Audição de Berardo teve consequências: Filipe Pinhal e documentos têm de ir ao Parlamento

22-05-2019
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A audição de Joe Berardo no Parlamento, na semana passada, incomodou a classe política, tendo inclusivamente originado palavras duras do primeiro-ministro e do Presidente da República. Já há uma nova audição a agendar e também há novos documentos solicitados pelos partidos.

O grupo parlamentar do CDS volta a pedir ao Ministério da Cultura a “correspondência” com as entidades relacionadas com Berardo, incluindo em nome pessoal, com o seu advogado, André Luiz Gomes, e com a Associação Coleção Berardo, a Fundação José Berardo e ainda a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo.

Mas também são pedidos documentos à Associação Coleção Berardo. Atas, anexos, estatutos e informação de quem são os seus titulares (na atualidade e antes da operação de aumento de capital que terá tirado poder aos bancos credores, como assumiu Berardo) são as solicitações.

Além de documentos, há um pedido de audição, mas neste caso pela mão do PSD. “Tendo em conta as declarações públicas do comendador Joe Berardo, no passado dia 10 de maio nesta comissão de inquérito, onde afirmou que foi o administrador do BCP, Filipe Pinhal, que lhe sugeriu fazer um crédito na Caixa, já que o próprio BCP não podia financiar compra de ações suas, e que foi o próprio Filipe Pinhal que fez o primeiro contacto com a Caixa, os deputados do grupo parlamentar do PSD vêm, nos termos legais e regimentais aplicáveis, solicitar junto de vossa excelência a audição com caráter de urgência do Dr. Filipe Pinhal”, indica o requerimento dirigido ao presidente da comissão, o deputado social-democrata Luís Leite Ramos.

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, quis também, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, perceber a opção de compra que o Estado tem relativamente à Coleção Berardo, tendo aliás repetido a questão a António Costa que, em resposta, contradisse Joe Berardo e assegurou que essa opção se mantém.

Críticas de Chefe de Estado e líder do Governo

“Acho que o país está seguramente todo chocado pelo desplante com que o senhor Joe Berardo respondeu na semana passada nesta Assembleia da República”, criticou o primeiro-ministro nessa resposta.

“A atual gestão da Caixa, nomeada por este Governo, acionou o senhor Joe Berardo para pagar à Caixa o que deve à Caixa. O que tenho a desejar é que a justiça funcione e o que é devido seja pago. Não há nenhuma razão para que a CGD perdoe qualquer tipo de crédito, que não perdoe créditos a quem tem obrigação estrita de os pagar”, continuou.

A CGD juntamente com o BCP e o Novo Banco colocaram uma ação de execução contra Berardo e três suas empresas (Metalgest, Moagens Associadas e Fundação José Berardo) para tentarem recuperar 962 milhões de euros.

O Presidente da República, ainda que sem mencionando Berardo, deixou críticas, exigindo respeito pelas instituições, “a começar nas instituições do poder político”. “Respeitar significa ter decoro, ter uma maneira respeitosa de tratar com estas instituições. É bom que as pessoas que são importantes, ou porque alguém que as considerou importantes ou porque o foram em determinado momento, tenham a noção que a importância tem um preço”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado pelo comportamento do comendador.

Uma união de primeiro-ministro e Presidente da República no rescaldo de uma crise política na qual o último se manteve em silêncio.

Também na campanha eleitoral para as Europeias, o nome de Berardo foi surgindo, pela voz de Marisa Matias ("o riso de Berardo é o melhor retrato da elite medíocre e parasita"), Paulo Rangel ("é uma invenção de uma conjuntura político-económica em que havia um Governo que queria controlar a banca e o usou a ele”), Jerónimo de Sousa ("escândalo do Berardo e a sua desfaçatez") e ainda Nuno Melo "(Se aquilo que vimos é verdade, também é verdade que o nome Berardo existe numa coleção num museu com um protocolo com o Estado. Esse protocolo foi feito com Sócrates e foi renovado por este Governo. Convém que o Governo explique se, quando renovou o protocolo, sabia que estas obras foram usadas para ludibriar os bancos e a CGD").

