nas eleições internas, porque é um político preponderante no distrito e porque é meu amigo”, argumenta o dirigente. E se Rio vetar estes nomes? “Demos um bom sinal de unidade ao partido. Vou para a negociação perfeitamente tranquilo”, diz Pedro Pinto.

Ainda que falte um mês para serem conhecidas as listas do PSD, já há pelo menos duas mãos cheias de saídas anunciadas: Teresa Morais, António Leitão Amaro, Paula Teixeira da Cruz, Matos Correia ou Mercês Borges, já anunciaram, com maior ou menor estrondo, que deixarão o Parlamento. Maurício Marques, da distrital de Coimbra, Manuel Frexes, da distrital de Castelo Branco, e Pedro do Ó Ramos, que chegou a dirigir uma campanha de Pedro Passos Coelho, fizeram o mesmo. José Pedro Aguiar Branco e Luís Campos Ferreiro já o tinham feito. Duarte Marques, ex-presidente da JSD, e Nuno Serra, ex-líder da distrital de Santarém, que apoiaram Santana Lopes nas eleições diretas de janeiro de 2018, nem sequer foram indicados como candidatos. E Marco António Costa, em tempos uma das figuras maiores do passismo fez o mesmo. Um novo ciclo.

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