Blogame mucho: Setembro 2003

18-03-2019
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Bem-vindo, Alonso Este blogue passa a contar a partir de hoje com mais um membro, que se confessa pouco sabedor de tudo um pouco e de nada em particular, mas que nos deu a conhecer imediatamente o seu interesse pelos petits-riens do mundo cor-de-rosa e, consequentemente, a sua vocação para cronista social. Ó Alonso: por mim, ficas com esse pelouro, que te cai tão bem! Este blogue passa a contar a partir de hoje com mais um membro, que se confessa pouco sabedor de tudo um pouco e de nada em particular, mas que nos deu a conhecer imediatamente o seu interesse pelos petits-riens do mundo cor-de-rosa e, consequentemente, a sua vocação para cronista social. Ó Alonso: por mim, ficas com esse pelouro, que te cai tão bem!

besuguices O besugo mandou-me um convite e eu aceitei. Agora estou frente a um ecran a pensar que, para corresponder a tanta simpatia devia escrever qualquer coisa original, que fizesse o convidante rir (o que não é fácil) e/ou pensar (o que é difícil) ... e não me sai nada !!!

De futebol ... num gosto. De fado ... nada sei. De F1 ... a chuva lixou o Juan Pablo ... Dos dramas dos polícias do Porto em face de moçoilas que param o carro como lhes dá jeito ... estou muito longe e os polícias de Lisboa são mais do género de bloquear carros e montar banca a 20 mts para a colecta.

Mas então lá vai uma dica em estilo de diário: Hoje li a VIP. Em circunstâncias inenarráveis, mas tenho que admitir que li.

Fiquei a saber:

- Que a Marluce contratou o advogado da Fátima Felgueiras para a defender;

- Que a Stephanie chorou na rua;

- Que se casou imensa gente e que o Zezé Beleza continua (ou voltou a estar) "in";

- Que o Rei da Suécia comemorou qualquer coisa (li à pressa);

- Que o Zé Maria tem um livro de receitas (não percebi se eram pratos de galinha ou não, mas pela barbicha do tipo deviam ser pratos de ... bode);

- Que a "Sofia de Portugal" (eu nem queria acreditar) vai gravar um CD;

- Que a Sofia Aparício dorme nua (só não tira o silicone);

- Que está tudo bem entre a Catarina Furtado e o João Gil;

- Que está tudo bem entre os dois membros de um casal cujos nomes não fixei mas que estavam escandalizados por "se" andar a dizer que eles se iam separar (a foto dos dois com a filha mostra bem como esses maldizentes são venenosos);

- Que o Ben Affleck foi visto com uma mulher que não era a Jennifer Lopez (foto dele na praia agarrado a uma loira para atestar o facto)

- Que a Jennifer Lopez foi vista com um homem que não era o Ben Affleck (foto dela a passear de mão dada com uma espécie de Zé Maria chibudo para atestar o facto)

- Que eles, que afinal já não iam casar, afinal vão casar, e que a imprensa é que tirou conclusões precipitadas (a imprensa, a loira e o chibudo, diria eu);

Pois é ... hoje fiquei mais culto.

O besugo mandou-me um convite e eu aceitei. Agora estou frente a um ecran a pensar que, para corresponder a tanta simpatia devia escrever qualquer coisa original, que fizesse o convidante rir (o que não é fácil) e/ou pensar (o que é difícil) ... e não me sai nada !!!De futebol ... num gosto. De fado ... nada sei. De F1 ... a chuva lixou o Juan Pablo ... Dos dramas dos polícias do Porto em face de moçoilas que param o carro como lhes dá jeito ... estou muito longe e os polícias de Lisboa são mais do género de bloquear carros e montar banca a 20 mts para a colecta.Mas então lá vai uma dica em estilo de diário: Hoje li a VIP. Em circunstâncias inenarráveis, mas tenho que admitir que li.Fiquei a saber:- Que a Marluce contratou o advogado da Fátima Felgueiras para a defender;- Que a Stephanie chorou na rua;- Que se casou imensa gente e que o Zezé Beleza continua (ou voltou a estar) "in";- Que o Rei da Suécia comemorou qualquer coisa (li à pressa);- Que o Zé Maria tem um livro de receitas (não percebi se eram pratos de galinha ou não, mas pela barbicha do tipo deviam ser pratos de ... bode);- Que a "Sofia de Portugal" (eu nem queria acreditar) vai gravar um CD;- Que a Sofia Aparício dorme nua (só não tira o silicone);- Que está tudo bem entre a Catarina Furtado e o João Gil;- Que está tudo bem entre os dois membros de um casal cujos nomes não fixei mas que estavam escandalizados por "se" andar a dizer que eles se iam separar (a foto dos dois com a filha mostra bem como esses maldizentes são venenosos);- Que o Ben Affleck foi visto com uma mulher que não era a Jennifer Lopez (foto dele na praia agarrado a uma loira para atestar o facto)- Que a Jennifer Lopez foi vista com um homem que não era o Ben Affleck (foto dela a passear de mão dada com uma espécie de Zé Maria chibudo para atestar o facto)- Que eles, que afinal já não iam casar, afinal vão casar, e que a imprensa é que tirou conclusões precipitadas (a imprensa, a loira e o chibudo, diria eu);Pois é ... hoje fiquei mais culto.

Massas É irrecusável a ideia de que Portugal é, hoje, um paí­s empobrecido quer na indústria, quer na agricultura e que a economia portuguesa se sustenta (como pode, enfim), nos serviços. Apesar disso, os empresários portugueses (burgueses, na perspectiva mais socialista tão in, ou motores da economia na visão mais liberal ou centro-direita) não acordaram ainda para a necessidade de apostarem no único recurso que - embora duvidosamente - possuem face ao triunfo neuronal, que se adivinha, da europa de leste nas próximas décadas: a massa cinzenta, também celebrizada como little grey cells pelo Hercule Poirot.

Enquanto as empresas portuguesas se distraiem nos seus compadrios, pequenas corrupções e negócios escuros de pilha-galinhas, essa tal massa cinzenta desperdiça-se em subprodutividade, num marasmo onde sobressaem os medíocres bem encostados e se desmotivam os menos medí­ocres a colaborar para além daquilo que constitui o limiar mínimo da sua prestação. Ou seja: por umas ou outras razões, todos se limitam a ganhar o seu com o mí­nimo esforço e com a aparência do dever cumprido. É, aliás, este modelo de sobrevivência organizacional que os sistemas de qualidade estimulam, com os seus entediantes check-lists de verificação de conformidades e com a abundância de papéis inúteis que, depois, se congregam em mapas obscuros onde supostamente se demonstra a inequívoca optimização dos recursos.

O mais engraçado de tudo isto é que, num momento em que o Estado se prepara para "empresariar" a gestão, as empresas parecem-se cada vez mais com a pesada, inoperante e obscurantista administração pública. Nacionalizem-se as empresas e privatize-se o Estado. Isto anda tudo ligado... É irrecusável a ideia de que Portugal é, hoje, um paí­s empobrecido quer na indústria, quer na agricultura e que a economia portuguesa se sustenta (como pode, enfim), nos serviços. Apesar disso, os empresários portugueses (burgueses, na perspectiva mais socialista tão in, ou motores da economia na visão mais liberal ou centro-direita) não acordaram ainda para a necessidade de apostarem no único recurso que - embora duvidosamente - possuem face ao triunfo neuronal, que se adivinha, da europa de leste nas próximas décadas: a massa cinzenta, também celebrizada como little grey cells pelo Hercule Poirot.Enquanto as empresas portuguesas se distraiem nos seus compadrios, pequenas corrupções e negócios escuros de pilha-galinhas, essa tal massa cinzenta desperdiça-se em subprodutividade, num marasmo onde sobressaem os medíocres bem encostados e se desmotivam os menos medí­ocres a colaborar para além daquilo que constitui o limiar mínimo da sua prestação. Ou seja: por umas ou outras razões, todos se limitam a ganhar o seu com o mí­nimo esforço e com a aparência do dever cumprido. É, aliás, este modelo de sobrevivência organizacional que os sistemas de qualidade estimulam, com os seus entediantes check-lists de verificação de conformidades e com a abundância de papéis inúteis que, depois, se congregam em mapas obscuros onde supostamente se demonstra a inequívoca optimização dos recursos.O mais engraçado de tudo isto é que, num momento em que o Estado se prepara para "empresariar" a gestão, as empresas parecem-se cada vez mais com a pesada, inoperante e obscurantista administração pública. Nacionalizem-se as empresas e privatize-se o Estado. Isto anda tudo ligado...

S.O.S O abrupto hoje teima em invadir o meu computador: se carrego no link, sugere-me que faça o download do blogue, o que liminarmente recuso. Até pelo risco de ser acusada de apropriação ilícita de bens que, embora intangíveis, não deixam de ser bens. Será um hacker com sentido de humor ou a laranja mecânica ao ataque?

Para os que não visitam este blogue Aqui só se fala de futebol e de fado? Pois. É para que saibam que aqui escreve-se para a seguir se ler o que se escreveu e não necessariamente para os outros lerem. Contudo, se quiserem ler, estejam à vontade. Aqui só se fala de futebol e de fado? Pois. É para que saibam que aqui escreve-se para a seguir se ler o que se escreveu e não necessariamente para os outros lerem. Contudo, se quiserem ler, estejam à vontade.

Um acrescento sofrido Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.

Às vezes. Outras vezes é estar ali a acreditar até ao fim e, quando o desespero parece inevitável, um bocadinho da sorte que não tivemos antes (uma faísca de génio e um ressalto justiceiro) parece transformar o sofrimento em redenção. Ninguém me convence que tínhamos ganho este jogo se eu não estivesse ali, em frente à televisão, com os meus leõezinhos, a enxotar a descrença.

Isto é irracional? Pois é. Mas sabe tão bem! Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.Às vezes. Outras vezes é estar ali a acreditar até ao fim e, quando o desespero parece inevitável, um bocadinho da sorte que não tivemos antes (uma faísca de génio e um ressalto justiceiro) parece transformar o sofrimento em redenção. Ninguém me convence que tínhamos ganho este jogo se eu não estivesse ali, em frente à televisão, com os meus leõezinhos, a enxotar a descrença.Isto é irracional? Pois é. Mas sabe tão bem!

As virtudes de ser sportinguista Escrevo em resposta a um desafio que reconheço ser espinhoso. Não por ser difícil reconhecer virtudes aos sportinguistas que, para além dessa fatal caracterí­stica, são, como todos nós, ví­timas do determinismo histórico e biológico que os torna volúveis às fraquezas facilitistas de serem adeptos de clubes de quem defendem uma espécie de elevação moral face aos demais. Assim como quando apareceu o PRD, não sei se se lembram. E como se esvaiu em fumo, lembrem-se também, já agora.

Mas o desafio é espinhoso, dizia eu. Corro o risco sério de, ao divulgar aquilo que penso ser um sportinguista, os condenar a um torpor eterno, fruto do prazer mórbido que retirariam da ideia do eterno sofrimento. E isto, de tão medieval, é obsoleto e portanto contraproducente para um clube cujo estádio tomou uma designação tão... futurista. Porque o sportinguista puro e duro é assim mesmo: encontra consolo no infortúnio. De tal forma que vive mais intensamente as derrotas do que as vitórias e quase deseja que os árbitros lhes aumentem o sofrimento.

Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador. Escrevo em resposta a um desafio que reconheço ser espinhoso. Não por ser difícil reconhecer virtudes aos sportinguistas que, para além dessa fatal caracterí­stica, são, como todos nós, ví­timas do determinismo histórico e biológico que os torna volúveis às fraquezas facilitistas de serem adeptos de clubes de quem defendem uma espécie de elevação moral face aos demais. Assim como quando apareceu o PRD, não sei se se lembram. E como se esvaiu em fumo, lembrem-se também, já agora.Mas o desafio é espinhoso, dizia eu. Corro o risco sério de, ao divulgar aquilo que penso ser um sportinguista, os condenar a um torpor eterno, fruto do prazer mórbido que retirariam da ideia do eterno sofrimento. E isto, de tão medieval, é obsoleto e portanto contraproducente para um clube cujo estádio tomou uma designação tão... futurista. Porque o sportinguista puro e duro é assim mesmo: encontra consolo no infortúnio. De tal forma que vive mais intensamente as derrotas do que as vitórias e quase deseja que os árbitros lhes aumentem o sofrimento.Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.

As qualidades de Mourinho (encomendado) José Mourinho é, seguramente, um poço de qualidades. Domina a metodologia do treino, controla os balneários, é estimulante e salta muito depois de ganhar a Taça UEFA. E acerta nas ameaças, disse que o Sporting ia levar uma coça, porque ele queria, e a coça foi-nos aplicada, provavelmente apenas porque ele quis.

Ou seja, Mourinho é uma espécie de semi-deus. Eu prefiro deuses menores, prefiro Boloni e Fernando Santos (até preferia Camacho!) a Mourinho. São cismas de pequeno crente em deuses menores. Tudo se explica.

E escusávamos, obviamente, de ser tão sovados como fomos, duma forma semi-humilhante. Eu nem sei que diga mais...

Eu gostava muito era que alguém que percebesse de blogues pusesse aqui música sempre que isto abrisse. Mesmo que demorasse mais, ia saber melhor.

José Mourinho é, seguramente, um poço de qualidades. Domina a metodologia do treino, controla os balneários, é estimulante e salta muito depois de ganhar a Taça UEFA. E acerta nas ameaças, disse que o Sporting ia levar uma coça, porque ele queria, e a coça foi-nos aplicada, provavelmente apenas porque ele quis.Ou seja, Mourinho é uma espécie de semi-deus. Eu prefiro deuses menores, prefiro Boloni e Fernando Santos (até preferia Camacho!) a Mourinho. São cismas de pequeno crente em deuses menores. Tudo se explica.E escusávamos, obviamente, de ser tão sovados como fomos, duma forma semi-humilhante. Eu nem sei que diga mais...Eu gostava muito era que alguém que percebesse de blogues pusesse aqui música sempre que isto abrisse. Mesmo que demorasse mais, ia saber melhor.

Consciência crítica Tenho mesmo de ser a consciência crítica deste lugar. O problema é que, por motivos muito meus, hoje dá-me para concordar com tudo... e achar tudo belo. Não que a vida me corra melhor que noutros dias, até porque hoje é domingo, dia aziago que se antepõe a agruras indescritíveis. Mas alguém tem culpa de haver uma pessoa que vem aqui dizer "...E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza."? Uma pessoa que nos permite pensar que somos belos só por descobrir o belo?

Há domingos surpreendentes. Muito obrigado, Paco. Muito obrigado, sempre, Lolita. Sorte do Mourinho, depois disto.

Tenho mesmo de ser a consciência crítica deste lugar. O problema é que, por motivos muito meus, hoje dá-me para concordar com tudo... e achar tudo belo. Não que a vida me corra melhor que noutros dias, até porque hoje é domingo, dia aziago que se antepõe a agruras indescritíveis. Mas alguém tem culpa de haver uma pessoa que vem aqui dizer "...E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza."? Uma pessoa que nos permite pensar que somos belos só por descobrir o belo?Há domingos surpreendentes. Muito obrigado, Paco. Muito obrigado, sempre, Lolita. Sorte do Mourinho, depois disto.

A onda que se ergueu no mar Estou a ouvir um CD do Tom Jobim. De cada música, de cada acorde que se ouve retira-se uma estranha e protectora paz, quase viciante. O Tom foi uma daquelas pessoas abençoadas pelo infinito dom de tornar aos outros as alegrias mais reconfortantes e as tristezas menos tristes, embora mais profundas. De uma forma simples, e por isso certeira e plena, mostrando aos demais o mundo na sua vertente mais bonita. E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza.

Estou a ouvir um CD do Tom Jobim. De cada música, de cada acorde que se ouve retira-se uma estranha e protectora paz, quase viciante. O Tom foi uma daquelas pessoas abençoadas pelo infinito dom de tornar aos outros as alegrias mais reconfortantes e as tristezas menos tristes, embora mais profundas. De uma forma simples, e por isso certeira e plena, mostrando aos demais o mundo na sua vertente mais bonita. E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza.

António Barreto Nem sequer vou citá-lo, já o citou você e o homem não carece de mais. Mas você viu, Lolita, aquilo da evasão fiscal? E não lhe fez a impressão de um déjà vu muito discutido, muito dissecado?

Você parece que lhes dá razão a eles, à McKinsey e ao António Barreto, mas logo a seguir tem um rebate de consciência (como quem admite "eu disse isto mas não disse, bolas!") que a faz deslizar, novamente, para as fraldas protectoras do "não vou lá nem faço missa". Você, no fundo, sabe perfeitamente que resiste fortemente a dar-me seja o que for. Muito menos razão. Mesmo por interpostos discursos. Admita isso e eu lá disseco o seu amigo Mourinho...como me pediu. Nem sequer vou citá-lo, já o citou você e o homem não carece de mais. Mas você viu, Lolita, aquilo da evasão fiscal? E não lhe fez a impressão de um déjà vu muito discutido, muito dissecado?Você parece que lhes dá razão a eles, à McKinsey e ao António Barreto, mas logo a seguir tem um rebate de consciência (como quem admite "eu disse isto mas não disse, bolas!") que a faz deslizar, novamente, para as fraldas protectoras do "não vou lá nem faço missa". Você, no fundo, sabe perfeitamente que resiste fortemente a dar-me seja o que for. Muito menos razão. Mesmo por interpostos discursos. Admita isso e eu lá disseco o seu amigo Mourinho...como me pediu.

A beleza das cores O mal deste blogue, caso notório de insucesso mediático, é apenas um: é um blogue de emotivos virados para a sua emoção.

Até a minha fleuma se perde quando lê vinhedos verdes, a avermelhar na cabeça dum gajo inspirado que os queria azuis, assim de repente, porque lhe dá para aí. Ou quando lê pensativos passeios solitários que levam a infelicidades profundas e sentidas, logo dissipadas na esperança, que por acaso é tradicionalmente verde.

O mal deste blogue é que tem gente bonita por detrás. Bonita demais.

Eu limito-me a tentar organizá-los, o que é difícil como o caraças. E a beleza, de facto, quer-se desorganizada, à flor da estética de cada um, e de cada sentido que a degusta.

Salvaram-me a tarde.

O mal deste blogue, caso notório de insucesso mediático, é apenas um: é um blogue de emotivos virados para a sua emoção.Até a minha fleuma se perde quando lê vinhedos verdes, a avermelhar na cabeça dum gajo inspirado que os queria azuis, assim de repente, porque lhe dá para aí. Ou quando lê pensativos passeios solitários que levam a infelicidades profundas e sentidas, logo dissipadas na esperança, que por acaso é tradicionalmente verde.O mal deste blogue é que tem gente bonita por detrás. Bonita demais.Eu limito-me a tentar organizá-los, o que é difícil como o caraças. E a beleza, de facto, quer-se desorganizada, à flor da estética de cada um, e de cada sentido que a degusta.Salvaram-me a tarde.

As cores da vida Tenho dentro de mim uma tal contradição cromática que me pergunto porque não podemos, unilateralmente, estabelecer as cores daquilo de que gostamos.

Porque não poderia eu decidir que o vermelho Ferrari passasse a ser azul Ferrari ou que o verde das vinhas do Douro (mesmo quando vira para aquele vermelhão outonal...) passasse a ser azul...?

Talvez para não ser monótono ou, quem sabe, para alimentar esta vontade de contrariar que me faz escrever estas linhas.

De facto, gosto muito do azul, do azul superior, do azul maior. Talvez por ter nascido à beira mar...

E nem os desmandos de qualquer Costa me fazem vacilar neste gosto, muito menos os do Jorge, rapaz alto e espadaúdo que, por um momento de deslize foi "papado", pelo João Tomás.

Pelos vistos o outro Costa (será primo do Jorge ou até do Jorge Nuno Pinto da dita? talvez a PGR devesse investigar o parentesco...) não achou bem e anulou o resultado do deslize. Mal, mas anulou. Não por decreto, nem por portaria, apenas por apitadela mas anulou.

Estava com o apito virado para o lado errado, como o Manaca estava com a cabeça virada para o lado errado em 1980 quando ofereceu o título ao Sporting no mesmo estádio.

No fim da SuperLiga faremos a contabilidade mas palpita-me que, tal como no ano passado, vai ser sem espinhas.

Tal como o Michael Schumacher (esse arquétipo das minhas contradições cromáticas), que também é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, apenas porque é o melhor, vai limpar o sexto título mundial na terra dos gringos e mostrar de que é feito o rosso Ferrari.

Ou talvez como o Douro que, agora que a vindima se escoa pelos lagares, vai perdendo aquele verde maior que tudo e se transforma no azul...perdão, no vermelhão que há-de voltar a ser o verde mais azul que se pode desejar. Tenho dentro de mim uma tal contradição cromática que me pergunto porque não podemos, unilateralmente, estabelecer as cores daquilo de que gostamos.Porque não poderia eu decidir que o vermelho Ferrari passasse a ser azul Ferrari ou que o verde das vinhas do Douro (mesmo quando vira para aquele vermelhão outonal...) passasse a ser azul...?Talvez para não ser monótono ou, quem sabe, para alimentar esta vontade de contrariar que me faz escrever estas linhas.De facto, gosto muito do azul, do azul superior, do azul maior. Talvez por ter nascido à beira mar...E nem os desmandos de qualquer Costa me fazem vacilar neste gosto, muito menos os do Jorge, rapaz alto e espadaúdo que, por um momento de deslize foi "papado", pelo João Tomás.Pelos vistos o outro Costa (será primo do Jorge ou até do Jorge Nuno Pinto da dita? talvez a PGR devesse investigar o parentesco...) não achou bem e anulou o resultado do deslize. Mal, mas anulou. Não por decreto, nem por portaria, apenas por apitadela mas anulou.Estava com o apito virado para o lado errado, como o Manaca estava com a cabeça virada para o lado errado em 1980 quando ofereceu o título ao Sporting no mesmo estádio.No fim da SuperLiga faremos a contabilidade mas palpita-me que, tal como no ano passado, vai ser sem espinhas.Tal como o Michael Schumacher (esse arquétipo das minhas contradições cromáticas), que também é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, apenas porque é o melhor, vai limpar o sexto título mundial na terra dos gringos e mostrar de que é feito o rosso Ferrari.Ou talvez como o Douro que, agora que a vindima se escoa pelos lagares, vai perdendo aquele verde maior que tudo e se transforma no azul...perdão, no vermelhão que há-de voltar a ser o verde mais azul que se pode desejar.

Informalidades O ilustre e sempre muito lúcido António Barreto O ilustre e sempre muito lúcido António Barreto comenta hoje, no Público, o relatório da MacKinsey sobre a produtividade em Portugal. Para além da curiosa verdade sobre o investimento na educação (sobre a qual vos remeto para o artigo), há duas conclusões do relatório que, a mim, me intrigam, a saber: a de que um dos grandes obstáculos ao aumento da produtividade é a evasão fiscal; e a de que a legislação laboral demasiado "garantística" é responsável apenas por 13% das deficiências de produtividade da economia. De tudo isto, impõe-se concluir o seguinte: Um país é tanto mais produtivo quanto mais se previligia o bem colectivo em desfavor das liberdades individuais. E que as liberdades individuais não são, sequer, relevantes para aumentar a produtividade de uma nação. Ora bolas!

Aos papéis Tal como me dizem com alguma frequência (sobretudo aqueles que não concordam com o que eu digo), eu não percebo nada de futebol. Intrigam-me, por me serem desconhecidas, e até com algum fascí­nio, as tácticas de ataque, de defesa, de cruzamentos, de entradas, de saí­das, de foras de jogo, de trincos e de médios, de medianos ou de geniais, de defensivos ou ofensivos.

Noutro plano, já fora da estrita técnica do desporto, o futebol suscita um manancial enorme de reflexões. Um exemplo riquíssimo disso são as reacções dos dirigentes desportivos às decisões dos árbitros. Neste plano, cada um assume, de acordo com a sua ondulante conveniência, um dado papel que, determinado por um objectivo, digamos, mediático, é, por isso mesmo, plástico às necessidades do momento.

Eu não percebo, por exemplo, por que razão o Mourinho tem de mandar recados ao Sporting sobre as incoerências deste. Eu não percebo porque é que o Bettencourt não critica as decisões arbitrais sem precisar de sugerir a ideia de que o infortúnio do Sporting se deve à sua postura imaculada no que toca a assédios ilícitos aos árbitros. Nem porque é que, a ser isso verdade, é preciso que o afirme por contraponto à postura de outros dirigentes desportivos, alegadamente menos imaculados do que ele. Enfim: todos andam ao mesmo. Uns arrogantes, duros e fanfarrões; outros gentis, vitimizados, apóstolos da lisura. Todos representando um papel e alimentando a discussão infinda sobre as injustiças do poder arbitral que, como o destino, mudam inexoravelmente os resultados dos jogos. Uns do lado do lamento, outros do lado da presunção, mas todos roçando uma anacrónica infantilidade que seria até divertida se não fosse já tão gasta.

