"Nunca foi minha intenção estimular sentimentos racistas"

17-07-2017
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Em comunicado enviado à SÁBADO, o candidato diz que as reacções adversas "roçam o insulto", e que muitos dos críticos "não têm ideia do ‘barril de pólvora’ que se vive" em Loures

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O candidato da coligação PSD/CDS-PP à autarquia de Loures, André Ventura, garante que as suas declarações ao jornal i foram "mal-interpretadas". O social democrata, que tem estado a ser acusado por vários partidos da esquerda à direita de atacar a etnia cigana, garante que "nunca teve intenção de estimular ou aprofundar sentimentos de carácter racista ou xenófobo".

Num comunicado enviado à SÁBADO, o candidato garante que "está preocupado com questões de segurança e cumprimento da lei, na defesa do património público e das pessoas de bem, independentemente da raça ou etnia". "Nada me move contra a comunidade cigana, como aliás afirmo na entrevista. De resto, ao longo da minha vida sempre convivi bem com pessoas de várias raças e etnias e diferentes credos", disse. "Quando digo que somos tolerantes com algumas minorias, refiro-me a certos casos em que manifestamente a lei não é cumprida. A verdadeira discriminação é permitir que alguns não cumpram a lei, em detrimento daqueles que vivem com as regras do Estado de Direito", acrescenta.

A polémica foi desencadeada por declarações ao jornal i do advogado militante do PSD, que também ganhou notoriedade a fazer comentário desportivo na CMTV. Ventura referiu que a "etnia cigana tem de interiorizar o Estado de direito porque, para eles, as regras não são para lhes serem aplicadas". Durante a entrevista, sustenta ainda que existe um "sentimento de enorme impunidade", referindo-se às casas camarárias que alegadamente não pagam. "Sentem que nada lhes vai acontecer", explica, dando como exemplo o concelho da Quinta da Fonte. "Onde são eles que mandam, a polícia não entra", disse.

Ventura observa no comunicado que "esta situação tem de ser denunciada e corrigida". "Boa parte das pessoas que fica muito incomodada quando são denunciadas estas situações nunca se deslocou a algumas dessas zonas e não tem ideia do ‘barril de pólvora’ que lá se vive diariamente", explica à SÁBADO.

Contudo, estas declarações não foram bem recebidas por alguns partidos, incluindo o CDS-PP, que alinha com o PSD na coligação pela qual Ventura é cabeça de lista. João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa dos centristas disse ao DN que "este candidato é indicado pelo PSD, partido do qual é dirigente". "[O CDS-PP] é leal às convicções em que está envolvido e será no interior dessa coligação que o CDS vai pronunciar-se sobre este assunto", frisou Gonçalves Pereira.

Também o advogado Francisco Mendes da Silva, membro da Comissão Política Nacional dos democratas-cristãos, sugeriu no Facebook que haja uma rutura com a coligação, explicando que "não há praticamente nada" que o candidato diga que ele "não considere profundamente errado, ligeiro, fruto da ignorância e de um populismo que tanto pode ser gratuito, telegénico ou eleitoralista". "Já o vi falar de tudo e mais alguma coisa, em muitos casos de assuntos que conheço técnica e/ou factualmente. Nunca desilude na impreparação e no gosto em ser o porta-estandarte das mais variadas e assustadoras turbas. Se perder, tudo bem: que nem mais um dia o meu partido fique associado a tão lamentável personagem", escreve Mendes da Silva.

Já o PSD fez entender que "não é um partido em que exista algum tipo de discriminação racial". Contactado pela SÁBADO, o recém-eleito presidente da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, afirma que "o PSD não é um partido em que exista algum tipo de discriminação racial ou de que tipo for" e procura esvaziar a polémica ao realçar que a intenção de André Ventura não terá sido dessa natureza. "Se a intenção fosse essa, isso não existe no PSD", completa o dirigente social-democrata.

Seja como for, a SÁBADO sabe que vários órgãos do PSD foram contactados pela estrutura da candidatura de André Ventura para justificar que as declarações do candidato foram descontextualizadas ou lidas como sendo de índole racista.

Em suma, Ventura considera que alguns destes comentários "roçam o insulto". "A coligação «Primeiro Loures» esclarece que o turbilhão de reacções adversas, algumas a roçar o insulto, não vão inibir esta candidatura de denunciar situações anómalas, em defesa do bem-estar de todos os lourenses, para que no futuro seja possível viver com qualidade de vida neste concelho", frisa.

