EcoCoisas, etc....: COMPANHIAS AÉREAS PREFEREM MERCADO DE CARBONO A TAXAS

11-07-2018
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Companhias aéreas preferem mercado de carbono a taxas 21.12.2006 - 17h40 ReutersAs companhias aéreas preferem entrar no mercado do carbono à aplicação de taxas sobre passageiros, voos ou combustível, no âmbito de uma proposta apresentada ontem pela Comissão Europeia.O sector da aviação contribui com menos de dois por cento para as emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE), mas o sector está a crescer rapidamente. As suas emissões quase duplicaram de 1990 a 2004, segundo a Agência Europeia do Ambiente.A entrada do sector da aviação no Mercado Europeu de Licenças de Emissão a partir de 2011 será menos lesiva para as contas das companhias do que as taxas e até poderá aumentar as suas receitas, consideram muitas companhias.Há duas semanas, o ministro britânico das Finanças duplicou as taxas sobre os passageiros, uma medida que algumas transportadoras aéreas dizem custar quatro vezes mais do que simplesmente comprar licenças de emissão.Companhias divergem quanto a voos a incluir no esquemaA directiva a adoptar pela Comissão Europeia irá incluir as emissões dos voos dentro da UE a partir de 2011 e todos os voos para e de aeroportos da UE a partir de 2012.Mas as companhias com redes mais extensas, como a British Airways, querem que sejam abrangidos só os voos europeus. "Se tentarem aplicar isto a todas as companhias, onde quer que estejam sediadas, serão levantadas questões legais", lembrou Paul Marston, porta-voz da transportadora aérea britânica. "Isto só irá trazer grandes atrasos".Já as companhias de baixo-custo, como a EasyJet, que voam quase só dentro da Europa, querem ver todos os voos incluídos. "Para nós ou está toda a gente ou não está ninguém", disse Toby Nicol, porta-voz da EasyJet.O lado perverso do mercadoAo entrar no mercado de carbono, as companhias ganharão um determinado número de licenças de emissão mas terão de comprar licenças extra se excederem os limites de emissão.As empresas poderão obter enormes lucros deste esquema se transferirem para os consumidores os custos da compra destas licenças, que elas obtiveram de graça, como já fizeram há dois anos as companhias eléctricas."Seria perverso se a primeira tentativa de reduzir as emissões da aviação acabasse por dar ao sector enormes lucros sem fazer nada pelo ambiente", alertou Keith Allott, da organização WWF.Há quem proponha uma solução simples: leiloar licenças em vez de as dar de graça. Os fundos seriam investidos em investigação e desenvolvimento."Quer queiram, quer não, a aviação é uma necessidade de consumo. O que importa é incentivar os responsáveis pelo sector a inovarem", comentou Michael Rea, director do Carbon Trust, figura que monitoriza a tentativa do Reino Unido em reduzir as suas emissõesAviões europeus vão entrar no mercado do carbonoPaula Ferreira Arquivo DNMetas. Portugal já ultrapassou limites acordados no âmbito de QuiotoA Comissão Europeia pondera apresentar, no decorrer de 2006, de uma proposta para que o sector da aviação entre no comércio de emissões. Uma ideia lançada pelo comissário europeu do Ambiente, Stravos Dimas, numa reunião realizada, na semana passada, em Londres, no âmbito da presidência britânica da União Europeia.Trata-se de uma tentativa de alargar o número de sectores a participar neste sistema europeu que, através de instrumentos de mercado, visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e, ao mesmo tempo, contribuir para atingir as metas definidas no Protocolo de Quioto. Os transportes aéreos têm uma importância determinante no aquecimento global do planeta, uma vez que a emissão de ga- ses proveniente do tráfego aéreo tem registado um aumento médio anual de cinco por cento.A proposta de Stravos Dimas surge escassos dias antes do arranque, marcado para hoje, em Montreal, no Canadá, da Conferência sobre Alterações Climáticas. O primeiro encontro, sob a égide das Nações Unidas, desde que o Protocolo de Quioto entrou em vigor, em 2004, em que se espera que a União Europeia reafirme