Não creio, porém, estar a dizer nada de novo para quem goste, a sério, de futebol. Tal como me dizem com alguma frequência (sobretudo aqueles que não concordam com o que eu digo), eu não percebo nada de futebol. Intrigam-me, por me serem desconhecidas, e até com algum fascí­nio, as tácticas de ataque, de defesa, de cruzamentos, de entradas, de saí­das, de foras de jogo, de trincos e de médios, de medianos ou de geniais, de defensivos ou ofensivos.Noutro plano, já fora da estrita técnica do desporto, o futebol suscita um manancial enorme de reflexões. Um exemplo riquíssimo disso são as reacções dos dirigentes desportivos às decisões dos árbitros. Neste plano, cada um assume, de acordo com a sua ondulante conveniência, um dado papel que, determinado por um objectivo, digamos, mediático, é, por isso mesmo, plástico às necessidades do momento.Eu não percebo, por exemplo, por que razão o Mourinho tem de mandar recados ao Sporting sobre as incoerências deste. Eu não percebo porque é que o Bettencourt não critica as decisões arbitrais sem precisar de sugerir a ideia de que o infortúnio do Sporting se deve à sua postura imaculada no que toca a assédios ilícitos aos árbitros. Nem porque é que, a ser isso verdade, é preciso que o afirme por contraponto à postura de outros dirigentes desportivos, alegadamente menos imaculados do que ele. Enfim: todos andam ao mesmo. Uns arrogantes, duros e fanfarrões; outros gentis, vitimizados, apóstolos da lisura. Todos representando um papel e alimentando a discussão infinda sobre as injustiças do poder arbitral que, como o destino, mudam inexoravelmente os resultados dos jogos. Uns do lado do lamento, outros do lado da presunção, mas todos roçando uma anacrónica infantilidade que seria até divertida se não fosse já tão gasta.Não creio, porém, estar a dizer nada de novo para quem goste, a sério, de futebol.

O decreto ideal O competente e inefável José Mourinho declarou o seguinte, referindo-se, provavelmente, às afirmações de dirigentes do Sporting sobre prejuízos decorrentes (para os leões) de erros de arbitragem:

«Devia haver um decreto para que só pudessem falar dos árbitros aqueles que assumissem que os árbitros também erram em seu favor. Ainda há uma semana, algumas pessoas falaram e criticaram um árbitro, e dias depois venceram um jogo por 2-0, beneficiando de um erro do auxiliar, mas nada disseram. Que credibilidade têm essas pessoas para falar de árbitros? Eu, pelo menos, vou tentar ganhar essa credibilidade»

Isto é um perfeito exercício de desonestidade intelectual, como se verifica facilmente. Já se sabe que qualquer árbitro, na sua boa fé, errará de forma tendencialmente indiscriminada e aleatória, com uma frequência inversamente proporcional à sua competência.

Os dirigentes do Sporting que criticaram o juiz do jogo com o Moreirense e não falaram publicamente na deslocação de Liedson no lance do 2º golo contra o Malmoe, sabem muito bem (até porque já viram as imagens do jogo) que o “bandeirinha” italiano se equivocou. E que esse equívoco acabou por favorecer o Sporting. Que, contudo, na altura, ganhava já, justa e escassamente por 1-0. Refira-se isto, também, por ser verdade.

A diferença é apenas uma: é que não se vislumbra na arbitragem italiana nenhuma motivação suplementar para beneficiar ou prejudicar seja quem for. Nem para isso haveria motivo! Ou José Mourinho e os portistas em geral, agora, já acham que o Sporting é um portento europeu, capaz de receber vassalagens das arbitragens da UEFA? Claro que não: foi um erro “randomizado”, daqueles que eu admito terem sido cometidos de boa fé. E, mais importante do que isso, sem influência decisiva na qualidade do resultado. Esses erros não merecem análises, apenas se registam.

Já na arbitragem do Moreirense, de tão óbvias que foram as infracções, é exactamente a boa fé que se questiona. Não apenas a boa fé deste ou daquele juiz, mas a boa fé das arbitragens. Foram erros grosseiros, dois deles seguidinhos, que fizeram o Sporting passar da possibilidade de vencer por 1-0 para a inevitabilidade da derrota por igual margem.

Aliás, como Mourinho falou no final do jogo com o Vitória de Guimarães, mais calado deveria ter ficado. E, se não gostasse tanto de protagonismo, talvez até nem piasse. E mais valia. Porque a equipa que dirige foi grosseira e directamente beneficiada com a anulação incrível de um golo limpo ao Guimarães, que daria o 2-1 aos minhotos. E, aqui sim, devido a uma arbitragem portuguesa, o resultado pode ter sofrido uma alteração qualitativa. Não sei se o Porto marcaria o segundo golo, sei é que, se marcasse, empataria. O empate dá um ponto, não dá três. E as contas são fáceis de fazer, no campo das probabilidades: talvez o Sporting tivesse mais 3 pontos, e se calhar, o Porto tinha menos 2.

Mourinho disse, também, que João Tomás lhe admitiu, particularmente, que tinha feito falta sobre Jorge Costa no lance do golo. Esta declaração vale o que vale, até porque João Tomás disse, publicamente, exactamente o contrário do que o excelente técnico portista afirma ter-lhe sido confidenciado pelo vimaranense, em privado. E Mourinho esquece-se que o lance foi tão nítido, mas tão cristalino, que toda a gente pôde ver (mesmo sem câmara lenta) que se anulou ali um golo legal. E Mourinho não pode alterar esta verdade com argumentos de “ele disse-me ao ouvido”.

Quanto ao decreto que Mourinho gostaria que baixasse, não sei de que governo ou assembleia, ele não diz, mas gostaria, talvez, que rezasse assim: “Por este decreto se proibe o pensamento e a sua expressão a quem, de forma ostensiva e provocatória, contradisser ou suspeitar a versão oficial do FCP em tudo que concerne à vida futebolística. Publique-se e cumpra-se, enviando-se, contudo, cópias reverendíssimas ao Estádio do Dragão para a fundamental aprovação prévia”.

O competente e inefável José Mourinho declarou o seguinte, referindo-se, provavelmente, às afirmações de dirigentes do Sporting sobre prejuízos decorrentes (para os leões) de erros de arbitragem:«Devia haver um decreto para que só pudessem falar dos árbitros aqueles que assumissem que os árbitros também erram em seu favor. Ainda há uma semana, algumas pessoas falaram e criticaram um árbitro, e dias depois venceram um jogo por 2-0, beneficiando de um erro do auxiliar, mas nada disseram. Que credibilidade têm essas pessoas para falar de árbitros? Eu, pelo menos, vou tentar ganhar essa credibilidade»Isto é um perfeito exercício de desonestidade intelectual, como se verifica facilmente. Já se sabe que qualquer árbitro, na sua boa fé, errará de forma tendencialmente indiscriminada e aleatória, com uma frequência inversamente proporcional à sua competência.Os dirigentes do Sporting que criticaram o juiz do jogo com o Moreirense e não falaram publicamente na deslocação de Liedson no lance do 2º golo contra o Malmoe, sabem muito bem (até porque já viram as imagens do jogo) que o “bandeirinha” italiano se equivocou. E que esse equívoco acabou por favorecer o Sporting. Que, contudo, na altura, ganhava já, justa e escassamente por 1-0. Refira-se isto, também, por ser verdade.A diferença é apenas uma: é que não se vislumbra na arbitragem italiana nenhuma motivação suplementar para beneficiar ou prejudicar seja quem for. Nem para isso haveria motivo! Ou José Mourinho e os portistas em geral, agora, já acham que o Sporting é um portento europeu, capaz de receber vassalagens das arbitragens da UEFA? Claro que não: foi um erro “randomizado”, daqueles que eu admito terem sido cometidos de boa fé. E, mais importante do que isso, sem influência decisiva nado resultado. Esses erros não merecem análises, apenas se registam.Já na arbitragem do Moreirense, de tão óbvias que foram as infracções, é exactamente a boa fé que se questiona. Não apenas a boa fé deste ou daquele juiz, mas a boa fé das arbitragens. Foram erros grosseiros, dois deles seguidinhos, que fizeram o Sporting passar da possibilidade de vencer por 1-0 para a inevitabilidade da derrota por igual margem.Aliás, como Mourinho falou no final do jogo com o Vitória de Guimarães, mais calado deveria ter ficado. E, se não gostasse tanto de protagonismo, talvez até nem piasse. E mais valia. Porque a equipa que dirige foi grosseira e directamente beneficiada com a anulação incrível de um golo limpo ao Guimarães, que daria o 2-1 aos minhotos. E, aqui sim, devido a uma arbitragem portuguesa, o resultado pode ter sofrido uma. Não sei se o Porto marcaria o segundo golo, sei é que, se marcasse, empataria. O empate dá um ponto, não dá três. E as contas são fáceis de fazer, no campo das probabilidades: talvez o Sporting tivesse mais 3 pontos, e se calhar, o Porto tinha menos 2.Mourinho disse, também, que João Tomás lhe admitiu, particularmente, que tinha feito falta sobre Jorge Costa no lance do golo. Esta declaração vale o que vale, até porque João Tomás disse, publicamente, exactamente o contrário do que o excelente técnico portista afirma ter-lhe sido confidenciado pelo vimaranense, em privado. E Mourinho esquece-se que o lance foi tão nítido, mas tão cristalino, que toda a gente pôde ver (mesmo sem câmara lenta) que se anulou ali um golo legal. E Mourinho não pode alterar esta verdade com argumentos de “ele disse-me ao ouvido”.Quanto ao decreto que Mourinho gostaria que baixasse, não sei de que governo ou assembleia, ele não diz, mas gostaria, talvez, que rezasse assim: “Por este decreto se proibe o pensamento e a sua expressão a quem, de forma ostensiva e provocatória, contradisser ou suspeitar a versão oficial do FCP em tudo que concerne à vida futebolística. Publique-se e cumpra-se, enviando-se, contudo, cópias reverendíssimas ao Estádio do Dragão para a fundamental aprovação prévia”.

Pérola acidental que se lamuria da morte das ideologias, afirma que alguns portugueses são terrivelmente irracionais (ou outra coisa qualquer) por expressarem (em sondagem avulsa) 6% do seu apoio aos radicais do Bloco de Esquerda. Ah! E por darem a vitória eleitoral, na dita sondagem, ao PS. Mas isto já não espanta os "liberais", habituados que estão a alternâncias de gabinete entre "liberais" e aspirantes envergonhados. Dizem os "liberais", preciso era que lhes fosse provado o contrário...Enfim, adiante.

A senhora viscondessa de Arantantum também pasmou, um dia, quando percebeu que os criados que a espiavam por detrás dos pesados reposteiros da "salle à diner", enquanto ceava faisão e trufas, na sua irracionalidade inculta, lhe desejavam miséria e morte lenta.

A sorte dos "liberais", meus amigos, é que a irracionalidade do povo português o vai levando, aos rebanhos, a escolher ser cada vez mais pobre para poder ver os "liberais" cada vez mais ricos... e incrédulos! Pelos motivos errados, que a incredulidade "liberal" podia e devia ser bem maior, assim o povo pobre fosse, de facto, mais racional e os espancasse fortemente, aos "liberais", mesmo em seus aposentos de recolhimento intelectual, por nem sequer perceberem que são poucos e tão tremendamente inchados na sua pequenez. Alguém que se lamuria da morte das ideologias, afirma que alguns portugueses são terrivelmente irracionais (ou outra coisa qualquer) por expressarem (em sondagem avulsa) 6% do seu apoio aos radicais do Bloco de Esquerda. Ah! E por darem a vitória eleitoral, na dita sondagem, ao PS. Mas isto já não espanta os "liberais", habituados que estão a alternâncias de gabinete entre "liberais" e aspirantes envergonhados. Dizem os "liberais", preciso era que lhes fosse provado o contrário...Enfim, adiante.A senhora viscondessa de Arantantum também pasmou, um dia, quando percebeu que os criados que a espiavam por detrás dos pesados reposteiros da "salle à diner", enquanto ceava faisão e trufas, na sua irracionalidade inculta, lhe desejavam miséria e morte lenta.A sorte dos "liberais", meus amigos, é que a irracionalidade do povo português o vai levando, aos rebanhos, a escolher ser cada vez mais pobre para poder ver os "liberais" cada vez mais ricos... e incrédulos! Pelos motivos errados, que a incredulidade "liberal" podia e devia ser bem maior, assim o povo pobre fosse, de facto, mais racional e os espancasse fortemente, aos "liberais", mesmo em seus aposentos de recolhimento intelectual, por nem sequer perceberem que são poucos e tão tremendamente inchados na sua pequenez.

Os Costas O Porto ganhou em Guimarães, por 2-1. Estava o jogo empatado, foi anulado um golo limpo ao Guimarães, porque o Jorge Costa tropeçou nele próprio, de tanto carregar fardos pesados de culpas antigas, eventualmente.

Há árbitros assim, sensíveis a detalhes. A este, ao Costa (António), há 2 anos, ouvi-o eu dizer ao Quiroga, depois dum lance junto à linha lateral dum estádio pequeno: "Tem cuidado, que eu a ti só se não te puder ser bom...". Ouvi mesmo, e o Quiroga também ouviu. E mais pessoas.

Sousa Tavares, Santana Lopes, outros cronistas do "politicamente correcto" (Santanitas) e do "digo o que me vem à pena" (Tavaritos) até podem dizer coisas diferentes. Mas que o 2-1 era justo e limpinho, isso era. E nunca se saberá se haveria 2-2 depois disso. Mourinho e Pinto da Costa, com seus humores de gosto duvidoso, não vão safar-se assim, mais vez nenhuma. Não podem. Não jogam para tanto, coitados, abram os olhos! Não jogam mais do que ninguém, o resto é treta! Atirem-se a eles e eles deitam-se!

O Porto ganhou em Guimarães, por 2-1. Estava o jogo empatado, foi anulado um golo limpo ao Guimarães, porque o Jorge Costa tropeçou nele próprio, de tanto carregar fardos pesados de culpas antigas, eventualmente.Há árbitros assim, sensíveis a detalhes. A este, ao Costa (António), há 2 anos, ouvi-o eu dizer ao Quiroga, depois dum lance junto à linha lateral dum estádio pequeno: "Tem cuidado, que eu a ti só se não te puder ser bom...". Ouvi mesmo, e o Quiroga também ouviu. E mais pessoas.Sousa Tavares, Santana Lopes, outros cronistas do "politicamente correcto" (Santanitas) e do "digo o que me vem à pena" (Tavaritos) até podem dizer coisas diferentes. Mas que o 2-1 era justo e limpinho, isso era. E nunca se saberá se haveria 2-2 depois disso. Mourinho e Pinto da Costa, com seus humores de gosto duvidoso, não vão safar-se assim, mais vez nenhuma. Não podem. Não jogam para tanto, coitados, abram os olhos! Não jogam mais do que ninguém, o resto é treta! Atirem-se a eles e eles deitam-se!

Onde está o ódio, afinal? Descobri, há relativamente pouco tempo,

O caso é que, por diversas vezes, tem colocado olhares e "betadines" certeiros em feridas abertas e conspurcadas por outros, feridas que andam aí a céu aberto em purulências ogulhosas, à espera de cicatrizações acidentais.

A lucidez calma com que tem abordado, entre outros, o problema dos genéricos e das contradições na área farmacêutica, por exemplo, valeu-lhe uma reacção destemperada dum esganiçado qualquer. De meco a homenzinho, de clinicozeco a escriturário de receitas, de arrogante a funcionário público mal pago (e, por isso, insultável?), de corrompido pela "outra" indústria, a que investiga e produz os remédios que as farmácias se limitam a transaccionar, a diplomado de segunda, tudo lhe foi arrimado, de forma pestilenta e odiosa.

Sim, caro colega, fique ainda mais seguro do que diz: a gente sabe muito bem em que parte está o ódio. A gente vê-o bem daqui, sente-lhe mesmo o cheiro. Mas peço-lhe, repito, que fique ainda mais certo daquilo que já sabe: o ódio e a intolerância não estão, seguramente, entre nós. E nos seus escritos, que leio sempre que posso, muito menos.

Receba as nossas simpatias... e boa urgência, quando for o caso. Descobri, há relativamente pouco tempo, este lugar . É dum colega, que percebo ser, talvez, mais velho, mas que deambula comigo pela labuta hospitalar, quase de certeza na área médica, a julgar pela observação de casos de AVC, que escapam, em regra, à actividade dos cirurgiões. Será internista, como eu? Não sei, nem interessa para o caso.O caso é que, por diversas vezes, tem colocado olhares e "betadines" certeiros em feridas abertas e conspurcadas por outros, feridas que andam aí a céu aberto em purulências ogulhosas, à espera de cicatrizações acidentais.A lucidez calma com que tem abordado, entre outros, o problema dos genéricos e das contradições na área farmacêutica, por exemplo, valeu-lhe uma reacção destemperada dum esganiçado qualquer. De meco a homenzinho, de clinicozeco a escriturário de receitas, de arrogante a funcionário público mal pago (e, por isso, insultável?), de corrompido pela "outra" indústria, a que investiga e produz os remédios que as farmácias se limitam a transaccionar, a diplomado de segunda, tudo lhe foi arrimado, de forma pestilenta e odiosa.Sim, caro colega, fique ainda mais seguro do que diz: a gente sabe muito bem em que parte está o ódio. A gente vê-o bem daqui, sente-lhe mesmo o cheiro. Mas peço-lhe, repito, que fique ainda mais certo daquilo que já sabe: o ódio e a intolerância não estão, seguramente, entre nós. E nos seus escritos, que leio sempre que posso, muito menos.Receba as nossas simpatias... e boa urgência, quando for o caso.

Invisível Saiu para a rua, sem destino. Sentia-se perdido, apertado no meio de pressões que, justas ou injustas, necessárias ou dispensáveis, o apertavam e lhe doíam. Não queria ser frio, mas mostrava frieza. A vida rodava à sua volta, incontornável, e ele tinha de participar nela, mas não conseguia, nem sequer queria. E, então, sentia a censura, a sua própria censura e a dos outros, a sua própria impaciência com os outros. E os outros, que não o ouviam, porque estvam dentro da vida. Ele cá fora, obrigado a participar, mas sentindo-se irremediavelmente fora. E pedia socorro, tantas vezes, mas tão baixinho que ninguém ouvia. Tremia por dentro e pensava, pela primeira vez na vida, que o dia seguinte não ia ser melhor. E nem os pequenos prazeres que até então o acalmavam lhe iam dar alguma paz, nem que fosse instantânea. Não enlouqueceu, porém, como chegou a imaginar. Tornou-se, apenas, infinitamente triste. E a vida, essa, jorrava à sua frente, impiedosa e inatingível. Saiu para a rua, sem destino. Sentia-se perdido, apertado no meio de pressões que, justas ou injustas, necessárias ou dispensáveis, o apertavam e lhe doíam. Não queria ser frio, mas mostrava frieza. A vida rodava à sua volta, incontornável, e ele tinha de participar nela, mas não conseguia, nem sequer queria. E, então, sentia a censura, a sua própria censura e a dos outros, a sua própria impaciência com os outros. E os outros, que não o ouviam, porque estvam dentro da vida. Ele cá fora, obrigado a participar, mas sentindo-se irremediavelmente fora. E pedia socorro, tantas vezes, mas tão baixinho que ninguém ouvia. Tremia por dentro e pensava, pela primeira vez na vida, que o dia seguinte não ia ser melhor. E nem os pequenos prazeres que até então o acalmavam lhe iam dar alguma paz, nem que fosse instantânea. Não enlouqueceu, porém, como chegou a imaginar. Tornou-se, apenas, infinitamente triste. E a vida, essa, jorrava à sua frente, impiedosa e inatingível.

Ir à gaveta “Se fulano não faz parte da solução, faz parte do problema”. Ouve-se isto todos os dias, na lógica do sistema em que, cada vez mais, vivemos. E nem sequer é um sistema, é um regime de excepção permanente. Sistemas, como sabemos, são mais complicados do que meros articulados legais, esburacados na sua essência, logo à partida, pela possibilidade de sermos penalizados por eleitorados ... sensíveis, chamemos-lhes assim.

Qualquer cientista, na sua distracção permanente das coisas importantes, poderia dizer que a afirmação inicial é bacoca. Assim de repente. “Fulano não faz parte da solução, o que implica que nem é solvente nem é soluto, e isto não me parece um problema porque há sempre outras soluções, com outros solventes e outros solutos, onde ele pode entrar de forma absolutamente química. E há mesmo fulanos que são insolúveis em determinados solventes e não são noutros. Isto para não falar nos que são absolutamente insolúveis e nos que são abolutamente solventes.”

O problema da esquerda portuguesa, hoje em dia, é mesmo o evidente facto de estar reduzida a ser “contra-poder”. Não se vislumbra nenhuma possibilidade (que não advenha de chicana política, mais apropriada, na minha opinião, a outros quadrantes) de a esquerda, nos tempos mais próximos, argumentando “de dentro do sistema”, isto é, esgrimindo argumentos como “competitividade” , “sucesso”, “lucro” e “privado”, entre outros, ganhar qualquer discussão. Só por descuido dos adversários, mesmo que não tenham nenhum Mourinho como treinador de campo, nem nenhum Pinto da Costa como educador do povo. Que não são excelentes, mas lá cumprem, dentro do sistema.

Jamila Madeira foi, hoje, reduzida a pó (com evidente desgosto meu), num debate da RTP-2, por dois rapazes inteligentes e pouco belos, muito magnânimos, até, na forma condescendente com que a trataram. O que é irritante, logo à partida. Jamila Madeira, que deve cheirar bem, devia conviver, apenas, com rapazes que tivessem os mínimos nacionais da esbelteza, mas mete-se na segunda-liga!... E mais: joga em casa do adversário, logo contra dois.

Isto dirão os mais apressados. Mas não: se lá estivesse mais algum esgrimista, fosse do PCP ou do BE, Jamila jogaria contra quatro! Porque Jamila, mulher bonita e, seguramente, esperta, esgrime com argumentos votados à fácil destruição, tanto por parte do poder (a lógica do sistema, então, não é assim, ó senhores?) como por parte do “contra-poder descomprometido”, os chamados bitaiteiros. É um esquerdismo fácil, do ponto de vista mediático, o dos bitaiteiros. E ser bitaiteiro descredibiliza a esquerda. Logo, terminemos o reinado dos bitatiteiros. Como? Alianças de esquerda, sem medo, sempre e depressa. E os ratos lá acabarão por se revelar, ao primeiro naufrágio. E se ficarem todos, se não houver ratos? Melhor, senhores! Viram que bem?

Se Jamila quisesse eu explicava-lhe isto melhor. Mas eu suspeito que ela já sabe. Todo o PS já sabe, aliás. Mas nem todo o PS quer isto. É pena.

O PS, se quer ser credível (não para o “sistema”, que esse masturba-se com a sua própria e gritada credibilidade e com a credulidade de quem só ainda não viu o tamanho da sua derrota porque só olha para o que lhe mostram; mas para quem acredita numa maneira diferente de viver, mais solidária e redentora, em que quem não faz parte duma solução... pode apenas ser insolúvel naquele soluto... e não ser noutro), tem de sair dos seus apertados e masoquistas limites, indo às gavetas da sua História buscar o que lá guardou. Sem vergonha e sem medo. Vergonha é isto que se tem passado nos últimos anos, jogar sempre fora de casa, tentando defender o indefensável.

Não ter medo, é empenhar-se em mudar as regras, em vez de se desgastar em tentativas vãs de as adaptar. Soam sempre a falso, estes exercícios.

Mesmo que se percam eleições e os “meninos do aparelho” não gostem, isto fica aqui.

