Rui Rio: “O enfraquecimento do poder político significa menos democracia”

10-07-2019
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Com uma intervenção marcada pela identificação do que considerou ser o estrangulamento a três níveis vivido por Portugal, e que passa por questões de ordem política, de ordem económica e de ordem social, Rui Rio acabou a sua participação na Conferência do JN intitulada “Portugal no espelho”, realizada ao longo desta sexta-feira no teatro Rivoli, no Porto, a falar de da qualidade da democracia e dos esforços necessários à construção de uma relação mais sólida entre eleitos e eleitores.

Para Rui Rio, “o afastamento entre o povo e as instituições é cada vez maior e isso é o contrário do que deve ser a democracia”. Nesse sentido, e depois de ter comentado uma taxa de abstenção nas últimas eleições europeias superior a 70%, sublinhou que o “ enfraquecimento do poder político significa menos democracia”. “A Ideia de que a autoridade é ditadura, e que não autoridade é democracia, é errada. A autoridade democrática tem de existir sempre porque, ao contrário da ditadura, é escolhida, votada e escrutinada.”

O secretário-geral do PSD entende que “quando o poder político é fraco, de cada vez que vai defender o interesse público contra o interesse instalado sucumbe e ao sucumbir não consegue defender o interesse público e quem ganha é o interesse individual”.

Como tem de possuir condições para defender os interesses do povo, nasce aqui um “problema essencial”, até porque, sublinhou, “o problema económico em larga medida deriva daqui, pois as reformas necessárias não são tomadas justamente porque o poder não tem a força necessária”.

Terminou com um apelo ao entendimento entre as diferentes forças partidárias, no respeito pelas suas divergências ideológicas, para a construção das reformas necessárias. Caso contrário, disse, “continuamos a gerir para o telejornal, para o jornal de amanhã e, se assim for, não há nada de muito bom a esperar do futuro”.

A abrir as intervenções dos líderes partidários, a que só faltou André Silva, do PAN, Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, ao apontar uma medida marcante da atual legislatura entendeu destacar "a forma como se soube acabar com o velho arco da governação, mudando o paradigma em que a política portuguesa estava instalada desde 1975/76".

"Os acordos assinados entre o PS e os restantes partidos da esquerda abriram um novo tempo no parlamento e no país ao viabilizarem um Governo que se baseia num programa alternativo da política de austeridade, de empobrecimento e de retrocesso social que a coligação da direita aplicou na anterior legislação", disse a dirigente socialista.

Este tema acabou por estar muito presente também nas comunicações de Jerónimo de Sousa e de Catarina Martins. Ambos sublinharam aspetos positivos e medidas concretas enunciadas também por Ana Catarina Mendes, embora divergissem depois ao não partilharem do contentamento pela obra feita perceptível na dirigente do PS. Jerónimo e Catarina não perderam a oportunidade de criticar a incapacidade do PS de não só consolidar, como ir mais além no aprofundamento de aspetos cruciais, seja na qualidade do emprego, na legislação laboral ou nas questões relacionadas com o Serviço Nacional de Saúde.

Tal como mais tarde Assunção Cristas, Catarina Martins ou Heloísa Apolónia, Ana Catarina Mendes colocou uma grande ênfase no problema das alterações climáticas, da qualidade do emprego e na questão da natalidade. Embora possam estar de acordo no diagnóstico, não assumem necessariamente as mesmas posições e defendem mesmo, por vezes, políticas alternativas para resolver cada um daqueles graves problemas com que hoje o país se confronta.

Mais centrado nos défices estruturais do país, no estrangulamento e dependência, “responsáveis pela estagnação económica, pelos maus salários e fraca qualidade do emprego, questões que, embora a partir de um ponto de vista com diferenças, também acabaram por ser abordadas por Catarina Martins e mesmo Assunção Cristas e Rui Rio – Jerónimo de Sousa colocou muito do seu foco na denúncia de políticas de submissão aos ditames do Pacto de Estabilidade e às metas do défice.

