Aguiar Branco renuncia ao cargo de deputado para mostrar a Rio que não depende de “lugarzinhos” – Observador

16-01-2019
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Ex-ministro da Defesa de Passos Coelho anuncia que deixará de ser deputado até ao final do mês. Sinal é claro: não está contra Rio apenas porque quer "um lugarzinho". Relvas defende Montenegro.

José Pedro Aguiar Branco anunciou, em entrevista ao Expresso, que vai renunciar ao lugar de deputado até ao final do mês. O objetivo é deixar claro que a sua divergência com Rui Rio (e o seu apoio à iniciativa de Luís Montenegro) não acontece apenas porque “está agarrado ao lugarzinho” de deputado.

“Vou renunciar ao meu cargo, até ao final deste mês deixarei de ser deputado, e como é óbvio não serei candidato a deputado nas próximas eleições legislativas”, disse, defendendo a investida de Montenegro por estar inserida numa lógica de que “o país precisa de um PSD que seja uma alternativa clara e inequívoca ao PS e ao Governo”. Uma alternativa que, na perspetiva do ex-ministro, o atual presidente do partido não tem sido capaz de protagonizar.

Para Aguiar Branco, nem o timing do desafio de Montenegro é um obstáculo à legitimidade da iniciativa. “Faz sentido o desafio, e não vejo problema de timing para se abrir um processo nesse sentido. A questão que o timing coloca é a responsabilidade de construirmos uma alternativa forte a tempo e horas”, disse na mesma entrevista, onde também garantiu que não vai marcar presença no Conselho Nacional desta quinta-feira, que vai decidir o futuro da liderança do PSD.

Sobre a questão que, neste momento, está em dúvida entre os conselheiros — se a votação da moção de censura vai ser por voto secreto ou voto de braço no ar –, Aguiar Branco já fez a sua escolha: “Uma votação secreta é muito mais correta para questões desta natureza. Eu, se fosse presidente do partido, era essa que seguiria”.

Miguel Relvas: Rio devia ter convocado Montenegro

Numa outra entrevista, à TSF, Miguel Relvas, também ex-ministro do governo de Passos Coelho, se mostrou ao lado de Luís Montenegro, defendendo mesmo que Rui Rio devia ter convocado o adversário a estar presente no Conselho Nacional e a discursar.

Para Relvas, Rio escolheu o caminho mais fácil para vencer a disputa interna, ao pedir uma moção de confiança ao Conselho Nacional já que Luís Montenegro “não desafiou nem o Conselho Nacional, nem a Comissão Política. Desafiou o líder do partido”.

Também Miguel Relvas, como Aguiar Branco, não vê problema no timing do desafio, e puxa de recordações passadas: “Já houve outros líderes que viram a sua liderança questionada no passado, nomeadamente Durão Barroso que teve um congresso violentíssimo e onde se afirmou para depois ganhar as legislativas um ano depois”.

Ex-ministro da Defesa de Passos Coelho anuncia que deixará de ser deputado até ao final do mês. Sinal é claro: não está contra Rio apenas porque quer "um lugarzinho". Relvas defende Montenegro.

José Pedro Aguiar Branco anunciou, em entrevista ao Expresso, que vai renunciar ao lugar de deputado até ao final do mês. O objetivo é deixar claro que a sua divergência com Rui Rio (e o seu apoio à iniciativa de Luís Montenegro) não acontece apenas porque “está agarrado ao lugarzinho” de deputado.

“Vou renunciar ao meu cargo, até ao final deste mês deixarei de ser deputado, e como é óbvio não serei candidato a deputado nas próximas eleições legislativas”, disse, defendendo a investida de Montenegro por estar inserida numa lógica de que “o país precisa de um PSD que seja uma alternativa clara e inequívoca ao PS e ao Governo”. Uma alternativa que, na perspetiva do ex-ministro, o atual presidente do partido não tem sido capaz de protagonizar.

Para Aguiar Branco, nem o timing do desafio de Montenegro é um obstáculo à legitimidade da iniciativa. “Faz sentido o desafio, e não vejo problema de timing para se abrir um processo nesse sentido. A questão que o timing coloca é a responsabilidade de construirmos uma alternativa forte a tempo e horas”, disse na mesma entrevista, onde também garantiu que não vai marcar presença no Conselho Nacional desta quinta-feira, que vai decidir o futuro da liderança do PSD.

Sobre a questão que, neste momento, está em dúvida entre os conselheiros — se a votação da moção de censura vai ser por voto secreto ou voto de braço no ar –, Aguiar Branco já fez a sua escolha: “Uma votação secreta é muito mais correta para questões desta natureza. Eu, se fosse presidente do partido, era essa que seguiria”.

Miguel Relvas: Rio devia ter convocado Montenegro

Numa outra entrevista, à TSF, Miguel Relvas, também ex-ministro do governo de Passos Coelho, se mostrou ao lado de Luís Montenegro, defendendo mesmo que Rui Rio devia ter convocado o adversário a estar presente no Conselho Nacional e a discursar.

Para Relvas, Rio escolheu o caminho mais fácil para vencer a disputa interna, ao pedir uma moção de confiança ao Conselho Nacional já que Luís Montenegro “não desafiou nem o Conselho Nacional, nem a Comissão Política. Desafiou o líder do partido”.

Também Miguel Relvas, como Aguiar Branco, não vê problema no timing do desafio, e puxa de recordações passadas: “Já houve outros líderes que viram a sua liderança questionada no passado, nomeadamente Durão Barroso que teve um congresso violentíssimo e onde se afirmou para depois ganhar as legislativas um ano depois”.

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