Deputados chumbam todas as propostas sobre "direito a desligar" do trabalho

10-07-2019
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Parlamento
Deputados chumbam todas as propostas sobre "direito a desligar" do trabalho
09 jul, 2019 - 16:13 • João Pedro Barros
Havia quatro projetos em discussão, mas nenhum mereceu consenso. BE e PCP consideraram que proposta socialista podia pôr em causa o direito ao descanso.

Os deputados do grupo de trabalho sobre as alterações à lei laboral chumbaram esta terça-feira as propostas dos vários partidos sobre o direito à desconexão profissional. Em cima da mesa estavam quatro propostas, do PS, PCP, Bloco de Esquerda (BE) e PAN.

A proposta do PS previa que “a utilização de ferramenta digital no âmbito da relação laboral não pode impedir o direito ao descanso do trabalhador, salvo com fundamento em exigências imperiosas do funcionamento da empresa”.

Segundo a proposta, “na falta de acordo, o empregador define por regulamento as situações que devem constituir exigências imperiosas de funcionamento”.

Para o deputado do BE José Soeiro, a proposta dos socialistas é “perversa” e “perigosa” ao permitir que fiquem fixadas na lei as situações em que o trabalhador pode ser contactado.

Também a deputada do PCP Rita Rato recusou a proposta do PS, defendendo que a iniciativa dos socialistas permitiria “abrir brechas” no período de descanso do trabalhador.

O PCP propôs, por sua vez, um agravamento das penalizações em caso de violação do período de descanso, nomeadamente através da utilização das tecnologias de informação e de comunicação, mas a proposta também foi chumbada no grupo de trabalho.

Pelo caminho ficou também a proposta do BE que estabelecia que a violação dos tempos de descanso poderiam ser equiparada a assédio.

Os deputados do PSD e do CDS/PP sublinharam, por sua vez, que as propostas não integram o acordo de Concertação Social assinado há mais de um ano entre o Governo, a UGT e as confederações patronais.

O projeto-lei do PS, designado por Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital, tinha sido entregue no Parlamento a 15 de maio e abrangia um conjunto de outros direitos que pretendiam responder aos desafios colocados pela utilização da internet e das tecnologias de informação, segundo explicou então à agência Lusa o deputado socialista José Magalhães, um dos relatores do documento.

Para além disso, os socialistas pretendiam impedir que os patrões pudessem monitorizar os emails dos funcionários.

O chamado "direito à desconexão" ou "direito a desligar" já foi regulado em vários países, nomeadamente em França.

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Deputados chumbam todas as propostas sobre "direito a desligar" do trabalho
09 jul, 2019 - 16:13 • João Pedro Barros
Havia quatro projetos em discussão, mas nenhum mereceu consenso. BE e PCP consideraram que proposta socialista podia pôr em causa o direito ao descanso.

Os deputados do grupo de trabalho sobre as alterações à lei laboral chumbaram esta terça-feira as propostas dos vários partidos sobre o direito à desconexão profissional. Em cima da mesa estavam quatro propostas, do PS, PCP, Bloco de Esquerda (BE) e PAN.

A proposta do PS previa que “a utilização de ferramenta digital no âmbito da relação laboral não pode impedir o direito ao descanso do trabalhador, salvo com fundamento em exigências imperiosas do funcionamento da empresa”.

Segundo a proposta, “na falta de acordo, o empregador define por regulamento as situações que devem constituir exigências imperiosas de funcionamento”.

Para o deputado do BE José Soeiro, a proposta dos socialistas é “perversa” e “perigosa” ao permitir que fiquem fixadas na lei as situações em que o trabalhador pode ser contactado.

Também a deputada do PCP Rita Rato recusou a proposta do PS, defendendo que a iniciativa dos socialistas permitiria “abrir brechas” no período de descanso do trabalhador.

O PCP propôs, por sua vez, um agravamento das penalizações em caso de violação do período de descanso, nomeadamente através da utilização das tecnologias de informação e de comunicação, mas a proposta também foi chumbada no grupo de trabalho.

Pelo caminho ficou também a proposta do BE que estabelecia que a violação dos tempos de descanso poderiam ser equiparada a assédio.

Os deputados do PSD e do CDS/PP sublinharam, por sua vez, que as propostas não integram o acordo de Concertação Social assinado há mais de um ano entre o Governo, a UGT e as confederações patronais.

O projeto-lei do PS, designado por Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital, tinha sido entregue no Parlamento a 15 de maio e abrangia um conjunto de outros direitos que pretendiam responder aos desafios colocados pela utilização da internet e das tecnologias de informação, segundo explicou então à agência Lusa o deputado socialista José Magalhães, um dos relatores do documento.

Para além disso, os socialistas pretendiam impedir que os patrões pudessem monitorizar os emails dos funcionários.

O chamado "direito à desconexão" ou "direito a desligar" já foi regulado em vários países, nomeadamente em França.

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