This is the day?

17-10-2019
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Estava decidido a fazer este título sem ponto de interrogação e até a ceder à tentação de usar uma exclamação. Mas as notícias de ontem que anunciavam um acordo iminente entre a União Europeia e o Governo do Reino Unido para o brexit a 31 de outubro parecem manifestamente exageradas.

“Estamos a trabalhar, estamos a trabalhar.” Foram as últimas e únicas palavras dirigidas aos jornalistas por Michel Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o ‘Brexit’, ao sair da reunião com os embaixadores da UE, eram quase nove da noite em Bruxelas, como relata Susana Frexes, correspondente da SIC e do Expresso na capital da Bélgica.

Para hoje, dia de cimeira dos chefes de Estado da União Europeia, está prevista uma nova reunião e o clima é de “otimismo moderado”, apesar de não ser ainda certo o que será discutido e se o brexit será novamente negociado hoje ou amanhã.

Um eventual acordo ainda terá de aprovado pelo Parlamento Britânico e segundo explica Susana Frexes, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, terá conseguido um acordo diferente do da sua antecessora, Theresa May, que se demitiu depois dos sucessivos chumbos na Câmara dos Comuns.

Agora, a Grã-Bretanha salta fora do backstop ,(um dispositivo que visa garantir que não haverá fronteira entre as duas Irlandas, mesmo que UE e Reino Unido não alcancem um acordo em temas comerciais e de segurança) que passa a aplicar-se apenas à Irlanda do Norte. No acordo negociado por May, se o mecanismo tivesse de ser acionado, todo o Reino Unido ficaria numa área aduaneira comum com a União Europeia.

Este acordo evita uma fronteira terrestre entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que se mantém na União Europeia, mas cria outra no mar da Irlanda, algo que May sempre quis evitar. Na edição de hoje do Independent, os unionistas irlandeses já disseram que “não” podem apoiar este acordo.

Perante isto é provável que haja um adiamento do brexit, hipótese rejeitada desde sempre por Boris Johnson, mas que o primeiro-ministro terá de aceitar depois de os tribunais britânicos terem decidido que um brexit sem acordo é contra a lei.

Matt Johnson, fundador e vocalista dos The The, banda New Wave britânica, escreveu nos anos 80 a letra de "This is the Day " que parecia ter sido feita para este dia: “This is the day, your life will surely change; This is the day, when things fall into place”. Ainda Não. O músico vai voltar aos discos depois de alguns anos de interregno e fez uma declaração certeira sobre o brexit: “Vamos todos saltar do precipício e não sabemos onde vamos aterrar”.

OUTRAS NOTÍCIAS

No Tribunal de Alcobaça começa hoje o julgamento de Xana, uma sexagenária que o MP acusa de ter feito a queimada que deu origem ao incêndio de 15 de outubro que destruiu 86 por cento do Pinhal de Leiria. A queimada foi apagada prontamente pelos bombeiros mas o calor anormal para a época reacendeu o fogo e deu origem ao grande incêndio. Apesar de haver pelo menos mais um ponto de ignição, Xana é a única acusada pelo MP e nem sequer pode ser responsabilizada pelo grande incêndio. O processo que investiga os outros fogos que mataram 50 pessoas em 40 localidades ainda não está concluído. A história está melhor contada pela Raquel Moleiro e o Hugo Franco.

Dia de violência em Espanha: as manifestações pacíficas da tarde de ontem descambaram em confrontos entre grupos radicais e a polícia durante a noite que provocaram dezenas de feridos, incêndios e destruição. A violência conseguiu unir Pedro Rodriguez, chefe do Governo espanhol e Quim Torra, presidente da região autónoma da Catalunha que condenaram os atos de vandalismo.

Os protestos duram há quatro dias, desde a decisão do Supremo Tribunal de Justiça espanhol que condenou a duras penas de prisão 12 líderes independentistas que promoveram a secessão do reino espanhol. Os protestos têm sido contidos pela polícia da Catalunha e o Governo espanhol tem resistido a enviar para a Catalunha a polícia nacional, o que poderia ter o efeito de regar fogo com gasolina, Está marcada para amanhã uma greve geral na região e hoje é previsível que os protestos regressem. A liga espanhola pondera mudar para Madrid o clássico Barcelona - Real Madrid marcado para 26 de outubro em Camp Nou.

