O dia 6 de Abril de 2011 lembrado pelas notícias do Negócios

14-04-2019
marcar artigo

O longo dia, de 6 de Abril de 2011, começou, como todos os outros, cedo no Negócios. Logo com um sinal de aviso. A banca, nas entrevistas dadas nos dias anteriores, deixava claro o que queria. Ajuda externa. O dia 6 de Abril era, também, dia de venda de títulos de dívida pública de Portugal. Tudo se conjugou.

A banca deixara já, nos dias anteriores, o seu aviso. "Banca avisa que crise agravada tira margem negocial a Portugal", titulava o Negócios.

Os avisos da banca continuaram pela manhã: "Presidente da APB considera "urgente" pedido de ajuda à Europa".

Ainda antes do leilão, outras vozes, desta feita de fora do País, continuavam a falar de ajuda externa: "Moody’s: Pedido de ajuda pode "desbloquear acesso a financiamento à banca".

Até do FMI ecoavam declarações. "Situação de Portugal "está nas mãos do governo português".

O leilão

Perto das dez da manhã realizava-se o leilão da dívida pública. O Negócios titulou assim essa emissão: "Juros disparam em emissão de dívida de curto prazo". Emissão que mereceu, ainda durante a manhã, a reacção do Ministério das Finanças: Finanças: Taxas de juro mostram que "danos de rejeição do PEC são irreparáveis".

Ainda não havia pedido de ajuda e já muitas vozes reagiam a este leilão e pediam ajuda, publicamente, mesmo antes dela ser formalizada. João César das Neves: "Andámos a dançar na borda do vulcão e agora caímos lá dentro".

Medina Carreira: "No curto prazo é ver se não nos falta dinheiro para comer".

Cantiga Esteves:"Estamos muito perto do precipício e a dar passos em frente".

Negócios noticia pedido de ajuda

O dia foi todo de declarações sobre o que Portugal devia fazer. Mas quem ditava as regras falou por volta das seis da tarde. Teixeira dos Santos, ministro das Finanças à data, declarava ao Negócios que Portugal ia pedir ajuda.O Negócios escreveu em letra maiúscula:PORTUGAL VAI PEDIR AJUDA EXTERNA. É esta notícia que contém a entrevista a Teixeira dos Santos onde fazia a revelação.

A partir deste ponto não havia volta. O conselho de ministros ia fazer uma reunião extraordinária e José Sócrates falaria mais tarde ao país.

Mesmo antes dessa declaração, começava-se a descodificar este pedido de ajuda: "Saiba o que quer dizer o ministro das Finanças com o pedido de ajuda".

E também houve, logo, reacções. Do presidente da CIP, António Saraiva, que declarou: "É o desfecho inevitável".Mais patrões. Empresários dos têxteis e a ajuda externa: "Não resta outra alternativa".

Do turismo: CTP - "Este era o único caminho possível".

Reacções de analistas. Filipe Silva, do Banco Carregosa, declarava: "Este pedido de ajuda externa vai ter impacto imediato no mercado de dívida".

E, logo que foi possível, de partidos. PCP: "O caminho passa por uma renegociação da dívida" e Bloco de Esquerda: pedido de ajuda vai "mergulhar o país numa recessão".

A Associação de Freguesias também não perdeu tempo: "Quem governa deve ter consciência dos erros que cometeu".

José Sócrates comunica decisão

Passava já das oito e meia da noite quando o então primeiro-ministro, José Sócrates, falou ao País e confirmou o pedido de ajuda.

Já era oficial. O país ficou a saber. Todos e rejeição foram palavras que dominaram o discurso de Sócrates.

Durão Barroso, que lidera a Comissão Europeia, uma das entidades a quem o pedido de ajuda foi feito, garantiu: Pedido de ajuda será tratado "da forma mais expedita possível".

As reacções

Pedro Passos Coelho, que à época era o líder de oposição, desdramatizava: "Ajuda não deve ser encarada como um acto de desespero mas como um passo para o futuro".

A banca que tinha pressionado este desfecho falou, após o anúncio, pela primeira vez, pela voz do presidente do BPI, Fernando Ulrich que defendeu que acto do Governo é de "grande responsabilidade".

O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, também desdramatizava: "Não é o fim do mundo".

Os partidos políticos mais à esquerda também voltaram a pronunciar-se. Bernardino Soares, do PCP, declarava: "Os portugueses têm o direito de decidir que não querem este caminho para o país" .

Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, defendia que o primeiro-ministro estava "completamente desnorteado".

E o Bloco de Esquerda, ainda liderado por Francisco Louçã, denunciava cedências: Governo cedeu ao FMI "empurrado" pela banca.

Depois das reacções portuguesas, a leitura do pedido de ajuda por parte dos jornais estrangeiros: "Portugal rende-se".

O dia estava a acabar, mas começava-se a fazer as comparações e a questionar-se o futuro. A Irlanda e a Grécia já estavam sob ajuda externa. E aí, as primeiras medidas foram cortes nos salários, pensões e aumento de impostos, escrevia-se nesse dia como alerta para o que aí viria.

O que aí viria já se antecipava: austeridade. Mas como o Negócios explicou, no fecho deste dia louco, "primeiro chega o empréstimo da UE e FMI e só depois é negociada a austeridade".