“Se fulano não faz parte da solução, faz parte do problema”. Ouve-se isto todos os dias, na lógica do sistema em que, cada vez mais, vivemos. E nem sequer é um sistema, é um regime de excepção permanente. Sistemas, como sabemos, são mais complicados do que meros articulados legais, esburacados na sua essência, logo à partida, pela possibilidade de sermos penalizados por eleitorados ... sensíveis, chamemos-lhes assim.Qualquer cientista, na sua distracção permanente das coisas importantes, poderia dizer que a afirmação inicial é bacoca. Assim de repente. “Fulano não faz parte da solução, o que implica que nem é solvente nem é soluto, e isto não me parece um problema porque há sempre outras soluções, com outros solventes e outros solutos, onde ele pode entrar de forma absolutamente química. E há mesmo fulanos que são insolúveis em determinados solventes e não são noutros. Isto para não falar nos que são absolutamente insolúveis e nos que são abolutamente solventes.”O problema da esquerda portuguesa, hoje em dia, é mesmo o evidente facto de estar reduzida a ser “contra-poder”. Não se vislumbra nenhuma possibilidade (que não advenha de chicana política, mais apropriada, na minha opinião, a outros quadrantes) de a esquerda, nos tempos mais próximos, argumentando “de dentro do sistema”, isto é, esgrimindo argumentos como “competitividade” , “sucesso”, “lucro” e “privado”, entre outros, ganhar qualquer discussão. Só por descuido dos adversários, mesmo que não tenham nenhum Mourinho como treinador de campo, nem nenhum Pinto da Costa como educador do povo. Que não são excelentes, mas lá cumprem, dentro do sistema.Jamila Madeira foi, hoje, reduzida a pó (com evidente desgosto meu), num debate da RTP-2, por dois rapazes inteligentes e pouco belos, muito magnânimos, até, na forma condescendente com que a trataram. O que é irritante, logo à partida. Jamila Madeira, que deve cheirar bem, devia conviver, apenas, com rapazes que tivessem os mínimos nacionais da esbelteza, mas mete-se na segunda-liga!... E mais: joga em casa do adversário, logo contra dois.Isto dirão os mais apressados. Mas não: se lá estivesse mais algum esgrimista, fosse do PCP ou do BE, Jamila jogaria contra quatro! Porque Jamila, mulher bonita e, seguramente, esperta, esgrime com argumentos votados à fácil destruição, tanto por parte do poder (a lógica do sistema, então, não é assim, ó senhores?) como por parte do “contra-poder descomprometido”, os chamados bitaiteiros. É um esquerdismo fácil, do ponto de vista mediático, o dos bitaiteiros. E ser bitaiteiro descredibiliza a esquerda. Logo, terminemos o reinado dos bitatiteiros. Como? Alianças de esquerda, sem medo, sempre e depressa. E os ratos lá acabarão por se revelar, ao primeiro naufrágio. E se ficarem todos, se não houver ratos? Melhor, senhores! Viram que bem?Se Jamila quisesse eu explicava-lhe isto melhor. Mas eu suspeito que ela já sabe. Todo o PS já sabe, aliás. Mas nem todo o PS quer isto. É pena.O PS, se quer ser credível (não para o “sistema”, que esse masturba-se com a sua própria e gritada credibilidade e com a credulidade de quem só ainda não viu o tamanho da sua derrota porque só olha para o que lhe mostram; mas para quem acredita numa maneira diferente de viver, mais solidária e redentora, em que quem não faz parte duma solução... pode apenas ser insolúvel naquele soluto... e não ser noutro), tem de sair dos seus apertados e masoquistas limites, indo às gavetas da sua História buscar o que lá guardou. Sem vergonha e sem medo. Vergonha é isto que se tem passado nos últimos anos, jogar sempre fora de casa, tentando defender o indefensável.Não ter medo, é empenhar-se em mudar as regras, em vez de se desgastar em tentativas vãs de as adaptar. Soam sempre a falso, estes exercícios.Mesmo que se percam eleições e os “meninos do aparelho” não gostem, isto fica aqui.

Arnaldo Palhares Um dia, Arnaldo Palhares fugiu da vida. A mãe cuspia-lhe desgostos, o pai insultava-o silenciosamente, os irmãos rosnavam-lhe, os amigos fugiam-lhe. A mulher e os filhos cuidavam que era sempre um bocado de spleen. Os companheiros de trabalho riam-se dele, nas traseiras da cara. Até o cão lhe ladrava de esguelha.

Arnaldo Palhares, que era dotado de pouca paciência e estava cansado, apontou um revólver à têmpora direita e acabou-se-lhes. Nunca hão-de saber porque fugiu assim, mas há Arnaldos que sentem, cedo, que os combates estão perdidos para sempre.

Um dia, Arnaldo Palhares fugiu da vida. A mãe cuspia-lhe desgostos, o pai insultava-o silenciosamente, os irmãos rosnavam-lhe, os amigos fugiam-lhe. A mulher e os filhos cuidavam que era sempre um bocado de spleen. Os companheiros de trabalho riam-se dele, nas traseiras da cara. Até o cão lhe ladrava de esguelha.Arnaldo Palhares, que era dotado de pouca paciência e estava cansado, apontou um revólver à têmpora direita e acabou-se-lhes. Nunca hão-de saber porque fugiu assim, mas há Arnaldos que sentem, cedo, que os combates estão perdidos para sempre.

Falta de sorte Numa certa perspectiva, eu até percebo o que passou pela cabeça do presidente do tribunal da relação de Lisboa quando se deparou com uma câmara da SIC a filmá-lo. A postura de jornalista teenager, acabadinho de desmamar da mãe e da escola superior de jornalismo, convencido para além de qualquer dúvida de que o mundo lhe pertence e que tem o dever moral de informar o povo porque foi esse o nobre desígnio que lhe foi destinado neste mundo é verdadeiramente insuportável. A SIC e a TVI (menos a SIC, mais a TVI) encarregam-se de lhes dar o resto da formação em jornalismo sensacionalista, intromissor e desgovernado.

Foi isto, julgo eu, que o meretíssimo desembargador viu e imediatamente o cegou. Mas teve azar, porque, além de estar numa cerimónia pública, esqueceu-se de duas coisas: que é o presidente da relação de Lisboa e que a jornalista a quem ele mandou à merda é a Sofia Pinto Coelho, que é casada com o Ricardo Sá Fernandes. Isto há-de ser aproveitado até ao tutano, está-se mesmo a ver. Numa certa perspectiva, eu até percebo o que passou pela cabeça do presidente do tribunal da relação de Lisboa quando se deparou com uma câmara da SIC a filmá-lo. A postura de jornalista teenager, acabadinho de desmamar da mãe e da escola superior de jornalismo, convencido para além de qualquer dúvida de que o mundo lhe pertence e que tem o dever moral de informar o povo porque foi esse o nobre desígnio que lhe foi destinado neste mundo é verdadeiramente insuportável. A SIC e a TVI (menos a SIC, mais a TVI) encarregam-se de lhes dar o resto da formação em jornalismo sensacionalista, intromissor e desgovernado.Foi isto, julgo eu, que o meretíssimo desembargador viu e imediatamente o cegou. Mas teve azar, porque, além de estar numa cerimónia pública, esqueceu-se de duas coisas: que é o presidente da relação de Lisboa e que a jornalista a quem ele mandou à merda é a Sofia Pinto Coelho, que é casada com o Ricardo Sá Fernandes. Isto há-de ser aproveitado até ao tutano, está-se mesmo a ver.

Sousa Tavares O multifacetado Sousa Tavares, cada vez mais parecido com o Nuno Rogeiro em termos de polivalência e jactância socio-politico-desportiva, escreveu n' "A Bola" o seguinte:

"...Em Moreira de Cónegos o Silva foi agarrado e depois largado: já tinha sido largado quando achou melhor atirar-se para o chão. De facto, repito, houve penalty, mas ele teria caído do céu, porque jamais o Silva, como habitualmente, aliás, conseguiria chegar àquela bola em condições de criar perigo.

Depois, houve o contra-ataque do Moreirense, que começa numa falta do Lino sobre o Polga à saída da sua área. Dessa falta não assinalada haveria de resultar o golo do Moreirense — 30 segundos e 50 metros mais à frente. É incontestável que, se o árbitro tem assinalado a falta, não haveria golo. Mas, para se afirmar peremptoriamente o contrário, isto é, que só houve golo porque não foi marcada a falta, é preciso passar por cima de quatro momentos decisivos: a fuga de Lino pelo corredor; a forma como soube evitar dois defesas contrários que lhe saíram ao caminho e centrar quase perfeito para a entrada da área; o falhanço de um central sportinguista na intercepção do cruzamento, permitindo que nas suas costas aparecesse o Manuel; a saída extemporânea do Ricardo, permitindo finalmente a conclusão: o chapéu do avançado do Moreirense. O desfecho de um jogo de futebol raramente se pode explicar apenas pelos erros do árbitro. (...)".

No primeiro parágrafo desta parte da sua crónica, Tavares defende de forma desassombrada que os penalties devem ser assinalados de acordo com critérios de "comportamento habitual da vítima". Ou seja, uma falta sobre um jogador habilidoso e certeiro é mais penalty do que se a mesma falta for cometida sobre um qualquer Silva a que Tavares não reconheça talento. Este último, mesmo que agarrado, "que não caísse".

A seguir, desenrola-se em considerações arrepiantes, carregadas da mesma lógica, sobre a bondade de golos obtidos através de jogadas precedidas de falta grosseira. Ele bem viu que houve falta do tal Lino (não seria Lito?), mas a sua cavalgada ulterior (do Lino?) e o seu desfecho concretizador provocam no cronista tal entusiasmo que é quase como se planeasse dizer, num dia em que viesse a propósito: "caramba, assaltaram-me a casa, mas com tanta mestria que gostaria de felicitar o assaltante e dar-lhe alvíssaras!"

E eu acho que um dia lhe hão-de assaltar a casa (as Antas) e ele nem se vai lembrar do que agora escreveu. E mesmo que se lembre, a coerência é um valor cada vez menos apreciado. Por que raio haveria Sousa Tavares de se preocupar mais com a sua coerência futebolística (sim, que isto é só futebol) do que outros "cronistas do poder", cuja obra careceria de coerência mais fundamental?

O multifacetado Sousa Tavares, cada vez mais parecido com o Nuno Rogeiro em termos de polivalência e jactância socio-politico-desportiva, escreveu n' "A Bola" o seguinte:"...Em Moreira de Cónegos o Silva foi agarrado e depois largado: já tinha sido largado quando achou melhor atirar-se para o chão., mas ele teria caído do céu, porque jamais o Silva, como habitualmente, aliás, conseguiria chegar àquela bola em condições de criar perigo.Depois, houve o contra-ataque do Moreirense, que começa numa falta do Lino sobre o Polga à saída da sua área. Dessa falta não assinalada haveria de resultar o golo do Moreirense — 30 segundos e 50 metros mais à frente.. Mas, para se afirmar peremptoriamente o contrário, isto é, que só houve golo porque não foi marcada a falta, é preciso passar por cima de quatro momentos decisivos: a fuga de Lino pelo corredor; a forma como soube evitar dois defesas contrários que lhe saíram ao caminho e centrar quase perfeito para a entrada da área; o falhanço de um central sportinguista na intercepção do cruzamento, permitindo que nas suas costas aparecesse o Manuel; a saída extemporânea do Ricardo, permitindo finalmente a conclusão: o chapéu do avançado do Moreirense. O desfecho de um jogo de futebol raramente se pode explicar apenas pelos erros do árbitro. (...)".No primeiro parágrafo desta parte da sua crónica, Tavares defende de forma desassombrada que os penalties devem ser assinalados de acordo com critérios de "comportamento habitual da vítima". Ou seja, uma falta sobre um jogador habilidoso e certeiro é mais penalty do que se a mesma falta for cometida sobre um qualquer Silva a que Tavares não reconheça talento. Este último, mesmo que agarrado, "que não caísse".A seguir, desenrola-se em considerações arrepiantes, carregadas da mesma lógica, sobre a bondade de golos obtidos através de jogadas precedidas de falta grosseira. Ele bem viu que houve falta do tal Lino (não seria Lito?), mas a sua cavalgada ulterior (do Lino?) e o seu desfecho concretizador provocam no cronista tal entusiasmo que é quase como se planeasse dizer, num dia em que viesse a propósito: "caramba, assaltaram-me a casa, mas com tanta mestria que gostaria de felicitar o assaltante e dar-lhe alvíssaras!"E eu acho que um dia lhe hão-de assaltar a casa (as Antas) e ele nem se vai lembrar do que agora escreveu. E mesmo que se lembre, a coerência é um valor cada vez menos apreciado. Por que raio haveria Sousa Tavares de se preocupar mais com a sua coerência futebolística (sim, que isto é só futebol) do que outros "cronistas do poder", cuja obra careceria de coerência mais fundamental?

Pequenos sapos O senhor ministro da defesa tem estado ao ataque, pela mão de Judite de Sousa. Olhando de esguelha para a câmara, em furtivas piscadelas de olho, tem dito várias coisas que já se sabia que ia dizer. E outras. O desempenho televisivo (que me importa escassamente, no fundo) tem sido pobre, oscilando entre a empáfia e a veemência acusatória. Faz perguntas que sabe não irem ser respondidas em directo, porque não está lá mais ninguém. Os olhos, como sempre, estão-lhe fugidios. Nervoso, crispado como sempre, mas isso eu entendo. Os elogios absolutos e gongóricos aos amigos e amigas, amparados em linguagem não verbal pouco convincente, insegura. A pose de estado, relativamente bem ensaiada, logo subvertida pelo sorrisinho malandreco de menino bimbas que tem na mão um chupa-chupa só dele. Por acaso, tem agora expressões faciais menos histriónicas do que há dois anos, amadureceu seu pedaço, o senhor ministro, em termos globais. Nada nele é, contudo, mais doce. Nem mais autêntico.

O conteúdo, esse, é para digerir melhor. Ficou a gravar.

Para já, reparei apenas naquilo em que ele quereria que se reparasse, de forma exclusiva. E vai ter sucesso, seguramente, entre os seus fiéis. Mesmo tendo cometido a gaffe "anti-liberal" do costume, com a desfaçatez de quem sabe que todos os deslizes lhe são perdoados. Porque a democracia cristã (isto existe mesmo, também podia haver, sem chacota, uma democracia hindu, ou muçulmana... acreditem que sim) será sempre mais votada do que o partido que vai cobrindo com sua mantinha caridosa e tutelar.

Ó liberais, rapaziada, vocês engulam mais esta, em nome de Deus e da vossa participação nos governos...por via dos "votinhos dos devotos". Tenham paciência. A cada um o pequeno sapo que merece, ou que consegue tragar. O senhor ministro da defesa tem estado ao ataque, pela mão de Judite de Sousa. Olhando de esguelha para a câmara, em furtivas piscadelas de olho, tem dito várias coisas que já se sabia que ia dizer. E outras. O desempenho televisivo (que me importa escassamente, no fundo) tem sido pobre, oscilando entre a empáfia e a veemência acusatória. Faz perguntas que sabe não irem ser respondidas em directo, porque não está lá mais ninguém. Os olhos, como sempre, estão-lhe fugidios. Nervoso, crispado como sempre, mas isso eu entendo. Os elogios absolutos e gongóricos aos amigos e amigas, amparados em linguagem não verbal pouco convincente, insegura. A pose de estado, relativamente bem ensaiada, logo subvertida pelo sorrisinho malandreco de menino bimbas que tem na mão um chupa-chupa só dele. Por acaso, tem agora expressões faciais menos histriónicas do que há dois anos, amadureceu seu pedaço, o senhor ministro, em termos globais. Nada nele é, contudo, mais doce. Nem mais autêntico.O conteúdo, esse, é para digerir melhor. Ficou a gravar.Para já, reparei apenas naquilo em que ele quereria que se reparasse, de forma exclusiva. E vai ter sucesso, seguramente, entre os seus fiéis. Mesmo tendo cometido a gaffe "anti-liberal" do costume, com a desfaçatez de quem sabe que todos os deslizes lhe são perdoados. Porque a democracia cristã (isto existe mesmo, também podia haver, sem chacota, uma democracia hindu, ou muçulmana... acreditem que sim) será sempre mais votada do que o partido que vai cobrindo com sua mantinha caridosa e tutelar.Ó liberais, rapaziada, vocês engulam mais esta, em nome de Deus e da vossa participação nos governos...por via dos "votinhos dos devotos". Tenham paciência. A cada um o pequeno sapo que merece, ou que consegue tragar.

Vergonha Um clube de futebol que não consegue, sequer, obter a solidariedade dos adeptos e do próprio presidente nos momentos de infortúnio é um clube moribundo. Acabo de ouvir na rádio o som difuso e sinistro das vozes plenas de boçalidade dos adeptos do Benfica que, nesta madrugada, estiveram no aeroporto, como é habitual, à chegada dos jogadores. O que já não foi habitual é que se tenham deslocado ao aeroporto exclusivamente com o objectivo de insultar e apupar os jogadores. Uma verdadeira indignidade. Muito doente está uma nação que abriga pseudo-adeptos de futebol que, nos momentos menos bons de desempenho das equipas, se portam como ratos a abandonar o navio, que assim há-de naufragar sem apelo nem agravo. E eu, que sou portista, hoje sinto-me solidária com os jogadores do Benfica que empataram na Bélgica porque jogaram mal. Um clube de futebol que não consegue, sequer, obter a solidariedade dos adeptos e do próprio presidente nos momentos de infortúnio é um clube moribundo. Acabo de ouvir na rádio o som difuso e sinistro das vozes plenas de boçalidade dos adeptos do Benfica que, nesta madrugada, estiveram no aeroporto, como é habitual, à chegada dos jogadores. O que já não foi habitual é que se tenham deslocado ao aeroporto exclusivamente com o objectivo de insultar e apupar os jogadores. Uma verdadeira indignidade. Muito doente está uma nação que abriga pseudo-adeptos de futebol que, nos momentos menos bons de desempenho das equipas, se portam como ratos a abandonar o navio, que assim há-de naufragar sem apelo nem agravo. E eu, que sou portista, hoje sinto-me solidária com os jogadores do Benfica que empataram na Bélgica porque jogaram mal.

Santana Lopes Este senhor doutor de frondosa cabeleira sobre a nuca, escassa sobre a fronte, assume a careca com... frontalidade. Ia gostar de conhecer a Lolita, que é extremamente competitiva e "assertiva".

Comenta coisas na SIC, o Dr. Pedro, conforme as comenta n' "A Bola". Duma forma ligeira, muito "envernizada", leviana, pouco impressionista. Eu sei muito bem que devia dizer impressionante, mas o impressionismo é uma corrente. E as correntes, num fato de cabedal, ficam melhor. Mesmo que antigas, cheias de ferrugem a pedir "solarina modificada", as correntes são um fetiche antigo de gente que ainda vive hoje. Que correntes ligam Santana Lopes ao PSD? As do fato de cabedal?

Querem que responda, mesmo sendo um disparate pegado? Eu respondo, então.

São aquelas correntes antigas que nos dão (a ele, seguramente, dão) aquela triste certeza de estarmos acorrentados sem razão pertinente a razão nenhuma. Só para não cortarmos antigos elos ferrugentos. Porque, sem essa ferrugem histórica, as pessoas reparam que nos falta cada vez mais cabelo na frente da cabeça. E não vão para a cama connosco a não ser motivadas por ditados populares acerca de carecas.

E Santana Lopes, aqui entre nós, ainda não levou o PSD para a cama. Que se tenha visto.

Eu escusava disto? Eu sei que escusava. Paciência.

O que tem a ferrugem a ver com os cabelos que nos faltam é outra conversa, mas eu não sou pago para explicar tudo duma vez. Este senhor doutor de frondosa cabeleira sobre a nuca, escassa sobre a fronte, assume a careca com... frontalidade. Ia gostar de conhecer a Lolita, que é extremamente competitiva e "assertiva".Comenta coisas na SIC, o Dr. Pedro, conforme as comenta n' "A Bola". Duma forma ligeira, muito "envernizada", leviana, pouco impressionista. Eu sei muito bem que devia dizer impressionante, mas o impressionismo é uma corrente. E as correntes, num fato de cabedal, ficam melhor. Mesmo que antigas, cheias de ferrugem a pedir "solarina modificada", as correntes são um fetiche antigo de gente que ainda vive hoje. Que correntes ligam Santana Lopes ao PSD? As do fato de cabedal?Querem que responda, mesmo sendo um disparate pegado? Eu respondo, então.São aquelas correntes antigas que nos dão (a ele, seguramente, dão) aquela triste certeza de estarmos acorrentados sem razão pertinente a razão nenhuma. Só para não cortarmos antigos elos ferrugentos. Porque, sem essa ferrugem histórica, as pessoas reparam que nos falta cada vez mais cabelo na frente da cabeça. E não vão para a cama connosco a não ser motivadas por ditados populares acerca de carecas.E Santana Lopes, aqui entre nós, ainda não levou o PSD para a cama. Que se tenha visto.Eu escusava disto? Eu sei que escusava. Paciência.O que tem a ferrugem a ver com os cabelos que nos faltam é outra conversa, mas eu não sou pago para explicar tudo duma vez.

Jornada europeia O Benfica empatou, coisa com que já ninguém se espanta, excepto, talvez, os belgas do La Louvière. O Sporting ganhou, mas foi em casa e, a acreditar no besugo, tudo se deve ao Polga. O Porto há-de ganhar ao Real Madrid e olhem que quem o diz é uma pessoa que já demonstrou possuir um raro sentido de justiça e uma extrema lucidez. Mas note-se: se o Porto não ganhar, essa pessoa continuará a ser, pelo menos, justa. O resto é fado, futebol... e árbitros. O Benfica empatou, coisa com que já ninguém se espanta, excepto, talvez, os belgas do La Louvière. O Sporting ganhou, mas foi em casa e, a acreditar no besugo, tudo se deve ao Polga. O Porto há-de ganhar ao Real Madrid e olhem que quem o diz é uma pessoa que já demonstrou possuir um raro sentido de justiça e uma extrema lucidez. Mas note-se: se o Porto não ganhar, essa pessoa continuará a ser, pelo menos, justa. O resto é fado, futebol... e árbitros.

Contentamento Estou contente. Gostei do Sporting, hoje. Boa circulação de bola, boas jogadas, dois escassos golos para os 4-0 que seriam justos. Destaco Polga, jogador inteligente e que sabe "antecipar" o futuro imediato com classe. Ainda se desculpou duas vezes com o Beto, que é leão antigo, gosta de ralhar, mordendo a língua, em raivas de quem tem dúvidas. Mas tem de aprender com Polga o talento de quem sabe. Que,esse talento, Beto não tem. Lembram-se de André Cruz? Esse tinha. E Beto não jogava, às vezes. Ou se jogasse era ao lado... A liderança era de quem era.

Não basta ter nervos. Aliás, é melhor ter nervo, que nervos. Os nervos são antagonistas da calma. O nervo não. É um complemento imprescindível da placidez inteligente e robusta dos fortes. Estou contente. Gostei do Sporting, hoje. Boa circulação de bola, boas jogadas, dois escassos golos para os 4-0 que seriam justos. Destaco Polga, jogador inteligente e que sabe "antecipar" o futuro imediato com classe. Ainda se desculpou duas vezes com o Beto, que é leão antigo, gosta de ralhar, mordendo a língua, em raivas de quem tem dúvidas. Mas tem de aprender com Polga o talento de quem sabe. Que,esse talento, Beto não tem. Lembram-se de André Cruz? Esse tinha. E Beto não jogava, às vezes. Ou se jogasse era ao lado... A liderança era de quem era.Não basta ter nervos. Aliás, é melhor ter nervo, que nervos. Os nervos são antagonistas da calma. O nervo não. É um complemento imprescindível da placidez inteligente e robusta dos fortes.

Decididamente Este cantinho de gente simples não é pacífico. A gente gosta de clubes diversos, lê belogues distintos, defende patranhas adversativas, tipo "nem, nem". Uma bizarria.

De facto, eis o que recebemos na caixa do correio. Sem remetente. Vergonha!!!!

"Nem sei quem recebe estes emails mas, sendo eu leitor assíduo deste blog "que me bloga mucho" e começando a ficar levemente irritado com a suburbana leviandade do besugo a dissertar sobre matérias manifestamente mais complexas do que as curvas de uma enfermeira (ou duas, já agora), resolvi manifestar-me, após leitura atenta do tópico chamado "O calor".

Parece-me que o besugo deve ter qualquer coisa contra o ministro da saúde. Digo parece-me, porque pode ser que o besugo seja argumentista do contra informação e esteja aqui a treinar "sketches" pró dito programa.

De todo o modo, imaginemos o ministro ideal do besugo ...

E a conversa era assim:

- Quero saber quantas foram.

- Quantos foram o quê Sr. Ministro?

- As mortes de cidadãos atribuíveis ao calor, meu caro colaborador e companheiro. Se faz favor ...

- Como quer que saiba? Estive de férias!

- E esteve muito bem, que os trabalhadores têm todo o direito de gozar férias. Sim, que eu não sou seu patrão, sou seu companheiro e amigo.

- AI é ... Ahhh, touzaber ... Olha pá, não sei quantos foram, e de resto toume a cagar para isso. Queres saber? Vai perguntar tu!

- Mas ...

- Sim, pergunta a quem quiseres.

- E quem me há-de responder?

- Não sei, metade está de férias e metade está de greve por causa do calor e de não haver ar condicionado nos gabinetes.

- ...

- O que foi agora?

- Já sei, vou à Assembleia e digo àqueles dignos representantes do povo que o calor foi uma catástrofe e que o Governo vai nomear uma comissão para estudar a forma de nos prevenirmos contra catástrofes destas.

- E se os fachos te perguntarem qual é a dimensão da catástrofe?

- Digo que vou nomear uma comissão para proceder de modo rigoroso a essa avaliação.

- E se te perguntarem como é que vais constituir essa comissão?

- É fácil, falo nas forças vivas, nos agentes do sistema e dos diversos subsistemas ...

- Uma coisa abrangente, é?

- Exacto, companheiro, uma coisa abrangente!

- E funciona?

- Isso não interessa nada. Daqui a um mês abrem as aulas e o palerma do meu colega da educação (um burguês, esse gajo) passa para a linha de fogo, segundo ouvi dizer ao meu compadre da FENPROF.

- Tens um compadre professor?

- Professor, é uma maneira de dizer ... Há vinte anos que está no sindicato. Percebes, sem profissionalização dos sindicalistas não é possível defender a classe. Não é qualquer um que sabe convocar uma greve ou uma manif.

- Já percebi... Bem, vou beber santal RAD, que é vermelho e tem tomates. Feitos em puré e cheios de corantes e conservantes, mas vermelhos ainda.

- O melhor é um que também tem laranja. Tudo bem misturadinho e em puré centrifugado, esterilizado e homogeneizado, com corantes e conservantes à maneira. É RAD e não compromete ninguém.

- Pois!

Caso não seja o besugo quem recebe este email, muito agradecia a gentileza de lho fazerem chegar."

