Fórum de Rio Maior: Debate: desemprego e precariedade

14-04-2019
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Por Daniel Carvalho

No dia 15
de Fevereiro pelas
20:30h, realizou-se, na Biblioteca Municipal
Laureano Santos, em Rio Maior, um debate sobre o ‘desemprego e
precariedade’ organizado pelo grupo Projeto de Cidadania. Este
encontro debruçou-se na discussão de alternativas ao futuro do
concelho e do país, na tentativa de combate ao desemprego e à
situação desfavorável que tanto preocupa os portugueses.

Apresentado
e moderado pelo membro do Projeto de Cidadania e aluno da Escola Secundária de
Rio Maior, Rodrigo Gonçalves, a iniciativa contou com a presença de
vários oradores: João Paulo Correia, dirigente do Sindicato dos
Professores da Grande Lisboa; Célia Colaço, dirigente da União de
Sindicatos do Distrito de Santarém; Ricardo Vicente, dirigente da
Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis;
e Bruna Vicente, deputada ao Parlamento dos Jovens 2013 e aluna da
Escola Secundária de Rio Maior. A sessão apresentou-se
diversificada nas suas opiniões e inovadora quanto à discussão do
futuro laboral que se avizinha, apresentando boas ideias para um
maior e melhor aproveitamento da mão de obra portuguesa.

Uma das
questões que persegue a massa populacional foi abordada: a troika e
as suas políticas aplicadas ao nosso país. Segundo João Paulo
Correia, orador nessa noite, “há culpados na gestação da crise”
e é visível “a perda de direitos” no panorama atual por culpa
dos mesmos. O sistema financeiro mundial é um organismo que falha
democraticamente, ou seja, o poder do povo não é soberano. Neste
contexto, foi projetado um pequeno filme britânico, apresentado pelo
dirigente do SPGL, que satiriza a situação liberal dos mercados
americanos, tendo
como plano de fundo a memorável crise de 1929.

“Nunca
tivemos tanto desemprego como hoje”, comprova-o Ricardo Vicente,
dirigente dos Precários Inflexíveis, através de gráficos e dados
do Instituto Nacional de Estatística, que, com um tom assertivo,
expuseram a real situação do aumento do desemprego em Portugal e em
Rio Maior, que, entre as localidades vizinhas é o mais grave!
Geraram-se “3 milhões de pobres em Portugal após o Orçamento de
Estado aprovado”, sendo uma boa fatia pertencente ao desemprego
jovem. Estas políticas resultam de um sistema onde “os interesses
financeiros sobrepõem-se aos interesses do povo”, limitando assim
a decisão e os direitos dos trabalhadores e da população precária.
Assistimos ao “maior assalto à Segurança Social e aos serviços
sociais”, e a um país onde o trabalho parcial ultrapassa o
trabalho a tempo inteiro: há instabilidade em manter um emprego
garantido e com direitos! Situação que apenas é resolvida a partir
do “apelo à mobilização social” e através de iniciativas como
a Lei contra a precariedade desenvolvida pela Associação de Combate
à Precariedade, representada por Ricardo Vicente, orador neste
debate.

Durante
as 3 horas desta sessão, houve também tempo para refletir sobre o
desemprego jovem e a saída de estudantes para o estrangeiro, que é
a situação mais comum e certa para muitos após a licenciatura.
Bruna Vicente, estudante da Escola Secundária e representante do
grupo do Parlamento dos Jovens ‘Os Fixe’, do qual eu e mais três
jovens presentes no debate fazem parte, apresentou as medidas
propostas pela coletividade para solucionar o tema deste ano: “os
jovens e o emprego: que futuro?”. As três medidas passam pelo
‘Projeto Garum’: criação de escolas profissionais privadas para
estudantes estrangeiros; a ‘Medida nº 2’: criação de agências
empresariais de criação e gestão de part-times para jovens
estudantes entre os 16 e os 25 anos de idade; e a ‘Medida nº 3’
que consiste no gozo de benifícios fiscais caso 5 a 10% dessas
mesmas empresas fossem constituídas por jovens estudantes. Recebendo
várias críticas, boas e más, este debate serviu para ganharmos
estabilidade e terreno nos campos da intervenção cívica, no dever
da cidadania e na visão dos jovens da crise. “As pessoas têm de
ter direito de crescer no próprio país” e não serem obrigados a
emigrar devido ao fraco aproveitamento que lhes é proporcionado.
Segundo um inquérito feito pelo grupo, apenas 7 em 20 estudantes
licenciados querem ficar em Portugal. “É dinheiro investido em
estudantes que vão emigrar para fora e vão constituir família no
estrangeiro”. “Temos que ter iniciativa (jovens)!”