O longo dia, de 6 de Abril de 2011, começou, como todos os outros, cedo no Negócios. Logo com um sinal de aviso. A banca, nas entrevistas dadas nos dias anteriores, deixava claro o que queria. Ajuda externa. O dia 6 de Abril era, também, dia de venda de títulos de dívida pública de Portugal. Tudo se conjugou.

A banca deixara já, nos dias anteriores, o seu aviso. "Banca avisa que crise agravada tira margem negocial a Portugal", titulava o Negócios.

Os avisos da banca continuaram pela manhã: "Presidente da APB considera "urgente" pedido de ajuda à Europa".

Ainda antes do leilão, outras vozes, desta feita de fora do País, continuavam a falar de ajuda externa: "Moody’s: Pedido de ajuda pode "desbloquear acesso a financiamento à banca".

Até do FMI ecoavam declarações. "Situação de Portugal "está nas mãos do governo português".

O leilão

Perto das dez da manhã realizava-se o leilão da dívida pública. O Negócios titulou assim essa emissão: "Juros disparam em emissão de dívida de curto prazo". Emissão que mereceu, ainda durante a manhã, a reacção do Ministério das Finanças: Finanças: Taxas de juro mostram que "danos de rejeição do PEC são irreparáveis".

Ainda não havia pedido de ajuda e já muitas vozes reagiam a este leilão e pediam ajuda, publicamente, mesmo antes dela ser formalizada. João César das Neves: "Andámos a dançar na borda do vulcão e agora caímos lá dentro".

Medina Carreira: "No curto prazo é ver se não nos falta dinheiro para comer".

Cantiga Esteves:"Estamos muito perto do precipício e a dar passos em frente".

Negócios noticia pedido de ajuda

O dia foi todo de declarações sobre o que Portugal devia fazer. Mas quem ditava as regras falou por volta das seis da tarde. Teixeira dos Santos, ministro das Finanças à data, declarava ao Negócios que Portugal ia pedir ajuda.O Negócios escreveu em letra maiúscula:PORTUGAL VAI PEDIR AJUDA EXTERNA. É esta notícia que contém a entrevista a Teixeira dos Santos onde fazia a revelação.

A partir deste ponto não havia volta. O conselho de ministros ia fazer uma reunião extraordinária e José Sócrates falaria mais tarde ao país.

Mesmo antes dessa declaração, começava-se a descodificar este pedido de ajuda: "Saiba o que quer dizer o ministro das Finanças com o pedido de ajuda".

E também houve, logo, reacções. Do presidente da CIP, António Saraiva, que declarou: "É o desfecho inevitável".Mais patrões. Empresários dos têxteis e a ajuda externa: "Não resta outra alternativa".

Do turismo: CTP - "Este era o único caminho possível".

Reacções de analistas. Filipe Silva, do Banco Carregosa, declarava: "Este pedido de ajuda externa vai ter impacto imediato no mercado de dívida".

E, logo que foi possível, de partidos. PCP: "O caminho passa por uma renegociação da dívida" e Bloco de Esquerda: pedido de ajuda vai "mergulhar o país numa recessão".

A Associação de Freguesias também não perdeu tempo: "Quem governa deve ter consciência dos erros que cometeu".

José Sócrates comunica decisão

Passava já das oito e meia da noite quando o então primeiro-ministro, José Sócrates, falou ao País e confirmou o pedido de ajuda.

Já era oficial. O país ficou a saber. Todos e rejeição foram palavras que dominaram o discurso de Sócrates.

Durão Barroso, que lidera a Comissão Europeia, uma das entidades a quem o pedido de ajuda foi feito, garantiu: Pedido de ajuda será tratado "da forma mais expedita possível".

As reacções

Pedro Passos Coelho, que à época era o líder de oposição, desdramatizava: "Ajuda não deve ser encarada como um acto de desespero mas como um passo para o futuro".

A banca que tinha pressionado este desfecho falou, após o anúncio, pela primeira vez, pela voz do presidente do BPI, Fernando Ulrich que defendeu que acto do Governo é de "grande responsabilidade".

O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, também desdramatizava: "Não é o fim do mundo".

Os partidos políticos mais à esquerda também voltaram a pronunciar-se. Bernardino Soares, do PCP, declarava: "Os portugueses têm o direito de decidir que não querem este caminho para o país" .

Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, defendia que o primeiro-ministro estava "completamente desnorteado".

E o Bloco de Esquerda, ainda liderado por Francisco Louçã, denunciava cedências: Governo cedeu ao FMI "empurrado" pela banca.

Depois das reacções portuguesas, a leitura do pedido de ajuda por parte dos jornais estrangeiros: "Portugal rende-se".

O dia estava a acabar, mas começava-se a fazer as comparações e a questionar-se o futuro. A Irlanda e a Grécia já estavam sob ajuda externa. E aí, as primeiras medidas foram cortes nos salários, pensões e aumento de impostos, escrevia-se nesse dia como alerta para o que aí viria.

O que aí viria já se antecipava: austeridade. Mas como o Negócios explicou, no fecho deste dia louco, "primeiro chega o empréstimo da UE e FMI e só depois é negociada a austeridade".

marcar artigo