Almada. Mais do que a Cidade da Água, bem-vindos à Lisbon South Bay

16-05-2019
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Se a discussão sobre a margem ‘certa’ do rio Tejo é subjetiva logo à partida e tem vindo a perder força – cada vez mais lisboetas escolhem Almada para viver pelas rendas vantajosas e por estar tão perto da capital, e a cidade está a capturar mais e mais investimento estrangeiro –, o novo projeto apresentado esta terça-feira é mais um argumento forte para arrumar de vez a dicotomia: a Cidade da Água (The Water City, em inglês) vai transformar por completo a Margueira, em Almada, zona onde em tempos idos tantos operários trabalharam nos estaleiros da antiga Lisnave, transferidos em 2000 para a Mitrena, em Setúbal.

O projeto insere-se num maior, chamado Lisbon South Bay (que corresponde a Arco Ribeirinho Sul, nos materiais em português da entidade administradora), que se estende ao Barreiro e ao Seixal – mas já lá vamos. A Cidade da Água, prevê a administração a cargo da Baía do Tejo – sociedade imobiliária detida pela Parpública, responsável por colocar no mercado os terrenos que pertencem ao Estado, seguindo as normas do Plano de Urbanização de Almada Nascente (PUAN) e do Decreto de Lei 133/2017 de 19 de outubro –, dará a Almada uma “nova centralidade”, resumiu durante a apresentação aos mais de 100 potenciais investidores Sérgio Saraiva, administrador da Baía do Tejo. E criará um diálogo com o Terreiro do Paço, em Lisboa, ali tão perto – contas feitas, apenas a 2,5 quilómetros de distância.

A maior intervenção urbana desde a Expo98

O projeto, de que se fala há já alguns anos e que, até ao final de junho, terá concurso público aberto para venda dos terrenos e concessão da marina e do terminal fluvial, é equiparado à Expo98: é a maior intervenção urbana desde a exposição internacional. “É um dos projetos mais importantes do nosso país depois da Expo 98, por ser um projeto de usos mistos. Vamos dar este passo numa fase ainda pré-concursal para apresentar aquelas que serão as conduções em que o processo vai ser desenvolvido”, afirmou o administrador.

Os números fazem o retrato: são 630 mil metros quadrados de área de construção, que se prolongam de Cacilhas à Cova da Piedade, com uma área de intervenção de 575 mil metros quadrados que, intercalada com vários lagos e vegetação, se desdobra em habitação, serviços, escritórios, comércio, um hotel, espaços culturais – incluindo um novo museu –, uma marina e um terminal fluvial.

Quanto a valores, não foram avançados, mas é possível que o investimento venha a rondar 1,5 mil milhões de euros, admite o Expresso, citando fontes do mercado imobiliário. “O que está definido é que será o promotor a suportar o custo das infraestruturas. O plano define claramente as responsabilidades das várias entidades em jogo. E, nesse sentido, está definido que o promotor tem uma série de obrigações se quiser desenvolver aquele plano”, precisou Sérgio Saraiva durante a apresentação. Mais difícil de prever é o tempo que levará a obra, dada a sua envergadura.

Ao lançamento do concurso público em junho segue-se, em julho, um período para esclarecimento de questões aos investidores interessados. Setembro será altura para a receção das propostas, que serão avaliadas em outubro. Novembro é o mês do juízo final: decorrerá a audiência prévia e será determinado a qual dos investidores que avançou com proposta será adjudicada a obra. Os interessados no investimento são de diversas nacionalidades.

De resto, sabido é já que a Cidade da Água vai obrigar a um reforço das ligações fluviais em Almada. “Está previsto a transferência do terminal dos barcos para aquela zona. Terá que haver um grande reforço. O mais complicado – e que ainda estamos a rever – é o facto de as pessoas poderem aceder mais facilmente ou à ponte ou, eventualmente, um novo túnel, que a ser seria na Trafaria”, disse ontem a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, à Renascença.

Não só Almada, mas o Arco Ribeirinho Sul

Se a ideia de diálogo entre Lisboa e Almada é atrativa, ganha ainda mais pontos se passar as fronteiras de Almada e se se prolongar a outras cidades. É o que a Baía do Tejo quer fazer no Seixal e no Barreiro, mas de forma diferente da pensada para Almada: através da requalificação dos parques empresariais de ambas as cidades, situados à beira rio, voltados para Lisboa.

Atualmente, nos parques do Seixal e do Barreiro, há mais de 330 empresas de diversos ramos, desde a construção civil às indústrias criativas – Vhils, por exemplo, escolheu o Barreiro para estabelecer o seu ateliê. O objetivo é que o número continue a crescer.