o propósito de liderar a redução de emissões de gases com efeito de estufa após 2012.No que toca a Portugal, os limites assumidos relativamente a Quioto já foram ultrapassados. Por isso, o Governo prevê dotar o Fundo de Carbono com seis milhões de euros para comprar créditos no exterior. Um montante que José Eduardo Barroso, da E. Value, uma empresa orientada para a economia do ambiente, considera manifestamente "insuficiente". Enquanto define verbas para o fundo de carbono, o Governo, diz Eduardo Barroso, falha na implementação de medidas que conduzam à redução do consumo de energia.automóveis. O deputado português Jorge Moreira da Silva, presente na reunião de Londres em representação do Parlamento nacional, aplaude a ideia veiculada pelo comissário do Ambiente, mas defende que se vá mais longe. "Não faz sentido incluir o sector da aviação e não os outros." A preocupação incide no transporte rodoviário, que todos os anos regista crescimento do número de veículos em circulação.Moreira da Silva, que no Parlamento Europeu foi responsável pelo relatório sobre comércio de emissões, defende a introdução dos transportes no sistema com as mesmas regras que hoje em dia já regem o mercado do carbono na Europa. Com uma nuance. As licenças de emissão não seriam atribuídas aos automobilistas, mas às empresas construtoras de automóveis. Cada veículo poderia emitir 80 gramas de dióxido de carbono por quilómetro. Os que ultrapassassem esse montante seriam obrigados a comprar direitos de emissão àqueles cujos limites se situassem abaixo.Desde a semana passada que o sistema de comércio de emissões português se encontra em rede com as instalações europeias, o que permite comprar e vender direitos de emissão de dióxido de carbono. O balanço ainda que incipiente deste "negócio" só poderá ser feito a partir de Janeiro, quando as empresas fizerem o relatório relativo ao ano que está a terminar. Depois serão auditadas por verificadores ambientais, que, neste momento, estão a receber formação nesta área específica por parte do Instituto do Ambiente. Um processo que se encontra atrasado.

Companhias aéreas preferem mercado de carbono a taxas 21.12.2006 - 17h40 ReutersAs companhias aéreas preferem entrar no mercado do carbono à aplicação de taxas sobre passageiros, voos ou combustível, no âmbito de uma proposta apresentada ontem pela Comissão Europeia.O sector da aviação contribui com menos de dois por cento para as emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE), mas o sector está a crescer rapidamente. As suas emissões quase duplicaram de 1990 a 2004, segundo a Agência Europeia do Ambiente.A entrada do sector da aviação no Mercado Europeu de Licenças de Emissão a partir de 2011 será menos lesiva para as contas das companhias do que as taxas e até poderá aumentar as suas receitas, consideram muitas companhias.Há duas semanas, o ministro britânico das Finanças duplicou as taxas sobre os passageiros, uma medida que algumas transportadoras aéreas dizem custar quatro vezes mais do que simplesmente comprar licenças de emissão.Companhias divergem quanto a voos a incluir no esquemaA directiva a adoptar pela Comissão Europeia irá incluir as emissões dos voos dentro da UE a partir de 2011 e todos os voos para e de aeroportos da UE a partir de 2012.Mas as companhias com redes mais extensas, como a British Airways, querem que sejam abrangidos só os voos europeus. "Se tentarem aplicar isto a todas as companhias, onde quer que estejam sediadas, serão levantadas questões legais", lembrou Paul Marston, porta-voz da transportadora aérea britânica. "Isto só irá trazer grandes atrasos".Já as companhias de baixo-custo, como a EasyJet, que voam quase só dentro da Europa, querem ver todos os voos incluídos. "Para nós ou está toda a gente ou não está ninguém", disse Toby Nicol, porta-voz da EasyJet.O lado perverso do mercadoAo entrar no mercado de carbono, as companhias ganharão um determinado número de licenças de emissão mas terão de comprar licenças extra se excederem os limites de emissão.As empresas poderão obter enormes lucros deste esquema se transferirem para os consumidores