Água em Pó: As autárquicas vistas por um esquerdista, benfiquista e ferrarista

11-07-2018
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Ontem foi um dia castiço, como qualquer dia de acto eleitoral. Até ia borrando a pintura, ao ir votar à última da hora, mas lá consegui exercer o meu direito de cidadão (ai que bonito). mas o giro disto tudo é a seguir ao encerramento das urnas. E ontem, mais uma vez, deu para um gajo rir, revoltar-se, pasmar-se entre outros espasmos nervosos, que uma noite eleitoral pode proporcionar. A 3 níveis, eis o que achei:

Local

Cá no burgo portimonense, a vitória foi mais uma vez parar ao PS. Aliás, como costuma dizer uma amiga minha, se um cão com esgana se candidatasse à CM, ganharia, desde que fosse cabeça-de-lista pelo PS... Pela segunda ou terceira vez consecutiva, alcançam a maioria absoluta, apesar de terem tido uma redução de 8% nas intenções de voto. Só que, com o PSD (em coligação com CDS, MPT e PPM), que é a principal força de oposição, a reduzir a sua votação de 28 para 23%, Manuel da Luz & Friends tiveram direito a mais quatro anos de folgazeira administrativa. No entanto, as coisas não foram tão lineares na corrida à Assembleia, com a relação a ser de 9 lugares para 7, em favor dos socialistas (será que o povo não vai muito à bola com Isilda Gomes?). Nota positiva para a esquerda concelhia, com a CDU a subir 3% e a voltar a colocar um vereador (Rui Sacramento) no executivo, forçando a saída de um dos membros da coligação de direita, e o BE a subir 6% e colocar pela primeira vez deputados (2) na Assembleia Municipal. Uma última nota para os fraquíssimos resultados da farsa que constituiu o grupo de "independentes" A Solução Para Portimão, cujo zénite foi a eleição de Pedro "Yeti" Pescadinha para a Assembleia Municipal. O resultado destes gajos foi tão residual, que deve ter-se tornado a único motivo para a direcção da concelhia do PSD para rir (algo estranho, tendo em conta que o Pedro Martins, o chefe, demitiu-se do cargo...) ...

Regional

Pelo Algarve, o panorama continuou mais ou menos o mesmo. Aljezur continua a ser um feudo de Manuel Marreiros (PS indy), G. Repolho V. (PSD) manteve-se em Vila do Bispo, Júlio Barroso (PS) venceu a ameaça do boçal Valentim Rosado (PSD) e ainda conseguiu aumentar a percentagem de votos em relação a 2001 (onde tinha ganho ao Valentim por 100 votos), Portimão já foi dito em cima, Monchique continua a ser o quintal do Tuta (PS), Lagoa continua sob os auspícios do PSD, embora o PS tenha se chegado perigosamente aos seus calcanhares, dominando agora a Assembleia Municipal.

Em Silves, na batalha das donas de casa, Isabel (PSD) ganhou à Lisete (PS), cimentando a sua anterior liderança. Em Albufeira, Desidério Silva (PSD) deu uma banhada brutal ao PS, ganhando com 61% dos votos e a conquistar o bastião socialista da Guia. Loulé confirmou o bom trabalho de Seruca Emídio (PSD), em S. Brás, António Eusébio (PS) obteve uma boa vitória, em Olhão, Francisco Leal (PS) venceu de olhos fechados sobre Nana Mouskouri (Isabel Luz, do PSD). De referir que esta senhora, numa acção de campanha pelo bairro dos pescadores olhanense, foi distribuir cavalas por entre as pessoas. Os pescadores mandaram-na à fava...

Em Tavira, Macário continua de pedra e cal, tal como Francisco Amaral em Alcoutim e José Estevens em Castro Marim, todos eles do partido do Cavaco.

