“Fico só triste perante o panorama que se verifica no PSD”

30-05-2019
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PSD e CDS fazem o rescaldo da noite eleitoral das europeias com uma comissão política nacional dos sociais-democratas (ontem) e um conselho nacional do CDS que se realiza hoje.

No caso do partido liderado por Rui Rio, só existe um dado adquirido: os críticos não vão contestar a liderança até 7 de outubro, ou seja, até às legislativas.

Pedro Duarte, que admitiu uma candidatura à liderança em agosto de 2018, disse ao i que ficará em “silêncio”. O PSD terá de afinar a estratégia e, nas distritais, a ordem é esperar para ver os discursos do presidente. Mas existem vozes de desalento.

O antigo presidente do Parlamento Mota Amaral é uma delas: “Não faço comentários. Fico só triste perante o panorama que se verifica no PSD e no plano nacional”, afirmou ao i o antigo dirigente, aludindo ao resultado do PSD, mas também aos números da abstenção, reveladores de desinteresse dos eleitores em geral.

Na direção do PSD esperam- -se críticas, mas há uma certeza: “A esmagadora maioria do PSD está convicta de que até, às eleições legislativas, esta liderança deve manter-se”, disse ontem David Justino no programa Almoços Grátis, na TSF. Para o vice-presidente do PSD, não se anteveem crises internas.

“O discurso tem de ser alinhado para o centro e centro-direita”, defendeu, por seu turno, ao i um antigo líder distrital. Uma fonte parlamentar acrescentou que tem de haver uma maior mobilização do próprio eleitorado do partido, leia-se militantes, para as próximas eleições. Talvez por isso, o secretário-geral do PSD, José Silvano, tenha prometido na noite eleitoral uma reflexão na forma de fazer campanha e uma maior “proximidade” – ou seja, chegar ao maior número de pessoas no futuro. Mas, no partido, a falta de contestação também pode ser sinónimo de um outro dado: os lugares nas listas para a Assembleia da República. Ainda assim, outra fonte parlamentar sublinha ao i que os resultados do passado domingo “vão obrigar o presidente a fazer cedências, não muitas, mas algumas”.

Quem não teve problemas em pedir uma reflexão foi a deputada Teresa Morais no Facebook: “Há dias para agir e dias para refletir. Espero que outros façam o mesmo e pensem bem sobre os caminhos que estão a seguir. Uma coisa tenho muito clara, desde sempre: sou uma mulher livre e não me amarrarão em pactos de silêncio”.

CDS a virar a página

No CDS, hoje há reunião do conselho nacional para avaliar resultados. A derrota fez soar os alarmes para alguns militantes que temem valores piores nas legislativas. Ainda assim, a líder do CDS, Assunção Cristas, deverá fazer hoje o discurso de que agora é preciso olhar para as legislativas, corrigir o que correu mal, digerir a crise dos professores e, nas próximas semanas, colocar no terreno já algumas linhas gerais do programa eleitoral, que estará previsto para julho. Ou seja, a ordem é “virar a página”, como disse ao i um destacado militante centrista.

Mas a noite de hoje não passará sem críticas. O ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila considerou ao i que não se trata de colocar em causa uma liderança. Cristas deve cumprir e ir a votos. O problema é o discurso, “o posicionamento estratégico”, além das dificuldades de representatividade local, um diagnóstico feito há muito tempo no CDS e transversal a várias lideranças.

“O CDS não pode ser só Lisboa. Tem de ser um partido nacional”, defendeu também o ex-dirigente, acrescentando que deve ser interclassista e um “partido de causas”. Caso contrário, teme um resultado “desastroso” no futuro.

Mas Filipe Lobo d’Ávila não esquece o caso dos professores: “A gestão caótica de alguns dossiês quase levou a que o centro--direita implodisse na campanha eleitoral”. Aqui, o ex-deputado concluiu que não há responsabilidades dos candidatos ao Parlamento Europeu. Ou seja, isentou Nuno Melo, o cabeça-de-lista, de culpas.

