Novo coordenador do PS para a habitação tem empresas imobiliárias

26-10-2018
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Autor: Redação

Hugo Pires, escolhido pelo Partido Socialista (PS) para substituir Helena Roseta na coordenação do grupo de trabalho parlamentar sobre habitação, depois de esta se ter demitido, tem duas empresas ligadas ao setor imobiliário. O deputado diz que vai pedir um parecer para esclarecer se a sua atividade profissional é incompatível com o cargo que irá exercer.

A informação consta da declaração de interesses entregue pelo deputado à Assembleia da República, no início da legislatura, segundo a notícia avançada pelo Diário de Notícias. De acordo com o documento, Hugo Pires é proprietário e gerente de uma empresa de arquitetura, engenharia e construção, a CRIAT - o mesmo regista indica que Hugo Pires é agora gerente não remunerado, situação que teve início a 1 de abril deste ano - e detentor de 50% de uma outra empresa, a CRIAT Imobiliária, especializada em “investimentos imobiliários”.

"Solicitarei um parecer para ver se há ou não incompatibilidade"

A CRIAT Imobiliária dedica-se à compra e venda de bens imobiliários, promoção imobiliária, o arrendamento de bens imobiliários e o alojamento para turistas, de acordo com o registo da empresa consultado pela publicação. Hugo Pires disse ao jornal que nunca se dedicou a estas duas últimas atividades, e que nem está no seu “horizonte profissional exercê-las”.

“A atividade imobiliária não é sobre o arrendamento de casas, não atuo nessa área. Solicitarei um parecer para ver se há ou não incompatibilidade. Não quero que haja aqui alguma confusão”, acrescentou ainda.

A deputada independente eleita pelas listas do PS, Helena Roseta, demitiu-se esta terça-feira da coordenação do grupo de trabalho para as áreas relacionadas com habitação denunciando "divergências graves" relativamente ao partido e ao Governo de António Costa. Entretanto, o PS decidiu retirar a deputada do grupo de trabalho da habitação.

A demissão, que a arquiteta publicou no site, foi consumada depois do adiamento da votação do pacote de habitação, um pedido feito pelo próprio grupo parlamentar socialista após perceber que não reunia os apoios necessários - desde a esquerda à direita - à respetiva aprovação.

Alegre solidário com Roseta

Entretanto, o dirigente “histórico” socialista Manuel Alegre veio esta quarta-feira manifestar-se “solidário” com os motivos invocados pela deputada Helena Roseta para se demitir de coordenadora do grupo de trabalho parlamentar sobre habitação e criticou a falta de negociação à esquerda.

“Penso que Helena Roseta adotou uma atitude decente e quero manifestar-lhe a minha solidariedade”, declarou à agência Lusa Manuel Alegre, elogiando o trabalho que tem sido desenvolvido pela deputada independente socialista e arquiteta no setor da habitação.

Manuel Alegre afirmou também encarar com “estranheza” não ter existido neste grupo de trabalho “suficiente negociação”, sobretudo entre o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP.

A discussão do pacote legislativo da habitação decorre desde maio. Com este adiamento, a pasta só voltará a ser discutida no Parlamento em dezembro, depois da votação final global do Orçamento do Estado. Agora, os socialistas terão de voltar às negociações, sendo que solução poderá estar numa aproximação à proposta do PSD.

Autor: Redação

Hugo Pires, escolhido pelo Partido Socialista (PS) para substituir Helena Roseta na coordenação do grupo de trabalho parlamentar sobre habitação, depois de esta se ter demitido, tem duas empresas ligadas ao setor imobiliário. O deputado diz que vai pedir um parecer para esclarecer se a sua atividade profissional é incompatível com o cargo que irá exercer.

A informação consta da declaração de interesses entregue pelo deputado à Assembleia da República, no início da legislatura, segundo a notícia avançada pelo Diário de Notícias. De acordo com o documento, Hugo Pires é proprietário e gerente de uma empresa de arquitetura, engenharia e construção, a CRIAT - o mesmo regista indica que Hugo Pires é agora gerente não remunerado, situação que teve início a 1 de abril deste ano - e detentor de 50% de uma outra empresa, a CRIAT Imobiliária, especializada em “investimentos imobiliários”.

"Solicitarei um parecer para ver se há ou não incompatibilidade"

A CRIAT Imobiliária dedica-se à compra e venda de bens imobiliários, promoção imobiliária, o arrendamento de bens imobiliários e o alojamento para turistas, de acordo com o registo da empresa consultado pela publicação. Hugo Pires disse ao jornal que nunca se dedicou a estas duas últimas atividades, e que nem está no seu “horizonte profissional exercê-las”.

“A atividade imobiliária não é sobre o arrendamento de casas, não atuo nessa área. Solicitarei um parecer para ver se há ou não incompatibilidade. Não quero que haja aqui alguma confusão”, acrescentou ainda.

A deputada independente eleita pelas listas do PS, Helena Roseta, demitiu-se esta terça-feira da coordenação do grupo de trabalho para as áreas relacionadas com habitação denunciando "divergências graves" relativamente ao partido e ao Governo de António Costa. Entretanto, o PS decidiu retirar a deputada do grupo de trabalho da habitação.

A demissão, que a arquiteta publicou no site, foi consumada depois do adiamento da votação do pacote de habitação, um pedido feito pelo próprio grupo parlamentar socialista após perceber que não reunia os apoios necessários - desde a esquerda à direita - à respetiva aprovação.

Alegre solidário com Roseta

Entretanto, o dirigente “histórico” socialista Manuel Alegre veio esta quarta-feira manifestar-se “solidário” com os motivos invocados pela deputada Helena Roseta para se demitir de coordenadora do grupo de trabalho parlamentar sobre habitação e criticou a falta de negociação à esquerda.

“Penso que Helena Roseta adotou uma atitude decente e quero manifestar-lhe a minha solidariedade”, declarou à agência Lusa Manuel Alegre, elogiando o trabalho que tem sido desenvolvido pela deputada independente socialista e arquiteta no setor da habitação.

Manuel Alegre afirmou também encarar com “estranheza” não ter existido neste grupo de trabalho “suficiente negociação”, sobretudo entre o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP.

A discussão do pacote legislativo da habitação decorre desde maio. Com este adiamento, a pasta só voltará a ser discutida no Parlamento em dezembro, depois da votação final global do Orçamento do Estado. Agora, os socialistas terão de voltar às negociações, sendo que solução poderá estar numa aproximação à proposta do PSD.

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