Dia de decisões no CDS: hoje há reunião da comissão política e do conselho nacional de um dos grandes derrotados das eleições legislativas (talvez mesmo o maior) e único partido que já decidiu que vai mudar de líder. Os centristas vão antecipar o congresso nacional para escolher o substituto de Assunção Cristas, a primeira mulher a liderar o partido e que saiu pelo próprio pé depois do descalabro que reduziu o grupo parlamentar de 18 para cinco deputados, lotação de um tuck-tuck.

Há um candidato assumido: Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento que não terá grandes hipóteses. E depois há alguns nomes fortes de pré-candidatos que ainda não deram sinais seguros de que vão avançar: Filipe Lobo d'Ávila, do grupo juntos pelo Futuro, crítico de Cristas, que tem 18,5% do Conselho Nacional; Francisco Rodrigues dos Santos, o “Chicão” líder da Juventude Popular e João Almeida, o representante do portismo (de Paulo Portas, não de adeptos do FC Porto). Mas ainda é cedo e o cadáver de Assunção Cristas ainda está fresco.

A direção nacional de outro dos derrotados (decerto o mais importante) decidiu ontem não decidir nada. As eleições para líder do PSD só terão lugar em janeiro de 2020, Rui Rio manteve o tabu e não disse ontem se vai ou não recandidatar-se. José Silvano, secretário-geral do partido, revelou que a maioria da direção do partido pediu a Rio que se mantivesse na liderança, mas o líder não se manifestou. Há ainda a hipótese de acumular o cargo de presidente do partido com o de líder parlamentar, apesar de antes das eleições ter declarado que o cargo de deputado não o entusiasmava "particularmente".

Luís Montenegro é candidato assumido para as eleições de janeiro e deverá contar com a concorrência de Miguel Pinto Luz, representante do eixo Lisboa-Cascais, para além de Rio, claro. Ou não.

Hoje é dia de erradicação da pobreza e segundo dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a taxa de risco de pobreza em Portugal é a mais baixa dos últimos 14 anos, com 17,3 por cento da população em risco.

Tomás Correia pode estar de saída da presidência do Associação Mutualista Montepio Geral, antecipando uma decisão da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que está a avaliar a sua idoneidade. O caso é manchete do Público de hoje e já na madrugada de hoje uma fonte oficial do Montepio garantia ao Expresso que Tomás Correia não irá anunciar a sua saída na reunião do conselho geral marcado para 24 de outubro.

No I de hoje, é noticiado que o tribunal da Relação de Lisboa confirmou a pena de 15 anos aplicada a Oliveira Costa, ex-presidente do BPN

Mais um dia, mais uma vitória para Jorge Jesus: o Flamengo perdia o jogo com o Fortaleza aos 83 minutos, mas um golo de Gabigol e outro de Reiner, já depois dos 90 minutos e depois de muita gritaria de JJ na linha lateral para que um lançamento fosse colocado na área adversária. Deu golo e o Mister entrou no campo, deu espetáculo e é cada vez mais candidato ao título de campeão no Brasil. Tem 12 vitórias nos últimos 13 jogos e nove pontos de avanço sobre o segundo classificado.

Alverca e Sporting disputam hoje a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Os ribatejanos estão no campeonato de Portugal (correspondente à terceira divisão) e estão longe dos tempos em que tinham jogadores como Mantorras (que desfez o Sporting num jogo em 2001), Ricardo Carvalho, Maniche ou Deco. O clube quer voltar à primeira divisão e tem agora como face visível Artur Moraes, ex-guarda-redes do Benfica e do Braga e representante de um investidor brasileiro.

Frases

“Este é um Governo muito António Costa, com pessoas muito próximas do primeiro-ministro. Causa-me também estranheza que Mariana Vieira da Silva assuma funções, de repente, de ministra de Estado, sendo uma pessoa que não tem um percurso político que se lhe conheça, um pensamento, uma linha de orientação, uma causa, uma luta, uma disputa, qualquer coisa.”

Francisco Assis, ex-eurodeputado do PS e um crítico da geringonça e do novo Governo

“As denúncias e as revelações do Football Leaks não levaram à abertura de qualquer investigação em Portugal”

Rui Pinto, whistleblower e alegado hacker acusado de tentativa de extorsão e outros crimes, no twitter

“Por exemplo, uma coisa que os estatutos prevêem é até a possibilidade de não haver secretário-geral. É uma decisão do Comité Central e há-de ser tomada no momento em que ela tiver de ser tomada”

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, em entrevista à RR e a Público, afastando a hipótese de uma eventual sucessão a Jerónimo de Sousa

"Não seja um tipo difícil, não seja tolo"

Donald Trump numa carta escrita ao homólogo turco, Erdogan, sobre a ofensiva turca na Síria contra os curdos

