A “derrota” que abriu os telejornais

30-07-2019
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As televisões abriram os noticiários com a palavra “derrota”. Podem fazer-se mil e uma leituras sobre a noite do PSD, mas a interpretação dos acontecimentos não dispensa essa imagem: Luís Montenegro foi derrotado pelo líder que tanto contestou. O resultado não é propriamente surpreendente porque até hoje nunca um líder do PSD perdeu um conselho nacional. Mas não deixa de ser uma conquista importante para Rui Rio. Dá-lhe um suplemento de alma.

Por mais estranho que pareça, julgo que nos planos de Montenegro nunca esteve o de ser líder agora. Como já aqui escrevi, o objetivo do ex-líder parlamentar de Passos Coelho sempre me pareceu estar muito mais concentrado em assegurar a 'pole position' para uma guerra futura – Passos e Rangel podem aparecer... Quando Montenegro disse e repetiu que não iria pedir licença a ninguém quando quisesse avançar também estava a falar para Passos Coelho.

O PSD mostrou-nos mais uma história cheia de erros. Os de Rio estão mais do que expostos: uma excessiva colagem a António Costa e a ideia, que deixou instalar, de querer ser muleta do PS. No lado oposto, Montenegro quis fazer uma guerra de grande calibre mas só trazia pólvora seca. Quem não vive a política por dentro pode muito bem concluir que Montenegro não prestou um bom serviço ao partido. Nas suas várias montras mediáticas, entrou de peito feito mas saiu curvado e sem a confiança do partido. Se Rio for derrotado nas próximas eleições, Montenegro reforçou-lhe a desculpa: o partido fragilizou-se e perdeu tempo com a oposição interna.

Declarar a morte política de Montenegro é manifestamente exagerado mas se é verdade que Rio divide, Montenegro também não une – pelo menos neste momento. Agora, os contestatários terão de dar espaço para que a atual liderança possa cumprir o seu mandato. Rio sai reforçado e com mais margem. No entanto, passa a estar sujeito a maior pressão. Terá de provar. Os telejornais de hoje abriram com a vitória de Rui Rio mas em política as coisas mudam muito depressa e os partidos não vivem sem poder. Montenegro já reservou lugar na corrida. Será que chega lá?

As televisões abriram os noticiários com a palavra “derrota”. Podem fazer-se mil e uma leituras sobre a noite do PSD, mas a interpretação dos acontecimentos não dispensa essa imagem: Luís Montenegro foi derrotado pelo líder que tanto contestou. O resultado não é propriamente surpreendente porque até hoje nunca um líder do PSD perdeu um conselho nacional. Mas não deixa de ser uma conquista importante para Rui Rio. Dá-lhe um suplemento de alma.

Por mais estranho que pareça, julgo que nos planos de Montenegro nunca esteve o de ser líder agora. Como já aqui escrevi, o objetivo do ex-líder parlamentar de Passos Coelho sempre me pareceu estar muito mais concentrado em assegurar a 'pole position' para uma guerra futura – Passos e Rangel podem aparecer... Quando Montenegro disse e repetiu que não iria pedir licença a ninguém quando quisesse avançar também estava a falar para Passos Coelho.

O PSD mostrou-nos mais uma história cheia de erros. Os de Rio estão mais do que expostos: uma excessiva colagem a António Costa e a ideia, que deixou instalar, de querer ser muleta do PS. No lado oposto, Montenegro quis fazer uma guerra de grande calibre mas só trazia pólvora seca. Quem não vive a política por dentro pode muito bem concluir que Montenegro não prestou um bom serviço ao partido. Nas suas várias montras mediáticas, entrou de peito feito mas saiu curvado e sem a confiança do partido. Se Rio for derrotado nas próximas eleições, Montenegro reforçou-lhe a desculpa: o partido fragilizou-se e perdeu tempo com a oposição interna.

Declarar a morte política de Montenegro é manifestamente exagerado mas se é verdade que Rio divide, Montenegro também não une – pelo menos neste momento. Agora, os contestatários terão de dar espaço para que a atual liderança possa cumprir o seu mandato. Rio sai reforçado e com mais margem. No entanto, passa a estar sujeito a maior pressão. Terá de provar. Os telejornais de hoje abriram com a vitória de Rui Rio mas em política as coisas mudam muito depressa e os partidos não vivem sem poder. Montenegro já reservou lugar na corrida. Será que chega lá?

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