Avenida Central: Promover a Riqueza

11-09-2019
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«A ‘pobreza’ justifica um ‘Estado grande e pesado’. Por cada ‘pobre’, há um ‘funcionário’ que ‘combate’ a ‘pobreza’. Temos aqui um círculo vicioso: as forças políticas que se alimentam, com muita demagogia e muito populismo, da ‘pobreza’, precisam dos ‘pobres’ para aumentar o seu poder. Não é só a ‘pobreza’ que dá força à extrema-esquerda. É o poder da extrema-esquerda, nos sindicatos, nas corporações profissionais, na comunicação social, que impede as reformas necessárias para combater a ‘pobreza’.» [João Marques de Almeida]Não são raras as vezes em que simpatizo com a frontalidade desalinhada, quase rebelde, com que Manuel Alegre denuncia o medo com que nos abatemos quotidianamente. Como bem descreve Bernardo Pires de Lima, há em Portugal «o clima típico de uma sociedade caduca, bafienta e medrosa» que «tem muito respeitinho pelos vivos e pais da pátria, donos do regime.»Sem medo, Manuel Alegre aceitou participar num comício que pretendia conjugar as esquerda na luta contra a pobreza, justificando a sua presença com «a preocupação, inquietação e solidariedade para com todos os portugueses que passam momentos difíceis porque votaram nos socialistas.»Embora o poeta-político proponha que se erradique a pobreza pela redistribuição dos recursos existentes quando seria mais justo e avisado erradicá-la pelo estímulo à criação de mais riqueza, a verdade é que Manuel Alegre deu mais um empurrão para a ruptura do modelo político-partidário vigente. E, pelo que se tem lido e ouvido, há muito quem no PS gostasse de ter dito que, «obviamente, há limites à liberdade de expressão no partido para os militantes.» Há coisas fantásticas, não há?


«A ‘pobreza’ justifica um ‘Estado grande e pesado’. Por cada ‘pobre’, há um ‘funcionário’ que ‘combate’ a ‘pobreza’. Temos aqui um círculo vicioso: as forças políticas que se alimentam, com muita demagogia e muito populismo, da ‘pobreza’, precisam dos ‘pobres’ para aumentar o seu poder. Não é só a ‘pobreza’ que dá força à extrema-esquerda. É o poder da extrema-esquerda, nos sindicatos, nas corporações profissionais, na comunicação social, que impede as reformas necessárias para combater a ‘pobreza’.» [João Marques de Almeida]Não são raras as vezes em que simpatizo com a frontalidade desalinhada, quase rebelde, com que Manuel Alegre denuncia o medo com que nos abatemos quotidianamente. Como bem descreve Bernardo Pires de Lima, há em Portugal «o clima típico de uma sociedade caduca, bafienta e medrosa» que «tem muito respeitinho pelos vivos e pais da pátria, donos do regime.»Sem medo, Manuel Alegre aceitou participar num comício que pretendia conjugar as esquerda na luta contra a pobreza, justificando a sua presença com «a preocupação, inquietação e solidariedade para com todos os portugueses que passam momentos difíceis porque votaram nos socialistas.»Embora o poeta-político proponha que se erradique a pobreza pela redistribuição dos recursos existentes quando seria mais justo e avisado erradicá-la pelo estímulo à criação de mais riqueza, a verdade é que Manuel Alegre deu mais um empurrão para a ruptura do modelo político-partidário vigente. E, pelo que se tem lido e ouvido, há muito quem no PS gostasse de ter dito que, «obviamente, há limites à liberdade de expressão no partido para os militantes.» Há coisas fantásticas, não há?

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