joca lamas fausto: indemnizações em Nelas

15-04-2019
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O caso remonta à época passada (2008/2009). Em Dezembro de 2008, pouco antes do Natal, o `caldo` entornou no plantel do Nelas. Os jogadores não recebiam, então, desde Outubro e o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) teve mesmo de intervir. Na altura, aquele organismo distribuiu cerca de 400 euros a cada um dos 15 jogadores do clube (apenas 3 eram profissionais: Gomes, Ewerton e Márcio Sousa), através do Fundo de Garantia Salarial, depois do plantel nelense ter apresentado um pedido urgente de ajuda, devido a problemas de natureza salarial, de treino, médica, habitação e alimentação.O Nelas actuava então na Série C da 2.ª Divisão Nacional e alguns dos jogadores do plantel pediram a rescisão. Gomes foi um deles e como a Direcção do emblema do Dão não regularizou a situação financeira do atleta, o mesmo apresentou queixa através do Sindicato de Jogadores.A sentença da Comissão Arbitral Paritária foi dada pouco mais de 1 ano depois, com a deliberação de que o Sport Lisboa e Nelas será obrigado a indemnizar o jogador com um valor superior a 11 mil euros.O médio, agora a jogar no Tondela, para onde se transferiu depois de rescindir com o Nelas, refere que `fez-se justiça`."Sei que o clube continua a passar por grandes dificuldades mas isso passa pelas pessoas que lá estão. O que posso dizer é que fez-se justiça. Estamos a falar de um valor superior a 11 mil euros e a Direcção do Nelas nunca falou comigo, nunca se interessou por resolver o assunto e tive de seguir pelos trâmites necessários".Jorge Machado, conhecido por Gomes entre os colegas de profissão, adianta que não se quer `lembrar` dos 5 meses que passou no Nelas e revela situações `inacreditáveis`."Passei lá 5 meses que não me quero lembrar muitas vezes. Vi lá situações inacreditáveis. Colegas meus passaram fome, nas habitações que o clube arranjou não tinham sequer água quente".Gomes acredita que com a actual Direcção, o clube `não tem viabilidade`."Muito honestamente não vejo que seja com aquelas pessoas que estão na Direcção que o clube vá para a frente. Pouco fizeram até hoje e duvido que mudem muito. Entrei muitas vezes em conflito com eles porque, dada a minha personalidade, se tiver de falar eu falo. Se me vão pagar ou não aquilo que o tribunal determinou não sei mas se eles querem, como dizem, manter o clube de pé terão de falar com as pessoas interessadas. Senão terão de pagar de uma forma ou outra, ainda que não acredite que o Nelas tenha grande património".Ewerton e Marcelo aguardam decisãoO médio brasileiro Ewerton, que ao contrário de Gomes só saiu do clube já perto do final da época passada, em Maio, era outro dos jogadores com contrato profissional e tomou os mesmos procedimentos que o colega do Tondela. Apresentou queixa no Sindicato de Jogadores que encaminhou o processo para a Comissão Arbitral Paritária. O jogador aguarda ainda uma decisão que, conforme referiu ao Diário de Viseu, espera que chegue até final desta época."Acredito que até ao final desta temporada a situação fique resolvida e que o tribunal me dê razão porque trabalhei como todo os jogadores e não recebi. O valor é maior que 5 mil euros".Tal como Gomes, Ewerton também recorda as dificuldades que os jogadores passavam, sobretudo com habitação e alimentação."Sei que alguns colegas meus não tinham dinheiro para o pequeno-almoço, por exemplo, e que muitos moravam todos juntos na mesma casa".Outro dos jogadores que apresentou queixa por salários em atraso foi Marcelo Henrique, agora a jogar no Académico de Viseu. O defesa não tinha contrato profissional pelo que entregou o caso a um advogado e também aguarda o desenrolar do processo. No seu caso, o jogador não soube precisar o valor da indemnização mas adianta que "ronda os 4 mil euros".Segundo apurámos, Márcio Sousa, o 3.º `profissional` do plantel de então, agora a actuar no Esmoriz, também colocou o clube em tribunal tal como o defesa-central Carlos André, do Tondela, ainda que este tivesse contrato de `amador`.Na soma dos processos instaurados por jogadores da época passada contra o Sport Lisboa e Nelas, o valor a pagar pelo clube poderá ultrapassar os 30 mil euros, ainda que, por enquanto, a única sentença conhecida seja a relativa a Gomes.Contactado pelo Diário de Viseu, o presidente do clube, Luís Rodrigues, não quis prestar declarações sobre o assunto.fonte: Diário Regional de Viseu

