Melhor aluno da Troïka em plena crise de adolescência

23-10-2015
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A reação dos mercados foi nítida. Ao contrário da dívida espanhola ou italiana, as taxas da dívida portuguesa voltaram a subir, passando de 2.3% para 2.45% nos últimos 10 dias. Em 230 mil milhões de dívida pública, esta subida mínima representa 345 milhões em juros anuais, equivalente a meio ponto de IVA.

Os motivos desta desconfiança são evidentes. Da mesma forma que António Costa finge pedir contas à coligação, os mercados também não conseguem perceber a equação de governo proposto pelo PS. Que tipo de criatividade está ele a anunciar quando chama para uma "leitura inteligente e flexível do pacto de estabilidade"? O Conselho de Finanças Públicas veio oportunamente lembrar qual a receita para repor o país na situação pré-Troïka: voltar a favorecer o consumo em detrimento do investimento, receita que permite um bónus de crescimento fugaz, por um ano ou dois, antes de se transformar em espiral negativa, com uma balança de pagamentos deficitária, crescimento anémico, desequilíbrio orçamental, desemprego...

O pecado de orgulho de António Costa é considerar que se pode distribuir uma riqueza que ainda não existe. Descida da pressão fiscal, subida das pensões mais baixas, aumento do salário mínimo são algumas das medidas esperadas dos futuros governos, qualquer que seja a sua cor política, logo que as finanças públicas e a saúde da nossa economia o permitirem. Mas ao pôr a carroça à frente dos bois, Costa põe em risco quatro anos de ajustamento dolorosos.

A falta de confiança dos mercados em relação à nossa dívida, traduz-se, hoje, numa fatura de juros mais elevada em 1,8 mil milhões de euros por ano do que se pagássemos o mesmo do que Itália ou Espanha para nos financiarmos. Reduzir esta lacuna de confiança, para devolver esses juros à economia, deveria ser a prioridade de qualquer governo. Seguindo o caminho inverso, pondo em causa o nosso estatuto de "bom aluno da Troïka", Portugal pode rapidamente "convergir com a Grécia". Não creio que os portugueses tenham votado para um regresso da Troïka.

A reação dos mercados foi nítida. Ao contrário da dívida espanhola ou italiana, as taxas da dívida portuguesa voltaram a subir, passando de 2.3% para 2.45% nos últimos 10 dias. Em 230 mil milhões de dívida pública, esta subida mínima representa 345 milhões em juros anuais, equivalente a meio ponto de IVA.

Os motivos desta desconfiança são evidentes. Da mesma forma que António Costa finge pedir contas à coligação, os mercados também não conseguem perceber a equação de governo proposto pelo PS. Que tipo de criatividade está ele a anunciar quando chama para uma "leitura inteligente e flexível do pacto de estabilidade"? O Conselho de Finanças Públicas veio oportunamente lembrar qual a receita para repor o país na situação pré-Troïka: voltar a favorecer o consumo em detrimento do investimento, receita que permite um bónus de crescimento fugaz, por um ano ou dois, antes de se transformar em espiral negativa, com uma balança de pagamentos deficitária, crescimento anémico, desequilíbrio orçamental, desemprego...

O pecado de orgulho de António Costa é considerar que se pode distribuir uma riqueza que ainda não existe. Descida da pressão fiscal, subida das pensões mais baixas, aumento do salário mínimo são algumas das medidas esperadas dos futuros governos, qualquer que seja a sua cor política, logo que as finanças públicas e a saúde da nossa economia o permitirem. Mas ao pôr a carroça à frente dos bois, Costa põe em risco quatro anos de ajustamento dolorosos.

A falta de confiança dos mercados em relação à nossa dívida, traduz-se, hoje, numa fatura de juros mais elevada em 1,8 mil milhões de euros por ano do que se pagássemos o mesmo do que Itália ou Espanha para nos financiarmos. Reduzir esta lacuna de confiança, para devolver esses juros à economia, deveria ser a prioridade de qualquer governo. Seguindo o caminho inverso, pondo em causa o nosso estatuto de "bom aluno da Troïka", Portugal pode rapidamente "convergir com a Grécia". Não creio que os portugueses tenham votado para um regresso da Troïka.

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