Foi
também debatido o aproveitamento e respetiva projeção dos pequenos
negócios agrícolas locais no mercado nacional: “investir na
agricultura é uma boa iniciativa de recuperação empresarial
portuguesa”. Sugeriu-se ainda neste contexto a criação de uma
imagem de marca para os diversos produtos agrícolas riomaiorenses, a
questão das pescas e o fomento do papel que os trabalhadores têm no
país.

Numa fase
final, Célia Colaço, dirigente da União de Sindicatos do Distrito
de Santarém, apresentou o lado do setor secundário, especialmente
na questão das Carnes Nobre, indústria que pôs em risco cem
empregados ao deslocalizar a produção de carne de Sintra para Rio
Maior. Quanto às políticas nacionais, Célia Colaço confessa que
“os media estão a impor-nos medo e estamos na escravatura dos
tempos modernos”; a precariedade no setor secundário é uma
realidade: centenas de trabalhadores exercem a profissão sem
condições de trabalho, direitos, segurança e altamente carregados
com esforço físico acentuado por longas horas. No entanto, e para
retorno da miséria e crise social, “os jovens têm potencial, sede
de sabedoria e acesso a ela” sendo a nova geração onde a
sustentabilidade, a cooperação e o desenvolvimento são desejos
que, através da participação democrática e cívica, concretizam
as suas ideias e objetivos para um país mais dinâmico.

A noite
foi agradável, produtiva e houve uma notória iniciativa democrática
e cívica no que toca à participação do público: primeiro porque
estiveram presentes pessoas de gerações muito diferentes, assumindo
outras realidades; e também porque esta sessão, comparada à do ano
anterior, com o mesmo tema e objetivo, reuniu mais do dobro de
participantes.

Por Daniel Carvalho

No dia 15
de Fevereiro pelas
20:30h, realizou-se, na Biblioteca Municipal
Laureano Santos, em Rio Maior, um debate sobre o ‘desemprego e
precariedade’ organizado pelo grupo Projeto de Cidadania. Este
encontro debruçou-se na discussão de alternativas ao futuro do
concelho e do país, na tentativa de combate ao desemprego e à
situação desfavorável que tanto preocupa os portugueses.

Apresentado
e moderado pelo membro do Projeto de Cidadania e aluno da Escola Secundária de
Rio Maior, Rodrigo Gonçalves, a iniciativa contou com a presença de
vários oradores: João Paulo Correia, dirigente do Sindicato dos
Professores da Grande Lisboa; Célia Colaço, dirigente da União de
Sindicatos do Distrito de Santarém; Ricardo Vicente, dirigente da
Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis;
e Bruna Vicente, deputada ao Parlamento dos Jovens 2013 e aluna da
Escola Secundária de Rio Maior. A sessão apresentou-se
diversificada nas suas opiniões e inovadora quanto à discussão do
futuro laboral que se avizinha, apresentando boas ideias para um
maior e melhor aproveitamento da mão de obra portuguesa.

Uma das
questões que persegue a massa populacional foi abordada: a troika e
as suas políticas aplicadas ao nosso país. Segundo João Paulo
Correia, orador nessa noite, “há culpados na gestação da crise”
e é visível “a perda de direitos” no panorama atual por culpa
dos mesmos. O sistema financeiro mundial é um organismo que falha
democraticamente, ou seja, o poder do povo não é soberano. Neste
contexto, foi projetado um pequeno filme britânico, apresentado pelo
dirigente do SPGL, que satiriza a situação liberal dos mercados
americanos, tendo
como plano de fundo a memorável crise de 1929.