Conclusão: vamos dar-lhe o espaço que merece. Nós não podemos ver um tipo a ameaçar dar-nos pancada sem que lhe ofereçamos moca ainda maior, para melhor nos atordoar de forma redentora e vil.

Escolha um nick hispânico, senhor, que é mais caliente. Vai ter notícias. Este cantinho de gente simples não é pacífico. A gente gosta de clubes diversos, lê belogues distintos, defende patranhas adversativas, tipo "nem, nem". Uma bizarria.De facto, eis o que recebemos na caixa do correio. Sem remetente. Vergonha!!!!"Nem sei quem recebe estes emails mas, sendo eu leitor assíduo deste blog "que me bloga mucho" e começando a ficar levemente irritado com a suburbana leviandade do besugo a dissertar sobre matérias manifestamente mais complexas do que as curvas de uma enfermeira (ou duas, já agora), resolvi manifestar-me, após leitura atenta do tópico chamado "O calor".Parece-me que o besugo deve ter qualquer coisa contra o ministro da saúde. Digo parece-me, porque pode ser que o besugo seja argumentista do contra informação e esteja aqui a treinar "sketches" pró dito programa.De todo o modo, imaginemos o ministro ideal do besugo ...E a conversa era assim:- Quero saber quantas foram.- Quantos foram o quê Sr. Ministro?- As mortes de cidadãos atribuíveis ao calor, meu caro colaborador e companheiro. Se faz favor ...- Como quer que saiba? Estive de férias!- E esteve muito bem, que os trabalhadores têm todo o direito de gozar férias. Sim, que eu não sou seu patrão, sou seu companheiro e amigo.- AI é ... Ahhh, touzaber ... Olha pá, não sei quantos foram, e de resto toume a cagar para isso. Queres saber? Vai perguntar tu!- Mas ...- Sim, pergunta a quem quiseres.- E quem me há-de responder?- Não sei, metade está de férias e metade está de greve por causa do calor e de não haver ar condicionado nos gabinetes.- ...- O que foi agora?- Já sei, vou à Assembleia e digo àqueles dignos representantes do povo que o calor foi uma catástrofe e que o Governo vai nomear uma comissão para estudar a forma de nos prevenirmos contra catástrofes destas.- E se os fachos te perguntarem qual é a dimensão da catástrofe?- Digo que vou nomear uma comissão para proceder de modo rigoroso a essa avaliação.- E se te perguntarem como é que vais constituir essa comissão?- É fácil, falo nas forças vivas, nos agentes do sistema e dos diversos subsistemas ...- Uma coisa abrangente, é?- Exacto, companheiro, uma coisa abrangente!- E funciona?- Isso não interessa nada. Daqui a um mês abrem as aulas e o palerma do meu colega da educação (um burguês, esse gajo) passa para a linha de fogo, segundo ouvi dizer ao meu compadre da FENPROF.- Tens um compadre professor?- Professor, é uma maneira de dizer ... Há vinte anos que está no sindicato. Percebes, sem profissionalização dos sindicalistas não é possível defender a classe. Não é qualquer um que sabe convocar uma greve ou uma manif.- Já percebi... Bem, vou beber santal RAD, que é vermelho e tem tomates. Feitos em puré e cheios de corantes e conservantes, mas vermelhos ainda.- O melhor é um que também tem laranja. Tudo bem misturadinho e em puré centrifugado, esterilizado e homogeneizado, com corantes e conservantes à maneira. É RAD e não compromete ninguém.- Pois!Caso não seja o besugo quem recebe este email, muito agradecia a gentileza de lho fazerem chegar."Conclusão: vamos dar-lhe o espaço que merece. Nós não podemos ver um tipo a ameaçar dar-nos pancada sem que lhe ofereçamos moca ainda maior, para melhor nos atordoar de forma redentora e vil.Escolha um nick hispânico, senhor, que é mais caliente. Vai ter notícias.

O calor O calor, para

Isto não é verdade, isto é um disparate! Mas só assim se entenderia que o pouco concentrado senhor ministro da saúde ( e os seus intransigentes e pragmáticos defensores, onde quer que se encontrem) nos viesse afrontar com aquele fatídico número quatro (só-quatro-só) quando lhe deu para quantificar as vítimas mortais do calor. Ele deve ter feito assim, pelo menos é hipótese frondosa em floresta queimada:

" - Quero saber quantos foram!"

" - Quantos foram o quê, senhor ministro?"

" - Bolas, os casos fatais atribuíveis ao calor. À onda."

" - Como quer o senhor que eu saiba? Estive de férias!"

" - Insolente! Saiba quantas certidões de óbito foram passadas com a seguinte causa de morte: calor."

" - Vou saber... calor?"

" - Sim, calor!"

.................................

" - Senhor ministro? Sou eu, ajoelhado e respeitoso, com a informação que me pediu..."

" - Sim? E então? Já conseguiram que algum desses médicos comunas assinasse um contrato individual de trabalho?"

" - Mas não foi isso que o senhor me pediu...."

" - Pois, isso é o que eu peço a Deus, todas as noites, já de barrete... Mas diga, homem, que lhe pedi eu? Você pensa que eu tenho cabeça para tudo? Sei lá bem o que disse ontem!"

" - Era aquilo das mortes pelo calor...."

" - Ah! Já podia ter dito, tenho estado aqui consumido com isso. Quantas foram?"

" - Quatro...."

" - Tem a certeza? Absoluta?"

" - Bom, só há quatro certidões com essa causa de morte, todas elas passadas por clínicos espanhóis recém-formados..."

" - Esses clínicos são contratados por S.A.s de elevada competência. Cale-se! Se são só quatro, são só quatro! Quatro! Apenas quatro! Coitados, as famílias, e tal... chuif... mas SÓ QUATRO!!!! Você fez um belo trabalho, Vasco Citrino Doce!"

" - Há quem diga que o calor foi causa indirecta de muitas mais mortes...."

" - Cale-se! Não estrague um excelente trabalho com uma insolente provocação!"

Calou-se? Não. Aprimorou-se na arte de tecer encómios, calou a consciência crítica e estabeleceu-se no "sumo de laranja". E alguém pôs aqui o link. Isto está sem rei nem roque!!! O calor, para estes senhores , é uma causa de morte directa, daquelas que se podem botar em certificado de óbito. Mais ou menos assim: "Causa de morte? Calor! Em onda!".Isto não é verdade, isto é um disparate! Mas só assim se entenderia que o pouco concentrado senhor ministro da saúde ( e os seus intransigentes e pragmáticos defensores, onde quer que se encontrem) nos viesse afrontar com aquele fatídico número quatro (só-quatro-só) quando lhe deu para quantificar as vítimas mortais do calor. Ele deve ter feito assim, pelo menos é hipótese frondosa em floresta queimada:" - Quero saber quantos foram!"" - Quantos foram o quê, senhor ministro?"" - Bolas, os casos fatais atribuíveis ao calor. À onda."" - Como quer o senhor que eu saiba? Estive de férias!"" - Insolente! Saiba quantas certidões de óbito foram passadas com a seguinte causa de morte: calor."" - Vou saber... calor?"" - Sim, calor!"................................." - Senhor ministro? Sou eu, ajoelhado e respeitoso, com a informação que me pediu..."" - Sim? E então? Já conseguiram que algum desses médicos comunas assinasse um contrato individual de trabalho?"" - Mas não foi isso que o senhor me pediu...."" - Pois, isso é o que eu peço a Deus, todas as noites, já de barrete... Mas diga, homem, que lhe pedi eu? Você pensa que eu tenho cabeça para tudo? Sei lá bem o que disse ontem!"" - Era aquilo das mortes pelo calor...."" - Ah! Já podia ter dito, tenho estado aqui consumido com isso. Quantas foram?"" - Quatro...."" - Tem a certeza? Absoluta?"" - Bom, só há quatro certidões com essa causa de morte, todas elas passadas por clínicos espanhóis recém-formados..."" - Esses clínicos são contratados por S.A.s de elevada competência. Cale-se! Se são só quatro, são só quatro! Quatro! Apenas quatro! Coitados, as famílias, e tal... chuif... mas SÓ QUATRO!!!! Você fez um belo trabalho, Vasco Citrino Doce!"" - Há quem diga que o calor foi causa indirecta de muitas mais mortes...."" - Cale-se! Não estrague um excelente trabalho com uma insolente provocação!"Calou-se? Não. Aprimorou-se na arte de tecer encómios, calou a consciência crítica e estabeleceu-se no "sumo de laranja". E alguém pôs aqui o link. Isto está sem rei nem roque!!!

E lá vou eu falar de futebol, que nem queria... Mas é só um bocadinho. Apenas para dizer que fui

Ora o que eu li

"DE QUALQUER FORMA: Seja ou não seja grande penalidade, seja ou não seja falta sobre o Polga no lance seguinte, a realidade é que o Sporting não foi capaz de marcar um golo que fosse, nem foi capaz de chegar a Moreira de Cónegos e mandar no jogo. Estou como o Sérgio, de tão habituados a jogarem num relvado(?) como o de Alvalade XXI, já não conseguem jogar num que esteja em boas condições.

Oh engenheiro, a máquina parecia engrenar, mas afinal parece que ainda há muito para olear...."

Eu vou traduzir isto para "linguagem imparcial", a ver se o Pedro Sousa (que foi quem escreveu isto) se penetra dela e vê a luz. Não, não me refiro ao estádio.

TRADUÇÃO PARA LINGUAGEM IMPARCIAL

"Embora lhe tenham sido escamoteadas duas grandes penalidades (uma das quais, ao menos, daria golo, eventualmente, se não ambas...) e o golo do adversário tenha sido precedido de falta grosseira sobre Polga, o Sporting não conseguiu vencer o Moreirense. É escandaloso como uma equipa candidata ao título, mesmo com as benesses que atrás referi, não consegue tomar conta dum jogo contra uma equipa modesta que, apesar de tudo, "afinfou" 3-1 ao Benfica na pré-época! Escandaloso! E tudo isto num relvado decente, aqui estou de acordo com o Pedro Sousa, exclamando, contudo, raispartópitium!"

Ora, meus amigos, é assim que deve ler-se. Desculpe lá, amigo Pedro Sousa, mas isto não é censura, é sensatez, é a voz da verdadeira... hum... VERDADE!

Sim, graças a Deus ( e à minha lucidez, herança materna) pude repor a verdade neste local caliente! Valha a verdade, já que se fala nela, que neste local ninguém se entende, mas eu explico isso em tempo competente. Mas é só um bocadinho. Apenas para dizer que fui ali ler uma coisa (eu não controlo, contrariamente ao que seria desejável e virtuoso, os "links" que alguns dos meus co-belogueiros aqui introduzem como referência e, depois, dá nisto...) e, por a ter lido, acho que devo exercer uma arrasadora acção pedagógico-imparcial. Sim, que imparcial é coisa que eu sei que sou, disse-mo minha mãe um dia, senhora de verdades totais e absolutas!Ora o que eu li ali , foi isto:"DE QUALQUER FORMA: Seja ou não seja grande penalidade, seja ou não seja falta sobre o Polga no lance seguinte, a realidade é que o Sporting não foi capaz de marcar um golo que fosse, nem foi capaz de chegar a Moreira de Cónegos e mandar no jogo. Estou como o Sérgio, de tão habituados a jogarem num relvado(?) como o de Alvalade XXI, já não conseguem jogar num que esteja em boas condições.Oh engenheiro, a máquina parecia engrenar, mas afinal parece que ainda há muito para olear...."Eu vou traduzir isto para "linguagem imparcial", a ver se o Pedro Sousa (que foi quem escreveu isto) se penetra dela e vê a luz. Não, não me refiro ao estádio."Embora lhe tenham sido escamoteadas duas grandes penalidades (uma das quais, ao menos, daria golo, eventualmente, se não ambas...) e o golo do adversário tenha sido precedido de falta grosseira sobre Polga, o Sporting não conseguiu vencer o Moreirense. É escandaloso como uma equipa candidata ao título, mesmo com as benesses que atrás referi, não consegue tomar conta dum jogo contra uma equipa modesta que, apesar de tudo, "afinfou" 3-1 ao Benfica na pré-época! Escandaloso! E tudo isto num relvado decente, aqui estou de acordo com o Pedro Sousa, exclamando, contudo,!"Ora, meus amigos, é assim que deve ler-se. Desculpe lá, amigo Pedro Sousa, mas isto não é censura, é sensatez, é a voz da verdadeira... hum... VERDADE!Sim, graças a Deus ( e à minha lucidez, herança materna) pude repor a verdade neste local caliente! Valha a verdade, já que se fala nela, que neste local ninguém se entende, mas eu explico isso em tempo competente.

Calmante natural

Mentir é feio, mas não exageremos Ainda o

Esta questão só tem sentido (se tiver), evidentemente, no plano dos princí­pios e de forma instrumental (porque não acredito que o Mata-Mouros acredite que a homossexualidade nos políticos, só por si, seja tema para tanto discurso) relativamente às possíveis mentiras que nos andam a pregar. Primeiro, porque todos sabemos adivinhar o suicí­dio político que representaria uma confissão dessas por (por exemplo...) um dos nossos ministros. Depois, porque me causa desconforto a radical censura moral da mentira que leio no Mata-Mouros. Se forem assim com tudo, devem ter poucos amigos...

Se algum político mentiu (melhor: omitiu) quanto à sua orientação sexual, fê-lo por pudor ou por conveniência. O que é criticável, mas assim como isso não faz de alguém um bom polí­tico também não me parece que o diminui assim tanto como querem. Ainda o Mata-Mouros . Estive a ler a os vários postes (julgo que são cinco) sobre a homossexualidade nos políticos e admito que se trata de reflexões sérias e cautelosas. Mas, e independentemente de ser minha convicção de que devem ser muito estreitos os limites para a divulgação pública de qualquer aspecto da vida pessoal de cada um, seja quem for, mesmo político (e não me venham falar em transparência, que isto não tem nada a ver com isso), o que me faz confusão é o equí­voco de que parte o Mata-Mouros quanto à questão da homossexualidade. A menos que o Mata-Mouros esteja mais bem informado do que eu, que se saiba não há prova concludente de algum político português ter mentido sobre a sua orientação sexual. A outra hipótese será a de que o Mata-Mouros desconfie que alguém tenha mentido, quando, na verdade, se terá limitado, nessa hipótese, a omitir, penso eu. O que é bem diferente e justificável, atenta a irrelevância pública da orientação sexual dos políticos, do ponto de vista da sua competência, digamos, profissional.Esta questão só tem sentido (se tiver), evidentemente, no plano dos princí­pios e de forma instrumental (porque não acredito que o Mata-Mouros acredite que a homossexualidade nos políticos, só por si, seja tema para tanto discurso) relativamente às possíveis mentiras que nos andam a pregar. Primeiro, porque todos sabemos adivinhar o suicí­dio político que representaria uma confissão dessas por (por exemplo...) um dos nossos ministros. Depois, porque me causa desconforto a radical censura moral da mentira que leio no Mata-Mouros. Se forem assim com tudo, devem ter poucos amigos...Se algum político mentiu (melhor: omitiu) quanto à sua orientação sexual, fê-lo por pudor ou por conveniência. O que é criticável, mas assim como isso não faz de alguém um bom polí­tico também não me parece que o diminui assim tanto como querem.

Tiro no pé Fui parar à

Mas não se preocupem, homens e mulheres de direita. Podem continuar a sentir-se democratas, que isto é só o que a Helena Matos, sem querer, disse. Fui parar à Helena Matos através do Mata-Mouros . Não querendo eu, se calhar quixotescamente, defender o indefensável, não deixo, porém, de anotar isto: não decidi ainda se me impressiona mais a demagogia entrelinhada da crónica em questão ou as saudades, levianamente expressas, do Manuel Alegre pela segurança dos quarenta e oito anos de fascismo. É que tem piada: a dita senhora, ao dissecar fervilhantemente as consequências da instauração da democracia, passa, sem se aperceber, para a esquerda o papel "odioso" de ter precipitado a mudança de regime. Isto será mais ou menos isto: "ó esquerda! mas vocês não queriam a democracia? então agora não se queixem...". E, então, será provavelmente legítimo concluir isto: a direita não quis a mudança.Mas não se preocupem, homens e mulheres de direita. Podem continuar a sentir-se democratas, que isto é só o que a Helena Matos, sem querer, disse.

Ainda o Júdice Os Os cruzados descobriram tudo. Agora percebo a preocupação com as escutas.

Aero-pastilhas Hoje nem era para escrever mais, que isto não é pago à peça. Aliás, a bem dizer, nem pago é. Excepto o petróleo para o candeeiro de secretária, mas esse sou eu que o carrego sempre, vintemilréis por semana.

Eu não ia dizer mais nada, mas o verrinoso homem-a-dias decidiu provocar-me, de forma intencional e viperina. Disse ele,

Pois fique sabendo que não é! Passe a publicidade, claro. Eu ensino! O Xanax, na medida certa, é muitíssimo melhor para a gente se reconciliar com a nossa falta de vocação aeronáutica! Receba este grande tungas (e experimente, já agora... embora a dose certa seja difícil de encontrar em voos com muitos "poços de ar" e de longo curso...) com votos de boa viagem. Na SATA, obviamente.

Hoje nem era para escrever mais, que isto não é pago à peça. Aliás, a bem dizer, nem pago é. Excepto o petróleo para o candeeiro de secretária, mas esse sou eu que o carrego sempre, vintemilréis por semana.Eu não ia dizer mais nada, mas o verrinoso homem-a-dias decidiu provocar-me, de forma intencional e viperina. Disse ele, numa nítida referência à minha besugal pessoa , que o Lexotan é o maior amigo do cobarde aerotransportado.Pois fique sabendo que não é! Passe a publicidade, claro. Eu ensino! O Xanax, na medida certa, é muitíssimo melhor para a gente se reconciliar com a nossa falta de vocação aeronáutica! Receba este grande tungas (e experimente, já agora... embora a dose certa seja difícil de encontrar em voos com muitos "poços de ar" e de longo curso...) com votos de boa viagem. Na SATA, obviamente.

Escutas As telefónicas, que a PJ faz e que, por diversas vezes, ninguém sabe delas. Sabe-se que, de acordo com a lei, têm de ser autorizadas por um juiz e os visados podem nem ser sequer, suspeitos da prática de um crime, nem nunca vir a ser. A mim parece-me que o Bastonário da Ordem dos Advogados, ao defender a criação de uma comissão independente para o acompanhamento da legalidade das escutas telefónicas, quis alertar, diplomatica e serenamente, para os riscos notórios que decorrem de uma prática que nos habituamos a chamar de vil se fora do contexto da "busca da verdade dos factos". Julgo que ele sabe também que, com esta crítica velada, está a pôr em questão o princí­pio da separação dos poderes, a independência da magistratura, a vigilância feita de dentro dos juízes e pelos juí­zes. E ele conhece essa treta toda. E tem perfeita noção, ou tem obrigação de ter noção, de que, a não lhe darem ouvidos, sai desacreditado e enfraquecido.

Portanto, ou ele sabe disto tudo, ou não sabe. Se não sabe, é mais um a lançar confusão inútil e bacoca. Se sabe e ainda assim disse o que disse, é porque sabe de alguma coisa sobre as escutas que lhe tira o sono. On vera, como diria o Marió Suarez. As telefónicas, que a PJ faz e que, por diversas vezes, ninguém sabe delas. Sabe-se que, de acordo com a lei, têm de ser autorizadas por um juiz e os visados podem nem ser sequer, suspeitos da prática de um crime, nem nunca vir a ser. A mim parece-me que o Bastonário da Ordem dos Advogados, ao defender a criação de uma comissão independente para o acompanhamento da legalidade das escutas telefónicas, quis alertar, diplomatica e serenamente, para os riscos notórios que decorrem de uma prática que nos habituamos a chamar de vil se fora do contexto da "busca da verdade dos factos". Julgo que ele sabe também que, com esta crítica velada, está a pôr em questão o princí­pio da separação dos poderes, a independência da magistratura, a vigilância feita de dentro dos juízes e pelos juí­zes. E ele conhece essa treta toda. E tem perfeita noção, ou tem obrigação de ter noção, de que, a não lhe darem ouvidos, sai desacreditado e enfraquecido.Portanto, ou ele sabe disto tudo, ou não sabe. Se não sabe, é mais um a lançar confusão inútil e bacoca. Se sabe e ainda assim disse o que disse, é porque sabe de alguma coisa sobre as escutas que lhe tira o sono. On vera, como diria o Marió Suarez.

As academias, o papel e a praxe Li,

ESTUDANTES DE COIMBRA E PAPEL HIGIÉNICO

Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.

Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.

Gostei, e apeteceu-me reescrever isto, por me ter lembrado:

A mim disseram-me, uma vez, “vou-te praxar!”. E aquilo caiu-me tão mal que ainda me doem os nós dos dedos. Mas admito que pode haver quem ache giro e eivado de grande potencial integrador esse conjunto de javardices que oscila entre o bizarro e o “tem algum mal?”.

É nessas alturas da praxe que antigos(as) sebenteiros(as) e caloiros(as) se interpenetram na simbiose perfeita que eu traduziria por “a ver se te como até ao fim do curso”, embora eu ache que há formas menos azeiteiras de exibir tesões, com resultados mais profícuos. É lá com eles, quando foi comigo levaram nos cornos, podia ter sido ao contrário mas, por acaso foi assim, calhou.

Aqui há uns tempos falaram, na televisão, na rapariga do Instituto Piaget, que parece que está com problemas (julgo que a rapaziada da associação académica, à falta de quem lhe pespegasse porrada na tromba, faz sentir à rapariga que não devia ter aberto a boca para se queixar do que entendeu queixar-se).

A essa jovem sugiro que arranje, à falta de irmãos e cunhados entroncados, meia dúzia de ciganos de má catadura. Assim acompanhada, que interrompa uma reunião da associação académica, daquelas em que os petizes costumam ir treinar o slogan “não pagamos, não temos condições, o ensino está mal, e já agora não estudamos a ponta dum caralho”. Verá que a debandada duma associação académica desse jaez é linda de ver, embora nauseabunda. Deverá pedir aos ciganos que, de passagem, enfiem os instrumentos da tuna académica pelos cornos abaixo da própria tuna académica, o que gerará sons de grande musicalidade.

Falaram, também, duma outra caloira, doutra escola, que terá sido obrigada a mexer em estrume de vaca, a dita bosta. Não vejo nenhum mal nisso, eu até sou dos que afirmam que tudo se lava desde que se dê bom uso à água e ao sabão.

Mas, estava eu nisto, fala o senhor que manda lá, o “engenheiro-das-agriculturas-chefe” da escola. E o senhor mais não babuja que isto: “os factos ocorreram em Outubro e ela queixa-se em Março; acho isto estranho”.

Fiquei elucidado. Acho que este argumento, esta estranheza, extrapolados para os casos de pedofilia, poupariam tempo ao povo e aos juristas deste país. “Ai o senhor, quando menino, foi encabado e não gostou? Isso foi quando? Em 1989? E vem queixar-se agora? Isso é muito estranho, arquive-se!” E por aí adiante. Não sei se já foi demitido o senhor da escola de Santarém, mas espero que não seja porque pode ser que ainda volte à televisão e dá-me a risa (como dizem os galegos) ouvir semelhentes “murcões”.

Ainda nessa reportagem, um jovem aluno do mesmo estabelecimento carregou sobre a colega com um silogismo hilariante, que começava em animais e acabava em bosta, querendo ele dizer o seguinte, pelo que se percebeu: “a colega queixosa, já que está numa escola agrícola, devia achar natural que a enchessem de bosta”. E depois rematou, brilhantemente: a ser assim “vidrinho”, a estranha e indesejável colega devia ter entrado antes em Medicina!”

Ó petiz! Então e as urinas, as fezes e a expectoração? O excremento humano? O cheiro a pés mal lavados nos corredores das urgências? Grande praxe não farias tu aí, petiz, tanto excremento à disposição da tua prodigiosa e tenra imaginação! Estás a esquecer-te disso, ó futuro boizinho manso das pradarias exclusivas da cerveja, dos “shotezinhos” e da pastilha! Olha que vais mal.

De qualquer forma, espero que a população académica se decida a fazer o que tem a fazer: estudar muito e aperfeiçoar-se muito na arte da desbunda, em tempos separados e complementares. Ambas as coisas são necessárias e fundamentais a uma população académica, e mesmo a qualquer outra população. E que se vá habituando a ir, conscienciosamente, aos focinhos dos “praxadores associativos”, que é uma linguagem que eles entendem mesmo quando estão perdidos de bêbados e a achar-se giraços por detrás das lunetas baças da sua banalidade boçal de fradiques de batina.