A audição de Joe Berardo no Parlamento, na semana passada, incomodou a classe política, tendo inclusivamente originado palavras duras do primeiro-ministro e do Presidente da República. Já há uma nova audição a agendar e também há novos documentos solicitados pelos partidos.

O grupo parlamentar do CDS volta a pedir ao Ministério da Cultura a “correspondência” com as entidades relacionadas com Berardo, incluindo em nome pessoal, com o seu advogado, André Luiz Gomes, e com a Associação Coleção Berardo, a Fundação José Berardo e ainda a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo.

Mas também são pedidos documentos à Associação Coleção Berardo. Atas, anexos, estatutos e informação de quem são os seus titulares (na atualidade e antes da operação de aumento de capital que terá tirado poder aos bancos credores, como assumiu Berardo) são as solicitações.

Além de documentos, há um pedido de audição, mas neste caso pela mão do PSD. “Tendo em conta as declarações públicas do comendador Joe Berardo, no passado dia 10 de maio nesta comissão de inquérito, onde afirmou que foi o administrador do BCP, Filipe Pinhal, que lhe sugeriu fazer um crédito na Caixa, já que o próprio BCP não podia financiar compra de ações suas, e que foi o próprio Filipe Pinhal que fez o primeiro contacto com a Caixa, os deputados do grupo parlamentar do PSD vêm, nos termos legais e regimentais aplicáveis, solicitar junto de vossa excelência a audição com caráter de urgência do Dr. Filipe Pinhal”, indica o requerimento dirigido ao presidente da comissão, o deputado social-democrata Luís Leite Ramos.

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, quis também, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, perceber a opção de compra que o Estado tem relativamente à Coleção Berardo, tendo aliás repetido a questão a António Costa que, em resposta, contradisse Joe Berardo e assegurou que essa opção se mantém.

Críticas de Chefe de Estado e líder do Governo

“Acho que o país está seguramente todo chocado pelo desplante com que o senhor Joe Berardo respondeu na semana passada nesta Assembleia da República”, criticou o primeiro-ministro nessa resposta.

“A atual gestão da Caixa, nomeada por este Governo, acionou o senhor Joe Berardo para pagar à Caixa o que deve à Caixa. O que tenho a desejar é que a justiça funcione e o que é devido seja pago. Não há nenhuma razão para que a CGD perdoe qualquer tipo de crédito, que não perdoe créditos a quem tem obrigação estrita de os pagar”, continuou.

A CGD juntamente com o BCP e o Novo Banco colocaram uma ação de execução contra Berardo e três suas empresas (Metalgest, Moagens Associadas e Fundação José Berardo) para tentarem recuperar 962 milhões de euros.

O Presidente da República, ainda que sem mencionando Berardo, deixou críticas, exigindo respeito pelas instituições, “a começar nas instituições do poder político”. “Respeitar significa ter decoro, ter uma maneira respeitosa de tratar com estas instituições. É bom que as pessoas que são importantes, ou porque alguém que as considerou importantes ou porque o foram em determinado momento, tenham a noção que a importância tem um preço”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado pelo comportamento do comendador.

Uma união de primeiro-ministro e Presidente da República no rescaldo de uma crise política na qual o último se manteve em silêncio.

Também na campanha eleitoral para as Europeias, o nome de Berardo foi surgindo, pela voz de Marisa Matias ("o riso de Berardo é o melhor retrato da elite medíocre e parasita"), Paulo Rangel ("é uma invenção de uma conjuntura político-económica em que havia um Governo que queria controlar a banca e o usou a ele”), Jerónimo de Sousa ("escândalo do Berardo e a sua desfaçatez") e ainda Nuno Melo "(Se aquilo que vimos é verdade, também é verdade que o nome Berardo existe numa coleção num museu com um protocolo com o Estado. Esse protocolo foi feito com Sócrates e foi renovado por este Governo. Convém que o Governo explique se, quando renovou o protocolo, sabia que estas obras foram usadas para ludibriar os bancos e a CGD").

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