Portuguesa testemunhou parte final do atentado em Londres

10-04-2017
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Quando saiu do trabalho, numa unidade da cadeia Marks & Spencer no Hospital de St. Thomas, a portuguesa Cláudia Correia, 26 anos, não podia imaginar o que estava para acontecer. Em poucos minutos, ela estaria a testemunhar o final do atentado de quarta-feira em Londres, filmando o carro de Khalid Masood espetado contra a vedação do Parlamento britânico. O mesmo automóvel que, sem ela o saber, acabara de ceifar dezenas de pessoas na ponte de Westminster, incluindo seu amigo Francisco Lopes.

Cláudia e Francisco – um dos 50 feridos no atentado – trabalham juntos e tinham saído ao mesmo tempo do M&S. Foram para a paragem do autocarro mesmo em frente ao hospital. Francisco esperou com ela pelo autocarro, depois seguiu a pé pela ponte.

Ela não viu o que aconteceu no tabuleiro. Mas, quando o autocarro parou no sinal vermelho do outro lado da ponte, ouviu o barulho do automóvel a embater contra a vedação. “Fui para a parte de trás do autocarro e olhei pelo vidro”, conta.

A cena era dantesca. O carro tinha atropelado duas pessoas. Uma tinha sido projetada para a frente e estava caída no chão. A outra tinha ficado prensada entre o automóvel e a vedação. A porta estava aberta.

Cláudia Correia fez um filme de 12 segundos. Mesmo no final, ouvem-se três tiros com que os polícias tentaram travar Khalid Masood. Nessa altura, o autor do ataque provavelmente já tinha esfaqueado o agente Keith Palmer – uma das cinco vítimas fatais do atentado.

A jovem quis sair e pediu ao condutor para abrir a porta. “Ele hesitou alguns segundos. Parecia que não tinha percebido o que tinha acontecido”, recorda. Só havia três pessoas na parte de baixo do autocarro de dois andares.

Ainda tentou caminhar na direção dos feridos, mas ouviram-se mais tiros e logo percebeu que tinha de sair dali. “Começaram a aparecer polícias de todos os lados. As pessoas estavam a fugir para o jardim do outro lado da rua, havia pessoas a gritar”, diz.

Os agentes da polícia ordenaram que todos se afastassem. Enquanto caminhava para longe da cena, Cláudia Correia enviou um alerta aos amigos através das redes sociais para não irem para aquela zona. E publicou o curto filme no Twitter.

Cinco minutos depois, enquanto ainda caminhava para encontrar um transporte, recebeu um telefonema da rádio BBC. Queriam ouvir seu relato. “Colocaram-me em espera e eu ouvi o que outra testemunha, que estava dentro do Parlamento, estava a contar”, afirma. Foi aí que percebeu que algo muito mais grave se passara.

Em pouco tempo, começaram a chover pedidos de jornalistas para publicarem o filme. “Recebi mais de 150 mensagens. Tive de retirar o filme, estava fora do meu controlo”.

Cláudia Correia já falou com o amigo Francisco Lopes, que ontem foi submetido a uma operação nos tendões do braço.

Natural do concelho de Penacova e há seis anos a viver em Londres, Cláudia Correia afirma que a experiência não a deixou insegura. “Nunca tive medo aqui e continuo a não ter medo”, afirma. “Vivemos na Europa, um ataque como este pode acontecer em qualquer país. E a probabilidade de ser atropelado na rua é maior do que a de qualquer atentado”.

Quando saiu do trabalho, numa unidade da cadeia Marks & Spencer no Hospital de St. Thomas, a portuguesa Cláudia Correia, 26 anos, não podia imaginar o que estava para acontecer. Em poucos minutos, ela estaria a testemunhar o final do atentado de quarta-feira em Londres, filmando o carro de Khalid Masood espetado contra a vedação do Parlamento britânico. O mesmo automóvel que, sem ela o saber, acabara de ceifar dezenas de pessoas na ponte de Westminster, incluindo seu amigo Francisco Lopes.

Cláudia e Francisco – um dos 50 feridos no atentado – trabalham juntos e tinham saído ao mesmo tempo do M&S. Foram para a paragem do autocarro mesmo em frente ao hospital. Francisco esperou com ela pelo autocarro, depois seguiu a pé pela ponte.

Ela não viu o que aconteceu no tabuleiro. Mas, quando o autocarro parou no sinal vermelho do outro lado da ponte, ouviu o barulho do automóvel a embater contra a vedação. “Fui para a parte de trás do autocarro e olhei pelo vidro”, conta.

A cena era dantesca. O carro tinha atropelado duas pessoas. Uma tinha sido projetada para a frente e estava caída no chão. A outra tinha ficado prensada entre o automóvel e a vedação. A porta estava aberta.

Cláudia Correia fez um filme de 12 segundos. Mesmo no final, ouvem-se três tiros com que os polícias tentaram travar Khalid Masood. Nessa altura, o autor do ataque provavelmente já tinha esfaqueado o agente Keith Palmer – uma das cinco vítimas fatais do atentado.

A jovem quis sair e pediu ao condutor para abrir a porta. “Ele hesitou alguns segundos. Parecia que não tinha percebido o que tinha acontecido”, recorda. Só havia três pessoas na parte de baixo do autocarro de dois andares.

Ainda tentou caminhar na direção dos feridos, mas ouviram-se mais tiros e logo percebeu que tinha de sair dali. “Começaram a aparecer polícias de todos os lados. As pessoas estavam a fugir para o jardim do outro lado da rua, havia pessoas a gritar”, diz.

Os agentes da polícia ordenaram que todos se afastassem. Enquanto caminhava para longe da cena, Cláudia Correia enviou um alerta aos amigos através das redes sociais para não irem para aquela zona. E publicou o curto filme no Twitter.

Cinco minutos depois, enquanto ainda caminhava para encontrar um transporte, recebeu um telefonema da rádio BBC. Queriam ouvir seu relato. “Colocaram-me em espera e eu ouvi o que outra testemunha, que estava dentro do Parlamento, estava a contar”, afirma. Foi aí que percebeu que algo muito mais grave se passara.

Em pouco tempo, começaram a chover pedidos de jornalistas para publicarem o filme. “Recebi mais de 150 mensagens. Tive de retirar o filme, estava fora do meu controlo”.

Cláudia Correia já falou com o amigo Francisco Lopes, que ontem foi submetido a uma operação nos tendões do braço.

Natural do concelho de Penacova e há seis anos a viver em Londres, Cláudia Correia afirma que a experiência não a deixou insegura. “Nunca tive medo aqui e continuo a não ter medo”, afirma. “Vivemos na Europa, um ataque como este pode acontecer em qualquer país. E a probabilidade de ser atropelado na rua é maior do que a de qualquer atentado”.

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