"Se pudessem, punham o Chega na escadaria"

André Ventura, indignado com o lugar que lhe foi destinado no hemiciclo do Parlamento

O que ando a ler

“A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha”

David Lagercrantz

Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander sobreviveram à morte de Stig Larson, o autor da trilogia Millenium, e regressam neste livro de David Lagercrantz, que escreveu, por exemplo, a biografia do futebolista sueco Zlatan Ibraimovic. Esta solução é relativamente rara na literatura – assim de repente lembro-me de um par de livros de Poirot escritos por Sophie Hannah décadas depois da morte de Agatha Christie – mas é muito frequente na Banda Desenhada, em que personagens como Astérix, Lucky Luke, Spirou, ou Blake & Mortimer – sobrevivem, às vezes com sucesso, à morte dos pais. Neste caso concreto, o livro é bom mas não atinge o nível dos primeiros três da coleção que tinham uns picos de tensão dramática difíceis de igualar. Ainda assim a história é boa, está bem escrita e pôs-me a pensar num novo paradoxo semelhante ao que os cientistas que inventaram a bomba atómica enfrentaram: com o desenvolvimento da inteligência artificial estaremos a construir máquinas (é assim que os informáticos chamam os computadores) que irão um dia destruir-nos? Pode haver inteligência artificial boa ou má? Os computadores têm ética? O “Exterminador implacável” devia ter acabado ao segundo filme com a destruição do skynet? Lagercrantz escreveu mais dois livros da nova trilogia Millenium que conto ler. O mundo é melhor com Lisbeth Salander, a hacker/puglista mais badass do universo literário

“Não posso adiar o amor”

António Ramos Rosa (que faria hoje 95 anos)

Não posso adiar o amor para outro século

não posso; ainda que o grito sufoque na garganta

ainda que o ódio estale e crepite e arda

sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço

que é uma arma de dois gumes

amor e ódio; Não posso adiar

ainda que a noite pese séculos sobre as costas

e a aurora indecisa demore

não posso adiar para outro século a minha vida

nem o meu amor

nem o meu grito de libertação; Não posso adiar o coração

Não adie nada. E siga o vida no Expresso, no Expresso Diário, na Tribuna, Blitz e Vida Extra

Estava decidido a fazer este título sem ponto de interrogação e até a ceder à tentação de usar uma exclamação. Mas as notícias de ontem que anunciavam um acordo iminente entre a União Europeia e o Governo do Reino Unido para o brexit a 31 de outubro parecem manifestamente exageradas.

“Estamos a trabalhar, estamos a trabalhar.” Foram as últimas e únicas palavras dirigidas aos jornalistas por Michel Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o ‘Brexit’, ao sair da reunião com os embaixadores da UE, eram quase nove da noite em Bruxelas, como relata Susana Frexes, correspondente da SIC e do Expresso na capital da Bélgica.

Para hoje, dia de cimeira dos chefes de Estado da União Europeia, está prevista uma nova reunião e o clima é de “otimismo moderado”, apesar de não ser ainda certo o que será discutido e se o brexit será novamente negociado hoje ou amanhã.

Um eventual acordo ainda terá de aprovado pelo Parlamento Britânico e segundo explica Susana Frexes, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, terá conseguido um acordo diferente do da sua antecessora, Theresa May, que se demitiu depois dos sucessivos chumbos na Câmara dos Comuns.

Agora, a Grã-Bretanha salta fora do backstop ,(um dispositivo que visa garantir que não haverá fronteira entre as duas Irlandas, mesmo que UE e Reino Unido não alcancem um acordo em temas comerciais e de segurança) que passa a aplicar-se apenas à Irlanda do Norte. No acordo negociado por May, se o mecanismo tivesse de ser acionado, todo o Reino Unido ficaria numa área aduaneira comum com a União Europeia.

Este acordo evita uma fronteira terrestre entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que se mantém na União Europeia, mas cria outra no mar da Irlanda, algo que May sempre quis evitar. Na edição de hoje do Independent, os unionistas irlandeses já disseram que “não” podem apoiar este acordo.

Perante isto é provável que haja um adiamento do brexit, hipótese rejeitada desde sempre por Boris Johnson, mas que o primeiro-ministro terá de aceitar depois de os tribunais britânicos terem decidido que um brexit sem acordo é contra a lei.

