​Eutanásia. "Quem tem acompanhamento quer viver"

06-12-2017
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E contrapõe: “Eu posso ganhar em ter cuidados paliativos ao mesmo tempo que estou a receber cuidados de outras especialidades e com isso vivo melhor”.

Isabel Galriça Neto diz que há um grande preconceito sobre os cuidados paliativos em Portugal. “No grande público a representação é: Só servem para ajudar a morrer, só servem para os últimos dias de vida, o melhor é ir mesmo na última porque se formos mais cedo isso pode correr mal.”

“A ‘Economist’ tem um estudo deste ano – é publicado em Outubro anualmente – que diz que o nível de literacia, de informação dos portugueses, sobre cuidados em fim de vida, é medíocre”, diz a directora da Unidade de Cuidados Paliativos e Continuados do Hospital da Luz e ex-presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença , Isabel Galriça Neto afirma que “quem tem o devido acompanhamento deixa de estar em sofrimento intolerável e quer viver com qualidade”.

A precursora da introdução de cuidados paliativos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) lamenta o desconhecimento sobre estas terapias em Portugal.

Cuidados paliativos só chegam a 15% ou 20% dos doentes

Reconhecendo que Portugal só tem resposta para 15% a 20% das pessoas que necessitam de cuidados paliativos, Isabel Galriça Neto considera que isso reflecte o facto de a medicina nas últimas décadas se ter focado apenas na cura, deixando "de lado os que não se curavam", que "passaram quase que a ser doentes de segunda”

“A medicina não pode dizer que não tem uma resposta para estes. Eles estão lá, eles existem e não são poucos”, sublinha.

Nesta entrevista à Renascença, a especialista em cuidados paliativos garante que há métodos que impedem que o sofrimento se torne intolerável.

Explica que o grande objectivo dos cuidados paliativos é que “o sofrimento, que pode acontecer, nunca se torne intolerável”. “Temos que ter isto bem claro, nós temos meios e sabemos que as pessoas não têm que estar em sofrimento intolerável”, frisa.

“É a nossa experiência. As pessoas que têm o devido acompanhamento deixam de estar numa situação de sofrimento intolerável e aquilo que nos dizem é que querem viver com qualidade. Também não querem que nós lhes prolonguemos a vida para além dos tais meios nós temos que estar disponíveis e ouvir isso”, afirma Isabel Galriça Neto.

A também deputada do CDS diz que se, o tema da eutanásia vier a ser colocado na agenda política, “porque não está no programa de nenhum dos partidos com assento na Assembleia da Republica”, deve ser debatido e referendado.

Sobre a questão da eutanásia, Isabel Galriça Neto conclui que a falta de cuidados paliativos não pode ser a desculpa para “soluções fáceis”, e dá um exemplo: “Eu não vou dizer que um deficiente, porque não tem as ajudas devidas, aquilo que tem como solução é oferecer-lhe o suicídio ou a eutanásia”.

E contrapõe: “Eu posso ganhar em ter cuidados paliativos ao mesmo tempo que estou a receber cuidados de outras especialidades e com isso vivo melhor”.

Isabel Galriça Neto diz que há um grande preconceito sobre os cuidados paliativos em Portugal. “No grande público a representação é: Só servem para ajudar a morrer, só servem para os últimos dias de vida, o melhor é ir mesmo na última porque se formos mais cedo isso pode correr mal.”

“A ‘Economist’ tem um estudo deste ano – é publicado em Outubro anualmente – que diz que o nível de literacia, de informação dos portugueses, sobre cuidados em fim de vida, é medíocre”, diz a directora da Unidade de Cuidados Paliativos e Continuados do Hospital da Luz e ex-presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença , Isabel Galriça Neto afirma que “quem tem o devido acompanhamento deixa de estar em sofrimento intolerável e quer viver com qualidade”.

A precursora da introdução de cuidados paliativos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) lamenta o desconhecimento sobre estas terapias em Portugal.

Cuidados paliativos só chegam a 15% ou 20% dos doentes

Reconhecendo que Portugal só tem resposta para 15% a 20% das pessoas que necessitam de cuidados paliativos, Isabel Galriça Neto considera que isso reflecte o facto de a medicina nas últimas décadas se ter focado apenas na cura, deixando "de lado os que não se curavam", que "passaram quase que a ser doentes de segunda”

“A medicina não pode dizer que não tem uma resposta para estes. Eles estão lá, eles existem e não são poucos”, sublinha.

Nesta entrevista à Renascença, a especialista em cuidados paliativos garante que há métodos que impedem que o sofrimento se torne intolerável.

Explica que o grande objectivo dos cuidados paliativos é que “o sofrimento, que pode acontecer, nunca se torne intolerável”. “Temos que ter isto bem claro, nós temos meios e sabemos que as pessoas não têm que estar em sofrimento intolerável”, frisa.

“É a nossa experiência. As pessoas que têm o devido acompanhamento deixam de estar numa situação de sofrimento intolerável e aquilo que nos dizem é que querem viver com qualidade. Também não querem que nós lhes prolonguemos a vida para além dos tais meios nós temos que estar disponíveis e ouvir isso”, afirma Isabel Galriça Neto.

A também deputada do CDS diz que se, o tema da eutanásia vier a ser colocado na agenda política, “porque não está no programa de nenhum dos partidos com assento na Assembleia da Republica”, deve ser debatido e referendado.

Sobre a questão da eutanásia, Isabel Galriça Neto conclui que a falta de cuidados paliativos não pode ser a desculpa para “soluções fáceis”, e dá um exemplo: “Eu não vou dizer que um deficiente, porque não tem as ajudas devidas, aquilo que tem como solução é oferecer-lhe o suicídio ou a eutanásia”.

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