Oposição de Cristas recusa cadeira de deputado. “Há um registo permanente de intolerância”

28-03-2018
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Raúl Almeida, crítico de Cristas, não vai assumir o lugar deixado vago por Filipe Lobo d'Ávila. “Há um registo permanente de intolerância ou de visão pouco positiva da diferença”

Os deputados e candidatos a deputados que são críticos da atual direção de Assunção Cristas preferem ficar de fora do Parlamento. Raúl Almeida, o candidato que se seguiria nas listas do CDS para ocupar o lugar de Filipe Lobo d'Ávila, confirmou ao Expresso que não irá assumir o cargo de deputado por sentir que não tem "condições políticas" para o fazer.

Para o centrista, "não mudou nada" relativamente às circunstâncias que fizeram com que Lobo d'Ávila quisesse deixar o Parlamento, e por isso nada garante que "viesse a sentir a liberdade que ele não sentiu". "Para repetir o mesmo, não valeria a pena", frisa. Ou seja, os dois centristas, destacados críticos da direção atual e membros do Conselho Nacional, ao qual se candidataram com uma lista própria, acreditam que neste momento não têm "liberdade" no exercício das funções de deputados. E que fora do Parlamento conseguirão expressar mais as discordâncias e o pluralismo que querem ver no partido do que dentro do grupo parlamentar.

Raúl Almeida apresenta outras razões, que acabam por "se reduzir às condições políticas": na decisão também pesou o seu trabalho numa empresa privada, até para "não depender de cargos políticos" e "valorizar a sua liberdade". Todas elas foram apresentadas nestes últimos dias em conversa com Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, e Lobo d'Ávila, entre outras figuras com quem se aconselhou.

Se sobre Nuno Magalhães só tem palavras positivas a dizer neste processo - falaram com "lealdade, amizade, franqueza e abertura" - o mesmo não diz da direção do partido, que "não falou" consigo nem tentou que aceitasse o mandato como deputado, "o que só reforça" esta decisão, defende.

Do futuro, "só Deus sabe"

Há dois anos, Lobo d'Ávila e Raúl Almeida apresentaram uma moção de estratégia global, no mesmo congresso em que Cristas foi eleita líder do CDS. E é também a essa experiência que o centrista recorre para justificar a falta de "condições" que teria neste momento para exercer o cargo de deputado livremente: "A direção ignorou todas as propostas" que constavam da moção, lamenta. "Há um registo permanente de intolerância ou de visão pouco positiva da diferença". Com outras circunstâncias, Raúl Almeida "não põe de parte" a hipótese de voltar ao Parlamento.

A recusa em assumir o cargo segue-se ao anúncio de Lobo d'Ávila de que deixaria o seu lugar no grupo parlamentar. O ainda deputado - o seu último dia em funções será esta sexta-feira, 23 - disse ao Expresso na semana passada que se durante estes dois anos foi deputado ainda que crítico da direção e teve "total solidariedade interna" para com a liderança, a verdade é que não se sentiu "totalmente livre" nem útil no Parlamento. Questionado sobre se o problema foi a relação com a liderança atual, respondeu: "É a primeira vez que não cumpro um mandato até ao fim".

Esta quarta-feira, Filipe Lobo d'Ávila fez a sua última intervenção em plenário. Assunção Cristas levantou-se para dar um abraço ao parlamentar, que quanto ao futuro deixou as suas opções em aberto: "Só Deus sabe". O nome que se seguiria nas listas do CDS para ocupar o lugar agora vazio seria o de Orísia Roque, histórica do partido, que também não o assumirá. Por isso, o lugar será ocupado por João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa do CDS, como confirmou o próprio ao Expresso.

Raúl Almeida, crítico de Cristas, não vai assumir o lugar deixado vago por Filipe Lobo d'Ávila. “Há um registo permanente de intolerância ou de visão pouco positiva da diferença”

Os deputados e candidatos a deputados que são críticos da atual direção de Assunção Cristas preferem ficar de fora do Parlamento. Raúl Almeida, o candidato que se seguiria nas listas do CDS para ocupar o lugar de Filipe Lobo d'Ávila, confirmou ao Expresso que não irá assumir o cargo de deputado por sentir que não tem "condições políticas" para o fazer.

Para o centrista, "não mudou nada" relativamente às circunstâncias que fizeram com que Lobo d'Ávila quisesse deixar o Parlamento, e por isso nada garante que "viesse a sentir a liberdade que ele não sentiu". "Para repetir o mesmo, não valeria a pena", frisa. Ou seja, os dois centristas, destacados críticos da direção atual e membros do Conselho Nacional, ao qual se candidataram com uma lista própria, acreditam que neste momento não têm "liberdade" no exercício das funções de deputados. E que fora do Parlamento conseguirão expressar mais as discordâncias e o pluralismo que querem ver no partido do que dentro do grupo parlamentar.

Raúl Almeida apresenta outras razões, que acabam por "se reduzir às condições políticas": na decisão também pesou o seu trabalho numa empresa privada, até para "não depender de cargos políticos" e "valorizar a sua liberdade". Todas elas foram apresentadas nestes últimos dias em conversa com Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, e Lobo d'Ávila, entre outras figuras com quem se aconselhou.

Se sobre Nuno Magalhães só tem palavras positivas a dizer neste processo - falaram com "lealdade, amizade, franqueza e abertura" - o mesmo não diz da direção do partido, que "não falou" consigo nem tentou que aceitasse o mandato como deputado, "o que só reforça" esta decisão, defende.

Do futuro, "só Deus sabe"

Há dois anos, Lobo d'Ávila e Raúl Almeida apresentaram uma moção de estratégia global, no mesmo congresso em que Cristas foi eleita líder do CDS. E é também a essa experiência que o centrista recorre para justificar a falta de "condições" que teria neste momento para exercer o cargo de deputado livremente: "A direção ignorou todas as propostas" que constavam da moção, lamenta. "Há um registo permanente de intolerância ou de visão pouco positiva da diferença". Com outras circunstâncias, Raúl Almeida "não põe de parte" a hipótese de voltar ao Parlamento.

A recusa em assumir o cargo segue-se ao anúncio de Lobo d'Ávila de que deixaria o seu lugar no grupo parlamentar. O ainda deputado - o seu último dia em funções será esta sexta-feira, 23 - disse ao Expresso na semana passada que se durante estes dois anos foi deputado ainda que crítico da direção e teve "total solidariedade interna" para com a liderança, a verdade é que não se sentiu "totalmente livre" nem útil no Parlamento. Questionado sobre se o problema foi a relação com a liderança atual, respondeu: "É a primeira vez que não cumpro um mandato até ao fim".

Esta quarta-feira, Filipe Lobo d'Ávila fez a sua última intervenção em plenário. Assunção Cristas levantou-se para dar um abraço ao parlamentar, que quanto ao futuro deixou as suas opções em aberto: "Só Deus sabe". O nome que se seguiria nas listas do CDS para ocupar o lugar agora vazio seria o de Orísia Roque, histórica do partido, que também não o assumirá. Por isso, o lugar será ocupado por João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa do CDS, como confirmou o próprio ao Expresso.

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