Luís Montenegro. Quem é o homem que quer liderar o PSD?

14-10-2019
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“Desta vez decidi dizer ‘não’ [à liderança do PSD]. Se algum dia decidir dizer ‘sim’ não vou pedir licença a ninguém”. A 17 de fevereiro de 2018, no Congresso do PSD, em Lisboa, Luís Montenegro deixava claro a Rui Rio, o líder recém-eleito, que estaria ali ao virar da esquina para um eventual confronto. Passado menos de um ano, esta sexta-feira, no Centro Cultural de Belém, Montenegro vai desafiar o presidente do PSD em funções para uma disputa em que não se quis meter há um ano.

Luís Montenegro foi um dos nomes possíveis do chamado "passismo" para disputar as diretas do ano passado com Rui Rio. Os herdeiros e "órfãos" de Passos Coelho procuravam uma cara e um nome que não deixasse Rio sozinho na corrida. Mas Montenegro, como Paulo Rangel, não quis correr o risco de avançar. Para muitos, foi uma decisão calculista: achou que não ganhava e, mesmo que ganhasse, não conseguiria ganhar as legislativas de 2019. Preferiu que Rio ficasse no partido e tentaria conquistar o PSD depois de 2019, para tentar conquistar o país após uma próxima legislatura de liderança socialista. O próprio Montenegro chegou a defender que Rui Rio deveria ir a eleições. Foi "andando por aí", mantendo participação pública, com um programa semanal na TSF e comentários na TVI. Na quarta-feira, o social-democrata de Espinho mostrou que estava a ficar com pressa. "Em breve, muito em breve, falarei sobre o estado do PSD, falarei mesmo sobre o futuro do PSD porque entendo que este estado de coisas tem, efetivamente, de acabar. Isto tem que mudar, o PSD assim não vai conseguir afirmar-se”, disse, na TSF.

Fevereiro de 2018. Montenegro anuncia saída, mas não "abandona o combate"

Aos 45 anos - nasceu a 16 de fevereiro de 1973 -, Luís Montenegro tenta fazer a Rio o mesmo que António Costa fez a António José Seguro: um assalto ao poder a meio do mandato, apesar de "juras" de que nunca o faria, como numa entrevista concedida há menos de um ano. Há, contudo, algumas diferenças. Uma é de tempo: Seguro já tinha mais tempo de liderança socialista e tinha ido a eleições (europeias, com um resultado “poucochinho” como lhe chamou Costa). A outra de currículo: Costa já tinha sido quase tudo na política portuguesa: ministro de várias pastas, líder parlamentar, presidente da Câmara de Lisboa, enquanto Montenegro exerceu o seu mais alto cargo político como líder parlamentar do PSD. Advogado, Montenegro começou na estrutura partidária como presidente da concelhia de Espinho da JSD. Foi eleito deputado pela primeira vez em 2002, por Aveiro, e, em 2010, chegou à direção do grupo parlamentar como um dos “vices” de Miguel Macedo. Pelo meio, em 2005, tentou conquistar a Câmara de Espinho, mas foi derrotado pelo socialista José Mota. Em 2011, quando Passos Coelho venceu as legislativas, Luís Montenegro salta para a ribalta como o escolhido para a liderança parlamentar. Foi a cara e a voz do PSD no Parlamento durante os anos da "troika" e nos primeiros anos da chamada “gerigonça”. Várias vezes lhe coube o frente-a-frente com António Costa nos debates quinzenais. Em fevereiro de 2014, na reta final do programa de resgate, proferiu uma das suas frases mais célebres, em entrevista ao "Jornal de Notícias": “Eu sei que a vida quotidiana das pessoas não está melhor, mas não tenho dúvidas que a vida do país está muito melhor do que em 2011”.

“Desta vez decidi dizer ‘não’ [à liderança do PSD]. Se algum dia decidir dizer ‘sim’ não vou pedir licença a ninguém”. A 17 de fevereiro de 2018, no Congresso do PSD, em Lisboa, Luís Montenegro deixava claro a Rui Rio, o líder recém-eleito, que estaria ali ao virar da esquina para um eventual confronto. Passado menos de um ano, esta sexta-feira, no Centro Cultural de Belém, Montenegro vai desafiar o presidente do PSD em funções para uma disputa em que não se quis meter há um ano.

Luís Montenegro foi um dos nomes possíveis do chamado "passismo" para disputar as diretas do ano passado com Rui Rio. Os herdeiros e "órfãos" de Passos Coelho procuravam uma cara e um nome que não deixasse Rio sozinho na corrida. Mas Montenegro, como Paulo Rangel, não quis correr o risco de avançar. Para muitos, foi uma decisão calculista: achou que não ganhava e, mesmo que ganhasse, não conseguiria ganhar as legislativas de 2019. Preferiu que Rio ficasse no partido e tentaria conquistar o PSD depois de 2019, para tentar conquistar o país após uma próxima legislatura de liderança socialista. O próprio Montenegro chegou a defender que Rui Rio deveria ir a eleições. Foi "andando por aí", mantendo participação pública, com um programa semanal na TSF e comentários na TVI. Na quarta-feira, o social-democrata de Espinho mostrou que estava a ficar com pressa. "Em breve, muito em breve, falarei sobre o estado do PSD, falarei mesmo sobre o futuro do PSD porque entendo que este estado de coisas tem, efetivamente, de acabar. Isto tem que mudar, o PSD assim não vai conseguir afirmar-se”, disse, na TSF.

Fevereiro de 2018. Montenegro anuncia saída, mas não "abandona o combate"

Aos 45 anos - nasceu a 16 de fevereiro de 1973 -, Luís Montenegro tenta fazer a Rio o mesmo que António Costa fez a António José Seguro: um assalto ao poder a meio do mandato, apesar de "juras" de que nunca o faria, como numa entrevista concedida há menos de um ano. Há, contudo, algumas diferenças. Uma é de tempo: Seguro já tinha mais tempo de liderança socialista e tinha ido a eleições (europeias, com um resultado “poucochinho” como lhe chamou Costa). A outra de currículo: Costa já tinha sido quase tudo na política portuguesa: ministro de várias pastas, líder parlamentar, presidente da Câmara de Lisboa, enquanto Montenegro exerceu o seu mais alto cargo político como líder parlamentar do PSD. Advogado, Montenegro começou na estrutura partidária como presidente da concelhia de Espinho da JSD. Foi eleito deputado pela primeira vez em 2002, por Aveiro, e, em 2010, chegou à direção do grupo parlamentar como um dos “vices” de Miguel Macedo. Pelo meio, em 2005, tentou conquistar a Câmara de Espinho, mas foi derrotado pelo socialista José Mota. Em 2011, quando Passos Coelho venceu as legislativas, Luís Montenegro salta para a ribalta como o escolhido para a liderança parlamentar. Foi a cara e a voz do PSD no Parlamento durante os anos da "troika" e nos primeiros anos da chamada “gerigonça”. Várias vezes lhe coube o frente-a-frente com António Costa nos debates quinzenais. Em fevereiro de 2014, na reta final do programa de resgate, proferiu uma das suas frases mais célebres, em entrevista ao "Jornal de Notícias": “Eu sei que a vida quotidiana das pessoas não está melhor, mas não tenho dúvidas que a vida do país está muito melhor do que em 2011”.

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