Li, aqui , isto:ESTUDANTES DE COIMBRA E PAPEL HIGIÉNICOFardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.Gostei, e apeteceu-me reescrever isto, por me ter lembrado:A mim disseram-me, uma vez, “vou-te praxar!”. E aquilo caiu-me tão mal que ainda me doem os nós dos dedos. Mas admito que pode haver quem ache giro e eivado de grande potencial integrador esse conjunto de javardices que oscila entre o bizarro e o “tem algum mal?”.É nessas alturas da praxe que antigos(as) sebenteiros(as) e caloiros(as) se interpenetram na simbiose perfeita que eu traduziria por “a

Bem-vindo, Alonso Este blogue passa a contar a partir de hoje com mais um membro, que se confessa pouco sabedor de tudo um pouco e de nada em particular, mas que nos deu a conhecer imediatamente o seu interesse pelos petits-riens do mundo cor-de-rosa e, consequentemente, a sua vocação para cronista social. Ó Alonso: por mim, ficas com esse pelouro, que te cai tão bem! Este blogue passa a contar a partir de hoje com mais um membro, que se confessa pouco sabedor de tudo um pouco e de nada em particular, mas que nos deu a conhecer imediatamente o seu interesse pelos petits-riens do mundo cor-de-rosa e, consequentemente, a sua vocação para cronista social. Ó Alonso: por mim, ficas com esse pelouro, que te cai tão bem!

besuguices O besugo mandou-me um convite e eu aceitei. Agora estou frente a um ecran a pensar que, para corresponder a tanta simpatia devia escrever qualquer coisa original, que fizesse o convidante rir (o que não é fácil) e/ou pensar (o que é difícil) ... e não me sai nada !!!

De futebol ... num gosto. De fado ... nada sei. De F1 ... a chuva lixou o Juan Pablo ... Dos dramas dos polícias do Porto em face de moçoilas que param o carro como lhes dá jeito ... estou muito longe e os polícias de Lisboa são mais do género de bloquear carros e montar banca a 20 mts para a colecta.

Mas então lá vai uma dica em estilo de diário: Hoje li a VIP. Em circunstâncias inenarráveis, mas tenho que admitir que li.

Fiquei a saber:

- Que a Marluce contratou o advogado da Fátima Felgueiras para a defender;

- Que a Stephanie chorou na rua;

- Que se casou imensa gente e que o Zezé Beleza continua (ou voltou a estar) "in";

- Que o Rei da Suécia comemorou qualquer coisa (li à pressa);

- Que o Zé Maria tem um livro de receitas (não percebi se eram pratos de galinha ou não, mas pela barbicha do tipo deviam ser pratos de ... bode);

- Que a "Sofia de Portugal" (eu nem queria acreditar) vai gravar um CD;

- Que a Sofia Aparício dorme nua (só não tira o silicone);

- Que está tudo bem entre a Catarina Furtado e o João Gil;

- Que está tudo bem entre os dois membros de um casal cujos nomes não fixei mas que estavam escandalizados por "se" andar a dizer que eles se iam separar (a foto dos dois com a filha mostra bem como esses maldizentes são venenosos);

- Que o Ben Affleck foi visto com uma mulher que não era a Jennifer Lopez (foto dele na praia agarrado a uma loira para atestar o facto)

- Que a Jennifer Lopez foi vista com um homem que não era o Ben Affleck (foto dela a passear de mão dada com uma espécie de Zé Maria chibudo para atestar o facto)

- Que eles, que afinal já não iam casar, afinal vão casar, e que a imprensa é que tirou conclusões precipitadas (a imprensa, a loira e o chibudo, diria eu);

Pois é ... hoje fiquei mais culto.

O besugo mandou-me um convite e eu aceitei. Agora estou frente a um ecran a pensar que, para corresponder a tanta simpatia devia escrever qualquer coisa original, que fizesse o convidante rir (o que não é fácil) e/ou pensar (o que é difícil) ... e não me sai nada !!!De futebol ... num gosto. De fado ... nada sei. De F1 ... a chuva lixou o Juan Pablo ... Dos dramas dos polícias do Porto em face de moçoilas que param o carro como lhes dá jeito ... estou muito longe e os polícias de Lisboa são mais do género de bloquear carros e montar banca a 20 mts para a colecta.Mas então lá vai uma dica em estilo de diário: Hoje li a VIP. Em circunstâncias inenarráveis, mas tenho que admitir que li.Fiquei a saber:- Que a Marluce contratou o advogado da Fátima Felgueiras para a defender;- Que a Stephanie chorou na rua;- Que se casou imensa gente e que o Zezé Beleza continua (ou voltou a estar) "in";- Que o Rei da Suécia comemorou qualquer coisa (li à pressa);- Que o Zé Maria tem um livro de receitas (não percebi se eram pratos de galinha ou não, mas pela barbicha do tipo deviam ser pratos de ... bode);- Que a "Sofia de Portugal" (eu nem queria acreditar) vai gravar um CD;- Que a Sofia Aparício dorme nua (só não tira o silicone);- Que está tudo bem entre a Catarina Furtado e o João Gil;- Que está tudo bem entre os dois membros de um casal cujos nomes não fixei mas que estavam escandalizados por "se" andar a dizer que eles se iam separar (a foto dos dois com a filha mostra bem como esses maldizentes são venenosos);- Que o Ben Affleck foi visto com uma mulher que não era a Jennifer Lopez (foto dele na praia agarrado a uma loira para atestar o facto)- Que a Jennifer Lopez foi vista com um homem que não era o Ben Affleck (foto dela a passear de mão dada com uma espécie de Zé Maria chibudo para atestar o facto)- Que eles, que afinal já não iam casar, afinal vão casar, e que a imprensa é que tirou conclusões precipitadas (a imprensa, a loira e o chibudo, diria eu);Pois é ... hoje fiquei mais culto.

Massas É irrecusável a ideia de que Portugal é, hoje, um paí­s empobrecido quer na indústria, quer na agricultura e que a economia portuguesa se sustenta (como pode, enfim), nos serviços. Apesar disso, os empresários portugueses (burgueses, na perspectiva mais socialista tão in, ou motores da economia na visão mais liberal ou centro-direita) não acordaram ainda para a necessidade de apostarem no único recurso que - embora duvidosamente - possuem face ao triunfo neuronal, que se adivinha, da europa de leste nas próximas décadas: a massa cinzenta, também celebrizada como little grey cells pelo Hercule Poirot.

Enquanto as empresas portuguesas se distraiem nos seus compadrios, pequenas corrupções e negócios escuros de pilha-galinhas, essa tal massa cinzenta desperdiça-se em subprodutividade, num marasmo onde sobressaem os medíocres bem encostados e se desmotivam os menos medí­ocres a colaborar para além daquilo que constitui o limiar mínimo da sua prestação. Ou seja: por umas ou outras razões, todos se limitam a ganhar o seu com o mí­nimo esforço e com a aparência do dever cumprido. É, aliás, este modelo de sobrevivência organizacional que os sistemas de qualidade estimulam, com os seus entediantes check-lists de verificação de conformidades e com a abundância de papéis inúteis que, depois, se congregam em mapas obscuros onde supostamente se demonstra a inequívoca optimização dos recursos.

O mais engraçado de tudo isto é que, num momento em que o Estado se prepara para "empresariar" a gestão, as empresas parecem-se cada vez mais com a pesada, inoperante e obscurantista administração pública. Nacionalizem-se as empresas e privatize-se o Estado. Isto anda tudo ligado... É irrecusável a ideia de que Portugal é, hoje, um paí­s empobrecido quer na indústria, quer na agricultura e que a economia portuguesa se sustenta (como pode, enfim), nos serviços. Apesar disso, os empresários portugueses (burgueses, na perspectiva mais socialista tão in, ou motores da economia na visão mais liberal ou centro-direita) não acordaram ainda para a necessidade de apostarem no único recurso que - embora duvidosamente - possuem face ao triunfo neuronal, que se adivinha, da europa de leste nas próximas décadas: a massa cinzenta, também celebrizada como little grey cells pelo Hercule Poirot.Enquanto as empresas portuguesas se distraiem nos seus compadrios, pequenas corrupções e negócios escuros de pilha-galinhas, essa tal massa cinzenta desperdiça-se em subprodutividade, num marasmo onde sobressaem os medíocres bem encostados e se desmotivam os menos medí­ocres a colaborar para além daquilo que constitui o limiar mínimo da sua prestação. Ou seja: por umas ou outras razões, todos se limitam a ganhar o seu com o mí­nimo esforço e com a aparência do dever cumprido. É, aliás, este modelo de sobrevivência organizacional que os sistemas de qualidade estimulam, com os seus entediantes check-lists de verificação de conformidades e com a abundância de papéis inúteis que, depois, se congregam em mapas obscuros onde supostamente se demonstra a inequívoca optimização dos recursos.O mais engraçado de tudo isto é que, num momento em que o Estado se prepara para "empresariar" a gestão, as empresas parecem-se cada vez mais com a pesada, inoperante e obscurantista administração pública. Nacionalizem-se as empresas e privatize-se o Estado. Isto anda tudo ligado...

S.O.S O abrupto hoje teima em invadir o meu computador: se carrego no link, sugere-me que faça o download do blogue, o que liminarmente recuso. Até pelo risco de ser acusada de apropriação ilícita de bens que, embora intangíveis, não deixam de ser bens. Será um hacker com sentido de humor ou a laranja mecânica ao ataque?

Para os que não visitam este blogue Aqui só se fala de futebol e de fado? Pois. É para que saibam que aqui escreve-se para a seguir se ler o que se escreveu e não necessariamente para os outros lerem. Contudo, se quiserem ler, estejam à vontade. Aqui só se fala de futebol e de fado? Pois. É para que saibam que aqui escreve-se para a seguir se ler o que se escreveu e não necessariamente para os outros lerem. Contudo, se quiserem ler, estejam à vontade.

Um acrescento sofrido Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.

Às vezes. Outras vezes é estar ali a acreditar até ao fim e, quando o desespero parece inevitável, um bocadinho da sorte que não tivemos antes (uma faísca de génio e um ressalto justiceiro) parece transformar o sofrimento em redenção. Ninguém me convence que tínhamos ganho este jogo se eu não estivesse ali, em frente à televisão, com os meus leõezinhos, a enxotar a descrença.

Isto é irracional? Pois é. Mas sabe tão bem! Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.Às vezes. Outras vezes é estar ali a acreditar até ao fim e, quando o desespero parece inevitável, um bocadinho da sorte que não tivemos antes (uma faísca de génio e um ressalto justiceiro) parece transformar o sofrimento em redenção. Ninguém me convence que tínhamos ganho este jogo se eu não estivesse ali, em frente à televisão, com os meus leõezinhos, a enxotar a descrença.Isto é irracional? Pois é. Mas sabe tão bem!

As virtudes de ser sportinguista Escrevo em resposta a um desafio que reconheço ser espinhoso. Não por ser difícil reconhecer virtudes aos sportinguistas que, para além dessa fatal caracterí­stica, são, como todos nós, ví­timas do determinismo histórico e biológico que os torna volúveis às fraquezas facilitistas de serem adeptos de clubes de quem defendem uma espécie de elevação moral face aos demais. Assim como quando apareceu o PRD, não sei se se lembram. E como se esvaiu em fumo, lembrem-se também, já agora.

Mas o desafio é espinhoso, dizia eu. Corro o risco sério de, ao divulgar aquilo que penso ser um sportinguista, os condenar a um torpor eterno, fruto do prazer mórbido que retirariam da ideia do eterno sofrimento. E isto, de tão medieval, é obsoleto e portanto contraproducente para um clube cujo estádio tomou uma designação tão... futurista. Porque o sportinguista puro e duro é assim mesmo: encontra consolo no infortúnio. De tal forma que vive mais intensamente as derrotas do que as vitórias e quase deseja que os árbitros lhes aumentem o sofrimento.

Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador. Escrevo em resposta a um desafio que reconheço ser espinhoso. Não por ser difícil reconhecer virtudes aos sportinguistas que, para além dessa fatal caracterí­stica, são, como todos nós, ví­timas do determinismo histórico e biológico que os torna volúveis às fraquezas facilitistas de serem adeptos de clubes de quem defendem uma espécie de elevação moral face aos demais. Assim como quando apareceu o PRD, não sei se se lembram. E como se esvaiu em fumo, lembrem-se também, já agora.Mas o desafio é espinhoso, dizia eu. Corro o risco sério de, ao divulgar aquilo que penso ser um sportinguista, os condenar a um torpor eterno, fruto do prazer mórbido que retirariam da ideia do eterno sofrimento. E isto, de tão medieval, é obsoleto e portanto contraproducente para um clube cujo estádio tomou uma designação tão... futurista. Porque o sportinguista puro e duro é assim mesmo: encontra consolo no infortúnio. De tal forma que vive mais intensamente as derrotas do que as vitórias e quase deseja que os árbitros lhes aumentem o sofrimento.Ser sportinguista é ser resignado com o destino e emocionado com a esperança de um dia acordar para uma vitória apoteótica, demolidora, de dez a zero contra o Porto. Enfim, um sonhador.

As qualidades de Mourinho (encomendado) José Mourinho é, seguramente, um poço de qualidades. Domina a metodologia do treino, controla os balneários, é estimulante e salta muito depois de ganhar a Taça UEFA. E acerta nas ameaças, disse que o Sporting ia levar uma coça, porque ele queria, e a coça foi-nos aplicada, provavelmente apenas porque ele quis.

Ou seja, Mourinho é uma espécie de semi-deus. Eu prefiro deuses menores, prefiro Boloni e Fernando Santos (até preferia Camacho!) a Mourinho. São cismas de pequeno crente em deuses menores. Tudo se explica.

E escusávamos, obviamente, de ser tão sovados como fomos, duma forma semi-humilhante. Eu nem sei que diga mais...

Eu gostava muito era que alguém que percebesse de blogues pusesse aqui música sempre que isto abrisse. Mesmo que demorasse mais, ia saber melhor.

José Mourinho é, seguramente, um poço de qualidades. Domina a metodologia do treino, controla os balneários, é estimulante e salta muito depois de ganhar a Taça UEFA. E acerta nas ameaças, disse que o Sporting ia levar uma coça, porque ele queria, e a coça foi-nos aplicada, provavelmente apenas porque ele quis.Ou seja, Mourinho é uma espécie de semi-deus. Eu prefiro deuses menores, prefiro Boloni e Fernando Santos (até preferia Camacho!) a Mourinho. São cismas de pequeno crente em deuses menores. Tudo se explica.E escusávamos, obviamente, de ser tão sovados como fomos, duma forma semi-humilhante. Eu nem sei que diga mais...Eu gostava muito era que alguém que percebesse de blogues pusesse aqui música sempre que isto abrisse. Mesmo que demorasse mais, ia saber melhor.

Consciência crítica Tenho mesmo de ser a consciência crítica deste lugar. O problema é que, por motivos muito meus, hoje dá-me para concordar com tudo... e achar tudo belo. Não que a vida me corra melhor que noutros dias, até porque hoje é domingo, dia aziago que se antepõe a agruras indescritíveis. Mas alguém tem culpa de haver uma pessoa que vem aqui dizer "...E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza."? Uma pessoa que nos permite pensar que somos belos só por descobrir o belo?

Há domingos surpreendentes. Muito obrigado, Paco. Muito obrigado, sempre, Lolita. Sorte do Mourinho, depois disto.

Tenho mesmo de ser a consciência crítica deste lugar. O problema é que, por motivos muito meus, hoje dá-me para concordar com tudo... e achar tudo belo. Não que a vida me corra melhor que noutros dias, até porque hoje é domingo, dia aziago que se antepõe a agruras indescritíveis. Mas alguém tem culpa de haver uma pessoa que vem aqui dizer "...E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza."? Uma pessoa que nos permite pensar que somos belos só por descobrir o belo?Há domingos surpreendentes. Muito obrigado, Paco. Muito obrigado, sempre, Lolita. Sorte do Mourinho, depois disto.

A onda que se ergueu no mar Estou a ouvir um CD do Tom Jobim. De cada música, de cada acorde que se ouve retira-se uma estranha e protectora paz, quase viciante. O Tom foi uma daquelas pessoas abençoadas pelo infinito dom de tornar aos outros as alegrias mais reconfortantes e as tristezas menos tristes, embora mais profundas. De uma forma simples, e por isso certeira e plena, mostrando aos demais o mundo na sua vertente mais bonita. E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza.

Estou a ouvir um CD do Tom Jobim. De cada música, de cada acorde que se ouve retira-se uma estranha e protectora paz, quase viciante. O Tom foi uma daquelas pessoas abençoadas pelo infinito dom de tornar aos outros as alegrias mais reconfortantes e as tristezas menos tristes, embora mais profundas. De uma forma simples, e por isso certeira e plena, mostrando aos demais o mundo na sua vertente mais bonita. E ele nem criou essa beleza, limitou-se a descobri-la. O que o torna parte dessa beleza.

António Barreto Nem sequer vou citá-lo, já o citou você e o homem não carece de mais. Mas você viu, Lolita, aquilo da evasão fiscal? E não lhe fez a impressão de um déjà vu muito discutido, muito dissecado?

Você parece que lhes dá razão a eles, à McKinsey e ao António Barreto, mas logo a seguir tem um rebate de consciência (como quem admite "eu disse isto mas não disse, bolas!") que a faz deslizar, novamente, para as fraldas protectoras do "não vou lá nem faço missa". Você, no fundo, sabe perfeitamente que resiste fortemente a dar-me seja o que for. Muito menos razão. Mesmo por interpostos discursos. Admita isso e eu lá disseco o seu amigo Mourinho...como me pediu. Nem sequer vou citá-lo, já o citou você e o homem não carece de mais. Mas você viu, Lolita, aquilo da evasão fiscal? E não lhe fez a impressão de um déjà vu muito discutido, muito dissecado?Você parece que lhes dá razão a eles, à McKinsey e ao António Barreto, mas logo a seguir tem um rebate de consciência (como quem admite "eu disse isto mas não disse, bolas!") que a faz deslizar, novamente, para as fraldas protectoras do "não vou lá nem faço missa". Você, no fundo, sabe perfeitamente que resiste fortemente a dar-me seja o que for. Muito menos razão. Mesmo por interpostos discursos. Admita isso e eu lá disseco o seu amigo Mourinho...como me pediu.

A beleza das cores O mal deste blogue, caso notório de insucesso mediático, é apenas um: é um blogue de emotivos virados para a sua emoção.

Até a minha fleuma se perde quando lê vinhedos verdes, a avermelhar na cabeça dum gajo inspirado que os queria azuis, assim de repente, porque lhe dá para aí. Ou quando lê pensativos passeios solitários que levam a infelicidades profundas e sentidas, logo dissipadas na esperança, que por acaso é tradicionalmente verde.

O mal deste blogue é que tem gente bonita por detrás. Bonita demais.

Eu limito-me a tentar organizá-los, o que é difícil como o caraças. E a beleza, de facto, quer-se desorganizada, à flor da estética de cada um, e de cada sentido que a degusta.

Salvaram-me a tarde.

O mal deste blogue, caso notório de insucesso mediático, é apenas um: é um blogue de emotivos virados para a sua emoção.Até a minha fleuma se perde quando lê vinhedos verdes, a avermelhar na cabeça dum gajo inspirado que os queria azuis, assim de repente, porque lhe dá para aí. Ou quando lê pensativos passeios solitários que levam a infelicidades profundas e sentidas, logo dissipadas na esperança, que por acaso é tradicionalmente verde.O mal deste blogue é que tem gente bonita por detrás. Bonita demais.Eu limito-me a tentar organizá-los, o que é difícil como o caraças. E a beleza, de facto, quer-se desorganizada, à flor da estética de cada um, e de cada sentido que a degusta.Salvaram-me a tarde.

As cores da vida Tenho dentro de mim uma tal contradição cromática que me pergunto porque não podemos, unilateralmente, estabelecer as cores daquilo de que gostamos.

Porque não poderia eu decidir que o vermelho Ferrari passasse a ser azul Ferrari ou que o verde das vinhas do Douro (mesmo quando vira para aquele vermelhão outonal...) passasse a ser azul...?

Talvez para não ser monótono ou, quem sabe, para alimentar esta vontade de contrariar que me faz escrever estas linhas.

De facto, gosto muito do azul, do azul superior, do azul maior. Talvez por ter nascido à beira mar...

E nem os desmandos de qualquer Costa me fazem vacilar neste gosto, muito menos os do Jorge, rapaz alto e espadaúdo que, por um momento de deslize foi "papado", pelo João Tomás.

Pelos vistos o outro Costa (será primo do Jorge ou até do Jorge Nuno Pinto da dita? talvez a PGR devesse investigar o parentesco...) não achou bem e anulou o resultado do deslize. Mal, mas anulou. Não por decreto, nem por portaria, apenas por apitadela mas anulou.

Estava com o apito virado para o lado errado, como o Manaca estava com a cabeça virada para o lado errado em 1980 quando ofereceu o título ao Sporting no mesmo estádio.

No fim da SuperLiga faremos a contabilidade mas palpita-me que, tal como no ano passado, vai ser sem espinhas.

Tal como o Michael Schumacher (esse arquétipo das minhas contradições cromáticas), que também é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, apenas porque é o melhor, vai limpar o sexto título mundial na terra dos gringos e mostrar de que é feito o rosso Ferrari.

Ou talvez como o Douro que, agora que a vindima se escoa pelos lagares, vai perdendo aquele verde maior que tudo e se transforma no azul...perdão, no vermelhão que há-de voltar a ser o verde mais azul que se pode desejar. Tenho dentro de mim uma tal contradição cromática que me pergunto porque não podemos, unilateralmente, estabelecer as cores daquilo de que gostamos.Porque não poderia eu decidir que o vermelho Ferrari passasse a ser azul Ferrari ou que o verde das vinhas do Douro (mesmo quando vira para aquele vermelhão outonal...) passasse a ser azul...?Talvez para não ser monótono ou, quem sabe, para alimentar esta vontade de contrariar que me faz escrever estas linhas.De facto, gosto muito do azul, do azul superior, do azul maior. Talvez por ter nascido à beira mar...E nem os desmandos de qualquer Costa me fazem vacilar neste gosto, muito menos os do Jorge, rapaz alto e espadaúdo que, por um momento de deslize foi "papado", pelo João Tomás.Pelos vistos o outro Costa (será primo do Jorge ou até do Jorge Nuno Pinto da dita? talvez a PGR devesse investigar o parentesco...) não achou bem e anulou o resultado do deslize. Mal, mas anulou. Não por decreto, nem por portaria, apenas por apitadela mas anulou.Estava com o apito virado para o lado errado, como o Manaca estava com a cabeça virada para o lado errado em 1980 quando ofereceu o título ao Sporting no mesmo estádio.No fim da SuperLiga faremos a contabilidade mas palpita-me que, tal como no ano passado, vai ser sem espinhas.Tal como o Michael Schumacher (esse arquétipo das minhas contradições cromáticas), que também é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, apenas porque é o melhor, vai limpar o sexto título mundial na terra dos gringos e mostrar de que é feito o rosso Ferrari.Ou talvez como o Douro que, agora que a vindima se escoa pelos lagares, vai perdendo aquele verde maior que tudo e se transforma no azul...perdão, no vermelhão que há-de voltar a ser o verde mais azul que se pode desejar.

Informalidades O ilustre e sempre muito lúcido António Barreto O ilustre e sempre muito lúcido António Barreto comenta hoje, no Público, o relatório da MacKinsey sobre a produtividade em Portugal. Para além da curiosa verdade sobre o investimento na educação (sobre a qual vos remeto para o artigo), há duas conclusões do relatório que, a mim, me intrigam, a saber: a de que um dos grandes obstáculos ao aumento da produtividade é a evasão fiscal; e a de que a legislação laboral demasiado "garantística" é responsável apenas por 13% das deficiências de produtividade da economia. De tudo isto, impõe-se concluir o seguinte: Um país é tanto mais produtivo quanto mais se previligia o bem colectivo em desfavor das liberdades individuais. E que as liberdades individuais não são, sequer, relevantes para aumentar a produtividade de uma nação. Ora bolas!

Aos papéis Tal como me dizem com alguma frequência (sobretudo aqueles que não concordam com o que eu digo), eu não percebo nada de futebol. Intrigam-me, por me serem desconhecidas, e até com algum fascí­nio, as tácticas de ataque, de defesa, de cruzamentos, de entradas, de saí­das, de foras de jogo, de trincos e de médios, de medianos ou de geniais, de defensivos ou ofensivos.

Noutro plano, já fora da estrita técnica do desporto, o futebol suscita um manancial enorme de reflexões. Um exemplo riquíssimo disso são as reacções dos dirigentes desportivos às decisões dos árbitros. Neste plano, cada um assume, de acordo com a sua ondulante conveniência, um dado papel que, determinado por um objectivo, digamos, mediático, é, por isso mesmo, plástico às necessidades do momento.

Eu não percebo, por exemplo, por que razão o Mourinho tem de mandar recados ao Sporting sobre as incoerências deste. Eu não percebo porque é que o Bettencourt não critica as decisões arbitrais sem precisar de sugerir a ideia de que o infortúnio do Sporting se deve à sua postura imaculada no que toca a assédios ilícitos aos árbitros. Nem porque é que, a ser isso verdade, é preciso que o afirme por contraponto à postura de outros dirigentes desportivos, alegadamente menos imaculados do que ele. Enfim: todos andam ao mesmo. Uns arrogantes, duros e fanfarrões; outros gentis, vitimizados, apóstolos da lisura. Todos representando um papel e alimentando a discussão infinda sobre as injustiças do poder arbitral que, como o destino, mudam inexoravelmente os resultados dos jogos. Uns do lado do lamento, outros do lado da presunção, mas todos roçando uma anacrónica infantilidade que seria até divertida se não fosse já tão gasta.

