Hugo Costa mostrou a imperfeição da vida em Paris

02-08-2018
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Imperfeita. Assim, sem mais nem menos. A apresentação de Hugo Costa em Paris, inserida no calendário oficial da Semana de Moda de Homem da capital francesa, com o apoio do Portugal Fashion, foi imperfeita. Porque era assim que tinha de ser, porque era esse o motivo, ou o mote da coleção - fazer arte com a imperfeição. E, arrisque-se dizer, talvez tenha sido a melhor imperfeição, perdão, coleção, que Hugo Costa alguma vez apresentou. Felizes os que puderam assistir in loco, e em primeira mão.

É difícil caracterizar certas imperfeições. Todos as temos, vivemos rodeados delas, aprendemos a conviver com elas. As imperfeições são o que caracteriza uma pessoa ou uma coisa. Muitas vezes é assim. Existem, estão lá, e conseguem ser muito bonitas. Quando se junta uma arte como o Kintsukuroi a um povo como o japonês, as imperfeições só podem acabar perfeitas.

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Kintsukuroi é mais do que pegar em cerâmica partida e uni-la recorrendo a uma mistura de ouro ou prata. É a forma que os japoneses têm de dizer ao resto do mundo que, independentemente do número de imperfeições que uma pessoa tem, consegue sempre ser bonita. E isso, além da arte em si mesma, é uma mensagem de esperança para o mundo.

Um mundo cada vez mais obcecado com os ideais de beleza e perfeição. Um mundo cada vez mais artificial, onde o que não segue a regra foge à regra, e não tem lugar. Kintsukuroi é a forma de arte que nos mostra que tudo isto, e o isto é a falsa perfeição das coisas, é um caminho totalmente errado de seguir.

Hugo Costa fez arte com a imperfeição das coisas. Fez beleza onde ela, em estado cru, não existia. Fez estampados onde sempre existiram lisos, chamou a atenção para as assimetrias e inacabou propositadamente algumas peças. Pintou de flores o verão que tem surgido envergonhado, em forma de camisas, calças ou macacões, e fez os 'tie-dyes' na cozinha de casa, imagine-se!!, experimentando e errando até encontrar a beleza suprema no mais perfeito dos imperfeitos looks.

Hugo Costa é há algum tempo um dos grandes talentos do menswear em Portugal e provou, uma vez mais, como tem vindo a mostrar de coleção para coleção, que o que vier depois será sempre diferente, e melhor, do que o ficou para trás. Se Paris não se rendeu a Costa desta vez, a razão só poderá ser uma: o golo que Éder marcou na final do Europeu de 2016 ainda mexe com o orgulho dos franceses.

*O Expresso viajou a convite do Portugal Fashion

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Imperfeita. Assim, sem mais nem menos. A apresentação de Hugo Costa em Paris, inserida no calendário oficial da Semana de Moda de Homem da capital francesa, com o apoio do Portugal Fashion, foi imperfeita. Porque era assim que tinha de ser, porque era esse o motivo, ou o mote da coleção - fazer arte com a imperfeição. E, arrisque-se dizer, talvez tenha sido a melhor imperfeição, perdão, coleção, que Hugo Costa alguma vez apresentou. Felizes os que puderam assistir in loco, e em primeira mão.

É difícil caracterizar certas imperfeições. Todos as temos, vivemos rodeados delas, aprendemos a conviver com elas. As imperfeições são o que caracteriza uma pessoa ou uma coisa. Muitas vezes é assim. Existem, estão lá, e conseguem ser muito bonitas. Quando se junta uma arte como o Kintsukuroi a um povo como o japonês, as imperfeições só podem acabar perfeitas.

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Kintsukuroi é mais do que pegar em cerâmica partida e uni-la recorrendo a uma mistura de ouro ou prata. É a forma que os japoneses têm de dizer ao resto do mundo que, independentemente do número de imperfeições que uma pessoa tem, consegue sempre ser bonita. E isso, além da arte em si mesma, é uma mensagem de esperança para o mundo.

Um mundo cada vez mais obcecado com os ideais de beleza e perfeição. Um mundo cada vez mais artificial, onde o que não segue a regra foge à regra, e não tem lugar. Kintsukuroi é a forma de arte que nos mostra que tudo isto, e o isto é a falsa perfeição das coisas, é um caminho totalmente errado de seguir.

Hugo Costa fez arte com a imperfeição das coisas. Fez beleza onde ela, em estado cru, não existia. Fez estampados onde sempre existiram lisos, chamou a atenção para as assimetrias e inacabou propositadamente algumas peças. Pintou de flores o verão que tem surgido envergonhado, em forma de camisas, calças ou macacões, e fez os 'tie-dyes' na cozinha de casa, imagine-se!!, experimentando e errando até encontrar a beleza suprema no mais perfeito dos imperfeitos looks.

Hugo Costa é há algum tempo um dos grandes talentos do menswear em Portugal e provou, uma vez mais, como tem vindo a mostrar de coleção para coleção, que o que vier depois será sempre diferente, e melhor, do que o ficou para trás. Se Paris não se rendeu a Costa desta vez, a razão só poderá ser uma: o golo que Éder marcou na final do Europeu de 2016 ainda mexe com o orgulho dos franceses.

*O Expresso viajou a convite do Portugal Fashion

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