Passos, hoje soube a pouco

10-05-2016
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Frio. É assim que está o Congresso do PSD em Espinho. O discurso de Passos Coelho não mobilizou as hostes laranjas e há ideia de que o futuro está todo nas mãos da esquerda. "Depende de como correr a geringonça", vai-se ouvindo nos corredores, onde já se põe uma data de validade para a liderança: outubro de 2017, a data das eleições autárquicas.

Igual a si próprio, Pedro Passos Coelho fez um longo discurso de mais de uma hora no arranque do 36.º Congresso. Repetiu a ideia de que o Governo de Costa não é o que os portugueses escolheram e voltou a alertar para os riscos de reverter as medidas de austeridade. No final, desafiou Costa para uma revisão do sistema eleitoral e uma reforma da Segurança Social.

Ninguém o quer assumir e Luís Montenegro chegou mesmo a comentar no final que o discurso do líder foi "mobilizador". Mas era óbvio que o que disse não causou grande emoção nos congressistas. "Demasiado longo", ouvia-se no final de um discurso que muitos não seguiram sequer com grande atenção, já que ao fundo da sala continuavam a correr as conversas paralelas enquanto Passos discursava.

As maiores críticas foram para as referências ao passado, que continuam a marcar o pensamento do líder. "Perdeu-se na parte do comentário político. Falou muito do passado", observava um ex-governante do Executivo de Passos, que gostou mais da parte final, quando o líder falou do futuro e fez propostas. "Aí esteve melhor".

No geral, há sensação de que o discurso não é o mais eficaz, mas que não há outro caminho para Passos depois de quatro anos a governar com um programa de austeridade.

"Construímos as condições para um discurso de confiança e é isso que as pessoas querem ouvir agora. Mas na oposição temos de alertar para os perigos da reversão da austeridade. É uma posição ingrata. Ninguém quer ouvir. Mas é o que temos de dizer, até para mostrar que o nosso caminho estava certo", explica um ex-ministro de Passos.

"Agora, o que temos pela frente é o caminho das pedras. Não há nada a fazer. É aguentar este discurso e ver se a geringonça aguenta", analisa um deputado social-democrata.

O PSD é ainda um partido magoado pela forma como saiu do poder e isso nota-se. Passos Coelho tem, por isso, nas autárquicas o momento chave para se afirmar como líder neste ciclo de oposição.

Passos sabe disso e já anunciou neste Congresso que irá nomear um coordenador autárquico de peso para garantir um bom resultado eleitoral para o PSD. Se não o conseguir, a falta de ânimo que se nota agora nas tropas laranjas pode transformar-se na vontade de mudar de líder.

Por isso, outubro de 2017 é uma data chave para Pedro Passos Coelho, sobretudo depois de ter vindo ao Congresso de Espinho reconhecer que a maioria de esquerda liderada por António Costa afinal é "consistente" e não tanto a geringonça de que falava Paulo Portas na tomada de posse do Governo PS.

Frio. É assim que está o Congresso do PSD em Espinho. O discurso de Passos Coelho não mobilizou as hostes laranjas e há ideia de que o futuro está todo nas mãos da esquerda. "Depende de como correr a geringonça", vai-se ouvindo nos corredores, onde já se põe uma data de validade para a liderança: outubro de 2017, a data das eleições autárquicas.

Igual a si próprio, Pedro Passos Coelho fez um longo discurso de mais de uma hora no arranque do 36.º Congresso. Repetiu a ideia de que o Governo de Costa não é o que os portugueses escolheram e voltou a alertar para os riscos de reverter as medidas de austeridade. No final, desafiou Costa para uma revisão do sistema eleitoral e uma reforma da Segurança Social.

Ninguém o quer assumir e Luís Montenegro chegou mesmo a comentar no final que o discurso do líder foi "mobilizador". Mas era óbvio que o que disse não causou grande emoção nos congressistas. "Demasiado longo", ouvia-se no final de um discurso que muitos não seguiram sequer com grande atenção, já que ao fundo da sala continuavam a correr as conversas paralelas enquanto Passos discursava.

As maiores críticas foram para as referências ao passado, que continuam a marcar o pensamento do líder. "Perdeu-se na parte do comentário político. Falou muito do passado", observava um ex-governante do Executivo de Passos, que gostou mais da parte final, quando o líder falou do futuro e fez propostas. "Aí esteve melhor".

No geral, há sensação de que o discurso não é o mais eficaz, mas que não há outro caminho para Passos depois de quatro anos a governar com um programa de austeridade.

"Construímos as condições para um discurso de confiança e é isso que as pessoas querem ouvir agora. Mas na oposição temos de alertar para os perigos da reversão da austeridade. É uma posição ingrata. Ninguém quer ouvir. Mas é o que temos de dizer, até para mostrar que o nosso caminho estava certo", explica um ex-ministro de Passos.

"Agora, o que temos pela frente é o caminho das pedras. Não há nada a fazer. É aguentar este discurso e ver se a geringonça aguenta", analisa um deputado social-democrata.

O PSD é ainda um partido magoado pela forma como saiu do poder e isso nota-se. Passos Coelho tem, por isso, nas autárquicas o momento chave para se afirmar como líder neste ciclo de oposição.

Passos sabe disso e já anunciou neste Congresso que irá nomear um coordenador autárquico de peso para garantir um bom resultado eleitoral para o PSD. Se não o conseguir, a falta de ânimo que se nota agora nas tropas laranjas pode transformar-se na vontade de mudar de líder.

Por isso, outubro de 2017 é uma data chave para Pedro Passos Coelho, sobretudo depois de ter vindo ao Congresso de Espinho reconhecer que a maioria de esquerda liderada por António Costa afinal é "consistente" e não tanto a geringonça de que falava Paulo Portas na tomada de posse do Governo PS.

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