Bloco fora do governo do PS mas quer viabilizar Orçamento socialista

14-08-2017
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O Bloco de Esquerda apresenta nesta segunda-feira a António Costa uma lista de medidas que o partido quer ver contempladas num futuro orçamento dos socialistas. Em vésperas do encontro com o PS os bloquistas não avançam o conteúdo das propostas, mas o i apurou que na lista estará a diminuição da taxa de IVA na electricidade e no gás, actualmente na taxa máxima de 23%, para os 6%.

O BE pretende, assim, reverter o aumento do IVAna energia, previsto no memorando da troika e aprovado pelo governo PSD/CDS logo em 2011. O BE (tal como o PCP) chegou a avançar com um projecto de lei que repunha a cobrança de IVA nos 6%, na anterior legislatura, mas a proposta foi chumbada por sociais-democratas, centristas e... socialistas.

A aposta dos bloquistas nas negociações com o PS vai para medidas concretas, com incidência no orçamento e no custo de vida das pessoas. E, de acordo com fonte do partido, não se trata de linhas vermelhas, mas de propostas de trabalho – ou seja, o BE está disposto a negociar. De fora vão ficar questões que constituiriam uma divergência intransponível entre os dois partidos, caso da reestruturação da dívida ou do Tratado Orçamental.

Um governo “sustentável”

Jorge Costa, dirigente do BE, espera que o encontro de hoje “permita avançar sobre matérias de política económica e orçamental”. Lembrando as questões que a líder, Catarina Martins, levantou durante a campanha eleitoral (desafiando Costa a recuar no corte de 1600 milhões nas pensões, bem como na descida da TSU e no regime compensatório, que o BE defende que vai facilitar os despedimentos), diz esperar que as negociações com os socialistas possam resultar num “caminho de descontinuidade com a austeridade”, “sustentável em termos de orçamento de Estado”.

O que poderá então dizer António Costa das intenções da esquerda quando, hoje à tarde, reunir com Cavaco Silva? “Que da parte do BE e do PCP estão reunidas as condições para a viabilização do programa do governo, caso a direita apresente uma moção de rejeição”. Isto para já, porque o trabalho passa agora, precisamente, por “dar mais conteúdo e mais substância à ideia de que um governo do PS sustentado à esquerda é sustentável”. Para o BE, como já sublinharam vários dirigentes, trata-se de definir as condições para a viabilização de um governo minoritário do PS. Ao contrário do PCP, que não fechou essa porta, o Bloco já deixou claro que não formará governo com os socialistas.

PS “partido”

A possibilidade de um acordo do PS com os partidos à sua esquerda, na sequência das legislativas que deram uma vitória minoritária à coligação PSD/CDS, está a causar mossa entre os socialistas. No fim-de-semana, Sérgio Sousa Pinto demitiu-se do secretariado do partido, em divergência com a estratégia de Costa de aproximação ao PCP e BE.

Vítor Ramalho, membro da Comissão Política, defende que “a direita, tendo tido mais votos que o PS, deve governar”. Aos socialistas caberá “fiscalizar fortemente” a acção do governo e travar o que não considerar consentâneo com a vontade do eleitorado. Mas, ainda assim, considera que a decisão de Sérgio Sousa Pinto é “prematura”. “Com todo o respeito, não entendi. O partido não deliberou nada, não foi tomada decisão nenhuma”, sublinhou ao i, acrescentando que Costa está a fazer aquilo para que foi mandatado – falar com os vários partidos.

Também ontem, Helena Freitas, independente que encabeço as listas do PS por Coimbra, veio dizer no Facebook que “Passos Coelho ganhou as eleições e tem todo o direito a governar”. A futura deputada sublinha que houve uma “maioria de portugueses contra a coligação”, mas acrescenta que “não se apresentou aos eleitores e portanto, para efeitos de governo, não existe, não é legítima”. “Constituir assim um governo, seria uma traição ao eleitorado, e ao próprio eleitorado do PS”, conclui.

Quem também não poupou nas palavras foi o ex-deputado socialista JoãoPaulo Pedrosa. “Se os leitores se derem ao trabalho verificam no site do partido Front National, da Srª Marine Le Pen, que o programa e as causas são em tudo muito semelhantes às do PCP, só que para o efeito cá chamam às ideias de lá, extrema-direita, e a estas, esquerda”, escreveu nas redes sociais.

Em sentido totalmente contrário, Porfírio Silva, do secretariado socialista, questionava ontem, também no Facebook: “Irão propor a ilegalização do PCP e do BE?!”. E Augusto Santos Silva advertia: “Se o PS sempre se queixou, e bem, do imobilismo do PCP, não pode agora tornar-se imóvel só porque o PCP se mexeu...”.

