Clube de Política: MANUELA FERREIRA LEITE E OS SEUS AUTARCAS

05-04-2019
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Investimento públicoAutarcas do PSD contra críticas da líderpor AMADEU ARAÚJO, FRANCISCO MANGAS e JOÃO PEDRO HENRIQUESHojeManuela Ferreira Leite quer suspender vários projectos de investimentos públicos, nomeadamente novas vias no centro do País. Uma zona densamente povoada por autarcas sociais-democratas, que contestam, abertamente, a visão da líder do PSD. Autarcas liderados pelo influente Fernando Ruas, presidente da associação de municípios.Autarcas do PSD, de concelhos por onde passará a chamada "auto-estrada cor-de-rosa", discordam da direcção do partido de incluir este projecto nas grandes obras que deviam ser adiadas devido aos tempos de crise. Essa via rápida, consideram, "é instrumento necessário e importante" para travar a desertificação do interior."Investimentos como o TGV ou o novo aeroporto", diz Fátima Ramos, autarca de Miranda do Corvo, podem ser "questionáveis", mas pôr no mesmo plano grandes obras públicas e "projectos de melhoria de acessíbilidades" é erro. A autarca do PSD lembra que, nesta matéria, o interior continua "prejudicado" em relação ao litoral.Fátima Ramos, ao contrário do líder parlamentar do partido, Paulo Rangel, espera que o Governo cumpra, e a obra avance, como previsto, "antes do Verão". Recentemente, na Assembleia da República, Rangel acusou o Governo de estar a construir, em nome do investimento público, a terceira auto-estrada Lisboa/Porto, com a junção de "quatro concessões rodoviárias" lançadas nos últimos meses".O líder parlamentar do PSD, e agora cabeça de lista nas europeias, discordava desta forma de aplicação do dinheiro público, num altura de recursos escassos. Manela Ferreira, líder do partido, tem posição idêntica: excluirá esse investimento caso venha a liderar o Governo.O que para a direcção nacional é uma auto-estrada desnecessária, é para os autarcas 'laranja' ouvidos pelo DN "um direito". O presidente da câmara da Pampilhosa, José Alberto Dias, já manifestou "desagrado" junto da distrital do PSD de Coimbra. "Não é razoável que se diga que não são necessárias grandes obras."Posição semelhante é manifestada por Rui Manuel Silva (PSD), autarca de Figueiró dos Vinhos. "É uma via estratégia, que reivindicamos há anos". Fernando Pires Lopes (PS), presidente da Câmara de Castanheira de Pêra, não compreende "como se pode estar contra esta via". Há um ano, lembra, os autarcas do PSD, numa reunião com Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, "deram acordo total ao projecto, incluindo para o facto de ser uma via portajada".A chamada "auto-estrada rosa" será composta por vários itinerários ligando, pelo interior, Lisboa e Porto. Ao todo, 371 quilómetros de auto-estrada paga em portagens. O Governo diz que 31% da via teve mão do PSD no tempo de Durão Barroso, pelo lançamento de concursos de concessão ou pelo lançamento de estudos prévios. O primeiro grande itinerário, de Norte para Sul, será a chamada auto-estrada do Douro litoral: liga o Porto a Oliveira de Azeméis (42 quilómetros). Em construção. O concurso foi lançado em Janeiro de 2004, sendo Manuela Ferreira Leite ministra de Estado e das Finanças.O outro bloco será a chamada "concessão do centro", lançada por este Governo. Uma auto-estrada de 73 quilómetros ligando Oliveira de Azeméis a Coimbra, pelo traçado do IC2 (a antiga Nacional 1). Depois, além disso, uma auto-estrada ligando Coimbra a Viseu (50 quilómetros), mais ou menos paralela ao actual IP3. A concessão implica construir a nova via e tomar conta da manutenção do IP3. O terceiro bloco ligará, também em auto-estrada, Coimbra a Tomar, na chamada "concessão do Pinhal interior": 108 quilómetros dos quais oito construídos no tempo do PSD.Opinião idêntica tem o social-democrata Carlos Marta. O presidente da Câmara de Tondela que adverte porém que "à boleia da auto-estrada para Coimbra há outras na concessão centro que são só para servir os interesses políticos do PS, como é o caso de Tábua". Outra via integrada nesta concessão é caso do IC12, que ligará o actual IP3 à A25, passando por Mortágua, Carregal do Sal, Nelas e Mangualde. Aquando do lançamento da obra (Março passado) todos os autarcas se congratularam com a duplicação do traçado. Os aplausos mais fortes vieram de Mangualde e Nelas, autarquias do PSD atravessadas pela EN234, que regista um elevado trânsito de camiões em direcção à fronteira.


