PSD faz marcha-atrás no caso Sócrates

13-09-2016
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OPSD quer travar a polémica lançada por Paulo Rangel e garante que a posição oficial do partido é que “não há nenhuma matéria de natureza de justiça que mereça comentários”. A posição foi assumida pelo porta-voz do PSD, Marco António Costa, lembrando que essa é “a posição oficial do PSD e tem sido a posição oficial da coligação e do governo”.

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A polémica já dura há três dias e nasceu na Universidade de Verão do PSD com Rangel, ex--secretário de Estado da Justiça, a sugerir que, se o PS estivesse no governo, José Sócrates não teria sido investigado. Passos não lhe tirou o tapete mas, após pesadas críticas do meio judicial, o PSD aproveitou uma conferência de imprensa sobre o desemprego para pôr um ponto final no caso. “Nós só comentamos assuntos políticos, mantemos a mesma posição”, garantiu o porta-voz do partido.

A ordem que as estruturas locais e distritais têm recebido é para não trazerem o caso Sócrates para a campanha, com o argumento de que “é um tema judicial”. “OPSD nunca trouxe nem quer trazer essa questão para a campanha eleitoral”, garante um social-democrata – o que não impede a coligação de querer alimentar a ideia de que a justiça está “mais pró-activa”, acrescenta. A verdade é que quando o clima político aquece, o PSD não resiste a utilizar o caso Sócrates. No auge da polémica sobre as dívidas à Segurança Social, em Março, Passos Coelho garantiu que por “mais que remexam, não encontrarão no cidadão Pedro Passos Coelho ninguém que, como primeiro-ministro, tenha usado o lugar que tinha para enriquecer, prestar favores ou viver fora das suas possibilidades”.

A declaração de Rangel abriu mais uma guerra com os socialistas, apesar de António Costa não se ter envolvido na polémica. José Magalhães, secretário de Estado da Justiça nos tempos de José Sócrates, fez nas redes sociais um dos mais duros ataques ao eurodeputado. “Fazer conjecturas sobre temas destes é coisa nunca vista por cá, mas banal em sistemas onde palhaços arrogantes à Trump colonizam os media. É a esse nível que se coloca Rangel”, escreve o deputado, acrescentando que “esta conversa de sobremesa pacóvia resolve-se tratando Rangel com o desprezo que merece.”

Foram vários os deputados e dirigentes socialistas a responder a Paulo Rangel. A constitucionalista Isabel Moreira acusou-o de “baixa política”, o deputado Renato Sampaio escreveu na sua página de Facebook que “não é um qualquer anão político que mancha a honra de um partido fundador da democracia” e o também deputado João Paulo Pedrosa apelou “a que todo o socialista e decente democrata o deixe a bramir sozinho”. António Capucho classifica a declaração feita na rentrée do PSD como uma “enormidade”. Capucho, que foi expulso do PSD e já declarou o seu apoio a António Costa, defende que Paulo Rangel “deve uma explicação e um pedido de desculpas aos eleitores”.

Esta não é, porém, a primeira vez que uma figura do PSD dá a garantia de que houve mudanças na justiça que permitem uma actuação diferente perante os poderosos. Duarte Marques, que em 2011 reuniu com o procurador-geral da República para pedir uma investigação a José Sócrates, disse, em entrevista ao i, não ter “a mínima dúvida” de que Pinto Monteiro protegeu o ex-primeiro-ministro. “Acha que há dúvidas sobre isso? Não tenho a mínima dúvida sobre isso. As evidências são claras. Só espero que a justiça tenha liberdade para trabalhar e, neste momento, há liberdade”, disse, em Junho, o deputado social-democrata.

OPSD quer travar a polémica lançada por Paulo Rangel e garante que a posição oficial do partido é que “não há nenhuma matéria de natureza de justiça que mereça comentários”. A posição foi assumida pelo porta-voz do PSD, Marco António Costa, lembrando que essa é “a posição oficial do PSD e tem sido a posição oficial da coligação e do governo”.

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A polémica já dura há três dias e nasceu na Universidade de Verão do PSD com Rangel, ex--secretário de Estado da Justiça, a sugerir que, se o PS estivesse no governo, José Sócrates não teria sido investigado. Passos não lhe tirou o tapete mas, após pesadas críticas do meio judicial, o PSD aproveitou uma conferência de imprensa sobre o desemprego para pôr um ponto final no caso. “Nós só comentamos assuntos políticos, mantemos a mesma posição”, garantiu o porta-voz do partido.

A ordem que as estruturas locais e distritais têm recebido é para não trazerem o caso Sócrates para a campanha, com o argumento de que “é um tema judicial”. “OPSD nunca trouxe nem quer trazer essa questão para a campanha eleitoral”, garante um social-democrata – o que não impede a coligação de querer alimentar a ideia de que a justiça está “mais pró-activa”, acrescenta. A verdade é que quando o clima político aquece, o PSD não resiste a utilizar o caso Sócrates. No auge da polémica sobre as dívidas à Segurança Social, em Março, Passos Coelho garantiu que por “mais que remexam, não encontrarão no cidadão Pedro Passos Coelho ninguém que, como primeiro-ministro, tenha usado o lugar que tinha para enriquecer, prestar favores ou viver fora das suas possibilidades”.

A declaração de Rangel abriu mais uma guerra com os socialistas, apesar de António Costa não se ter envolvido na polémica. José Magalhães, secretário de Estado da Justiça nos tempos de José Sócrates, fez nas redes sociais um dos mais duros ataques ao eurodeputado. “Fazer conjecturas sobre temas destes é coisa nunca vista por cá, mas banal em sistemas onde palhaços arrogantes à Trump colonizam os media. É a esse nível que se coloca Rangel”, escreve o deputado, acrescentando que “esta conversa de sobremesa pacóvia resolve-se tratando Rangel com o desprezo que merece.”

Foram vários os deputados e dirigentes socialistas a responder a Paulo Rangel. A constitucionalista Isabel Moreira acusou-o de “baixa política”, o deputado Renato Sampaio escreveu na sua página de Facebook que “não é um qualquer anão político que mancha a honra de um partido fundador da democracia” e o também deputado João Paulo Pedrosa apelou “a que todo o socialista e decente democrata o deixe a bramir sozinho”. António Capucho classifica a declaração feita na rentrée do PSD como uma “enormidade”. Capucho, que foi expulso do PSD e já declarou o seu apoio a António Costa, defende que Paulo Rangel “deve uma explicação e um pedido de desculpas aos eleitores”.

Esta não é, porém, a primeira vez que uma figura do PSD dá a garantia de que houve mudanças na justiça que permitem uma actuação diferente perante os poderosos. Duarte Marques, que em 2011 reuniu com o procurador-geral da República para pedir uma investigação a José Sócrates, disse, em entrevista ao i, não ter “a mínima dúvida” de que Pinto Monteiro protegeu o ex-primeiro-ministro. “Acha que há dúvidas sobre isso? Não tenho a mínima dúvida sobre isso. As evidências são claras. Só espero que a justiça tenha liberdade para trabalhar e, neste momento, há liberdade”, disse, em Junho, o deputado social-democrata.

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