“Quase todo o mal vem da forma como se fuma”

16-01-2019
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"É quase como se bebêssemos café numa chávena radioativa", garantiu David Sweanor. O professor da Universidade de Otava referia-se ao tabaco fumado a partir de cigarros, a escolha preferencial da esmagadora maioria dos fumadores e que, na opinião do especialista em saúde pública, é a grande responsável pelas elevadas taxas de mortalidade. Encontrar a melhor forma de mudar o paradigma é agora o grande desafio.

Portugal não foge à regra e quando estamos perto de cumprir a efeméride de um ano face à alteração mais recente à lei do tabaco, o Expresso (com o apoio da Tabaqueira) promoveu um debate onde se procurou perceber os efeitos da nova legislação e qual pode ser o impacto da inovação no sector. O Auditório Almeida Santos, na Assembleia da República, foi o palco da discussão que juntou legisladores e especialistas para analisar um tema que continua a ser relevante como poucos.

"Um ano parece um período curto para avaliar uma lei mas é suficiente para aprendermos e percebemos o que está em causa", afirmou a deputada e porta-voz do PS, Maria Antónia de Almeida Santos. Já o deputado do PSD, José António Silva, não tem "dúvidas que esta lei criou dificuldades, a malha tem vindo a ser apertada."

Opinião positiva que vai em sentido contrário à de Mafalda Carmona. A advogada e professora na Universidade de Lisboa não acha que estamos perante "uma lei equilibrada", sobretudo porque não existe uma diferenciação entre entre "cigarros, produtos sem combustão e dispositivos de vapor." Como disse a vice-presidente para Regulatory Frameworks and Policy da Philip Morris Internacional, a "nova tecnologia reduz os riscos."

José Fernandes

A questão da inovação, que foi um dos temas centrais ao longo da manhã, motivou reações distintas por parte dos participantes. "É mais simples trocar um produto por outro menos nocivo do que simplesmente parar", afirmou David Sweanor, para quem os estudos comprovam que os novos dispositivos sem combustão são um passo decisivo no caminho certo. "Quase todo o mal vem da forma como se fuma", atirou.

Por outro lado, os deputados mostraram-se mais reticentes, tendo em conta a falta de informação que ainda existe sobre os potenciais efeitos a longo prazo. Para Carla Cruz, deputada do PCP, é importante apostar num "forte aumento no trabalho da prevenção, sensibilização e tratamento", enquanto a deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, defendeu que o "objetivo devia ser a cessação completa do fumar." Segundo Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ainda falta perceber melhor "os riscos comparativos."

"É quase como se bebêssemos café numa chávena radioativa", garantiu David Sweanor. O professor da Universidade de Otava referia-se ao tabaco fumado a partir de cigarros, a escolha preferencial da esmagadora maioria dos fumadores e que, na opinião do especialista em saúde pública, é a grande responsável pelas elevadas taxas de mortalidade. Encontrar a melhor forma de mudar o paradigma é agora o grande desafio.

Portugal não foge à regra e quando estamos perto de cumprir a efeméride de um ano face à alteração mais recente à lei do tabaco, o Expresso (com o apoio da Tabaqueira) promoveu um debate onde se procurou perceber os efeitos da nova legislação e qual pode ser o impacto da inovação no sector. O Auditório Almeida Santos, na Assembleia da República, foi o palco da discussão que juntou legisladores e especialistas para analisar um tema que continua a ser relevante como poucos.

"Um ano parece um período curto para avaliar uma lei mas é suficiente para aprendermos e percebemos o que está em causa", afirmou a deputada e porta-voz do PS, Maria Antónia de Almeida Santos. Já o deputado do PSD, José António Silva, não tem "dúvidas que esta lei criou dificuldades, a malha tem vindo a ser apertada."

Opinião positiva que vai em sentido contrário à de Mafalda Carmona. A advogada e professora na Universidade de Lisboa não acha que estamos perante "uma lei equilibrada", sobretudo porque não existe uma diferenciação entre entre "cigarros, produtos sem combustão e dispositivos de vapor." Como disse a vice-presidente para Regulatory Frameworks and Policy da Philip Morris Internacional, a "nova tecnologia reduz os riscos."

José Fernandes

A questão da inovação, que foi um dos temas centrais ao longo da manhã, motivou reações distintas por parte dos participantes. "É mais simples trocar um produto por outro menos nocivo do que simplesmente parar", afirmou David Sweanor, para quem os estudos comprovam que os novos dispositivos sem combustão são um passo decisivo no caminho certo. "Quase todo o mal vem da forma como se fuma", atirou.

Por outro lado, os deputados mostraram-se mais reticentes, tendo em conta a falta de informação que ainda existe sobre os potenciais efeitos a longo prazo. Para Carla Cruz, deputada do PCP, é importante apostar num "forte aumento no trabalho da prevenção, sensibilização e tratamento", enquanto a deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, defendeu que o "objetivo devia ser a cessação completa do fumar." Segundo Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ainda falta perceber melhor "os riscos comparativos."

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