Qualquer Governo tem "obrigação" de "respeitar" relações com Angola -- Sec. Estado

12-11-2015
marcar artigo

O governante falava à agência Lusa ao concluir uma visita de dois dias a Angola, representando o Estado português nas comemorações oficiais dos 40 anos da independência angolana, realizadas hoje em Luanda, poucas horas após a aprovação de uma moção de rejeição ao programa do Governo em Portugal.

Luís Campos Ferreira garantiu que a situação governativa nacional não foi abordada com as autoridades angolanas, até porque não estavam agendados contactos bilaterais.

"É natural que a situação em Portugal seja acompanhada com atenção por parte de Angola e de todos os outros países, mas não houve nenhuma conversa nesse sentido", disse o governante português.

Fruto do apoio ao caso dos 15 ativistas detidos em Luanda desde junho, dirigentes e militantes do Bloco de Esquerda, um dos quatro partidos que suportam um Governo em Portugal de iniciativa do Partido Socialista, têm vindo a ser criticados publicamente por elementos do regime angolano nas últimas semanas.

Sem comentar soluções governativas, e ao concluir a visita a Angola, o secretário de Estado português disse apenas que o nível atual das relações entre os dois estados deve prevalecer a "qualquer que seja o Governo".

"[Qualquer Governo português] deve respeitar aquilo que se conseguiu até agora, que foi construído com muito empenho, com muita determinação, por vezes com muito esforço de ambas as partes, e também com benefícios mútuos. É uma relação de povos, de gentes, de empresas. Por isso, os governos, sejam eles quais forem, têm a obrigação de respeitar as relações que se estabelecem entre os povos e que são naturais e autênticas", afirmou Luís Campos Ferreira.

Angola atravessa uma forte crise económica e financeira, fruto da quebra da cotação internacional do barril de crude, que fez cair para metade as receitas angolanas com a exportação de petróleo.

Apesar deste cenário, o governante assumiu que "Portugal é um parceiro de Angola que não pode estar só nos momentos bons".

"Tem que estar também nos momentos mais difíceis. As empresas não se limitam a vender produtos ou a explorar recursos naturais em Angola. São, antes, empresas que fazem capacitação em Angola, que constroem conhecimento em Angola", apontou.

"As empresas portuguesas são um parceiro muito fiável de Angola", sublinhou Luís Campos Ferreira, que manifestou o "empenho" no "aprofundamento das relações ente Portugal e Angola".

"Ao nível político, diplomático ou económico, e sejam quais forem os setores da sociedade", concluiu.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse hoje, em mensagem dirigida à nação por ocasião dos 40 anos da independência nacional, que não há espaço para "saudosismo" com Portugal.

"Estamos certos de que, quer em Angola quer em Portugal, as pessoas de bem vão continuar a desenvolver com confiança as relações privilegiadas que existem entre os dois povos e Estados, fundadas numa amizade sincera, solidariedade exemplar e cooperação com vantagens recíprocas, dando cada vez menos espaço ao saudosismo e o espírito de vingança e de reconquista de pessoas de má-fé", apontou o Presidente angolano.

A independência angolana foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola e o primeiro Presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

PVJ // JPS

Lusa/Fim

O governante falava à agência Lusa ao concluir uma visita de dois dias a Angola, representando o Estado português nas comemorações oficiais dos 40 anos da independência angolana, realizadas hoje em Luanda, poucas horas após a aprovação de uma moção de rejeição ao programa do Governo em Portugal.

Luís Campos Ferreira garantiu que a situação governativa nacional não foi abordada com as autoridades angolanas, até porque não estavam agendados contactos bilaterais.

"É natural que a situação em Portugal seja acompanhada com atenção por parte de Angola e de todos os outros países, mas não houve nenhuma conversa nesse sentido", disse o governante português.

Fruto do apoio ao caso dos 15 ativistas detidos em Luanda desde junho, dirigentes e militantes do Bloco de Esquerda, um dos quatro partidos que suportam um Governo em Portugal de iniciativa do Partido Socialista, têm vindo a ser criticados publicamente por elementos do regime angolano nas últimas semanas.

Sem comentar soluções governativas, e ao concluir a visita a Angola, o secretário de Estado português disse apenas que o nível atual das relações entre os dois estados deve prevalecer a "qualquer que seja o Governo".

"[Qualquer Governo português] deve respeitar aquilo que se conseguiu até agora, que foi construído com muito empenho, com muita determinação, por vezes com muito esforço de ambas as partes, e também com benefícios mútuos. É uma relação de povos, de gentes, de empresas. Por isso, os governos, sejam eles quais forem, têm a obrigação de respeitar as relações que se estabelecem entre os povos e que são naturais e autênticas", afirmou Luís Campos Ferreira.

Angola atravessa uma forte crise económica e financeira, fruto da quebra da cotação internacional do barril de crude, que fez cair para metade as receitas angolanas com a exportação de petróleo.

Apesar deste cenário, o governante assumiu que "Portugal é um parceiro de Angola que não pode estar só nos momentos bons".

"Tem que estar também nos momentos mais difíceis. As empresas não se limitam a vender produtos ou a explorar recursos naturais em Angola. São, antes, empresas que fazem capacitação em Angola, que constroem conhecimento em Angola", apontou.

"As empresas portuguesas são um parceiro muito fiável de Angola", sublinhou Luís Campos Ferreira, que manifestou o "empenho" no "aprofundamento das relações ente Portugal e Angola".

"Ao nível político, diplomático ou económico, e sejam quais forem os setores da sociedade", concluiu.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse hoje, em mensagem dirigida à nação por ocasião dos 40 anos da independência nacional, que não há espaço para "saudosismo" com Portugal.

"Estamos certos de que, quer em Angola quer em Portugal, as pessoas de bem vão continuar a desenvolver com confiança as relações privilegiadas que existem entre os dois povos e Estados, fundadas numa amizade sincera, solidariedade exemplar e cooperação com vantagens recíprocas, dando cada vez menos espaço ao saudosismo e o espírito de vingança e de reconquista de pessoas de má-fé", apontou o Presidente angolano.

A independência angolana foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola e o primeiro Presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

PVJ // JPS

Lusa/Fim

marcar artigo