Não creio, porém, estar a dizer nada de novo para quem goste, a sério, de futebol. Tal como me dizem com alguma frequência (sobretudo aqueles que não concordam com o que eu digo), eu não percebo nada de futebol. Intrigam-me, por me serem desconhecidas, e até com algum fascí­nio, as tácticas de ataque, de defesa, de cruzamentos, de entradas, de saí­das, de foras de jogo, de trincos e de médios, de medianos ou de geniais, de defensivos ou ofensivos.Noutro plano, já fora da estrita técnica do desporto, o futebol suscita um manancial enorme de reflexões. Um exemplo riquíssimo disso são as reacções dos dirigentes desportivos às decisões dos árbitros. Neste plano, cada um assume, de acordo com a sua ondulante conveniência, um dado papel que, determinado por um objectivo, digamos, mediático, é, por isso mesmo, plástico às necessidades do momento.Eu não percebo, por exemplo, por que razão o Mourinho tem de mandar recados ao Sporting sobre as incoerências deste. Eu não percebo porque é que o Bettencourt não critica as decisões arbitrais sem precisar de sugerir a ideia de que o infortúnio do Sporting se deve à sua postura imaculada no que toca a assédios ilícitos aos árbitros. Nem porque é que, a ser isso verdade, é preciso que o afirme por contraponto à postura de outros dirigentes desportivos, alegadamente menos imaculados do que ele. Enfim: todos andam ao mesmo. Uns arrogantes, duros e fanfarrões; outros gentis, vitimizados, apóstolos da lisura. Todos representando um papel e alimentando a discussão infinda sobre as injustiças do poder arbitral que, como o destino, mudam inexoravelmente os resultados dos jogos. Uns do lado do lamento, outros do lado da presunção, mas todos roçando uma anacrónica infantilidade que seria até divertida se não fosse já tão gasta.Não creio, porém, estar a dizer nada de novo para quem goste, a sério, de futebol.

O decreto ideal O competente e inefável José Mourinho declarou o seguinte, referindo-se, provavelmente, às afirmações de dirigentes do Sporting sobre prejuízos decorrentes (para os leões) de erros de arbitragem:

«Devia haver um decreto para que só pudessem falar dos árbitros aqueles que assumissem que os árbitros também erram em seu favor. Ainda há uma semana, algumas pessoas falaram e criticaram um árbitro, e dias depois venceram um jogo por 2-0, beneficiando de um erro do auxiliar, mas nada disseram. Que credibilidade têm essas pessoas para falar de árbitros? Eu, pelo menos, vou tentar ganhar essa credibilidade»

Isto é um perfeito exercício de desonestidade intelectual, como se verifica facilmente. Já se sabe que qualquer árbitro, na sua boa fé, errará de forma tendencialmente indiscriminada e aleatória, com uma frequência inversamente proporcional à sua competência.

Os dirigentes do Sporting que criticaram o juiz do jogo com o Moreirense e não falaram publicamente na deslocação de Liedson no lance do 2º golo contra o Malmoe, sabem muito bem (até porque já viram as imagens do jogo) que o “bandeirinha” italiano se equivocou. E que esse equívoco acabou por favorecer o Sporting. Que, contudo, na altura, ganhava já, justa e escassamente por 1-0. Refira-se isto, também, por ser verdade.

A diferença é apenas uma: é que não se vislumbra na arbitragem italiana nenhuma motivação suplementar para beneficiar ou prejudicar seja quem for. Nem para isso haveria motivo! Ou José Mourinho e os portistas em geral, agora, já acham que o Sporting é um portento europeu, capaz de receber vassalagens das arbitragens da UEFA? Claro que não: foi um erro “randomizado”, daqueles que eu admito terem sido cometidos de boa fé. E, mais importante do que isso, sem influência decisiva na qualidade do resultado. Esses erros não merecem análises, apenas se registam.

Já na arbitragem do Moreirense, de tão óbvias que foram as infracções, é exactamente a boa fé que se questiona. Não apenas a boa fé deste ou daquele juiz, mas a boa fé das arbitragens. Foram erros grosseiros, dois deles seguidinhos, que fizeram o Sporting passar da possibilidade de vencer por 1-0 para a inevitabilidade da derrota por igual margem.

Aliás, como Mourinho falou no final do jogo com o Vitória de Guimarães, mais calado deveria ter ficado. E, se não gostasse tanto de protagonismo, talvez até nem piasse. E mais valia. Porque a equipa que dirige foi grosseira e directamente beneficiada com a anulação incrível de um golo limpo ao Guimarães, que daria o 2-1 aos minhotos. E, aqui sim, devido a uma arbitragem portuguesa, o resultado pode ter sofrido uma alteração qualitativa. Não sei se o Porto marcaria o segundo golo, sei é que, se marcasse, empataria. O empate dá um ponto, não dá três. E as contas são fáceis de fazer, no campo das probabilidades: talvez o Sporting tivesse mais 3 pontos, e se calhar, o Porto tinha menos 2.

Mourinho disse, também, que João Tomás lhe admitiu, particularmente, que tinha feito falta sobre Jorge Costa no lance do golo. Esta declaração vale o que vale, até porque João Tomás disse, publicamente, exactamente o contrário do que o excelente técnico portista afirma ter-lhe sido confidenciado pelo vimaranense, em privado. E Mourinho esquece-se que o lance foi tão nítido, mas tão cristalino, que toda a gente pôde ver (mesmo sem câmara lenta) que se anulou ali um golo legal. E Mourinho não pode alterar esta verdade com argumentos de “ele disse-me ao ouvido”.

Quanto ao decreto que Mourinho gostaria que baixasse, não sei de que governo ou assembleia, ele não diz, mas gostaria, talvez, que rezasse assim: “Por este decreto se proibe o pensamento e a sua expressão a quem, de forma ostensiva e provocatória, contradisser ou suspeitar a versão oficial do FCP em tudo que concerne à vida futebolística. Publique-se e cumpra-se, enviando-se, contudo, cópias reverendíssimas ao Estádio do Dragão para a fundamental aprovação prévia”.

O competente e inefável José Mourinho declarou o seguinte, referindo-se, provavelmente, às afirmações de dirigentes do Sporting sobre prejuízos decorrentes (para os leões) de erros de arbitragem:«Devia haver um decreto para que só pudessem falar dos árbitros aqueles que assumissem que os árbitros também erram em seu favor. Ainda há uma semana, algumas pessoas falaram e criticaram um árbitro, e dias depois venceram um jogo por 2-0, beneficiando de um erro do auxiliar, mas nada disseram. Que credibilidade têm essas pessoas para falar de árbitros? Eu, pelo menos, vou tentar ganhar essa credibilidade»Isto é um perfeito exercício de desonestidade intelectual, como se verifica facilmente. Já se sabe que qualquer árbitro, na sua boa fé, errará de forma tendencialmente indiscriminada e aleatória, com uma frequência inversamente proporcional à sua competência.Os dirigentes do Sporting que criticaram o juiz do jogo com o Moreirense e não falaram publicamente na deslocação de Liedson no lance do 2º golo contra o Malmoe, sabem muito bem (até porque já viram as imagens do jogo) que o “bandeirinha” italiano se equivocou. E que esse equívoco acabou por favorecer o Sporting. Que, contudo, na altura, ganhava já, justa e escassamente por 1-0. Refira-se isto, também, por ser verdade.A diferença é apenas uma: é que não se vislumbra na arbitragem italiana nenhuma motivação suplementar para beneficiar ou prejudicar seja quem for. Nem para isso haveria motivo! Ou José Mourinho e os portistas em geral, agora, já acham que o Sporting é um portento europeu, capaz de receber vassalagens das arbitragens da UEFA? Claro que não: foi um erro “randomizado”, daqueles que eu admito terem sido cometidos de boa fé. E, mais importante do que isso, sem influência decisiva nado resultado. Esses erros não merecem análises, apenas se registam.Já na arbitragem do Moreirense, de tão óbvias que foram as infracções, é exactamente a boa fé que se questiona. Não apenas a boa fé deste ou daquele juiz, mas a boa fé das arbitragens. Foram erros grosseiros, dois deles seguidinhos, que fizeram o Sporting passar da possibilidade de vencer por 1-0 para a inevitabilidade da derrota por igual margem.Aliás, como Mourinho falou no final do jogo com o Vitória de Guimarães, mais calado deveria ter ficado. E, se não gostasse tanto de protagonismo, talvez até nem piasse. E mais valia. Porque a equipa que dirige foi grosseira e directamente beneficiada com a anulação incrível de um golo limpo ao Guimarães, que daria o 2-1 aos minhotos. E, aqui sim, devido a uma arbitragem portuguesa, o resultado pode ter sofrido uma. Não sei se o Porto marcaria o segundo golo, sei é que, se marcasse, empataria. O empate dá um ponto, não dá três. E as contas são fáceis de fazer, no campo das probabilidades: talvez o Sporting tivesse mais 3 pontos, e se calhar, o Porto tinha menos 2.Mourinho disse, também, que João Tomás lhe admitiu, particularmente, que tinha feito falta sobre Jorge Costa no lance do golo. Esta declaração vale o que vale, até porque João Tomás disse, publicamente, exactamente o contrário do que o excelente técnico portista afirma ter-lhe sido confidenciado pelo vimaranense, em privado. E Mourinho esquece-se que o lance foi tão nítido, mas tão cristalino, que toda a gente pôde ver (mesmo sem câmara lenta) que se anulou ali um golo legal. E Mourinho não pode alterar esta verdade com argumentos de “ele disse-me ao ouvido”.Quanto ao decreto que Mourinho gostaria que baixasse, não sei de que governo ou assembleia, ele não diz, mas gostaria, talvez, que rezasse assim: “Por este decreto se proibe o pensamento e a sua expressão a quem, de forma ostensiva e provocatória, contradisser ou suspeitar a versão oficial do FCP em tudo que concerne à vida futebolística. Publique-se e cumpra-se, enviando-se, contudo, cópias reverendíssimas ao Estádio do Dragão para a fundamental aprovação prévia”.

Pérola acidental que se lamuria da morte das ideologias, afirma que alguns portugueses são terrivelmente irracionais (ou outra coisa qualquer) por expressarem (em sondagem avulsa) 6% do seu apoio aos radicais do Bloco de Esquerda. Ah! E por darem a vitória eleitoral, na dita sondagem, ao PS. Mas isto já não espanta os "liberais", habituados que estão a alternâncias de gabinete entre "liberais" e aspirantes envergonhados. Dizem os "liberais", preciso era que lhes fosse provado o contrário...Enfim, adiante.

A senhora viscondessa de Arantantum também pasmou, um dia, quando percebeu que os criados que a espiavam por detrás dos pesados reposteiros da "salle à diner", enquanto ceava faisão e trufas, na sua irracionalidade inculta, lhe desejavam miséria e morte lenta.

A sorte dos "liberais", meus amigos, é que a irracionalidade do povo português o vai levando, aos rebanhos, a escolher ser cada vez mais pobre para poder ver os "liberais" cada vez mais ricos... e incrédulos! Pelos motivos errados, que a incredulidade "liberal" podia e devia ser bem maior, assim o povo pobre fosse, de facto, mais racional e os espancasse fortemente, aos "liberais", mesmo em seus aposentos de recolhimento intelectual, por nem sequer perceberem que são poucos e tão tremendamente inchados na sua pequenez. Alguém que se lamuria da morte das ideologias, afirma que alguns portugueses são terrivelmente irracionais (ou outra coisa qualquer) por expressarem (em sondagem avulsa) 6% do seu apoio aos radicais do Bloco de Esquerda. Ah! E por darem a vitória eleitoral, na dita sondagem, ao PS. Mas isto já não espanta os "liberais", habituados que estão a alternâncias de gabinete entre "liberais" e aspirantes envergonhados. Dizem os "liberais", preciso era que lhes fosse provado o contrário...Enfim, adiante.A senhora viscondessa de Arantantum também pasmou, um dia, quando percebeu que os criados que a espiavam por detrás dos pesados reposteiros da "salle à diner", enquanto ceava faisão e trufas, na sua irracionalidade inculta, lhe desejavam miséria e morte lenta.A sorte dos "liberais", meus amigos, é que a irracionalidade do povo português o vai levando, aos rebanhos, a escolher ser cada vez mais pobre para poder ver os "liberais" cada vez mais ricos... e incrédulos! Pelos motivos errados, que a incredulidade "liberal" podia e devia ser bem maior, assim o povo pobre fosse, de facto, mais racional e os espancasse fortemente, aos "liberais", mesmo em seus aposentos de recolhimento intelectual, por nem sequer perceberem que são poucos e tão tremendamente inchados na sua pequenez.

Os Costas O Porto ganhou em Guimarães, por 2-1. Estava o jogo empatado, foi anulado um golo limpo ao Guimarães, porque o Jorge Costa tropeçou nele próprio, de tanto carregar fardos pesados de culpas antigas, eventualmente.

Há árbitros assim, sensíveis a detalhes. A este, ao Costa (António), há 2 anos, ouvi-o eu dizer ao Quiroga, depois dum lance junto à linha lateral dum estádio pequeno: "Tem cuidado, que eu a ti só se não te puder ser bom...". Ouvi mesmo, e o Quiroga também ouviu. E mais pessoas.

Sousa Tavares, Santana Lopes, outros cronistas do "politicamente correcto" (Santanitas) e do "digo o que me vem à pena" (Tavaritos) até podem dizer coisas diferentes. Mas que o 2-1 era justo e limpinho, isso era. E nunca se saberá se haveria 2-2 depois disso. Mourinho e Pinto da Costa, com seus humores de gosto duvidoso, não vão safar-se assim, mais vez nenhuma. Não podem. Não jogam para tanto, coitados, abram os olhos! Não jogam mais do que ninguém, o resto é treta! Atirem-se a eles e eles deitam-se!

O Porto ganhou em Guimarães, por 2-1. Estava o jogo empatado, foi anulado um golo limpo ao Guimarães, porque o Jorge Costa tropeçou nele próprio, de tanto carregar fardos pesados de culpas antigas, eventualmente.Há árbitros assim, sensíveis a detalhes. A este, ao Costa (António), há 2 anos, ouvi-o eu dizer ao Quiroga, depois dum lance junto à linha lateral dum estádio pequeno: "Tem cuidado, que eu a ti só se não te puder ser bom...". Ouvi mesmo, e o Quiroga também ouviu. E mais pessoas.Sousa Tavares, Santana Lopes, outros cronistas do "politicamente correcto" (Santanitas) e do "digo o que me vem à pena" (Tavaritos) até podem dizer coisas diferentes. Mas que o 2-1 era justo e limpinho, isso era. E nunca se saberá se haveria 2-2 depois disso. Mourinho e Pinto da Costa, com seus humores de gosto duvidoso, não vão safar-se assim, mais vez nenhuma. Não podem. Não jogam para tanto, coitados, abram os olhos! Não jogam mais do que ninguém, o resto é treta! Atirem-se a eles e eles deitam-se!

Onde está o ódio, afinal? Descobri, há relativamente pouco tempo,

O caso é que, por diversas vezes, tem colocado olhares e "betadines" certeiros em feridas abertas e conspurcadas por outros, feridas que andam aí a céu aberto em purulências ogulhosas, à espera de cicatrizações acidentais.

A lucidez calma com que tem abordado, entre outros, o problema dos genéricos e das contradições na área farmacêutica, por exemplo, valeu-lhe uma reacção destemperada dum esganiçado qualquer. De meco a homenzinho, de clinicozeco a escriturário de receitas, de arrogante a funcionário público mal pago (e, por isso, insultável?), de corrompido pela "outra" indústria, a que investiga e produz os remédios que as farmácias se limitam a transaccionar, a diplomado de segunda, tudo lhe foi arrimado, de forma pestilenta e odiosa.

Sim, caro colega, fique ainda mais seguro do que diz: a gente sabe muito bem em que parte está o ódio. A gente vê-o bem daqui, sente-lhe mesmo o cheiro. Mas peço-lhe, repito, que fique ainda mais certo daquilo que já sabe: o ódio e a intolerância não estão, seguramente, entre nós. E nos seus escritos, que leio sempre que posso, muito menos.

Receba as nossas simpatias... e boa urgência, quando for o caso. Descobri, há relativamente pouco tempo, este lugar . É dum colega, que percebo ser, talvez, mais velho, mas que deambula comigo pela labuta hospitalar, quase de certeza na área médica, a julgar pela observação de casos de AVC, que escapam, em regra, à actividade dos cirurgiões. Será internista, como eu? Não sei, nem interessa para o caso.O caso é que, por diversas vezes, tem colocado olhares e "betadines" certeiros em feridas abertas e conspurcadas por outros, feridas que andam aí a céu aberto em purulências ogulhosas, à espera de cicatrizações acidentais.A lucidez calma com que tem abordado, entre outros, o problema dos genéricos e das contradições na área farmacêutica, por exemplo, valeu-lhe uma reacção destemperada dum esganiçado qualquer. De meco a homenzinho, de clinicozeco a escriturário de receitas, de arrogante a funcionário público mal pago (e, por isso, insultável?), de corrompido pela "outra" indústria, a que investiga e produz os remédios que as farmácias se limitam a transaccionar, a diplomado de segunda, tudo lhe foi arrimado, de forma pestilenta e odiosa.Sim, caro colega, fique ainda mais seguro do que diz: a gente sabe muito bem em que parte está o ódio. A gente vê-o bem daqui, sente-lhe mesmo o cheiro. Mas peço-lhe, repito, que fique ainda mais certo daquilo que já sabe: o ódio e a intolerância não estão, seguramente, entre nós. E nos seus escritos, que leio sempre que posso, muito menos.Receba as nossas simpatias... e boa urgência, quando for o caso.

Invisível Saiu para a rua, sem destino. Sentia-se perdido, apertado no meio de pressões que, justas ou injustas, necessárias ou dispensáveis, o apertavam e lhe doíam. Não queria ser frio, mas mostrava frieza. A vida rodava à sua volta, incontornável, e ele tinha de participar nela, mas não conseguia, nem sequer queria. E, então, sentia a censura, a sua própria censura e a dos outros, a sua própria impaciência com os outros. E os outros, que não o ouviam, porque estvam dentro da vida. Ele cá fora, obrigado a participar, mas sentindo-se irremediavelmente fora. E pedia socorro, tantas vezes, mas tão baixinho que ninguém ouvia. Tremia por dentro e pensava, pela primeira vez na vida, que o dia seguinte não ia ser melhor. E nem os pequenos prazeres que até então o acalmavam lhe iam dar alguma paz, nem que fosse instantânea. Não enlouqueceu, porém, como chegou a imaginar. Tornou-se, apenas, infinitamente triste. E a vida, essa, jorrava à sua frente, impiedosa e inatingível. Saiu para a rua, sem destino. Sentia-se perdido, apertado no meio de pressões que, justas ou injustas, necessárias ou dispensáveis, o apertavam e lhe doíam. Não queria ser frio, mas mostrava frieza. A vida rodava à sua volta, incontornável, e ele tinha de participar nela, mas não conseguia, nem sequer queria. E, então, sentia a censura, a sua própria censura e a dos outros, a sua própria impaciência com os outros. E os outros, que não o ouviam, porque estvam dentro da vida. Ele cá fora, obrigado a participar, mas sentindo-se irremediavelmente fora. E pedia socorro, tantas vezes, mas tão baixinho que ninguém ouvia. Tremia por dentro e pensava, pela primeira vez na vida, que o dia seguinte não ia ser melhor. E nem os pequenos prazeres que até então o acalmavam lhe iam dar alguma paz, nem que fosse instantânea. Não enlouqueceu, porém, como chegou a imaginar. Tornou-se, apenas, infinitamente triste. E a vida, essa, jorrava à sua frente, impiedosa e inatingível.

Ir à gaveta “Se fulano não faz parte da solução, faz parte do problema”. Ouve-se isto todos os dias, na lógica do sistema em que, cada vez mais, vivemos. E nem sequer é um sistema, é um regime de excepção permanente. Sistemas, como sabemos, são mais complicados do que meros articulados legais, esburacados na sua essência, logo à partida, pela possibilidade de sermos penalizados por eleitorados ... sensíveis, chamemos-lhes assim.

Qualquer cientista, na sua distracção permanente das coisas importantes, poderia dizer que a afirmação inicial é bacoca. Assim de repente. “Fulano não faz parte da solução, o que implica que nem é solvente nem é soluto, e isto não me parece um problema porque há sempre outras soluções, com outros solventes e outros solutos, onde ele pode entrar de forma absolutamente química. E há mesmo fulanos que são insolúveis em determinados solventes e não são noutros. Isto para não falar nos que são absolutamente insolúveis e nos que são abolutamente solventes.”

O problema da esquerda portuguesa, hoje em dia, é mesmo o evidente facto de estar reduzida a ser “contra-poder”. Não se vislumbra nenhuma possibilidade (que não advenha de chicana política, mais apropriada, na minha opinião, a outros quadrantes) de a esquerda, nos tempos mais próximos, argumentando “de dentro do sistema”, isto é, esgrimindo argumentos como “competitividade” , “sucesso”, “lucro” e “privado”, entre outros, ganhar qualquer discussão. Só por descuido dos adversários, mesmo que não tenham nenhum Mourinho como treinador de campo, nem nenhum Pinto da Costa como educador do povo. Que não são excelentes, mas lá cumprem, dentro do sistema.

Jamila Madeira foi, hoje, reduzida a pó (com evidente desgosto meu), num debate da RTP-2, por dois rapazes inteligentes e pouco belos, muito magnânimos, até, na forma condescendente com que a trataram. O que é irritante, logo à partida. Jamila Madeira, que deve cheirar bem, devia conviver, apenas, com rapazes que tivessem os mínimos nacionais da esbelteza, mas mete-se na segunda-liga!... E mais: joga em casa do adversário, logo contra dois.

Isto dirão os mais apressados. Mas não: se lá estivesse mais algum esgrimista, fosse do PCP ou do BE, Jamila jogaria contra quatro! Porque Jamila, mulher bonita e, seguramente, esperta, esgrime com argumentos votados à fácil destruição, tanto por parte do poder (a lógica do sistema, então, não é assim, ó senhores?) como por parte do “contra-poder descomprometido”, os chamados bitaiteiros. É um esquerdismo fácil, do ponto de vista mediático, o dos bitaiteiros. E ser bitaiteiro descredibiliza a esquerda. Logo, terminemos o reinado dos bitatiteiros. Como? Alianças de esquerda, sem medo, sempre e depressa. E os ratos lá acabarão por se revelar, ao primeiro naufrágio. E se ficarem todos, se não houver ratos? Melhor, senhores! Viram que bem?

Se Jamila quisesse eu explicava-lhe isto melhor. Mas eu suspeito que ela já sabe. Todo o PS já sabe, aliás. Mas nem todo o PS quer isto. É pena.

O PS, se quer ser credível (não para o “sistema”, que esse masturba-se com a sua própria e gritada credibilidade e com a credulidade de quem só ainda não viu o tamanho da sua derrota porque só olha para o que lhe mostram; mas para quem acredita numa maneira diferente de viver, mais solidária e redentora, em que quem não faz parte duma solução... pode apenas ser insolúvel naquele soluto... e não ser noutro), tem de sair dos seus apertados e masoquistas limites, indo às gavetas da sua História buscar o que lá guardou. Sem vergonha e sem medo. Vergonha é isto que se tem passado nos últimos anos, jogar sempre fora de casa, tentando defender o indefensável.

Não ter medo, é empenhar-se em mudar as regras, em vez de se desgastar em tentativas vãs de as adaptar. Soam sempre a falso, estes exercícios.

Mesmo que se percam eleições e os “meninos do aparelho” não gostem, isto fica aqui.