os custos da compra destas licenças, que elas obtiveram de graça, como já fizeram há dois anos as companhias eléctricas."Seria perverso se a primeira tentativa de reduzir as emissões da aviação acabasse por dar ao sector enormes lucros sem fazer nada pelo ambiente", alertou Keith Allott, da organização WWF.Há quem proponha uma solução simples: leiloar licenças em vez de as dar de graça. Os fundos seriam investidos em investigação e desenvolvimento."Quer queiram, quer não, a aviação é uma necessidade de consumo. O que importa é incentivar os responsáveis pelo sector a inovarem", comentou Michael Rea, director do Carbon Trust, figura que monitoriza a tentativa do Reino Unido em reduzir as suas emissõesAviões europeus vão entrar no mercado do carbonoPaula Ferreira Arquivo DNMetas. Portugal já ultrapassou limites acordados no âmbito de QuiotoA Comissão Europeia pondera apresentar, no decorrer de 2006, de uma proposta para que o sector da aviação entre no comércio de emissões. Uma ideia lançada pelo comissário europeu do Ambiente, Stravos Dimas, numa reunião realizada, na semana passada, em Londres, no âmbito da presidência britânica da União Europeia.Trata-se de uma tentativa de alargar o número de sectores a participar neste sistema europeu que, através de instrumentos de mercado, visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e, ao mesmo tempo, contribuir para atingir as metas definidas no Protocolo de Quioto. Os transportes aéreos têm uma importância determinante no aquecimento global do planeta, uma vez que a emissão de ga- ses proveniente do tráfego aéreo tem registado um aumento médio anual de cinco por cento.A proposta de Stravos Dimas surge escassos dias antes do arranque, marcado para hoje, em Montreal, no Canadá, da Conferência sobre Alterações Climáticas. O primeiro encontro, sob a égide das Nações Unidas, desde que o Protocolo de Quioto entrou em vigor, em 2004, em que se espera que a União Europeia reafirme o propósito de liderar a redução de emissões de gases com efeito de estufa após 2012.No que toca a Portugal, os limites assumidos relativamente a Quioto já foram ultrapassados. Por isso, o Governo prevê dotar o Fundo de Carbono com seis milhões de euros para comprar créditos no exterior. Um montante que José Eduardo Barroso, da E. Value, uma empresa orientada para a economia do ambiente, considera manifestamente "insuficiente". Enquanto define verbas para o fundo de carbono, o Governo, diz Eduardo Barroso, falha na implementação de medidas que conduzam à redução do consumo de energia.automóveis. O deputado português Jorge Moreira da Silva, presente na reunião de Londres em representação do Parlamento nacional, aplaude a ideia veiculada pelo comissário do Ambiente, mas defende que se vá mais longe. "Não faz sentido incluir o sector da aviação e não os outros." A preocupação incide no transporte rodoviário, que todos os anos regista crescimento do número de veículos em circulação.Moreira da Silva, que no Parlamento Europeu foi responsável pelo relatório sobre comércio de emissões, defende a introdução dos transportes no sistema com as mesmas regras que hoje em dia já regem o mercado do carbono na Europa. Com uma nuance. As licenças de emissão não seriam atribuídas aos automobilistas, mas às empresas construtoras de automóveis. Cada veículo poderia emitir 80 gramas de dióxido de carbono por quilómetro. Os que ultrapassassem esse montante seriam obrigados a comprar direitos de emissão àqueles cujos limites se situassem abaixo.Desde a semana passada que o sistema de comércio de emissões português se encontra em rede com as instalações europeias, o que permite comprar e vender direitos de emissão de dióxido de carbono. O balanço ainda que incipiente deste "negócio" só poderá ser feito a partir de Janeiro, quando as empresas fizerem o relatório relativo ao ano que está a terminar. Depois serão auditadas por verificadores ambientais, que, neste momento, estão a receber formação nesta área específica por parte do Instituto do Ambiente. Um processo que se encontra atrasado.

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