Lisboa com Sentido: A DUPLA DESCONSIDERAÇÃO

13-07-2018
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O que se tem passado na candidatura do PS à Câmara Municipal de Lisboa é deveras impressionante.Antes do mais, e como a generalidade das opiniões escritas e faladas tem feito notar, pelo que revela quanto à total desorientação que se apossou dessa candidatura, bem como de quem dirige um Movimento que, apesar de tudo, era dos poucos que dava razão às alterações à Lei Eleitoral para as Autarquias que permitiram as candidaturas de cidadãos independentes.Mas o mais significativo nas movimentações plenas de ansiedade e nos acordos plenos de velocidade que ocorreram esta semana que passou, reside na dupla desconsideração que implicaram.Em primeiro lugar, uma enorme desconsideração pelos Lisboetas. Ao falarem, como falaram, de lugares, de listas, de números uns e números dois, de vice-presidências, de lugares elegíveis, sem fazerem a mínima alusão a causas e objectivos de programa, revelaram aquilo que os preocupa: tudo fazerem para manter o poder, sem se dedicarem aos aspectos que poderiam implicar mudanças nas condições de vida dos Lisboetas. Num caso, fez-se uma cerimónia num miradouro com uma associação recentemente criada, para o efeito, por um Vereador e, noutro, o actual Presidente e uma Vereadora foram assinar um texto a uma sala de Hotel, depois de reuniões com umas poucas de «bases» nos gabinetes da própria Câmara. Disseram, então, para quem seria o número um da lista, quem ficaria com o segundo lugar e quem poderia ser Vice - Presidente… Sendo assuntos tão sérios, nem se pode acreditar no que parecia, algo como palavras de crianças a brincarem com assuntos de adultos.A segunda desconsideração é para com o líder do PS, José Sócrates. Na verdade, todas estas declarações sobre a hipótese de António Costa sair da Câmara (naturalmente, de Vereador da Oposição) e sobre quem o substituiria, partem do pressuposto de que José Sócrates poderá ter de ser substituído daqui a algum tempo. Quanto? Não o dizem! Mas cabe perguntar: porquê? Porque vai perder eleições? Porque será forçado a demitir–se? E por que razão assim pensam e assim falam publicamente?Quando o número dois da actual Direcção do PS e a segunda figura do Movimento de Manuel Alegre admitem o que admitiram, publicamente, esta semana, a pouco tempo de eleições Legislativas, isso tem, como é óbvio, um enorme significado político que não é nada agradável para José Sócrates.É raro ver pessoas experientes agirem com tal desnorte por causa do receio de resultados eleitorais. Mas, de qualquer modo, foi esclarecedor. Valha-nos isso a todos nós, Lisboetas.


O que se tem passado na candidatura do PS à Câmara Municipal de Lisboa é deveras impressionante.Antes do mais, e como a generalidade das opiniões escritas e faladas tem feito notar, pelo que revela quanto à total desorientação que se apossou dessa candidatura, bem como de quem dirige um Movimento que, apesar de tudo, era dos poucos que dava razão às alterações à Lei Eleitoral para as Autarquias que permitiram as candidaturas de cidadãos independentes.Mas o mais significativo nas movimentações plenas de ansiedade e nos acordos plenos de velocidade que ocorreram esta semana que passou, reside na dupla desconsideração que implicaram.Em primeiro lugar, uma enorme desconsideração pelos Lisboetas. Ao falarem, como falaram, de lugares, de listas, de números uns e números dois, de vice-presidências, de lugares elegíveis, sem fazerem a mínima alusão a causas e objectivos de programa, revelaram aquilo que os preocupa: tudo fazerem para manter o poder, sem se dedicarem aos aspectos que poderiam implicar mudanças nas condições de vida dos Lisboetas. Num caso, fez-se uma cerimónia num miradouro com uma associação recentemente criada, para o efeito, por um Vereador e, noutro, o actual Presidente e uma Vereadora foram assinar um texto a uma sala de Hotel, depois de reuniões com umas poucas de «bases» nos gabinetes da própria Câmara. Disseram, então, para quem seria o número um da lista, quem ficaria com o segundo lugar e quem poderia ser Vice - Presidente… Sendo assuntos tão sérios, nem se pode acreditar no que parecia, algo como palavras de crianças a brincarem com assuntos de adultos.A segunda desconsideração é para com o líder do PS, José Sócrates. Na verdade, todas estas declarações sobre a hipótese de António Costa sair da Câmara (naturalmente, de Vereador da Oposição) e sobre quem o substituiria, partem do pressuposto de que José Sócrates poderá ter de ser substituído daqui a algum tempo. Quanto? Não o dizem! Mas cabe perguntar: porquê? Porque vai perder eleições? Porque será forçado a demitir–se? E por que razão assim pensam e assim falam publicamente?Quando o número dois da actual Direcção do PS e a segunda figura do Movimento de Manuel Alegre admitem o que admitiram, publicamente, esta semana, a pouco tempo de eleições Legislativas, isso tem, como é óbvio, um enorme significado político que não é nada agradável para José Sócrates.É raro ver pessoas experientes agirem com tal desnorte por causa do receio de resultados eleitorais. Mas, de qualquer modo, foi esclarecedor. Valha-nos isso a todos nós, Lisboetas.

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