Marisa Matias teve mais votos do que Rosas e Louçã juntos

05-02-2016
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A soma dos resultados nas presidenciais dos dois fundadores do Bloco (Rosas em 2011 e Louçã em 2005) é inferior aos 469 mil votos obtidos este domigo pela eurodeputada. Na comparações com o PCP, Marisa supera Jerónimo (em 2006) e tem quase tantos votos como a soma dos dois últimos candidatos comunistas, Edgar Silva e Francisco Lopes

Catarina Martins chamou-lhe "o maior resultado de sempre à esquerda, na área política do Bloco". Marisa Matias obteve ontem 10,13% dos votos, tendo merecido a preferência de 469.307 eleitores. Mais do que os conquistados em conjunto pelos dois fundadores do Bloco que foram candidatos presidenciais, Fernando Rosas e Francisco Louçã.

Em 2001, concorrendo contra Jorge Sampaio, que seria reeleito, Ferreira do Amaral (PSD), António Abreu (PCP) e Garcia Pereira (MRPP), Fernando Rosas chegou aos 3% (129.840 votos).

Cinco anos volvidos, na primeira eleição de Cavaco Silva, e tendo como outros adversários Manuel Alegre (sem o apoio do PS), Mário Soares (apoiado pelo PS), Jerónimo de Sousa e Garcia Pereira, Francisco Louçã chegou aos 5,31% (288.261 votos).

Somados, Rosas e Louçã conquistaram 417 mil votos. De uma assentada, Marisa recolheu sozinha mais 52 mil votos.

PCP ultrapassado pela esquerda

Não é só no "ranking" interno do Bloco que Marisa marca pontos. Também no campeonato à esquerda do PS, a eurodeputada bloquista fica com largo avanço face aos demais (cingindo a comparação ao período em que Bloco e PCP já coexistem no espectro político.

A eurodeputada do Bloco dobrou ontem largamente a votação de Edgar Silva, que teve apenas 3,95%, resultantes dos 182.905 votos (pela primeira vez, um candidato comunista ficou abaixo da fasquia dos 5%). Para superarem Marisa Matias, os comunistas teriam de somar a votação de Edgar à de Francisco Lopes (indicado pelo PCP em 2011). Mas mesmo assim ganhariam por curta margem. Marisa teve 469 mil votos, Edgar e Lopes juntos contabilizam 483 mil.

Mas "o teste de stress" que encherá de maior satisfação as hostes bloquistas é a comparação com o candidato presidencial do PCP em 2006, que obteve 8,64% e 467.360 votos. O homem então lançado pelos comunistas na corrida a Belém foi o seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa. Ontem, Marisa (num quadro de abstenção superior em mais de 12 pontos percentuais, e logo menos votantes) ultrapassou Jerónimo em dois mil votos. Nada mau para uma "candidata engraçadinha".

A soma dos resultados nas presidenciais dos dois fundadores do Bloco (Rosas em 2011 e Louçã em 2005) é inferior aos 469 mil votos obtidos este domigo pela eurodeputada. Na comparações com o PCP, Marisa supera Jerónimo (em 2006) e tem quase tantos votos como a soma dos dois últimos candidatos comunistas, Edgar Silva e Francisco Lopes

Catarina Martins chamou-lhe "o maior resultado de sempre à esquerda, na área política do Bloco". Marisa Matias obteve ontem 10,13% dos votos, tendo merecido a preferência de 469.307 eleitores. Mais do que os conquistados em conjunto pelos dois fundadores do Bloco que foram candidatos presidenciais, Fernando Rosas e Francisco Louçã.

Em 2001, concorrendo contra Jorge Sampaio, que seria reeleito, Ferreira do Amaral (PSD), António Abreu (PCP) e Garcia Pereira (MRPP), Fernando Rosas chegou aos 3% (129.840 votos).

Cinco anos volvidos, na primeira eleição de Cavaco Silva, e tendo como outros adversários Manuel Alegre (sem o apoio do PS), Mário Soares (apoiado pelo PS), Jerónimo de Sousa e Garcia Pereira, Francisco Louçã chegou aos 5,31% (288.261 votos).

Somados, Rosas e Louçã conquistaram 417 mil votos. De uma assentada, Marisa recolheu sozinha mais 52 mil votos.

PCP ultrapassado pela esquerda

Não é só no "ranking" interno do Bloco que Marisa marca pontos. Também no campeonato à esquerda do PS, a eurodeputada bloquista fica com largo avanço face aos demais (cingindo a comparação ao período em que Bloco e PCP já coexistem no espectro político.

A eurodeputada do Bloco dobrou ontem largamente a votação de Edgar Silva, que teve apenas 3,95%, resultantes dos 182.905 votos (pela primeira vez, um candidato comunista ficou abaixo da fasquia dos 5%). Para superarem Marisa Matias, os comunistas teriam de somar a votação de Edgar à de Francisco Lopes (indicado pelo PCP em 2011). Mas mesmo assim ganhariam por curta margem. Marisa teve 469 mil votos, Edgar e Lopes juntos contabilizam 483 mil.

Mas "o teste de stress" que encherá de maior satisfação as hostes bloquistas é a comparação com o candidato presidencial do PCP em 2006, que obteve 8,64% e 467.360 votos. O homem então lançado pelos comunistas na corrida a Belém foi o seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa. Ontem, Marisa (num quadro de abstenção superior em mais de 12 pontos percentuais, e logo menos votantes) ultrapassou Jerónimo em dois mil votos. Nada mau para uma "candidata engraçadinha".

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