Se a discussão sobre a margem ‘certa’ do rio Tejo é subjetiva logo à partida e tem vindo a perder força – cada vez mais lisboetas escolhem Almada para viver pelas rendas vantajosas e por estar tão perto da capital, e a cidade está a capturar mais e mais investimento estrangeiro –, o novo projeto apresentado esta terça-feira é mais um argumento forte para arrumar de vez a dicotomia: a Cidade da Água (The Water City, em inglês) vai transformar por completo a Margueira, em Almada, zona onde em tempos idos tantos operários trabalharam nos estaleiros da antiga Lisnave, transferidos em 2000 para a Mitrena, em Setúbal.

O projeto insere-se num maior, chamado Lisbon South Bay (que corresponde a Arco Ribeirinho Sul, nos materiais em português da entidade administradora), que se estende ao Barreiro e ao Seixal – mas já lá vamos. A Cidade da Água, prevê a administração a cargo da Baía do Tejo – sociedade imobiliária detida pela Parpública, responsável por colocar no mercado os terrenos que pertencem ao Estado, seguindo as normas do Plano de Urbanização de Almada Nascente (PUAN) e do Decreto de Lei 133/2017 de 19 de outubro –, dará a Almada uma “nova centralidade”, resumiu durante a apresentação aos mais de 100 potenciais investidores Sérgio Saraiva, administrador da Baía do Tejo. E criará um diálogo com o Terreiro do Paço, em Lisboa, ali tão perto – contas feitas, apenas a 2,5 quilómetros de distância.

A maior intervenção urbana desde a Expo98

O projeto, de que se fala há já alguns anos e que, até ao final de junho, terá concurso público aberto para venda dos terrenos e concessão da marina e do terminal fluvial, é equiparado à Expo98: é a maior intervenção urbana desde a exposição internacional. “É um dos projetos mais importantes do nosso país depois da Expo 98, por ser um projeto de usos mistos. Vamos dar este passo numa fase ainda pré-concursal para apresentar aquelas que serão as conduções em que o processo vai ser desenvolvido”, afirmou o administrador.

Os números fazem o retrato: são 630 mil metros quadrados de área de construção, que se prolongam de Cacilhas à Cova da Piedade, com uma área de intervenção de 575 mil metros quadrados que, intercalada com vários lagos e vegetação, se desdobra em habitação, serviços, escritórios, comércio, um hotel, espaços culturais – incluindo um novo museu –, uma marina e um terminal fluvial.

Quanto a valores, não foram avançados, mas é possível que o investimento venha a rondar 1,5 mil milhões de euros, admite o Expresso, citando fontes do mercado imobiliário. “O que está definido é que será o promotor a suportar o custo das infraestruturas. O plano define claramente as responsabilidades das várias entidades em jogo. E, nesse sentido, está definido que o promotor tem uma série de obrigações se quiser desenvolver aquele plano”, precisou Sérgio Saraiva durante a apresentação. Mais difícil de prever é o tempo que levará a obra, dada a sua envergadura.

Ao lançamento do concurso público em junho segue-se, em julho, um período para esclarecimento de questões aos investidores interessados. Setembro será altura para a receção das propostas, que serão avaliadas em outubro. Novembro é o mês do juízo final: decorrerá a audiência prévia e será determinado a qual dos investidores que avançou com proposta será adjudicada a obra. Os interessados no investimento são de diversas nacionalidades.

De resto, sabido é já que a Cidade da Água vai obrigar a um reforço das ligações fluviais em Almada. “Está previsto a transferência do terminal dos barcos para aquela zona. Terá que haver um grande reforço. O mais complicado – e que ainda estamos a rever – é o facto de as pessoas poderem aceder mais facilmente ou à ponte ou, eventualmente, um novo túnel, que a ser seria na Trafaria”, disse ontem a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, à Renascença.

Não só Almada, mas o Arco Ribeirinho Sul

Se a ideia de diálogo entre Lisboa e Almada é atrativa, ganha ainda mais pontos se passar as fronteiras de Almada e se se prolongar a outras cidades. É o que a Baía do Tejo quer fazer no Seixal e no Barreiro, mas de forma diferente da pensada para Almada: através da requalificação dos parques empresariais de ambas as cidades, situados à beira rio, voltados para Lisboa.

Atualmente, nos parques do Seixal e do Barreiro, há mais de 330 empresas de diversos ramos, desde a construção civil às indústrias criativas – Vhils, por exemplo, escolheu o Barreiro para estabelecer o seu ateliê. O objetivo é que o número continue a crescer.

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