O caso remonta à época passada (2008/2009). Em Dezembro de 2008, pouco antes do Natal, o `caldo` entornou no plantel do Nelas. Os jogadores não recebiam, então, desde Outubro e o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) teve mesmo de intervir. Na altura, aquele organismo distribuiu cerca de 400 euros a cada um dos 15 jogadores do clube (apenas 3 eram profissionais: Gomes, Ewerton e Márcio Sousa), através do Fundo de Garantia Salarial, depois do plantel nelense ter apresentado um pedido urgente de ajuda, devido a problemas de natureza salarial, de treino, médica, habitação e alimentação.O Nelas actuava então na Série C da 2.ª Divisão Nacional e alguns dos jogadores do plantel pediram a rescisão. Gomes foi um deles e como a Direcção do emblema do Dão não regularizou a situação financeira do atleta, o mesmo apresentou queixa através do Sindicato de Jogadores.A sentença da Comissão Arbitral Paritária foi dada pouco mais de 1 ano depois, com a deliberação de que o Sport Lisboa e Nelas será obrigado a indemnizar o jogador com um valor superior a 11 mil euros.O médio, agora a jogar no Tondela, para onde se transferiu depois de rescindir com o Nelas, refere que `fez-se justiça`."Sei que o clube continua a passar por grandes dificuldades mas isso passa pelas pessoas que lá estão. O que posso dizer é que fez-se justiça. Estamos a falar de um valor superior a 11 mil euros e a Direcção do Nelas nunca falou comigo, nunca se interessou por resolver o assunto e tive de seguir pelos trâmites necessários".Jorge Machado, conhecido por Gomes entre os colegas de profissão, adianta que não se quer `lembrar` dos 5 meses que passou no Nelas e revela situações `inacreditáveis`."Passei lá 5 meses que não me quero lembrar muitas vezes. Vi lá situações inacreditáveis. Colegas meus passaram fome, nas habitações que o clube arranjou não tinham sequer água quente".Gomes acredita que com a actual Direcção, o clube `não tem viabilidade`."Muito honestamente não vejo que seja com aquelas pessoas que estão na Direcção que o clube vá para a frente. Pouco fizeram até hoje e duvido que mudem muito. Entrei muitas vezes em conflito com eles porque, dada a minha personalidade, se tiver de falar eu falo. Se me vão pagar ou não aquilo que o tribunal determinou não sei mas se eles querem, como dizem, manter o clube de pé terão de falar com as pessoas interessadas. Senão terão de pagar de uma forma ou outra, ainda que não acredite que o Nelas tenha grande património".Ewerton e Marcelo aguardam decisãoO médio brasileiro Ewerton, que ao contrário de Gomes só saiu do clube já perto do final da época passada, em Maio, era outro dos jogadores com contrato profissional e tomou os mesmos procedimentos que o colega do Tondela. Apresentou queixa no Sindicato de Jogadores que encaminhou o processo para a Comissão Arbitral Paritária. O jogador aguarda ainda uma decisão que, conforme referiu ao Diário de Viseu, espera que chegue até final desta época."Acredito que até ao final desta temporada a situação fique resolvida e que o tribunal me dê razão porque trabalhei como todo os jogadores e não recebi. O valor é maior que 5 mil euros".Tal como Gomes, Ewerton também recorda as dificuldades que os jogadores passavam, sobretudo com habitação e alimentação."Sei que alguns colegas meus não tinham dinheiro para o pequeno-almoço, por exemplo, e que muitos moravam todos juntos na mesma casa".Outro dos jogadores que apresentou queixa por salários em atraso foi Marcelo Henrique, agora a jogar no Académico de Viseu. O defesa não tinha contrato profissional pelo que entregou o caso a um advogado e também aguarda o desenrolar do processo. No seu caso, o jogador não soube precisar o valor da indemnização mas adianta que "ronda os 4 mil euros".Segundo apurámos, Márcio Sousa, o 3.º `profissional` do plantel de então, agora a actuar no Esmoriz, também colocou o clube em tribunal tal como o defesa-central Carlos André, do Tondela, ainda que este tivesse contrato de `amador`.Na soma dos processos instaurados por jogadores da época passada contra o Sport Lisboa e Nelas, o valor a pagar pelo clube poderá ultrapassar os 30 mil euros, ainda que, por enquanto, a única sentença conhecida seja a relativa a Gomes.Contactado pelo Diário de Viseu, o presidente do clube, Luís Rodrigues, não quis prestar declarações sobre o assunto.fonte: Diário Regional de Viseu

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