“Se fulano não faz parte da solução, faz parte do problema”. Ouve-se isto todos os dias, na lógica do sistema em que, cada vez mais, vivemos. E nem sequer é um sistema, é um regime de excepção permanente. Sistemas, como sabemos, são mais complicados do que meros articulados legais, esburacados na sua essência, logo à partida, pela possibilidade de sermos penalizados por eleitorados ... sensíveis, chamemos-lhes assim.Qualquer cientista, na sua distracção permanente das coisas importantes, poderia dizer que a afirmação inicial é bacoca. Assim de repente. “Fulano não faz parte da solução, o que implica que nem é solvente nem é soluto, e isto não me parece um problema porque há sempre outras soluções, com outros solventes e outros solutos, onde ele pode entrar de forma absolutamente química. E há mesmo fulanos que são insolúveis em determinados solventes e não são noutros. Isto para não falar nos que são absolutamente insolúveis e nos que são abolutamente solventes.”O problema da esquerda portuguesa, hoje em dia, é mesmo o evidente facto de estar reduzida a ser “contra-poder”. Não se vislumbra nenhuma possibilidade (que não advenha de chicana política, mais apropriada, na minha opinião, a outros quadrantes) de a esquerda, nos tempos mais próximos, argumentando “de dentro do sistema”, isto é, esgrimindo argumentos como “competitividade” , “sucesso”, “lucro” e “privado”, entre outros, ganhar qualquer discussão. Só por descuido dos adversários, mesmo que não tenham nenhum Mourinho como treinador de campo, nem nenhum Pinto da Costa como educador do povo. Que não são excelentes, mas lá cumprem, dentro do sistema.Jamila Madeira foi, hoje, reduzida a pó (com evidente desgosto meu), num debate da RTP-2, por dois rapazes inteligentes e pouco belos, muito magnânimos, até, na forma condescendente com que a trataram. O que é irritante, logo à partida. Jamila Madeira, que deve cheirar bem, devia conviver, apenas, com rapazes que tivessem os mínimos nacionais da esbelteza, mas mete-se na segunda-liga!... E mais: joga em casa do adversário, logo contra dois.Isto dirão os mais apressados. Mas não: se lá estivesse mais algum esgrimista, fosse do PCP ou do BE, Jamila jogaria contra quatro! Porque Jamila, mulher bonita e, seguramente, esperta, esgrime com argumentos votados à fácil destruição, tanto por parte do poder (a lógica do sistema, então, não é assim, ó senhores?) como por parte do “contra-poder descomprometido”, os chamados bitaiteiros. É um esquerdismo fácil, do ponto de vista mediático, o dos bitaiteiros. E ser bitaiteiro descredibiliza a esquerda. Logo, terminemos o reinado dos bitatiteiros. Como? Alianças de esquerda, sem medo, sempre e depressa. E os ratos lá acabarão por se revelar, ao primeiro naufrágio. E se ficarem todos, se não houver ratos? Melhor, senhores! Viram que bem?Se Jamila quisesse eu explicava-lhe isto melhor. Mas eu suspeito que ela já sabe. Todo o PS já sabe, aliás. Mas nem todo o PS quer isto. É pena.O PS, se quer ser credível (não para o “sistema”, que esse masturba-se com a sua própria e gritada credibilidade e com a credulidade de quem só ainda não viu o tamanho da sua derrota porque só olha para o que lhe mostram; mas para quem acredita numa maneira diferente de viver, mais solidária e redentora, em que quem não faz parte duma solução... pode apenas ser insolúvel naquele soluto... e não ser noutro), tem de sair dos seus apertados e masoquistas limites, indo às gavetas da sua História buscar o que lá guardou. Sem vergonha e sem medo. Vergonha é isto que se tem passado nos últimos anos, jogar sempre fora de casa, tentando defender o indefensável.Não ter medo, é empenhar-se em mudar as regras, em vez de se desgastar em tentativas vãs de as adaptar. Soam sempre a falso, estes exercícios.Mesmo que se percam eleições e os “meninos do aparelho” não gostem, isto fica aqui.

Arnaldo Palhares Um dia, Arnaldo Palhares fugiu da vida. A mãe cuspia-lhe desgostos, o pai insultava-o silenciosamente, os irmãos rosnavam-lhe, os amigos fugiam-lhe. A mulher e os filhos cuidavam que era sempre um bocado de spleen. Os companheiros de trabalho riam-se dele, nas traseiras da cara. Até o cão lhe ladrava de esguelha.

Arnaldo Palhares, que era dotado de pouca paciência e estava cansado, apontou um revólver à têmpora direita e acabou-se-lhes. Nunca hão-de saber porque fugiu assim, mas há Arnaldos que sentem, cedo, que os combates estão perdidos para sempre.

Um dia, Arnaldo Palhares fugiu da vida. A mãe cuspia-lhe desgostos, o pai insultava-o silenciosamente, os irmãos rosnavam-lhe, os amigos fugiam-lhe. A mulher e os filhos cuidavam que era sempre um bocado de spleen. Os companheiros de trabalho riam-se dele, nas traseiras da cara. Até o cão lhe ladrava de esguelha.Arnaldo Palhares, que era dotado de pouca paciência e estava cansado, apontou um revólver à têmpora direita e acabou-se-lhes. Nunca hão-de saber porque fugiu assim, mas há Arnaldos que sentem, cedo, que os combates estão perdidos para sempre.

Falta de sorte Numa certa perspectiva, eu até percebo o que passou pela cabeça do presidente do tribunal da relação de Lisboa quando se deparou com uma câmara da SIC a filmá-lo. A postura de jornalista teenager, acabadinho de desmamar da mãe e da escola superior de jornalismo, convencido para além de qualquer dúvida de que o mundo lhe pertence e que tem o dever moral de informar o povo porque foi esse o nobre desígnio que lhe foi destinado neste mundo é verdadeiramente insuportável. A SIC e a TVI (menos a SIC, mais a TVI) encarregam-se de lhes dar o resto da formação em jornalismo sensacionalista, intromissor e desgovernado.

Foi isto, julgo eu, que o meretíssimo desembargador viu e imediatamente o cegou. Mas teve azar, porque, além de estar numa cerimónia pública, esqueceu-se de duas coisas: que é o presidente da relação de Lisboa e que a jornalista a quem ele mandou à merda é a Sofia Pinto Coelho, que é casada com o Ricardo Sá Fernandes. Isto há-de ser aproveitado até ao tutano, está-se mesmo a ver. Numa certa perspectiva, eu até percebo o que passou pela cabeça do presidente do tribunal da relação de Lisboa quando se deparou com uma câmara da SIC a filmá-lo. A postura de jornalista teenager, acabadinho de desmamar da mãe e da escola superior de jornalismo, convencido para além de qualquer dúvida de que o mundo lhe pertence e que tem o dever moral de informar o povo porque foi esse o nobre desígnio que lhe foi destinado neste mundo é verdadeiramente insuportável. A SIC e a TVI (menos a SIC, mais a TVI) encarregam-se de lhes dar o resto da formação em jornalismo sensacionalista, intromissor e desgovernado.Foi isto, julgo eu, que o meretíssimo desembargador viu e imediatamente o cegou. Mas teve azar, porque, além de estar numa cerimónia pública, esqueceu-se de duas coisas: que é o presidente da relação de Lisboa e que a jornalista a quem ele mandou à merda é a Sofia Pinto Coelho, que é casada com o Ricardo Sá Fernandes. Isto há-de ser aproveitado até ao tutano, está-se mesmo a ver.

Sousa Tavares O multifacetado Sousa Tavares, cada vez mais parecido com o Nuno Rogeiro em termos de polivalência e jactância socio-politico-desportiva, escreveu n' "A Bola" o seguinte:

"...Em Moreira de Cónegos o Silva foi agarrado e depois largado: já tinha sido largado quando achou melhor atirar-se para o chão. De facto, repito, houve penalty, mas ele teria caído do céu, porque jamais o Silva, como habitualmente, aliás, conseguiria chegar àquela bola em condições de criar perigo.

Depois, houve o contra-ataque do Moreirense, que começa numa falta do Lino sobre o Polga à saída da sua área. Dessa falta não assinalada haveria de resultar o golo do Moreirense — 30 segundos e 50 metros mais à frente. É incontestável que, se o árbitro tem assinalado a falta, não haveria golo. Mas, para se afirmar peremptoriamente o contrário, isto é, que só houve golo porque não foi marcada a falta, é preciso passar por cima de quatro momentos decisivos: a fuga de Lino pelo corredor; a forma como soube evitar dois defesas contrários que lhe saíram ao caminho e centrar quase perfeito para a entrada da área; o falhanço de um central sportinguista na intercepção do cruzamento, permitindo que nas suas costas aparecesse o Manuel; a saída extemporânea do Ricardo, permitindo finalmente a conclusão: o chapéu do avançado do Moreirense. O desfecho de um jogo de futebol raramente se pode explicar apenas pelos erros do árbitro. (...)".

No primeiro parágrafo desta parte da sua crónica, Tavares defende de forma desassombrada que os penalties devem ser assinalados de acordo com critérios de "comportamento habitual da vítima". Ou seja, uma falta sobre um jogador habilidoso e certeiro é mais penalty do que se a mesma falta for cometida sobre um qualquer Silva a que Tavares não reconheça talento. Este último, mesmo que agarrado, "que não caísse".

A seguir, desenrola-se em considerações arrepiantes, carregadas da mesma lógica, sobre a bondade de golos obtidos através de jogadas precedidas de falta grosseira. Ele bem viu que houve falta do tal Lino (não seria Lito?), mas a sua cavalgada ulterior (do Lino?) e o seu desfecho concretizador provocam no cronista tal entusiasmo que é quase como se planeasse dizer, num dia em que viesse a propósito: "caramba, assaltaram-me a casa, mas com tanta mestria que gostaria de felicitar o assaltante e dar-lhe alvíssaras!"

E eu acho que um dia lhe hão-de assaltar a casa (as Antas) e ele nem se vai lembrar do que agora escreveu. E mesmo que se lembre, a coerência é um valor cada vez menos apreciado. Por que raio haveria Sousa Tavares de se preocupar mais com a sua coerência futebolística (sim, que isto é só futebol) do que outros "cronistas do poder", cuja obra careceria de coerência mais fundamental?

O multifacetado Sousa Tavares, cada vez mais parecido com o Nuno Rogeiro em termos de polivalência e jactância socio-politico-desportiva, escreveu n' "A Bola" o seguinte:"...Em Moreira de Cónegos o Silva foi agarrado e depois largado: já tinha sido largado quando achou melhor atirar-se para o chão., mas ele teria caído do céu, porque jamais o Silva, como habitualmente, aliás, conseguiria chegar àquela bola em condições de criar perigo.Depois, houve o contra-ataque do Moreirense, que começa numa falta do Lino sobre o Polga à saída da sua área. Dessa falta não assinalada haveria de resultar o golo do Moreirense — 30 segundos e 50 metros mais à frente.. Mas, para se afirmar peremptoriamente o contrário, isto é, que só houve golo porque não foi marcada a falta, é preciso passar por cima de quatro momentos decisivos: a fuga de Lino pelo corredor; a forma como soube evitar dois defesas contrários que lhe saíram ao caminho e centrar quase perfeito para a entrada da área; o falhanço de um central sportinguista na intercepção do cruzamento, permitindo que nas suas costas aparecesse o Manuel; a saída extemporânea do Ricardo, permitindo finalmente a conclusão: o chapéu do avançado do Moreirense. O desfecho de um jogo de futebol raramente se pode explicar apenas pelos erros do árbitro. (...)".No primeiro parágrafo desta parte da sua crónica, Tavares defende de forma desassombrada que os penalties devem ser assinalados de acordo com critérios de "comportamento habitual da vítima". Ou seja, uma falta sobre um jogador habilidoso e certeiro é mais penalty do que se a mesma falta for cometida sobre um qualquer Silva a que Tavares não reconheça talento. Este último, mesmo que agarrado, "que não caísse".A seguir, desenrola-se em considerações arrepiantes, carregadas da mesma lógica, sobre a bondade de golos obtidos através de jogadas precedidas de falta grosseira. Ele bem viu que houve falta do tal Lino (não seria Lito?), mas a sua cavalgada ulterior (do Lino?) e o seu desfecho concretizador provocam no cronista tal entusiasmo que é quase como se planeasse dizer, num dia em que viesse a propósito: "caramba, assaltaram-me a casa, mas com tanta mestria que gostaria de felicitar o assaltante e dar-lhe alvíssaras!"E eu acho que um dia lhe hão-de assaltar a casa (as Antas) e ele nem se vai lembrar do que agora escreveu. E mesmo que se lembre, a coerência é um valor cada vez menos apreciado. Por que raio haveria Sousa Tavares de se preocupar mais com a sua coerência futebolística (sim, que isto é só futebol) do que outros "cronistas do poder", cuja obra careceria de coerência mais fundamental?

Pequenos sapos O senhor ministro da defesa tem estado ao ataque, pela mão de Judite de Sousa. Olhando de esguelha para a câmara, em furtivas piscadelas de olho, tem dito várias coisas que já se sabia que ia dizer. E outras. O desempenho televisivo (que me importa escassamente, no fundo) tem sido pobre, oscilando entre a empáfia e a veemência acusatória. Faz perguntas que sabe não irem ser respondidas em directo, porque não está lá mais ninguém. Os olhos, como sempre, estão-lhe fugidios. Nervoso, crispado como sempre, mas isso eu entendo. Os elogios absolutos e gongóricos aos amigos e amigas, amparados em linguagem não verbal pouco convincente, insegura. A pose de estado, relativamente bem ensaiada, logo subvertida pelo sorrisinho malandreco de menino bimbas que tem na mão um chupa-chupa só dele. Por acaso, tem agora expressões faciais menos histriónicas do que há dois anos, amadureceu seu pedaço, o senhor ministro, em termos globais. Nada nele é, contudo, mais doce. Nem mais autêntico.

O conteúdo, esse, é para digerir melhor. Ficou a gravar.

Para já, reparei apenas naquilo em que ele quereria que se reparasse, de forma exclusiva. E vai ter sucesso, seguramente, entre os seus fiéis. Mesmo tendo cometido a gaffe "anti-liberal" do costume, com a desfaçatez de quem sabe que todos os deslizes lhe são perdoados. Porque a democracia cristã (isto existe mesmo, também podia haver, sem chacota, uma democracia hindu, ou muçulmana... acreditem que sim) será sempre mais votada do que o partido que vai cobrindo com sua mantinha caridosa e tutelar.

Ó liberais, rapaziada, vocês engulam mais esta, em nome de Deus e da vossa participação nos governos...por via dos "votinhos dos devotos". Tenham paciência. A cada um o pequeno sapo que merece, ou que consegue tragar. O senhor ministro da defesa tem estado ao ataque, pela mão de Judite de Sousa. Olhando de esguelha para a câmara, em furtivas piscadelas de olho, tem dito várias coisas que já se sabia que ia dizer. E outras. O desempenho televisivo (que me importa escassamente, no fundo) tem sido pobre, oscilando entre a empáfia e a veemência acusatória. Faz perguntas que sabe não irem ser respondidas em directo, porque não está lá mais ninguém. Os olhos, como sempre, estão-lhe fugidios. Nervoso, crispado como sempre, mas isso eu entendo. Os elogios absolutos e gongóricos aos amigos e amigas, amparados em linguagem não verbal pouco convincente, insegura. A pose de estado, relativamente bem ensaiada, logo subvertida pelo sorrisinho malandreco de menino bimbas que tem na mão um chupa-chupa só dele. Por acaso, tem agora expressões faciais menos histriónicas do que há dois anos, amadureceu seu pedaço, o senhor ministro, em termos globais. Nada nele é, contudo, mais doce. Nem mais autêntico.O conteúdo, esse, é para digerir melhor. Ficou a gravar.Para já, reparei apenas naquilo em que ele quereria que se reparasse, de forma exclusiva. E vai ter sucesso, seguramente, entre os seus fiéis. Mesmo tendo cometido a gaffe "anti-liberal" do costume, com a desfaçatez de quem sabe que todos os deslizes lhe são perdoados. Porque a democracia cristã (isto existe mesmo, também podia haver, sem chacota, uma democracia hindu, ou muçulmana... acreditem que sim) será sempre mais votada do que o partido que vai cobrindo com sua mantinha caridosa e tutelar.Ó liberais, rapaziada, vocês engulam mais esta, em nome de Deus e da vossa participação nos governos...por via dos "votinhos dos devotos". Tenham paciência. A cada um o pequeno sapo que merece, ou que consegue tragar.

Vergonha Um clube de futebol que não consegue, sequer, obter a solidariedade dos adeptos e do próprio presidente nos momentos de infortúnio é um clube moribundo. Acabo de ouvir na rádio o som difuso e sinistro das vozes plenas de boçalidade dos adeptos do Benfica que, nesta madrugada, estiveram no aeroporto, como é habitual, à chegada dos jogadores. O que já não foi habitual é que se tenham deslocado ao aeroporto exclusivamente com o objectivo de insultar e apupar os jogadores. Uma verdadeira indignidade. Muito doente está uma nação que abriga pseudo-adeptos de futebol que, nos momentos menos bons de desempenho das equipas, se portam como ratos a abandonar o navio, que assim há-de naufragar sem apelo nem agravo. E eu, que sou portista, hoje sinto-me solidária com os jogadores do Benfica que empataram na Bélgica porque jogaram mal. Um clube de futebol que não consegue, sequer, obter a solidariedade dos adeptos e do próprio presidente nos momentos de infortúnio é um clube moribundo. Acabo de ouvir na rádio o som difuso e sinistro das vozes plenas de boçalidade dos adeptos do Benfica que, nesta madrugada, estiveram no aeroporto, como é habitual, à chegada dos jogadores. O que já não foi habitual é que se tenham deslocado ao aeroporto exclusivamente com o objectivo de insultar e apupar os jogadores. Uma verdadeira indignidade. Muito doente está uma nação que abriga pseudo-adeptos de futebol que, nos momentos menos bons de desempenho das equipas, se portam como ratos a abandonar o navio, que assim há-de naufragar sem apelo nem agravo. E eu, que sou portista, hoje sinto-me solidária com os jogadores do Benfica que empataram na Bélgica porque jogaram mal.

Santana Lopes Este senhor doutor de frondosa cabeleira sobre a nuca, escassa sobre a fronte, assume a careca com... frontalidade. Ia gostar de conhecer a Lolita, que é extremamente competitiva e "assertiva".

Comenta coisas na SIC, o Dr. Pedro, conforme as comenta n' "A Bola". Duma forma ligeira, muito "envernizada", leviana, pouco impressionista. Eu sei muito bem que devia dizer impressionante, mas o impressionismo é uma corrente. E as correntes, num fato de cabedal, ficam melhor. Mesmo que antigas, cheias de ferrugem a pedir "solarina modificada", as correntes são um fetiche antigo de gente que ainda vive hoje. Que correntes ligam Santana Lopes ao PSD? As do fato de cabedal?

Querem que responda, mesmo sendo um disparate pegado? Eu respondo, então.

São aquelas correntes antigas que nos dão (a ele, seguramente, dão) aquela triste certeza de estarmos acorrentados sem razão pertinente a razão nenhuma. Só para não cortarmos antigos elos ferrugentos. Porque, sem essa ferrugem histórica, as pessoas reparam que nos falta cada vez mais cabelo na frente da cabeça. E não vão para a cama connosco a não ser motivadas por ditados populares acerca de carecas.

E Santana Lopes, aqui entre nós, ainda não levou o PSD para a cama. Que se tenha visto.

Eu escusava disto? Eu sei que escusava. Paciência.

O que tem a ferrugem a ver com os cabelos que nos faltam é outra conversa, mas eu não sou pago para explicar tudo duma vez. Este senhor doutor de frondosa cabeleira sobre a nuca, escassa sobre a fronte, assume a careca com... frontalidade. Ia gostar de conhecer a Lolita, que é extremamente competitiva e "assertiva".Comenta coisas na SIC, o Dr. Pedro, conforme as comenta n' "A Bola". Duma forma ligeira, muito "envernizada", leviana, pouco impressionista. Eu sei muito bem que devia dizer impressionante, mas o impressionismo é uma corrente. E as correntes, num fato de cabedal, ficam melhor. Mesmo que antigas, cheias de ferrugem a pedir "solarina modificada", as correntes são um fetiche antigo de gente que ainda vive hoje. Que correntes ligam Santana Lopes ao PSD? As do fato de cabedal?Querem que responda, mesmo sendo um disparate pegado? Eu respondo, então.São aquelas correntes antigas que nos dão (a ele, seguramente, dão) aquela triste certeza de estarmos acorrentados sem razão pertinente a razão nenhuma. Só para não cortarmos antigos elos ferrugentos. Porque, sem essa ferrugem histórica, as pessoas reparam que nos falta cada vez mais cabelo na frente da cabeça. E não vão para a cama connosco a não ser motivadas por ditados populares acerca de carecas.E Santana Lopes, aqui entre nós, ainda não levou o PSD para a cama. Que se tenha visto.Eu escusava disto? Eu sei que escusava. Paciência.O que tem a ferrugem a ver com os cabelos que nos faltam é outra conversa, mas eu não sou pago para explicar tudo duma vez.

Jornada europeia O Benfica empatou, coisa com que já ninguém se espanta, excepto, talvez, os belgas do La Louvière. O Sporting ganhou, mas foi em casa e, a acreditar no besugo, tudo se deve ao Polga. O Porto há-de ganhar ao Real Madrid e olhem que quem o diz é uma pessoa que já demonstrou possuir um raro sentido de justiça e uma extrema lucidez. Mas note-se: se o Porto não ganhar, essa pessoa continuará a ser, pelo menos, justa. O resto é fado, futebol... e árbitros. O Benfica empatou, coisa com que já ninguém se espanta, excepto, talvez, os belgas do La Louvière. O Sporting ganhou, mas foi em casa e, a acreditar no besugo, tudo se deve ao Polga. O Porto há-de ganhar ao Real Madrid e olhem que quem o diz é uma pessoa que já demonstrou possuir um raro sentido de justiça e uma extrema lucidez. Mas note-se: se o Porto não ganhar, essa pessoa continuará a ser, pelo menos, justa. O resto é fado, futebol... e árbitros.

Contentamento Estou contente. Gostei do Sporting, hoje. Boa circulação de bola, boas jogadas, dois escassos golos para os 4-0 que seriam justos. Destaco Polga, jogador inteligente e que sabe "antecipar" o futuro imediato com classe. Ainda se desculpou duas vezes com o Beto, que é leão antigo, gosta de ralhar, mordendo a língua, em raivas de quem tem dúvidas. Mas tem de aprender com Polga o talento de quem sabe. Que,esse talento, Beto não tem. Lembram-se de André Cruz? Esse tinha. E Beto não jogava, às vezes. Ou se jogasse era ao lado... A liderança era de quem era.

Não basta ter nervos. Aliás, é melhor ter nervo, que nervos. Os nervos são antagonistas da calma. O nervo não. É um complemento imprescindível da placidez inteligente e robusta dos fortes. Estou contente. Gostei do Sporting, hoje. Boa circulação de bola, boas jogadas, dois escassos golos para os 4-0 que seriam justos. Destaco Polga, jogador inteligente e que sabe "antecipar" o futuro imediato com classe. Ainda se desculpou duas vezes com o Beto, que é leão antigo, gosta de ralhar, mordendo a língua, em raivas de quem tem dúvidas. Mas tem de aprender com Polga o talento de quem sabe. Que,esse talento, Beto não tem. Lembram-se de André Cruz? Esse tinha. E Beto não jogava, às vezes. Ou se jogasse era ao lado... A liderança era de quem era.Não basta ter nervos. Aliás, é melhor ter nervo, que nervos. Os nervos são antagonistas da calma. O nervo não. É um complemento imprescindível da placidez inteligente e robusta dos fortes.

Decididamente Este cantinho de gente simples não é pacífico. A gente gosta de clubes diversos, lê belogues distintos, defende patranhas adversativas, tipo "nem, nem". Uma bizarria.

De facto, eis o que recebemos na caixa do correio. Sem remetente. Vergonha!!!!

"Nem sei quem recebe estes emails mas, sendo eu leitor assíduo deste blog "que me bloga mucho" e começando a ficar levemente irritado com a suburbana leviandade do besugo a dissertar sobre matérias manifestamente mais complexas do que as curvas de uma enfermeira (ou duas, já agora), resolvi manifestar-me, após leitura atenta do tópico chamado "O calor".

Parece-me que o besugo deve ter qualquer coisa contra o ministro da saúde. Digo parece-me, porque pode ser que o besugo seja argumentista do contra informação e esteja aqui a treinar "sketches" pró dito programa.

De todo o modo, imaginemos o ministro ideal do besugo ...

E a conversa era assim:

- Quero saber quantas foram.

- Quantos foram o quê Sr. Ministro?

- As mortes de cidadãos atribuíveis ao calor, meu caro colaborador e companheiro. Se faz favor ...

- Como quer que saiba? Estive de férias!

- E esteve muito bem, que os trabalhadores têm todo o direito de gozar férias. Sim, que eu não sou seu patrão, sou seu companheiro e amigo.

- AI é ... Ahhh, touzaber ... Olha pá, não sei quantos foram, e de resto toume a cagar para isso. Queres saber? Vai perguntar tu!

- Mas ...

- Sim, pergunta a quem quiseres.

- E quem me há-de responder?

- Não sei, metade está de férias e metade está de greve por causa do calor e de não haver ar condicionado nos gabinetes.

- ...

- O que foi agora?

- Já sei, vou à Assembleia e digo àqueles dignos representantes do povo que o calor foi uma catástrofe e que o Governo vai nomear uma comissão para estudar a forma de nos prevenirmos contra catástrofes destas.

- E se os fachos te perguntarem qual é a dimensão da catástrofe?

- Digo que vou nomear uma comissão para proceder de modo rigoroso a essa avaliação.

- E se te perguntarem como é que vais constituir essa comissão?

- É fácil, falo nas forças vivas, nos agentes do sistema e dos diversos subsistemas ...

- Uma coisa abrangente, é?

- Exacto, companheiro, uma coisa abrangente!

- E funciona?

- Isso não interessa nada. Daqui a um mês abrem as aulas e o palerma do meu colega da educação (um burguês, esse gajo) passa para a linha de fogo, segundo ouvi dizer ao meu compadre da FENPROF.

- Tens um compadre professor?

- Professor, é uma maneira de dizer ... Há vinte anos que está no sindicato. Percebes, sem profissionalização dos sindicalistas não é possível defender a classe. Não é qualquer um que sabe convocar uma greve ou uma manif.

- Já percebi... Bem, vou beber santal RAD, que é vermelho e tem tomates. Feitos em puré e cheios de corantes e conservantes, mas vermelhos ainda.

- O melhor é um que também tem laranja. Tudo bem misturadinho e em puré centrifugado, esterilizado e homogeneizado, com corantes e conservantes à maneira. É RAD e não compromete ninguém.

- Pois!

Caso não seja o besugo quem recebe este email, muito agradecia a gentileza de lho fazerem chegar."