E perguntam-me vocês: então Vila Real de Santo António e Faro, pá? Pois bem, uma semi-surpresa foi a vitória de Luis Gomes (PSD) na cidade pombalina, vencendo o presidente cessante (o socialista Murta, o autarca mais barraquento do Algarve) e a forte candidatura da CDU.

Depois tivemos a mudança de partido em Faro, com o mal-amado Vitorino a ser substituído pelo socialista José Apolinário, depois de quatro anos de alguns atritos e questiúnculas com a população farense (sobretudo no que diz respeito ao S.C. Farense).

Ou seja, o Algarve continua maioritariamente laranja (o que não é lá muito, mas prontos...)

Nacional

Pelo país fora, o PSD manteve um maior número de autarquias por todo o país, ganhando novas sedes de distrito através das vitórias em Santarém (através do mediático Moita Flores) e Aveiro (a vitória mais surpreendente da noite), e mantendo as cruciais Lisboa e Porto. E neste caso o PS, só tem é de se recriminar, ao apresentar candidatos execráveis como Carrilho e Assis. Jorge Coelho é o principal responsável pelo semi-desastre eleitoral do PS, já que não ocupava mais nenhumas funções, senão as de coordenador autárquico do partido.

A CDU foi uma das boas surpresas da noite pois, mesmo perdendo Estremoz, Redondo e Alcácer do Sal (aqui devido ao infeliz orgulho anti-renovador), conseguiu recuperar bastiões como o Barreiro ou a Marinha Grande, vencendo em Sesimbra e Peniche, além de manter, entre outras, Beja e Setúbal.

Por fim uma palavra para Imelda Marcos, Augusto Pinochet e Sekou Touré. Mesmo na eminência de ser presa por mais do que evidente corrupção, Imelda Marcos conseguiu maioria absoluta no oitocentista concelho de Felgueiras. Semelhente feito conseguiu o belicoso Augusto "foda-se" Pinochet em Gondomar e o popularucho Sekou Touré em Oeiras. E nós, olhando semelhante espectáculo... Infelizmente vivemos na era do "É disto que o meu povo gosta".

Ontem foi um dia castiço, como qualquer dia de acto eleitoral. Até ia borrando a pintura, ao ir votar à última da hora, mas lá consegui exercer o meu direito de cidadão (ai que bonito). mas o giro disto tudo é a seguir ao encerramento das urnas. E ontem, mais uma vez, deu para um gajo rir, revoltar-se, pasmar-se entre outros espasmos nervosos, que uma noite eleitoral pode proporcionar. A 3 níveis, eis o que achei:

Local

Cá no burgo portimonense, a vitória foi mais uma vez parar ao PS. Aliás, como costuma dizer uma amiga minha, se um cão com esgana se candidatasse à CM, ganharia, desde que fosse cabeça-de-lista pelo PS... Pela segunda ou terceira vez consecutiva, alcançam a maioria absoluta, apesar de terem tido uma redução de 8% nas intenções de voto. Só que, com o PSD (em coligação com CDS, MPT e PPM), que é a principal força de oposição, a reduzir a sua votação de 28 para 23%, Manuel da Luz & Friends tiveram direito a mais quatro anos de folgazeira administrativa. No entanto, as coisas não foram tão lineares na corrida à Assembleia, com a relação a ser de 9 lugares para 7, em favor dos socialistas (será que o povo não vai muito à bola com Isilda Gomes?). Nota positiva para a esquerda concelhia, com a CDU a subir 3% e a voltar a colocar um vereador (Rui Sacramento) no executivo, forçando a saída de um dos membros da coligação de direita, e o BE a subir 6% e colocar pela primeira vez deputados (2) na Assembleia Municipal. Uma última nota para os fraquíssimos resultados da farsa que constituiu o grupo de "independentes" A Solução Para Portimão, cujo zénite foi a eleição de Pedro "Yeti" Pescadinha para a Assembleia Municipal. O resultado destes gajos foi tão residual, que deve ter-se tornado a único motivo para a direcção da concelhia do PSD para rir (algo estranho, tendo em conta que o Pedro Martins, o chefe, demitiu-se do cargo...) ...

