PSD contra entrada “simbólica” da Santa Casa no Montepio

16-05-2018
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"A questão é que, com esta decisão, há um passo que fica dado", sublinha Negrão, frisando que a partir desse momento a Santa Casa estará, para todos os efeitos, no capital do Montepio Geral. "E então a questão passa a ser saber se será só isto ou se é para dar continuidade [com um aumento da participação] noutra ocasião mais conveniente", diz o líder parlamentar social-democrata, dando voz à desconfiança que é partilhada por outros observadores: a entrada "simbólica" será a forma da SCML pôr o pé na porta; depois disso, toda a questão da presença da Santa Casa no MG seria menos polémica e dramática.

O PSD está contra a entrada "simbólica" da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital do Montepio Geral. A decisão da Misericórdia está tomada, foi anunciada pelo provedor Edmundo Martinho em entrevista ao Expresso, no sábado passado, e deverá concretizar-se "nas próximas semanas". Porém, da mesma forma que se opôs quando se falava numa participação que podia ir até aos 10% do capital social da caixa económica, Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, continua contra, mesmo estando em causa agora apenas uma participação "simbólica".

Fernando Negrão questiona se a decisão, anunciada ao Expresso pelo provedor da Misericórdia de Lisboa, será o primeiro passo para uma presença maior no capital do banco

Recorde-se que, na entrevista que deu ao Expresso, Edmundo Martinho confirmou que a instituição que lidera deixou "em banho-maria" a grande operação de entrada no Montepio, tendo em conta a polémica que rodeou a questão e as recomendações do Parlamento para que o negócio fosse travado pelo Governo. Porém, adiantou que "nas próximas semanas" avançará para uma entrada "simbólica" com muitas dezenas de misericórdias e IPSS. Qualquer coisa em torno de "€10 mil, €20 mil, €100 mil", ou seja, muito longe dos €200 milhões que chegaram a ser colocados como fasquia máxima.

No entanto, na mesma entrevista, Edmundo Martinho não disse o que a SCML fará caso, como é previsível, o Montepio Geral precise de mais capital, para cumprir obrigações de regulação. Nesse caso, o provedor da Santa Casa disse apenas que "a situação será avaliada e dependerá das circunstâncias do Montepio Geral, da Santa Casa e da economia".

“Não deve entrar de todo”

É esse cenário de reforço do capital da SCML na caixa económica que continua a preocupar o PSD. "Desde o primeiro momento opusemos-nos a que esta operação se realizasse", lembra Fernando Negrão. "Levantámos a questão no Parlamento, avançámos com um projeto de resolução para que o Governo a impeça, e com isso levámos atrás projetos semelhantes de todos os outros partidos, exceto o PS. O Governo disse que vai reponderar. As declarações do provedor davam a indicação de que iria acatar essa recomendação. E agora há esta entrada dita simbólica... Achamos que a Santa Casa não deve entrar de todo no Montepio Geral, até porque entrar agora de forma simbólica pode ser uma forma de fazer mais tarde aquilo que queriam fazer já".

O líder parlamentar do PSD promete, por isso, continuar a levantar esta questão no Parlamento e a liderar a oposição a este negócio.

"A questão é que, com esta decisão, há um passo que fica dado", sublinha Negrão, frisando que a partir desse momento a Santa Casa estará, para todos os efeitos, no capital do Montepio Geral. "E então a questão passa a ser saber se será só isto ou se é para dar continuidade [com um aumento da participação] noutra ocasião mais conveniente", diz o líder parlamentar social-democrata, dando voz à desconfiança que é partilhada por outros observadores: a entrada "simbólica" será a forma da SCML pôr o pé na porta; depois disso, toda a questão da presença da Santa Casa no MG seria menos polémica e dramática.

O PSD está contra a entrada "simbólica" da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital do Montepio Geral. A decisão da Misericórdia está tomada, foi anunciada pelo provedor Edmundo Martinho em entrevista ao Expresso, no sábado passado, e deverá concretizar-se "nas próximas semanas". Porém, da mesma forma que se opôs quando se falava numa participação que podia ir até aos 10% do capital social da caixa económica, Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, continua contra, mesmo estando em causa agora apenas uma participação "simbólica".

Fernando Negrão questiona se a decisão, anunciada ao Expresso pelo provedor da Misericórdia de Lisboa, será o primeiro passo para uma presença maior no capital do banco

Recorde-se que, na entrevista que deu ao Expresso, Edmundo Martinho confirmou que a instituição que lidera deixou "em banho-maria" a grande operação de entrada no Montepio, tendo em conta a polémica que rodeou a questão e as recomendações do Parlamento para que o negócio fosse travado pelo Governo. Porém, adiantou que "nas próximas semanas" avançará para uma entrada "simbólica" com muitas dezenas de misericórdias e IPSS. Qualquer coisa em torno de "€10 mil, €20 mil, €100 mil", ou seja, muito longe dos €200 milhões que chegaram a ser colocados como fasquia máxima.

No entanto, na mesma entrevista, Edmundo Martinho não disse o que a SCML fará caso, como é previsível, o Montepio Geral precise de mais capital, para cumprir obrigações de regulação. Nesse caso, o provedor da Santa Casa disse apenas que "a situação será avaliada e dependerá das circunstâncias do Montepio Geral, da Santa Casa e da economia".

“Não deve entrar de todo”

É esse cenário de reforço do capital da SCML na caixa económica que continua a preocupar o PSD. "Desde o primeiro momento opusemos-nos a que esta operação se realizasse", lembra Fernando Negrão. "Levantámos a questão no Parlamento, avançámos com um projeto de resolução para que o Governo a impeça, e com isso levámos atrás projetos semelhantes de todos os outros partidos, exceto o PS. O Governo disse que vai reponderar. As declarações do provedor davam a indicação de que iria acatar essa recomendação. E agora há esta entrada dita simbólica... Achamos que a Santa Casa não deve entrar de todo no Montepio Geral, até porque entrar agora de forma simbólica pode ser uma forma de fazer mais tarde aquilo que queriam fazer já".

O líder parlamentar do PSD promete, por isso, continuar a levantar esta questão no Parlamento e a liderar a oposição a este negócio.

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