Conclusão: vamos dar-lhe o espaço que merece. Nós não podemos ver um tipo a ameaçar dar-nos pancada sem que lhe ofereçamos moca ainda maior, para melhor nos atordoar de forma redentora e vil.

Escolha um nick hispânico, senhor, que é mais caliente. Vai ter notícias. Este cantinho de gente simples não é pacífico. A gente gosta de clubes diversos, lê belogues distintos, defende patranhas adversativas, tipo "nem, nem". Uma bizarria.De facto, eis o que recebemos na caixa do correio. Sem remetente. Vergonha!!!!"Nem sei quem recebe estes emails mas, sendo eu leitor assíduo deste blog "que me bloga mucho" e começando a ficar levemente irritado com a suburbana leviandade do besugo a dissertar sobre matérias manifestamente mais complexas do que as curvas de uma enfermeira (ou duas, já agora), resolvi manifestar-me, após leitura atenta do tópico chamado "O calor".Parece-me que o besugo deve ter qualquer coisa contra o ministro da saúde. Digo parece-me, porque pode ser que o besugo seja argumentista do contra informação e esteja aqui a treinar "sketches" pró dito programa.De todo o modo, imaginemos o ministro ideal do besugo ...E a conversa era assim:- Quero saber quantas foram.- Quantos foram o quê Sr. Ministro?- As mortes de cidadãos atribuíveis ao calor, meu caro colaborador e companheiro. Se faz favor ...- Como quer que saiba? Estive de férias!- E esteve muito bem, que os trabalhadores têm todo o direito de gozar férias. Sim, que eu não sou seu patrão, sou seu companheiro e amigo.- AI é ... Ahhh, touzaber ... Olha pá, não sei quantos foram, e de resto toume a cagar para isso. Queres saber? Vai perguntar tu!- Mas ...- Sim, pergunta a quem quiseres.- E quem me há-de responder?- Não sei, metade está de férias e metade está de greve por causa do calor e de não haver ar condicionado nos gabinetes.- ...- O que foi agora?- Já sei, vou à Assembleia e digo àqueles dignos representantes do povo que o calor foi uma catástrofe e que o Governo vai nomear uma comissão para estudar a forma de nos prevenirmos contra catástrofes destas.- E se os fachos te perguntarem qual é a dimensão da catástrofe?- Digo que vou nomear uma comissão para proceder de modo rigoroso a essa avaliação.- E se te perguntarem como é que vais constituir essa comissão?- É fácil, falo nas forças vivas, nos agentes do sistema e dos diversos subsistemas ...- Uma coisa abrangente, é?- Exacto, companheiro, uma coisa abrangente!- E funciona?- Isso não interessa nada. Daqui a um mês abrem as aulas e o palerma do meu colega da educação (um burguês, esse gajo) passa para a linha de fogo, segundo ouvi dizer ao meu compadre da FENPROF.- Tens um compadre professor?- Professor, é uma maneira de dizer ... Há vinte anos que está no sindicato. Percebes, sem profissionalização dos sindicalistas não é possível defender a classe. Não é qualquer um que sabe convocar uma greve ou uma manif.- Já percebi... Bem, vou beber santal RAD, que é vermelho e tem tomates. Feitos em puré e cheios de corantes e conservantes, mas vermelhos ainda.- O melhor é um que também tem laranja. Tudo bem misturadinho e em puré centrifugado, esterilizado e homogeneizado, com corantes e conservantes à maneira. É RAD e não compromete ninguém.- Pois!Caso não seja o besugo quem recebe este email, muito agradecia a gentileza de lho fazerem chegar."Conclusão: vamos dar-lhe o espaço que merece. Nós não podemos ver um tipo a ameaçar dar-nos pancada sem que lhe ofereçamos moca ainda maior, para melhor nos atordoar de forma redentora e vil.Escolha um nick hispânico, senhor, que é mais caliente. Vai ter notícias.

O calor O calor, para

Isto não é verdade, isto é um disparate! Mas só assim se entenderia que o pouco concentrado senhor ministro da saúde ( e os seus intransigentes e pragmáticos defensores, onde quer que se encontrem) nos viesse afrontar com aquele fatídico número quatro (só-quatro-só) quando lhe deu para quantificar as vítimas mortais do calor. Ele deve ter feito assim, pelo menos é hipótese frondosa em floresta queimada:

" - Quero saber quantos foram!"

" - Quantos foram o quê, senhor ministro?"

" - Bolas, os casos fatais atribuíveis ao calor. À onda."

" - Como quer o senhor que eu saiba? Estive de férias!"

" - Insolente! Saiba quantas certidões de óbito foram passadas com a seguinte causa de morte: calor."

" - Vou saber... calor?"

" - Sim, calor!"

.................................

" - Senhor ministro? Sou eu, ajoelhado e respeitoso, com a informação que me pediu..."

" - Sim? E então? Já conseguiram que algum desses médicos comunas assinasse um contrato individual de trabalho?"

" - Mas não foi isso que o senhor me pediu...."

" - Pois, isso é o que eu peço a Deus, todas as noites, já de barrete... Mas diga, homem, que lhe pedi eu? Você pensa que eu tenho cabeça para tudo? Sei lá bem o que disse ontem!"

" - Era aquilo das mortes pelo calor...."

" - Ah! Já podia ter dito, tenho estado aqui consumido com isso. Quantas foram?"

" - Quatro...."

" - Tem a certeza? Absoluta?"

" - Bom, só há quatro certidões com essa causa de morte, todas elas passadas por clínicos espanhóis recém-formados..."

" - Esses clínicos são contratados por S.A.s de elevada competência. Cale-se! Se são só quatro, são só quatro! Quatro! Apenas quatro! Coitados, as famílias, e tal... chuif... mas SÓ QUATRO!!!! Você fez um belo trabalho, Vasco Citrino Doce!"

" - Há quem diga que o calor foi causa indirecta de muitas mais mortes...."

" - Cale-se! Não estrague um excelente trabalho com uma insolente provocação!"

Calou-se? Não. Aprimorou-se na arte de tecer encómios, calou a consciência crítica e estabeleceu-se no "sumo de laranja". E alguém pôs aqui o link. Isto está sem rei nem roque!!! O calor, para estes senhores , é uma causa de morte directa, daquelas que se podem botar em certificado de óbito. Mais ou menos assim: "Causa de morte? Calor! Em onda!".Isto não é verdade, isto é um disparate! Mas só assim se entenderia que o pouco concentrado senhor ministro da saúde ( e os seus intransigentes e pragmáticos defensores, onde quer que se encontrem) nos viesse afrontar com aquele fatídico número quatro (só-quatro-só) quando lhe deu para quantificar as vítimas mortais do calor. Ele deve ter feito assim, pelo menos é hipótese frondosa em floresta queimada:" - Quero saber quantos foram!"" - Quantos foram o quê, senhor ministro?"" - Bolas, os casos fatais atribuíveis ao calor. À onda."" - Como quer o senhor que eu saiba? Estive de férias!"" - Insolente! Saiba quantas certidões de óbito foram passadas com a seguinte causa de morte: calor."" - Vou saber... calor?"" - Sim, calor!"................................." - Senhor ministro? Sou eu, ajoelhado e respeitoso, com a informação que me pediu..."" - Sim? E então? Já conseguiram que algum desses médicos comunas assinasse um contrato individual de trabalho?"" - Mas não foi isso que o senhor me pediu...."" - Pois, isso é o que eu peço a Deus, todas as noites, já de barrete... Mas diga, homem, que lhe pedi eu? Você pensa que eu tenho cabeça para tudo? Sei lá bem o que disse ontem!"" - Era aquilo das mortes pelo calor...."" - Ah! Já podia ter dito, tenho estado aqui consumido com isso. Quantas foram?"" - Quatro...."" - Tem a certeza? Absoluta?"" - Bom, só há quatro certidões com essa causa de morte, todas elas passadas por clínicos espanhóis recém-formados..."" - Esses clínicos são contratados por S.A.s de elevada competência. Cale-se! Se são só quatro, são só quatro! Quatro! Apenas quatro! Coitados, as famílias, e tal... chuif... mas SÓ QUATRO!!!! Você fez um belo trabalho, Vasco Citrino Doce!"" - Há quem diga que o calor foi causa indirecta de muitas mais mortes...."" - Cale-se! Não estrague um excelente trabalho com uma insolente provocação!"Calou-se? Não. Aprimorou-se na arte de tecer encómios, calou a consciência crítica e estabeleceu-se no "sumo de laranja". E alguém pôs aqui o link. Isto está sem rei nem roque!!!

E lá vou eu falar de futebol, que nem queria... Mas é só um bocadinho. Apenas para dizer que fui

Ora o que eu li

"DE QUALQUER FORMA: Seja ou não seja grande penalidade, seja ou não seja falta sobre o Polga no lance seguinte, a realidade é que o Sporting não foi capaz de marcar um golo que fosse, nem foi capaz de chegar a Moreira de Cónegos e mandar no jogo. Estou como o Sérgio, de tão habituados a jogarem num relvado(?) como o de Alvalade XXI, já não conseguem jogar num que esteja em boas condições.

Oh engenheiro, a máquina parecia engrenar, mas afinal parece que ainda há muito para olear...."

Eu vou traduzir isto para "linguagem imparcial", a ver se o Pedro Sousa (que foi quem escreveu isto) se penetra dela e vê a luz. Não, não me refiro ao estádio.

TRADUÇÃO PARA LINGUAGEM IMPARCIAL

"Embora lhe tenham sido escamoteadas duas grandes penalidades (uma das quais, ao menos, daria golo, eventualmente, se não ambas...) e o golo do adversário tenha sido precedido de falta grosseira sobre Polga, o Sporting não conseguiu vencer o Moreirense. É escandaloso como uma equipa candidata ao título, mesmo com as benesses que atrás referi, não consegue tomar conta dum jogo contra uma equipa modesta que, apesar de tudo, "afinfou" 3-1 ao Benfica na pré-época! Escandaloso! E tudo isto num relvado decente, aqui estou de acordo com o Pedro Sousa, exclamando, contudo, raispartópitium!"

Ora, meus amigos, é assim que deve ler-se. Desculpe lá, amigo Pedro Sousa, mas isto não é censura, é sensatez, é a voz da verdadeira... hum... VERDADE!

Sim, graças a Deus ( e à minha lucidez, herança materna) pude repor a verdade neste local caliente! Valha a verdade, já que se fala nela, que neste local ninguém se entende, mas eu explico isso em tempo competente. Mas é só um bocadinho. Apenas para dizer que fui ali ler uma coisa (eu não controlo, contrariamente ao que seria desejável e virtuoso, os "links" que alguns dos meus co-belogueiros aqui introduzem como referência e, depois, dá nisto...) e, por a ter lido, acho que devo exercer uma arrasadora acção pedagógico-imparcial. Sim, que imparcial é coisa que eu sei que sou, disse-mo minha mãe um dia, senhora de verdades totais e absolutas!Ora o que eu li ali , foi isto:"DE QUALQUER FORMA: Seja ou não seja grande penalidade, seja ou não seja falta sobre o Polga no lance seguinte, a realidade é que o Sporting não foi capaz de marcar um golo que fosse, nem foi capaz de chegar a Moreira de Cónegos e mandar no jogo. Estou como o Sérgio, de tão habituados a jogarem num relvado(?) como o de Alvalade XXI, já não conseguem jogar num que esteja em boas condições.Oh engenheiro, a máquina parecia engrenar, mas afinal parece que ainda há muito para olear...."Eu vou traduzir isto para "linguagem imparcial", a ver se o Pedro Sousa (que foi quem escreveu isto) se penetra dela e vê a luz. Não, não me refiro ao estádio."Embora lhe tenham sido escamoteadas duas grandes penalidades (uma das quais, ao menos, daria golo, eventualmente, se não ambas...) e o golo do adversário tenha sido precedido de falta grosseira sobre Polga, o Sporting não conseguiu vencer o Moreirense. É escandaloso como uma equipa candidata ao título, mesmo com as benesses que atrás referi, não consegue tomar conta dum jogo contra uma equipa modesta que, apesar de tudo, "afinfou" 3-1 ao Benfica na pré-época! Escandaloso! E tudo isto num relvado decente, aqui estou de acordo com o Pedro Sousa, exclamando, contudo,!"Ora, meus amigos, é assim que deve ler-se. Desculpe lá, amigo Pedro Sousa, mas isto não é censura, é sensatez, é a voz da verdadeira... hum... VERDADE!Sim, graças a Deus ( e à minha lucidez, herança materna) pude repor a verdade neste local caliente! Valha a verdade, já que se fala nela, que neste local ninguém se entende, mas eu explico isso em tempo competente.

Calmante natural

Mentir é feio, mas não exageremos Ainda o

Esta questão só tem sentido (se tiver), evidentemente, no plano dos princí­pios e de forma instrumental (porque não acredito que o Mata-Mouros acredite que a homossexualidade nos políticos, só por si, seja tema para tanto discurso) relativamente às possíveis mentiras que nos andam a pregar. Primeiro, porque todos sabemos adivinhar o suicí­dio político que representaria uma confissão dessas por (por exemplo...) um dos nossos ministros. Depois, porque me causa desconforto a radical censura moral da mentira que leio no Mata-Mouros. Se forem assim com tudo, devem ter poucos amigos...

Se algum político mentiu (melhor: omitiu) quanto à sua orientação sexual, fê-lo por pudor ou por conveniência. O que é criticável, mas assim como isso não faz de alguém um bom polí­tico também não me parece que o diminui assim tanto como querem. Ainda o Mata-Mouros . Estive a ler a os vários postes (julgo que são cinco) sobre a homossexualidade nos políticos e admito que se trata de reflexões sérias e cautelosas. Mas, e independentemente de ser minha convicção de que devem ser muito estreitos os limites para a divulgação pública de qualquer aspecto da vida pessoal de cada um, seja quem for, mesmo político (e não me venham falar em transparência, que isto não tem nada a ver com isso), o que me faz confusão é o equí­voco de que parte o Mata-Mouros quanto à questão da homossexualidade. A menos que o Mata-Mouros esteja mais bem informado do que eu, que se saiba não há prova concludente de algum político português ter mentido sobre a sua orientação sexual. A outra hipótese será a de que o Mata-Mouros desconfie que alguém tenha mentido, quando, na verdade, se terá limitado, nessa hipótese, a omitir, penso eu. O que é bem diferente e justificável, atenta a irrelevância pública da orientação sexual dos políticos, do ponto de vista da sua competência, digamos, profissional.Esta questão só tem sentido (se tiver), evidentemente, no plano dos princí­pios e de forma instrumental (porque não acredito que o Mata-Mouros acredite que a homossexualidade nos políticos, só por si, seja tema para tanto discurso) relativamente às possíveis mentiras que nos andam a pregar. Primeiro, porque todos sabemos adivinhar o suicí­dio político que representaria uma confissão dessas por (por exemplo...) um dos nossos ministros. Depois, porque me causa desconforto a radical censura moral da mentira que leio no Mata-Mouros. Se forem assim com tudo, devem ter poucos amigos...Se algum político mentiu (melhor: omitiu) quanto à sua orientação sexual, fê-lo por pudor ou por conveniência. O que é criticável, mas assim como isso não faz de alguém um bom polí­tico também não me parece que o diminui assim tanto como querem.

Tiro no pé Fui parar à

Mas não se preocupem, homens e mulheres de direita. Podem continuar a sentir-se democratas, que isto é só o que a Helena Matos, sem querer, disse. Fui parar à Helena Matos através do Mata-Mouros . Não querendo eu, se calhar quixotescamente, defender o indefensável, não deixo, porém, de anotar isto: não decidi ainda se me impressiona mais a demagogia entrelinhada da crónica em questão ou as saudades, levianamente expressas, do Manuel Alegre pela segurança dos quarenta e oito anos de fascismo. É que tem piada: a dita senhora, ao dissecar fervilhantemente as consequências da instauração da democracia, passa, sem se aperceber, para a esquerda o papel "odioso" de ter precipitado a mudança de regime. Isto será mais ou menos isto: "ó esquerda! mas vocês não queriam a democracia? então agora não se queixem...". E, então, será provavelmente legítimo concluir isto: a direita não quis a mudança.Mas não se preocupem, homens e mulheres de direita. Podem continuar a sentir-se democratas, que isto é só o que a Helena Matos, sem querer, disse.

Ainda o Júdice Os Os cruzados descobriram tudo. Agora percebo a preocupação com as escutas.

Aero-pastilhas Hoje nem era para escrever mais, que isto não é pago à peça. Aliás, a bem dizer, nem pago é. Excepto o petróleo para o candeeiro de secretária, mas esse sou eu que o carrego sempre, vintemilréis por semana.

Eu não ia dizer mais nada, mas o verrinoso homem-a-dias decidiu provocar-me, de forma intencional e viperina. Disse ele,

Pois fique sabendo que não é! Passe a publicidade, claro. Eu ensino! O Xanax, na medida certa, é muitíssimo melhor para a gente se reconciliar com a nossa falta de vocação aeronáutica! Receba este grande tungas (e experimente, já agora... embora a dose certa seja difícil de encontrar em voos com muitos "poços de ar" e de longo curso...) com votos de boa viagem. Na SATA, obviamente.

Hoje nem era para escrever mais, que isto não é pago à peça. Aliás, a bem dizer, nem pago é. Excepto o petróleo para o candeeiro de secretária, mas esse sou eu que o carrego sempre, vintemilréis por semana.Eu não ia dizer mais nada, mas o verrinoso homem-a-dias decidiu provocar-me, de forma intencional e viperina. Disse ele, numa nítida referência à minha besugal pessoa , que o Lexotan é o maior amigo do cobarde aerotransportado.Pois fique sabendo que não é! Passe a publicidade, claro. Eu ensino! O Xanax, na medida certa, é muitíssimo melhor para a gente se reconciliar com a nossa falta de vocação aeronáutica! Receba este grande tungas (e experimente, já agora... embora a dose certa seja difícil de encontrar em voos com muitos "poços de ar" e de longo curso...) com votos de boa viagem. Na SATA, obviamente.

Escutas As telefónicas, que a PJ faz e que, por diversas vezes, ninguém sabe delas. Sabe-se que, de acordo com a lei, têm de ser autorizadas por um juiz e os visados podem nem ser sequer, suspeitos da prática de um crime, nem nunca vir a ser. A mim parece-me que o Bastonário da Ordem dos Advogados, ao defender a criação de uma comissão independente para o acompanhamento da legalidade das escutas telefónicas, quis alertar, diplomatica e serenamente, para os riscos notórios que decorrem de uma prática que nos habituamos a chamar de vil se fora do contexto da "busca da verdade dos factos". Julgo que ele sabe também que, com esta crítica velada, está a pôr em questão o princí­pio da separação dos poderes, a independência da magistratura, a vigilância feita de dentro dos juízes e pelos juí­zes. E ele conhece essa treta toda. E tem perfeita noção, ou tem obrigação de ter noção, de que, a não lhe darem ouvidos, sai desacreditado e enfraquecido.

Portanto, ou ele sabe disto tudo, ou não sabe. Se não sabe, é mais um a lançar confusão inútil e bacoca. Se sabe e ainda assim disse o que disse, é porque sabe de alguma coisa sobre as escutas que lhe tira o sono. On vera, como diria o Marió Suarez. As telefónicas, que a PJ faz e que, por diversas vezes, ninguém sabe delas. Sabe-se que, de acordo com a lei, têm de ser autorizadas por um juiz e os visados podem nem ser sequer, suspeitos da prática de um crime, nem nunca vir a ser. A mim parece-me que o Bastonário da Ordem dos Advogados, ao defender a criação de uma comissão independente para o acompanhamento da legalidade das escutas telefónicas, quis alertar, diplomatica e serenamente, para os riscos notórios que decorrem de uma prática que nos habituamos a chamar de vil se fora do contexto da "busca da verdade dos factos". Julgo que ele sabe também que, com esta crítica velada, está a pôr em questão o princí­pio da separação dos poderes, a independência da magistratura, a vigilância feita de dentro dos juízes e pelos juí­zes. E ele conhece essa treta toda. E tem perfeita noção, ou tem obrigação de ter noção, de que, a não lhe darem ouvidos, sai desacreditado e enfraquecido.Portanto, ou ele sabe disto tudo, ou não sabe. Se não sabe, é mais um a lançar confusão inútil e bacoca. Se sabe e ainda assim disse o que disse, é porque sabe de alguma coisa sobre as escutas que lhe tira o sono. On vera, como diria o Marió Suarez.

As academias, o papel e a praxe Li,

ESTUDANTES DE COIMBRA E PAPEL HIGIÉNICO

Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.

Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.

Gostei, e apeteceu-me reescrever isto, por me ter lembrado:

A mim disseram-me, uma vez, “vou-te praxar!”. E aquilo caiu-me tão mal que ainda me doem os nós dos dedos. Mas admito que pode haver quem ache giro e eivado de grande potencial integrador esse conjunto de javardices que oscila entre o bizarro e o “tem algum mal?”.

É nessas alturas da praxe que antigos(as) sebenteiros(as) e caloiros(as) se interpenetram na simbiose perfeita que eu traduziria por “a ver se te como até ao fim do curso”, embora eu ache que há formas menos azeiteiras de exibir tesões, com resultados mais profícuos. É lá com eles, quando foi comigo levaram nos cornos, podia ter sido ao contrário mas, por acaso foi assim, calhou.

Aqui há uns tempos falaram, na televisão, na rapariga do Instituto Piaget, que parece que está com problemas (julgo que a rapaziada da associação académica, à falta de quem lhe pespegasse porrada na tromba, faz sentir à rapariga que não devia ter aberto a boca para se queixar do que entendeu queixar-se).

A essa jovem sugiro que arranje, à falta de irmãos e cunhados entroncados, meia dúzia de ciganos de má catadura. Assim acompanhada, que interrompa uma reunião da associação académica, daquelas em que os petizes costumam ir treinar o slogan “não pagamos, não temos condições, o ensino está mal, e já agora não estudamos a ponta dum caralho”. Verá que a debandada duma associação académica desse jaez é linda de ver, embora nauseabunda. Deverá pedir aos ciganos que, de passagem, enfiem os instrumentos da tuna académica pelos cornos abaixo da própria tuna académica, o que gerará sons de grande musicalidade.

Falaram, também, duma outra caloira, doutra escola, que terá sido obrigada a mexer em estrume de vaca, a dita bosta. Não vejo nenhum mal nisso, eu até sou dos que afirmam que tudo se lava desde que se dê bom uso à água e ao sabão.

Mas, estava eu nisto, fala o senhor que manda lá, o “engenheiro-das-agriculturas-chefe” da escola. E o senhor mais não babuja que isto: “os factos ocorreram em Outubro e ela queixa-se em Março; acho isto estranho”.

Fiquei elucidado. Acho que este argumento, esta estranheza, extrapolados para os casos de pedofilia, poupariam tempo ao povo e aos juristas deste país. “Ai o senhor, quando menino, foi encabado e não gostou? Isso foi quando? Em 1989? E vem queixar-se agora? Isso é muito estranho, arquive-se!” E por aí adiante. Não sei se já foi demitido o senhor da escola de Santarém, mas espero que não seja porque pode ser que ainda volte à televisão e dá-me a risa (como dizem os galegos) ouvir semelhentes “murcões”.

Ainda nessa reportagem, um jovem aluno do mesmo estabelecimento carregou sobre a colega com um silogismo hilariante, que começava em animais e acabava em bosta, querendo ele dizer o seguinte, pelo que se percebeu: “a colega queixosa, já que está numa escola agrícola, devia achar natural que a enchessem de bosta”. E depois rematou, brilhantemente: a ser assim “vidrinho”, a estranha e indesejável colega devia ter entrado antes em Medicina!”

Ó petiz! Então e as urinas, as fezes e a expectoração? O excremento humano? O cheiro a pés mal lavados nos corredores das urgências? Grande praxe não farias tu aí, petiz, tanto excremento à disposição da tua prodigiosa e tenra imaginação! Estás a esquecer-te disso, ó futuro boizinho manso das pradarias exclusivas da cerveja, dos “shotezinhos” e da pastilha! Olha que vais mal.

De qualquer forma, espero que a população académica se decida a fazer o que tem a fazer: estudar muito e aperfeiçoar-se muito na arte da desbunda, em tempos separados e complementares. Ambas as coisas são necessárias e fundamentais a uma população académica, e mesmo a qualquer outra população. E que se vá habituando a ir, conscienciosamente, aos focinhos dos “praxadores associativos”, que é uma linguagem que eles entendem mesmo quando estão perdidos de bêbados e a achar-se giraços por detrás das lunetas baças da sua banalidade boçal de fradiques de batina.

Li, aqui , isto:ESTUDANTES DE COIMBRA E PAPEL HIGIÉNICOFardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.Gostei, e apeteceu-me reescrever isto, por me ter lembrado:A mim disseram-me, uma vez, “vou-te praxar!”. E aquilo caiu-me tão mal que ainda me doem os nós dos dedos. Mas admito que pode haver quem ache giro e eivado de grande potencial integrador esse conjunto de javardices que oscila entre o bizarro e o “tem algum mal?”.É nessas alturas da praxe que antigos(as) sebenteiros(as) e caloiros(as) se interpenetram na simbiose perfeita que eu traduziria por “a

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