Investimento públicoAutarcas do PSD contra críticas da líderpor AMADEU ARAÚJO, FRANCISCO MANGAS e JOÃO PEDRO HENRIQUESHojeManuela Ferreira Leite quer suspender vários projectos de investimentos públicos, nomeadamente novas vias no centro do País. Uma zona densamente povoada por autarcas sociais-democratas, que contestam, abertamente, a visão da líder do PSD. Autarcas liderados pelo influente Fernando Ruas, presidente da associação de municípios.Autarcas do PSD, de concelhos por onde passará a chamada "auto-estrada cor-de-rosa", discordam da direcção do partido de incluir este projecto nas grandes obras que deviam ser adiadas devido aos tempos de crise. Essa via rápida, consideram, "é instrumento necessário e importante" para travar a desertificação do interior."Investimentos como o TGV ou o novo aeroporto", diz Fátima Ramos, autarca de Miranda do Corvo, podem ser "questionáveis", mas pôr no mesmo plano grandes obras públicas e "projectos de melhoria de acessíbilidades" é erro. A autarca do PSD lembra que, nesta matéria, o interior continua "prejudicado" em relação ao litoral.Fátima Ramos, ao contrário do líder parlamentar do partido, Paulo Rangel, espera que o Governo cumpra, e a obra avance, como previsto, "antes do Verão". Recentemente, na Assembleia da República, Rangel acusou o Governo de estar a construir, em nome do investimento público, a terceira auto-estrada Lisboa/Porto, com a junção de "quatro concessões rodoviárias" lançadas nos últimos meses".O líder parlamentar do PSD, e agora cabeça de lista nas europeias, discordava desta forma de aplicação do dinheiro público, num altura de recursos escassos. Manela Ferreira, líder do partido, tem posição idêntica: excluirá esse investimento caso venha a liderar o Governo.O que para a direcção nacional é uma auto-estrada desnecessária, é para os autarcas 'laranja' ouvidos pelo DN "um direito". O presidente da câmara da Pampilhosa, José Alberto Dias, já manifestou "desagrado" junto da distrital do PSD de Coimbra. "Não é razoável que se diga que não são necessárias grandes obras."Posição semelhante é manifestada por Rui Manuel Silva (PSD), autarca de Figueiró dos Vinhos. "É uma via estratégia, que reivindicamos há anos". Fernando Pires Lopes (PS), presidente da Câmara de Castanheira de Pêra, não compreende "como se pode estar contra esta via". Há um ano, lembra, os autarcas do PSD, numa reunião com Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, "deram acordo total ao projecto, incluindo para o facto de ser uma via portajada".A chamada "auto-estrada rosa" será composta por vários itinerários ligando, pelo interior, Lisboa e Porto. Ao todo, 371 quilómetros de auto-estrada paga em portagens. O Governo diz que 31% da via teve mão do PSD no tempo de Durão Barroso, pelo lançamento de concursos de concessão ou pelo lançamento de estudos prévios. O primeiro grande itinerário, de Norte para Sul, será a chamada auto-estrada do Douro litoral: liga o Porto a Oliveira de Azeméis (42 quilómetros). Em construção. O concurso foi lançado em Janeiro de 2004, sendo Manuela Ferreira Leite ministra de Estado e das Finanças.O outro bloco será a chamada "concessão do centro", lançada por este Governo. Uma auto-estrada de 73 quilómetros ligando Oliveira de Azeméis a Coimbra, pelo traçado do IC2 (a antiga Nacional 1). Depois, além disso, uma auto-estrada ligando Coimbra a Viseu (50 quilómetros), mais ou menos paralela ao actual IP3. A concessão implica construir a nova via e tomar conta da manutenção do IP3. O terceiro bloco ligará, também em auto-estrada, Coimbra a Tomar, na chamada "concessão do Pinhal interior": 108 quilómetros dos quais oito construídos no tempo do PSD.Opinião idêntica tem o social-democrata Carlos Marta. O presidente da Câmara de Tondela que adverte porém que "à boleia da auto-estrada para Coimbra há outras na concessão centro que são só para servir os interesses políticos do PS, como é o caso de Tábua". Outra via integrada nesta concessão é caso do IC12, que ligará o actual IP3 à A25, passando por Mortágua, Carregal do Sal, Nelas e Mangualde. Aquando do lançamento da obra (Março passado) todos os autarcas se congratularam com a duplicação do traçado. Os aplausos mais fortes vieram de Mangualde e Nelas, autarquias do PSD atravessadas pela EN234, que regista um elevado trânsito de camiões em direcção à fronteira.

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