Matt Johnson, fundador e vocalista dos The The, banda New Wave britânica, escreveu nos anos 80 a letra de "This is the Day " que parecia ter sido feita para este dia: “This is the day, your life will surely change; This is the day, when things fall into place”. Ainda Não. O músico vai voltar aos discos depois de alguns anos de interregno e fez uma declaração certeira sobre o brexit: “Vamos todos saltar do precipício e não sabemos onde vamos aterrar”.

OUTRAS NOTÍCIAS

No Tribunal de Alcobaça começa hoje o julgamento de Xana, uma sexagenária que o MP acusa de ter feito a queimada que deu origem ao incêndio de 15 de outubro que destruiu 86 por cento do Pinhal de Leiria. A queimada foi apagada prontamente pelos bombeiros mas o calor anormal para a época reacendeu o fogo e deu origem ao grande incêndio. Apesar de haver pelo menos mais um ponto de ignição, Xana é a única acusada pelo MP e nem sequer pode ser responsabilizada pelo grande incêndio. O processo que investiga os outros fogos que mataram 50 pessoas em 40 localidades ainda não está concluído. A história está melhor contada pela Raquel Moleiro e o Hugo Franco.

Dia de violência em Espanha: as manifestações pacíficas da tarde de ontem descambaram em confrontos entre grupos radicais e a polícia durante a noite que provocaram dezenas de feridos, incêndios e destruição. A violência conseguiu unir Pedro Rodriguez, chefe do Governo espanhol e Quim Torra, presidente da região autónoma da Catalunha que condenaram os atos de vandalismo.

Os protestos duram há quatro dias, desde a decisão do Supremo Tribunal de Justiça espanhol que condenou a duras penas de prisão 12 líderes independentistas que promoveram a secessão do reino espanhol. Os protestos têm sido contidos pela polícia da Catalunha e o Governo espanhol tem resistido a enviar para a Catalunha a polícia nacional, o que poderia ter o efeito de regar fogo com gasolina, Está marcada para amanhã uma greve geral na região e hoje é previsível que os protestos regressem. A liga espanhola pondera mudar para Madrid o clássico Barcelona - Real Madrid marcado para 26 de outubro em Camp Nou.

Dia de decisões no CDS: hoje há reunião da comissão política e do conselho nacional de um dos grandes derrotados das eleições legislativas (talvez mesmo o maior) e único partido que já decidiu que vai mudar de líder. Os centristas vão antecipar o congresso nacional para escolher o substituto de Assunção Cristas, a primeira mulher a liderar o partido e que saiu pelo próprio pé depois do descalabro que reduziu o grupo parlamentar de 18 para cinco deputados, lotação de um tuck-tuck.

Há um candidato assumido: Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento que não terá grandes hipóteses. E depois há alguns nomes fortes de pré-candidatos que ainda não deram sinais seguros de que vão avançar: Filipe Lobo d'Ávila, do grupo juntos pelo Futuro, crítico de Cristas, que tem 18,5% do Conselho Nacional; Francisco Rodrigues dos Santos, o “Chicão” líder da Juventude Popular e João Almeida, o representante do portismo (de Paulo Portas, não de adeptos do FC Porto). Mas ainda é cedo e o cadáver de Assunção Cristas ainda está fresco.

A direção nacional de outro dos derrotados (decerto o mais importante) decidiu ontem não decidir nada. As eleições para líder do PSD só terão lugar em janeiro de 2020, Rui Rio manteve o tabu e não disse ontem se vai ou não recandidatar-se. José Silvano, secretário-geral do partido, revelou que a maioria da direção do partido pediu a Rio que se mantivesse na liderança, mas o líder não se manifestou. Há ainda a hipótese de acumular o cargo de presidente do partido com o de líder parlamentar, apesar de antes das eleições ter declarado que o cargo de deputado não o entusiasmava "particularmente".

Luís Montenegro é candidato assumido para as eleições de janeiro e deverá contar com a concorrência de Miguel Pinto Luz, representante do eixo Lisboa-Cascais, para além de Rio, claro. Ou não.

Hoje é dia de erradicação da pobreza e segundo dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a taxa de risco de pobreza em Portugal é a mais baixa dos últimos 14 anos, com 17,3 por cento da população em risco.

Tomás Correia pode estar de saída da presidência do Associação Mutualista Montepio Geral, antecipando uma decisão da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que está a avaliar a sua idoneidade. O caso é manchete do Público de hoje e já na madrugada de hoje uma fonte oficial do Montepio garantia ao Expresso que Tomás Correia não irá anunciar a sua saída na reunião do conselho geral marcado para 24 de outubro.