PSD e CDS fazem o rescaldo da noite eleitoral das europeias com uma comissão política nacional dos sociais-democratas (ontem) e um conselho nacional do CDS que se realiza hoje.

No caso do partido liderado por Rui Rio, só existe um dado adquirido: os críticos não vão contestar a liderança até 7 de outubro, ou seja, até às legislativas.

Pedro Duarte, que admitiu uma candidatura à liderança em agosto de 2018, disse ao i que ficará em “silêncio”. O PSD terá de afinar a estratégia e, nas distritais, a ordem é esperar para ver os discursos do presidente. Mas existem vozes de desalento.

O antigo presidente do Parlamento Mota Amaral é uma delas: “Não faço comentários. Fico só triste perante o panorama que se verifica no PSD e no plano nacional”, afirmou ao i o antigo dirigente, aludindo ao resultado do PSD, mas também aos números da abstenção, reveladores de desinteresse dos eleitores em geral.

Na direção do PSD esperam- -se críticas, mas há uma certeza: “A esmagadora maioria do PSD está convicta de que até, às eleições legislativas, esta liderança deve manter-se”, disse ontem David Justino no programa Almoços Grátis, na TSF. Para o vice-presidente do PSD, não se anteveem crises internas.

“O discurso tem de ser alinhado para o centro e centro-direita”, defendeu, por seu turno, ao i um antigo líder distrital. Uma fonte parlamentar acrescentou que tem de haver uma maior mobilização do próprio eleitorado do partido, leia-se militantes, para as próximas eleições. Talvez por isso, o secretário-geral do PSD, José Silvano, tenha prometido na noite eleitoral uma reflexão na forma de fazer campanha e uma maior “proximidade” – ou seja, chegar ao maior número de pessoas no futuro. Mas, no partido, a falta de contestação também pode ser sinónimo de um outro dado: os lugares nas listas para a Assembleia da República. Ainda assim, outra fonte parlamentar sublinha ao i que os resultados do passado domingo “vão obrigar o presidente a fazer cedências, não muitas, mas algumas”.

Quem não teve problemas em pedir uma reflexão foi a deputada Teresa Morais no Facebook: “Há dias para agir e dias para refletir. Espero que outros façam o mesmo e pensem bem sobre os caminhos que estão a seguir. Uma coisa tenho muito clara, desde sempre: sou uma mulher livre e não me amarrarão em pactos de silêncio”.

CDS a virar a página

No CDS, hoje há reunião do conselho nacional para avaliar resultados. A derrota fez soar os alarmes para alguns militantes que temem valores piores nas legislativas. Ainda assim, a líder do CDS, Assunção Cristas, deverá fazer hoje o discurso de que agora é preciso olhar para as legislativas, corrigir o que correu mal, digerir a crise dos professores e, nas próximas semanas, colocar no terreno já algumas linhas gerais do programa eleitoral, que estará previsto para julho. Ou seja, a ordem é “virar a página”, como disse ao i um destacado militante centrista.

Mas a noite de hoje não passará sem críticas. O ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila considerou ao i que não se trata de colocar em causa uma liderança. Cristas deve cumprir e ir a votos. O problema é o discurso, “o posicionamento estratégico”, além das dificuldades de representatividade local, um diagnóstico feito há muito tempo no CDS e transversal a várias lideranças.

“O CDS não pode ser só Lisboa. Tem de ser um partido nacional”, defendeu também o ex-dirigente, acrescentando que deve ser interclassista e um “partido de causas”. Caso contrário, teme um resultado “desastroso” no futuro.

Mas Filipe Lobo d’Ávila não esquece o caso dos professores: “A gestão caótica de alguns dossiês quase levou a que o centro--direita implodisse na campanha eleitoral”. Aqui, o ex-deputado concluiu que não há responsabilidades dos candidatos ao Parlamento Europeu. Ou seja, isentou Nuno Melo, o cabeça-de-lista, de culpas.

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