Regional

Pelo Algarve, o panorama continuou mais ou menos o mesmo. Aljezur continua a ser um feudo de Manuel Marreiros (PS indy), G. Repolho V. (PSD) manteve-se em Vila do Bispo, Júlio Barroso (PS) venceu a ameaça do boçal Valentim Rosado (PSD) e ainda conseguiu aumentar a percentagem de votos em relação a 2001 (onde tinha ganho ao Valentim por 100 votos), Portimão já foi dito em cima, Monchique continua a ser o quintal do Tuta (PS), Lagoa continua sob os auspícios do PSD, embora o PS tenha se chegado perigosamente aos seus calcanhares, dominando agora a Assembleia Municipal.

Em Silves, na batalha das donas de casa, Isabel (PSD) ganhou à Lisete (PS), cimentando a sua anterior liderança. Em Albufeira, Desidério Silva (PSD) deu uma banhada brutal ao PS, ganhando com 61% dos votos e a conquistar o bastião socialista da Guia. Loulé confirmou o bom trabalho de Seruca Emídio (PSD), em S. Brás, António Eusébio (PS) obteve uma boa vitória, em Olhão, Francisco Leal (PS) venceu de olhos fechados sobre Nana Mouskouri (Isabel Luz, do PSD). De referir que esta senhora, numa acção de campanha pelo bairro dos pescadores olhanense, foi distribuir cavalas por entre as pessoas. Os pescadores mandaram-na à fava...

Em Tavira, Macário continua de pedra e cal, tal como Francisco Amaral em Alcoutim e José Estevens em Castro Marim, todos eles do partido do Cavaco.

E perguntam-me vocês: então Vila Real de Santo António e Faro, pá? Pois bem, uma semi-surpresa foi a vitória de Luis Gomes (PSD) na cidade pombalina, vencendo o presidente cessante (o socialista Murta, o autarca mais barraquento do Algarve) e a forte candidatura da CDU.

Depois tivemos a mudança de partido em Faro, com o mal-amado Vitorino a ser substituído pelo socialista José Apolinário, depois de quatro anos de alguns atritos e questiúnculas com a população farense (sobretudo no que diz respeito ao S.C. Farense).

Ou seja, o Algarve continua maioritariamente laranja (o que não é lá muito, mas prontos...)

Nacional

Pelo país fora, o PSD manteve um maior número de autarquias por todo o país, ganhando novas sedes de distrito através das vitórias em Santarém (através do mediático Moita Flores) e Aveiro (a vitória mais surpreendente da noite), e mantendo as cruciais Lisboa e Porto. E neste caso o PS, só tem é de se recriminar, ao apresentar candidatos execráveis como Carrilho e Assis. Jorge Coelho é o principal responsável pelo semi-desastre eleitoral do PS, já que não ocupava mais nenhumas funções, senão as de coordenador autárquico do partido.

A CDU foi uma das boas surpresas da noite pois, mesmo perdendo Estremoz, Redondo e Alcácer do Sal (aqui devido ao infeliz orgulho anti-renovador), conseguiu recuperar bastiões como o Barreiro ou a Marinha Grande, vencendo em Sesimbra e Peniche, além de manter, entre outras, Beja e Setúbal.

Por fim uma palavra para Imelda Marcos, Augusto Pinochet e Sekou Touré. Mesmo na eminência de ser presa por mais do que evidente corrupção, Imelda Marcos conseguiu maioria absoluta no oitocentista concelho de Felgueiras. Semelhente feito conseguiu o belicoso Augusto "foda-se" Pinochet em Gondomar e o popularucho Sekou Touré em Oeiras. E nós, olhando semelhante espectáculo... Infelizmente vivemos na era do "É disto que o meu povo gosta".

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