Em comunicado enviado à SÁBADO, o candidato diz que as reacções adversas "roçam o insulto", e que muitos dos críticos "não têm ideia do ‘barril de pólvora’ que se vive" em Loures

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O candidato da coligação PSD/CDS-PP à autarquia de Loures, André Ventura, garante que as suas declarações ao jornal i foram "mal-interpretadas". O social democrata, que tem estado a ser acusado por vários partidos da esquerda à direita de atacar a etnia cigana, garante que "nunca teve intenção de estimular ou aprofundar sentimentos de carácter racista ou xenófobo".

Num comunicado enviado à SÁBADO, o candidato garante que "está preocupado com questões de segurança e cumprimento da lei, na defesa do património público e das pessoas de bem, independentemente da raça ou etnia". "Nada me move contra a comunidade cigana, como aliás afirmo na entrevista. De resto, ao longo da minha vida sempre convivi bem com pessoas de várias raças e etnias e diferentes credos", disse. "Quando digo que somos tolerantes com algumas minorias, refiro-me a certos casos em que manifestamente a lei não é cumprida. A verdadeira discriminação é permitir que alguns não cumpram a lei, em detrimento daqueles que vivem com as regras do Estado de Direito", acrescenta.

A polémica foi desencadeada por declarações ao jornal i do advogado militante do PSD, que também ganhou notoriedade a fazer comentário desportivo na CMTV. Ventura referiu que a "etnia cigana tem de interiorizar o Estado de direito porque, para eles, as regras não são para lhes serem aplicadas". Durante a entrevista, sustenta ainda que existe um "sentimento de enorme impunidade", referindo-se às casas camarárias que alegadamente não pagam. "Sentem que nada lhes vai acontecer", explica, dando como exemplo o concelho da Quinta da Fonte. "Onde são eles que mandam, a polícia não entra", disse.

Ventura observa no comunicado que "esta situação tem de ser denunciada e corrigida". "Boa parte das pessoas que fica muito incomodada quando são denunciadas estas situações nunca se deslocou a algumas dessas zonas e não tem ideia do ‘barril de pólvora’ que lá se vive diariamente", explica à SÁBADO.

Contudo, estas declarações não foram bem recebidas por alguns partidos, incluindo o CDS-PP, que alinha com o PSD na coligação pela qual Ventura é cabeça de lista. João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa dos centristas disse ao DN que "este candidato é indicado pelo PSD, partido do qual é dirigente". "[O CDS-PP] é leal às convicções em que está envolvido e será no interior dessa coligação que o CDS vai pronunciar-se sobre este assunto", frisou Gonçalves Pereira.

Também o advogado Francisco Mendes da Silva, membro da Comissão Política Nacional dos democratas-cristãos, sugeriu no Facebook que haja uma rutura com a coligação, explicando que "não há praticamente nada" que o candidato diga que ele "não considere profundamente errado, ligeiro, fruto da ignorância e de um populismo que tanto pode ser gratuito, telegénico ou eleitoralista". "Já o vi falar de tudo e mais alguma coisa, em muitos casos de assuntos que conheço técnica e/ou factualmente. Nunca desilude na impreparação e no gosto em ser o porta-estandarte das mais variadas e assustadoras turbas. Se perder, tudo bem: que nem mais um dia o meu partido fique associado a tão lamentável personagem", escreve Mendes da Silva.

Já o PSD fez entender que "não é um partido em que exista algum tipo de discriminação racial". Contactado pela SÁBADO, o recém-eleito presidente da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, afirma que "o PSD não é um partido em que exista algum tipo de discriminação racial ou de que tipo for" e procura esvaziar a polémica ao realçar que a intenção de André Ventura não terá sido dessa natureza. "Se a intenção fosse essa, isso não existe no PSD", completa o dirigente social-democrata.

Seja como for, a SÁBADO sabe que vários órgãos do PSD foram contactados pela estrutura da candidatura de André Ventura para justificar que as declarações do candidato foram descontextualizadas ou lidas como sendo de índole racista.

Em suma, Ventura considera que alguns destes comentários "roçam o insulto". "A coligação «Primeiro Loures» esclarece que o turbilhão de reacções adversas, algumas a roçar o insulto, não vão inibir esta candidatura de denunciar situações anómalas, em defesa do bem-estar de todos os lourenses, para que no futuro seja possível viver com qualidade de vida neste concelho", frisa.

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