O Bloco de Esquerda apresenta nesta segunda-feira a António Costa uma lista de medidas que o partido quer ver contempladas num futuro orçamento dos socialistas. Em vésperas do encontro com o PS os bloquistas não avançam o conteúdo das propostas, mas o i apurou que na lista estará a diminuição da taxa de IVA na electricidade e no gás, actualmente na taxa máxima de 23%, para os 6%.

O BE pretende, assim, reverter o aumento do IVAna energia, previsto no memorando da troika e aprovado pelo governo PSD/CDS logo em 2011. O BE (tal como o PCP) chegou a avançar com um projecto de lei que repunha a cobrança de IVA nos 6%, na anterior legislatura, mas a proposta foi chumbada por sociais-democratas, centristas e... socialistas.

A aposta dos bloquistas nas negociações com o PS vai para medidas concretas, com incidência no orçamento e no custo de vida das pessoas. E, de acordo com fonte do partido, não se trata de linhas vermelhas, mas de propostas de trabalho – ou seja, o BE está disposto a negociar. De fora vão ficar questões que constituiriam uma divergência intransponível entre os dois partidos, caso da reestruturação da dívida ou do Tratado Orçamental.

Um governo “sustentável”

Jorge Costa, dirigente do BE, espera que o encontro de hoje “permita avançar sobre matérias de política económica e orçamental”. Lembrando as questões que a líder, Catarina Martins, levantou durante a campanha eleitoral (desafiando Costa a recuar no corte de 1600 milhões nas pensões, bem como na descida da TSU e no regime compensatório, que o BE defende que vai facilitar os despedimentos), diz esperar que as negociações com os socialistas possam resultar num “caminho de descontinuidade com a austeridade”, “sustentável em termos de orçamento de Estado”.

O que poderá então dizer António Costa das intenções da esquerda quando, hoje à tarde, reunir com Cavaco Silva? “Que da parte do BE e do PCP estão reunidas as condições para a viabilização do programa do governo, caso a direita apresente uma moção de rejeição”. Isto para já, porque o trabalho passa agora, precisamente, por “dar mais conteúdo e mais substância à ideia de que um governo do PS sustentado à esquerda é sustentável”. Para o BE, como já sublinharam vários dirigentes, trata-se de definir as condições para a viabilização de um governo minoritário do PS. Ao contrário do PCP, que não fechou essa porta, o Bloco já deixou claro que não formará governo com os socialistas.

PS “partido”

A possibilidade de um acordo do PS com os partidos à sua esquerda, na sequência das legislativas que deram uma vitória minoritária à coligação PSD/CDS, está a causar mossa entre os socialistas. No fim-de-semana, Sérgio Sousa Pinto demitiu-se do secretariado do partido, em divergência com a estratégia de Costa de aproximação ao PCP e BE.

Vítor Ramalho, membro da Comissão Política, defende que “a direita, tendo tido mais votos que o PS, deve governar”. Aos socialistas caberá “fiscalizar fortemente” a acção do governo e travar o que não considerar consentâneo com a vontade do eleitorado. Mas, ainda assim, considera que a decisão de Sérgio Sousa Pinto é “prematura”. “Com todo o respeito, não entendi. O partido não deliberou nada, não foi tomada decisão nenhuma”, sublinhou ao i, acrescentando que Costa está a fazer aquilo para que foi mandatado – falar com os vários partidos.

Também ontem, Helena Freitas, independente que encabeço as listas do PS por Coimbra, veio dizer no Facebook que “Passos Coelho ganhou as eleições e tem todo o direito a governar”. A futura deputada sublinha que houve uma “maioria de portugueses contra a coligação”, mas acrescenta que “não se apresentou aos eleitores e portanto, para efeitos de governo, não existe, não é legítima”. “Constituir assim um governo, seria uma traição ao eleitorado, e ao próprio eleitorado do PS”, conclui.

Quem também não poupou nas palavras foi o ex-deputado socialista JoãoPaulo Pedrosa. “Se os leitores se derem ao trabalho verificam no site do partido Front National, da Srª Marine Le Pen, que o programa e as causas são em tudo muito semelhantes às do PCP, só que para o efeito cá chamam às ideias de lá, extrema-direita, e a estas, esquerda”, escreveu nas redes sociais.

Em sentido totalmente contrário, Porfírio Silva, do secretariado socialista, questionava ontem, também no Facebook: “Irão propor a ilegalização do PCP e do BE?!”. E Augusto Santos Silva advertia: “Se o PS sempre se queixou, e bem, do imobilismo do PCP, não pode agora tornar-se imóvel só porque o PCP se mexeu...”.

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