No I de hoje, é noticiado que o tribunal da Relação de Lisboa confirmou a pena de 15 anos aplicada a Oliveira Costa, ex-presidente do BPN

Mais um dia, mais uma vitória para Jorge Jesus: o Flamengo perdia o jogo com o Fortaleza aos 83 minutos, mas um golo de Gabigol e outro de Reiner, já depois dos 90 minutos e depois de muita gritaria de JJ na linha lateral para que um lançamento fosse colocado na área adversária. Deu golo e o Mister entrou no campo, deu espetáculo e é cada vez mais candidato ao título de campeão no Brasil. Tem 12 vitórias nos últimos 13 jogos e nove pontos de avanço sobre o segundo classificado.

Alverca e Sporting disputam hoje a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Os ribatejanos estão no campeonato de Portugal (correspondente à terceira divisão) e estão longe dos tempos em que tinham jogadores como Mantorras (que desfez o Sporting num jogo em 2001), Ricardo Carvalho, Maniche ou Deco. O clube quer voltar à primeira divisão e tem agora como face visível Artur Moraes, ex-guarda-redes do Benfica e do Braga e representante de um investidor brasileiro.

Frases

“Este é um Governo muito António Costa, com pessoas muito próximas do primeiro-ministro. Causa-me também estranheza que Mariana Vieira da Silva assuma funções, de repente, de ministra de Estado, sendo uma pessoa que não tem um percurso político que se lhe conheça, um pensamento, uma linha de orientação, uma causa, uma luta, uma disputa, qualquer coisa.”

Francisco Assis, ex-eurodeputado do PS e um crítico da geringonça e do novo Governo

“As denúncias e as revelações do Football Leaks não levaram à abertura de qualquer investigação em Portugal”

Rui Pinto, whistleblower e alegado hacker acusado de tentativa de extorsão e outros crimes, no twitter

“Por exemplo, uma coisa que os estatutos prevêem é até a possibilidade de não haver secretário-geral. É uma decisão do Comité Central e há-de ser tomada no momento em que ela tiver de ser tomada”

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, em entrevista à RR e a Público, afastando a hipótese de uma eventual sucessão a Jerónimo de Sousa

"Não seja um tipo difícil, não seja tolo"

Donald Trump numa carta escrita ao homólogo turco, Erdogan, sobre a ofensiva turca na Síria contra os curdos

"Se pudessem, punham o Chega na escadaria"

André Ventura, indignado com o lugar que lhe foi destinado no hemiciclo do Parlamento

O que ando a ler

“A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha”

David Lagercrantz

Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander sobreviveram à morte de Stig Larson, o autor da trilogia Millenium, e regressam neste livro de David Lagercrantz, que escreveu, por exemplo, a biografia do futebolista sueco Zlatan Ibraimovic. Esta solução é relativamente rara na literatura – assim de repente lembro-me de um par de livros de Poirot escritos por Sophie Hannah décadas depois da morte de Agatha Christie – mas é muito frequente na Banda Desenhada, em que personagens como Astérix, Lucky Luke, Spirou, ou Blake & Mortimer – sobrevivem, às vezes com sucesso, à morte dos pais. Neste caso concreto, o livro é bom mas não atinge o nível dos primeiros três da coleção que tinham uns picos de tensão dramática difíceis de igualar. Ainda assim a história é boa, está bem escrita e pôs-me a pensar num novo paradoxo semelhante ao que os cientistas que inventaram a bomba atómica enfrentaram: com o desenvolvimento da inteligência artificial estaremos a construir máquinas (é assim que os informáticos chamam os computadores) que irão um dia destruir-nos? Pode haver inteligência artificial boa ou má? Os computadores têm ética? O “Exterminador implacável” devia ter acabado ao segundo filme com a destruição do skynet? Lagercrantz escreveu mais dois livros da nova trilogia Millenium que conto ler. O mundo é melhor com Lisbeth Salander, a hacker/puglista mais badass do universo literário

“Não posso adiar o amor”

António Ramos Rosa (que faria hoje 95 anos)

Não posso adiar o amor para outro século

não posso; ainda que o grito sufoque na garganta

ainda que o ódio estale e crepite e arda

sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço

que é uma arma de dois gumes

amor e ódio; Não posso adiar

ainda que a noite pese séculos sobre as costas

e a aurora indecisa demore

não posso adiar para outro século a minha vida

nem o meu amor

nem o meu grito de libertação; Não posso adiar o coração

Não adie nada. E siga o vida no Expresso, no Expresso Diário, na Tribuna, Blitz e Vida Extra

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