Com uma intervenção marcada pela identificação do que considerou ser o estrangulamento a três níveis vivido por Portugal, e que passa por questões de ordem política, de ordem económica e de ordem social, Rui Rio acabou a sua participação na Conferência do JN intitulada “Portugal no espelho”, realizada ao longo desta sexta-feira no teatro Rivoli, no Porto, a falar de da qualidade da democracia e dos esforços necessários à construção de uma relação mais sólida entre eleitos e eleitores.

Para Rui Rio, “o afastamento entre o povo e as instituições é cada vez maior e isso é o contrário do que deve ser a democracia”. Nesse sentido, e depois de ter comentado uma taxa de abstenção nas últimas eleições europeias superior a 70%, sublinhou que o “ enfraquecimento do poder político significa menos democracia”. “A Ideia de que a autoridade é ditadura, e que não autoridade é democracia, é errada. A autoridade democrática tem de existir sempre porque, ao contrário da ditadura, é escolhida, votada e escrutinada.”

O secretário-geral do PSD entende que “quando o poder político é fraco, de cada vez que vai defender o interesse público contra o interesse instalado sucumbe e ao sucumbir não consegue defender o interesse público e quem ganha é o interesse individual”.

Como tem de possuir condições para defender os interesses do povo, nasce aqui um “problema essencial”, até porque, sublinhou, “o problema económico em larga medida deriva daqui, pois as reformas necessárias não são tomadas justamente porque o poder não tem a força necessária”.

Terminou com um apelo ao entendimento entre as diferentes forças partidárias, no respeito pelas suas divergências ideológicas, para a construção das reformas necessárias. Caso contrário, disse, “continuamos a gerir para o telejornal, para o jornal de amanhã e, se assim for, não há nada de muito bom a esperar do futuro”.

A abrir as intervenções dos líderes partidários, a que só faltou André Silva, do PAN, Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, ao apontar uma medida marcante da atual legislatura entendeu destacar "a forma como se soube acabar com o velho arco da governação, mudando o paradigma em que a política portuguesa estava instalada desde 1975/76".

"Os acordos assinados entre o PS e os restantes partidos da esquerda abriram um novo tempo no parlamento e no país ao viabilizarem um Governo que se baseia num programa alternativo da política de austeridade, de empobrecimento e de retrocesso social que a coligação da direita aplicou na anterior legislação", disse a dirigente socialista.

Este tema acabou por estar muito presente também nas comunicações de Jerónimo de Sousa e de Catarina Martins. Ambos sublinharam aspetos positivos e medidas concretas enunciadas também por Ana Catarina Mendes, embora divergissem depois ao não partilharem do contentamento pela obra feita perceptível na dirigente do PS. Jerónimo e Catarina não perderam a oportunidade de criticar a incapacidade do PS de não só consolidar, como ir mais além no aprofundamento de aspetos cruciais, seja na qualidade do emprego, na legislação laboral ou nas questões relacionadas com o Serviço Nacional de Saúde.

Tal como mais tarde Assunção Cristas, Catarina Martins ou Heloísa Apolónia, Ana Catarina Mendes colocou uma grande ênfase no problema das alterações climáticas, da qualidade do emprego e na questão da natalidade. Embora possam estar de acordo no diagnóstico, não assumem necessariamente as mesmas posições e defendem mesmo, por vezes, políticas alternativas para resolver cada um daqueles graves problemas com que hoje o país se confronta.

Mais centrado nos défices estruturais do país, no estrangulamento e dependência, “responsáveis pela estagnação económica, pelos maus salários e fraca qualidade do emprego, questões que, embora a partir de um ponto de vista com diferenças, também acabaram por ser abordadas por Catarina Martins e mesmo Assunção Cristas e Rui Rio – Jerónimo de Sousa colocou muito do seu foco na denúncia de políticas de submissão aos ditames do Pacto de Estabilidade e às metas do défice.

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