Empreendimento de time sharing que lesou milhares de proprietários renasce das cinzas

12-04-2019
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Uma coligação de cinco empresários algarvios, entre os quais o deputado socialista Fernando Anastácio e o promotor imobiliário Vítor Santos (conhecido como o Bibi do Benfica) vão conceder um novo brilho a Vale Navio, em Albufeira.

O local transformara-se numa paisagem inóspita e degradada, marcada por edifícios em ruínas, depois do empreendimento ficar ao abandono. Vale Navio renasce das cinzas e ganha uma nova vida sob a marca Pine Village Resort, 15 anos depois do leilão público que selou a falência do aldeamento que lesou 8400 proprietários em regime de time sharing. O Algarve ganha um novo polo de atração turística.

INVESTIMENTO DE 80 MILHÕES

É uma operação de 80 milhões de euros, com dois aparthotéis, 352 moradias e 1322 camas, a cargo da promotora Quinta do Escarpão (QE) - Atividades Turísticas.

A QE é presidida pelo advogado, deputado socialista e ex-vereador da câmara de Albufeira, Fernando Anastácio (detém 7,3% do capital). O núcleo promotor agrega mais quatro investidores algarvios. Mas, o principal acionista (50%) é a sociedade Capitalgarve, do universo do de Vítor Santos e dirigida pelo filho José. Vítor Santos ganhou notoriedade pela sua ligação à direção do Benfica liderada por Manuel Vilarinho.

SUPRIMENTOS DOS ACIONISTAS

A QE é uma empresa sem atividade nos últimos exercícios e com um capital social reduzido (500 mil). Mas, contou já com suprimentos de 18 milhões de euros dos acionistas para fazer face às primeira empreitadas.

“Se os suprimentos fossem transformados em capital, a expressão já era adequada à dimensão do projeto”, diz António Marante, o advogado e acionista da QE que gere a operação turística. As obras já adjudicadas custam €4 milhões.

Em outubro, as máquinas da construtora Gabriel Couto iniciaram as demolições e limpeza do local, pontuado por edifícios em ruínas e vandalizados que restavam do funesto aldeamento.

Segue-se agora a infraestruturação dos 32 hectares da urbanização (a área de construção será de 50.000 m2), com a instalação de redes, acessos viários e zonas verdes.

Depois do verão, avançam as obras da primeira fase, centrada no Wellness Resort, com 137 de apartamentos, clínica de bem-estar e rejuvenescimento e as unidades da zona comercial.

VOCAÇÃO TURÍSTICA

Em 2004, a promotora pagou 8,5 milhões para ficar dona do alvará da década de 1980 e dos ativos das duas empresas (uma das quais estivera ligada no passado a António Rebelo de Sousa) declaradas insolventes, com uma dívida de 24 milhões - BCP e CGD eram os bancos credores.

A QE já se posicionara para a aquisição, ao tomar conta da última gestora (Aco) do empreendimento para evitar conflitos futuros. Além das moradias e blocos de apartamento degradados, a urbanização contava com lotes ainda por edificar.

A urbanização evoluiu do imobiliário puro para o turismo de luxo.

E porque demorou tanto tempo o novo projeto? “Desatar os nós jurídicos de uma falência demora sempre mais de dois anos. Depois, tivemos de alterar o alvará e conferir ao projeto uma vertente mais turística, e isso são mais quatro ou cinco anos. A atual solução combina 80% de turismo com 20% de imobiliário residencial”, responde António Marante.

O modelo de desenvolvimento do projeto não está definido. Os promotores admitem celebrar parcerias para a construção de cada uma das peças do polo turístico ou alienar até algumas delas. “Como se trata de um produto turístico, é essencial contar com uma marca forte na exploração do resort. Na construção, há vários cenários em aberto”, diz António Marante.

Situado entre Albufeira e Vilamoura, o Pine Village Resort acolherá villas de diversas tipologias, dois aparthotéis (189 frações), uma área residencial (25 apartamentos e 26 moradias) e contará, na frente do lazer, com um centro de de equitação, campos de futebol e vários campos de ténis. O cronograma da QE aponta para a conclusão do aldeamento em quatro anos.

A Aprovana, a associação que representa os proprietários plenos de 42 apartamentos e 38 moradias da urbanização original (nada tem a ver com os lesados dos títulos de habitação periódica) manifestou ao Expresso satisfação pela reabilitação do local que muda a face do local e torna Vale Navio um novo polo de atração turística. “É bom para todos”, resumiu a porta-voz da Aprovana.

A falência do empreendimento fora escrutinada pelo Ministério Público por suspeita de fraude, mas o caso foi arquivado por falta de provas. Os 8400 titulares de time sharing, estrangeiros na esmagadora maioria, compraram em vão 15 mil semanas de férias, em apartamentos e vivendas do aldeamento.

