PS tenta estancar ruído em torno das presidenciais

30-10-2015
marcar artigo

A história dos últimos anos repete-se: à semelhança do que aconteceu em 2006 e 2011, as eleições presidenciais de 2016 estão também a dividir os socialistas.

Em cima da mesa já estão as candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém e as facções do PS começaram o jogo de forças. Isto sem contar com a candidatura de Henrique Neto, que também mexe no eleitorado socialista, e com os sucessivos apelos da direcção socialista para que não se discuta presidenciais numa altura em que o PS tenta tirar o poder ao PSD/CDS em Outubro, nas legislativas.

Apesar de Costa não estar a conseguir totalmente tirar da agenda política o assunto presidenciais, alguns socialistas e o historiador político Carlos Leone acreditam que o anúncio da candidatura de Maria de Belém (na segunda-feira) vai "reduzir o ruído" porque colocou fim ao tabu e trouxe "clarificação". A própria Maria de Belém explicou que anunciava já a candidatura, embora só a formalize após as legislativas, para "evitar especulações". Isto é, para não contaminar a campanha para as eleições de 4 de Outubro.

Ainda que tenha clarificado, o certo é que o anúncio desta candidatura formalizou a divisão interna no PS em torno do candidato presidencial que o partido deve apoiar. Se o ex-reitor Sampaio da Nóvoa tem a seu lado históricos como Mário Soares e Jorge Sampaio (ex-presidentes) e a simpatia do secretário-geral do PS (que nunca chegou a assumir o apoio), Maria de Belém está a congregar apoios na máquina do partido e junto de muitas distritais e militantes, a maioria ‘seguristas'. O ex-líder da distrital de Leiria João Paulo Pedrosa acredita mesmo que a candidatura de Belém vai "acrescentar mais votos ao PS" nas legislativas. A tese de que o partido pode ganhar nas legislativas com o facto de o PS ter agora um possível candidato presidencial mais à esquerda (Sampaio da Nóvoa) e outro mais ao centro (Maria de Belém), porque alarga o universo de eleitorado, estava ontem a ser defendida por facções socialistas.

Manuel Alegre veio ontem a terreiro manifestar o seu apoio à ex-ministra da Saúde e ex-presidente do PS (na era António José Seguro). E foi precisamente o histórico socialista o candidato que protagonizou uma das maiores divisões no PS por causa de uma corrida a Belém. Em 2006, Alegre avançou sem o apoio do PS, que preferiu apoiar o seu ex-líder Mário Soares. Acabou Cavaco Silva (apoiado pelo PSD e CDS) por vencer a corrida. Já nas eleições seguintes foi a vez de Mário Soares dividir o PS ao anunciar o seu apoio a Fernando Nobre quando Alegre era o candidato do partido. E, mesmo apoiado pelo PS, BE e PCP, Alegre viu Cavaco Silva ser reeleito com uma margem significativa de votos. Soares e Alegre surgem, de novo, em 2016, em campos opostos. O facto de a história ter mostrado que a direita tem ganho sempre que o PS se apresenta dividido está a preocupar muitos socialistas.

Ontem, o eurodeputado do PS Carlos Zorrinho tentou estancar dispersões e ruído em torno das candidaturas, explicando ao partido, através do Facebook que, feita a clarificação, o PS tem agora "mais razões para se focar a 100% nas legislativas". Também o líder parlamentar, Ferro Rodrigues, tentou atirar o assunto para depois de 4 de Outubro ao dizer que discutir agora presidenciais "seria uma miopia". Mas não é só António Costa e os seus próximos que estão a tentar tirar o assunto da agenda. Também Maria de Belém tentou acalmar as hostes e as facções que a apoiam, avisando na mesma nota onde anunciou candidatura: "Para o PS o foco nas presidenciais só deve começar em 5 de Outubro".

A história dos últimos anos repete-se: à semelhança do que aconteceu em 2006 e 2011, as eleições presidenciais de 2016 estão também a dividir os socialistas.

Em cima da mesa já estão as candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém e as facções do PS começaram o jogo de forças. Isto sem contar com a candidatura de Henrique Neto, que também mexe no eleitorado socialista, e com os sucessivos apelos da direcção socialista para que não se discuta presidenciais numa altura em que o PS tenta tirar o poder ao PSD/CDS em Outubro, nas legislativas.

Apesar de Costa não estar a conseguir totalmente tirar da agenda política o assunto presidenciais, alguns socialistas e o historiador político Carlos Leone acreditam que o anúncio da candidatura de Maria de Belém (na segunda-feira) vai "reduzir o ruído" porque colocou fim ao tabu e trouxe "clarificação". A própria Maria de Belém explicou que anunciava já a candidatura, embora só a formalize após as legislativas, para "evitar especulações". Isto é, para não contaminar a campanha para as eleições de 4 de Outubro.

Ainda que tenha clarificado, o certo é que o anúncio desta candidatura formalizou a divisão interna no PS em torno do candidato presidencial que o partido deve apoiar. Se o ex-reitor Sampaio da Nóvoa tem a seu lado históricos como Mário Soares e Jorge Sampaio (ex-presidentes) e a simpatia do secretário-geral do PS (que nunca chegou a assumir o apoio), Maria de Belém está a congregar apoios na máquina do partido e junto de muitas distritais e militantes, a maioria ‘seguristas'. O ex-líder da distrital de Leiria João Paulo Pedrosa acredita mesmo que a candidatura de Belém vai "acrescentar mais votos ao PS" nas legislativas. A tese de que o partido pode ganhar nas legislativas com o facto de o PS ter agora um possível candidato presidencial mais à esquerda (Sampaio da Nóvoa) e outro mais ao centro (Maria de Belém), porque alarga o universo de eleitorado, estava ontem a ser defendida por facções socialistas.

Manuel Alegre veio ontem a terreiro manifestar o seu apoio à ex-ministra da Saúde e ex-presidente do PS (na era António José Seguro). E foi precisamente o histórico socialista o candidato que protagonizou uma das maiores divisões no PS por causa de uma corrida a Belém. Em 2006, Alegre avançou sem o apoio do PS, que preferiu apoiar o seu ex-líder Mário Soares. Acabou Cavaco Silva (apoiado pelo PSD e CDS) por vencer a corrida. Já nas eleições seguintes foi a vez de Mário Soares dividir o PS ao anunciar o seu apoio a Fernando Nobre quando Alegre era o candidato do partido. E, mesmo apoiado pelo PS, BE e PCP, Alegre viu Cavaco Silva ser reeleito com uma margem significativa de votos. Soares e Alegre surgem, de novo, em 2016, em campos opostos. O facto de a história ter mostrado que a direita tem ganho sempre que o PS se apresenta dividido está a preocupar muitos socialistas.

Ontem, o eurodeputado do PS Carlos Zorrinho tentou estancar dispersões e ruído em torno das candidaturas, explicando ao partido, através do Facebook que, feita a clarificação, o PS tem agora "mais razões para se focar a 100% nas legislativas". Também o líder parlamentar, Ferro Rodrigues, tentou atirar o assunto para depois de 4 de Outubro ao dizer que discutir agora presidenciais "seria uma miopia". Mas não é só António Costa e os seus próximos que estão a tentar tirar o assunto da agenda. Também Maria de Belém tentou acalmar as hostes e as facções que a apoiam, avisando na mesma nota onde anunciou candidatura: "Para o PS o foco nas presidenciais só deve começar em 5 de Outubro".

marcar artigo