“Nunca
tivemos tanto desemprego como hoje”, comprova-o Ricardo Vicente,
dirigente dos Precários Inflexíveis, através de gráficos e dados
do Instituto Nacional de Estatística, que, com um tom assertivo,
expuseram a real situação do aumento do desemprego em Portugal e em
Rio Maior, que, entre as localidades vizinhas é o mais grave!
Geraram-se “3 milhões de pobres em Portugal após o Orçamento de
Estado aprovado”, sendo uma boa fatia pertencente ao desemprego
jovem. Estas políticas resultam de um sistema onde “os interesses
financeiros sobrepõem-se aos interesses do povo”, limitando assim
a decisão e os direitos dos trabalhadores e da população precária.
Assistimos ao “maior assalto à Segurança Social e aos serviços
sociais”, e a um país onde o trabalho parcial ultrapassa o
trabalho a tempo inteiro: há instabilidade em manter um emprego
garantido e com direitos! Situação que apenas é resolvida a partir
do “apelo à mobilização social” e através de iniciativas como
a Lei contra a precariedade desenvolvida pela Associação de Combate
à Precariedade, representada por Ricardo Vicente, orador neste
debate.

Durante
as 3 horas desta sessão, houve também tempo para refletir sobre o
desemprego jovem e a saída de estudantes para o estrangeiro, que é
a situação mais comum e certa para muitos após a licenciatura.
Bruna Vicente, estudante da Escola Secundária e representante do
grupo do Parlamento dos Jovens ‘Os Fixe’, do qual eu e mais três
jovens presentes no debate fazem parte, apresentou as medidas
propostas pela coletividade para solucionar o tema deste ano: “os
jovens e o emprego: que futuro?”. As três medidas passam pelo
‘Projeto Garum’: criação de escolas profissionais privadas para
estudantes estrangeiros; a ‘Medida nº 2’: criação de agências
empresariais de criação e gestão de part-times para jovens
estudantes entre os 16 e os 25 anos de idade; e a ‘Medida nº 3’
que consiste no gozo de benifícios fiscais caso 5 a 10% dessas
mesmas empresas fossem constituídas por jovens estudantes. Recebendo
várias críticas, boas e más, este debate serviu para ganharmos
estabilidade e terreno nos campos da intervenção cívica, no dever
da cidadania e na visão dos jovens da crise. “As pessoas têm de
ter direito de crescer no próprio país” e não serem obrigados a
emigrar devido ao fraco aproveitamento que lhes é proporcionado.
Segundo um inquérito feito pelo grupo, apenas 7 em 20 estudantes
licenciados querem ficar em Portugal. “É dinheiro investido em
estudantes que vão emigrar para fora e vão constituir família no
estrangeiro”. “Temos que ter iniciativa (jovens)!”

Foi
também debatido o aproveitamento e respetiva projeção dos pequenos
negócios agrícolas locais no mercado nacional: “investir na
agricultura é uma boa iniciativa de recuperação empresarial
portuguesa”. Sugeriu-se ainda neste contexto a criação de uma
imagem de marca para os diversos produtos agrícolas riomaiorenses, a
questão das pescas e o fomento do papel que os trabalhadores têm no
país.

Numa fase
final, Célia Colaço, dirigente da União de Sindicatos do Distrito
de Santarém, apresentou o lado do setor secundário, especialmente
na questão das Carnes Nobre, indústria que pôs em risco cem
empregados ao deslocalizar a produção de carne de Sintra para Rio
Maior. Quanto às políticas nacionais, Célia Colaço confessa que
“os media estão a impor-nos medo e estamos na escravatura dos
tempos modernos”; a precariedade no setor secundário é uma
realidade: centenas de trabalhadores exercem a profissão sem
condições de trabalho, direitos, segurança e altamente carregados
com esforço físico acentuado por longas horas. No entanto, e para
retorno da miséria e crise social, “os jovens têm potencial, sede
de sabedoria e acesso a ela” sendo a nova geração onde a
sustentabilidade, a cooperação e o desenvolvimento são desejos
que, através da participação democrática e cívica, concretizam
as suas ideias e objetivos para um país mais dinâmico.

A noite
foi agradável, produtiva e houve uma notória iniciativa democrática
e cívica no que toca à participação do público: primeiro porque
estiveram presentes pessoas de gerações muito diferentes, assumindo
outras realidades; e também porque esta sessão, comparada à do ano
anterior, com o mesmo tema e objetivo, reuniu mais do dobro de
participantes.

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