Uma coligação de cinco empresários algarvios, entre os quais o deputado socialista Fernando Anastácio e o promotor imobiliário Vítor Santos (conhecido como o Bibi do Benfica) vão conceder um novo brilho a Vale Navio, em Albufeira.

O local transformara-se numa paisagem inóspita e degradada, marcada por edifícios em ruínas, depois do empreendimento ficar ao abandono. Vale Navio renasce das cinzas e ganha uma nova vida sob a marca Pine Village Resort, 15 anos depois do leilão público que selou a falência do aldeamento que lesou 8400 proprietários em regime de time sharing. O Algarve ganha um novo polo de atração turística.

INVESTIMENTO DE 80 MILHÕES

É uma operação de 80 milhões de euros, com dois aparthotéis, 352 moradias e 1322 camas, a cargo da promotora Quinta do Escarpão (QE) - Atividades Turísticas.

A QE é presidida pelo advogado, deputado socialista e ex-vereador da câmara de Albufeira, Fernando Anastácio (detém 7,3% do capital). O núcleo promotor agrega mais quatro investidores algarvios. Mas, o principal acionista (50%) é a sociedade Capitalgarve, do universo do de Vítor Santos e dirigida pelo filho José. Vítor Santos ganhou notoriedade pela sua ligação à direção do Benfica liderada por Manuel Vilarinho.

SUPRIMENTOS DOS ACIONISTAS

A QE é uma empresa sem atividade nos últimos exercícios e com um capital social reduzido (500 mil). Mas, contou já com suprimentos de 18 milhões de euros dos acionistas para fazer face às primeira empreitadas.

“Se os suprimentos fossem transformados em capital, a expressão já era adequada à dimensão do projeto”, diz António Marante, o advogado e acionista da QE que gere a operação turística. As obras já adjudicadas custam €4 milhões.

Em outubro, as máquinas da construtora Gabriel Couto iniciaram as demolições e limpeza do local, pontuado por edifícios em ruínas e vandalizados que restavam do funesto aldeamento.

Segue-se agora a infraestruturação dos 32 hectares da urbanização (a área de construção será de 50.000 m2), com a instalação de redes, acessos viários e zonas verdes.

Depois do verão, avançam as obras da primeira fase, centrada no Wellness Resort, com 137 de apartamentos, clínica de bem-estar e rejuvenescimento e as unidades da zona comercial.

VOCAÇÃO TURÍSTICA

Em 2004, a promotora pagou 8,5 milhões para ficar dona do alvará da década de 1980 e dos ativos das duas empresas (uma das quais estivera ligada no passado a António Rebelo de Sousa) declaradas insolventes, com uma dívida de 24 milhões - BCP e CGD eram os bancos credores.

A QE já se posicionara para a aquisição, ao tomar conta da última gestora (Aco) do empreendimento para evitar conflitos futuros. Além das moradias e blocos de apartamento degradados, a urbanização contava com lotes ainda por edificar.

A urbanização evoluiu do imobiliário puro para o turismo de luxo.

E porque demorou tanto tempo o novo projeto? “Desatar os nós jurídicos de uma falência demora sempre mais de dois anos. Depois, tivemos de alterar o alvará e conferir ao projeto uma vertente mais turística, e isso são mais quatro ou cinco anos. A atual solução combina 80% de turismo com 20% de imobiliário residencial”, responde António Marante.

O modelo de desenvolvimento do projeto não está definido. Os promotores admitem celebrar parcerias para a construção de cada uma das peças do polo turístico ou alienar até algumas delas. “Como se trata de um produto turístico, é essencial contar com uma marca forte na exploração do resort. Na construção, há vários cenários em aberto”, diz António Marante.

Situado entre Albufeira e Vilamoura, o Pine Village Resort acolherá villas de diversas tipologias, dois aparthotéis (189 frações), uma área residencial (25 apartamentos e 26 moradias) e contará, na frente do lazer, com um centro de de equitação, campos de futebol e vários campos de ténis. O cronograma da QE aponta para a conclusão do aldeamento em quatro anos.

A Aprovana, a associação que representa os proprietários plenos de 42 apartamentos e 38 moradias da urbanização original (nada tem a ver com os lesados dos títulos de habitação periódica) manifestou ao Expresso satisfação pela reabilitação do local que muda a face do local e torna Vale Navio um novo polo de atração turística. “É bom para todos”, resumiu a porta-voz da Aprovana.

A falência do empreendimento fora escrutinada pelo Ministério Público por suspeita de fraude, mas o caso foi arquivado por falta de provas. Os 8400 titulares de time sharing, estrangeiros na esmagadora maioria, compraram em vão 15 mil semanas de férias, em apartamentos e vivendas do aldeamento.

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