MinervaCoimbra: "CARTILHA DO POVO" de JOSÉ FALCÃO [edição Fac-similada] 1 de Junho, MIRANDA DO CORVO

12-07-2018
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A Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Dra. Fátima Ramos,a Comissão Organizadora do Centenário da República em Miranda do Corvo e as Edições MinervaCoimbra convidam para o lançamento da edição fac-similada da"CARTILHA DO POVO" de José Falcãono âmbito das Comemorações do Feriado Municipal.
A apresentação será feita pelo Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem e Dr. Fernando Fava,dia 1 de Junho de 2010 pelas 10H00, no Auditório Municipal.
"José Falcão, para além de ter sido das raras vozes que se ergueram a favor dos revoltosos da Comuna de Paris, foi também um dos mais obstinados divulgadores da ideia republicana. Este propósito de tornar acessível ao povo a nova mensagem política sofria o obstáculo da elevadíssima taxa de analfabetismo.
No início do último quartel do século XIX, mais de quatro quintos da população portuguesa não sabia ler, escrever e contar. Os livros, brochuras e jornais eram apenas lidos por uma minoria da burguesia culta, concentrada sobretudo em Lisboa, no Porto e em Coimbra.
O problema da instrução pública esteve sempre presente nas preocupações dos evangelizadores republicanos. Foi esse o objectivo de José Falcão, quando elaborou e fez imprimir a sua memorável Cartilha do Povo. Impressa em papel modesto, para que os custos pudessem ser facilmente suportados, esta Cartilha obedeceu também à directriz de ser facilmente entendida por gente humilde, caldeada em trabalhos de invulgar dureza e, até então, desprezada pelas regiões da governação. Para isso, o autor praticará nela o método do diálogo, imaginando uma conversa entre José Povinho, inculto mas cheio de vontade de aprender, e João Portugal, personagem mais letrada.
A Cartilha do Povo teve uma consagração clamorosa junto dos estratos mais humildes da população. Dela se fizeram numerosas edições e teriam sido muitos os republicanos que a quiseram divulgar junto dos menos esclarecidos. Aliás, o modelo aqui adoptado teve como antecessor o Catecismo Republicano para uso do Povo, redigido por Carrilho Videira e por Teixeira Bastos.
É isto que explica as designações destes livrinhos: cartilha e catecismo, meio de sublinhar, a partir do próprio título, a missão iniciática e patriótica a que se davam estes propagandistas da “nova ideia”. Foi também por este caminho de simplicidade expositiva que enveredou um outro republicano distinto, Consiglieri Pedroso, quando organizou e deu aos prelos a sua Biblioteca Democrática.
É quase comovente a dádiva destes homens às camadas sociais mais desvalidas do seu país. E é também isto que explica que o Partido Republicano tenha sido referido como “o Partido do Povo”, enquanto principal factor da dignificação e de evolução mental dos que lhe escutaram as directrizes doutrinais."                                                                                                        Amadeu Carvalho Homem

A Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Dra. Fátima Ramos,a Comissão Organizadora do Centenário da República em Miranda do Corvo e as Edições MinervaCoimbra convidam para o lançamento da edição fac-similada da"CARTILHA DO POVO" de José Falcãono âmbito das Comemorações do Feriado Municipal.
A apresentação será feita pelo Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem e Dr. Fernando Fava,dia 1 de Junho de 2010 pelas 10H00, no Auditório Municipal.
"José Falcão, para além de ter sido das raras vozes que se ergueram a favor dos revoltosos da Comuna de Paris, foi também um dos mais obstinados divulgadores da ideia republicana. Este propósito de tornar acessível ao povo a nova mensagem política sofria o obstáculo da elevadíssima taxa de analfabetismo.
No início do último quartel do século XIX, mais de quatro quintos da população portuguesa não sabia ler, escrever e contar. Os livros, brochuras e jornais eram apenas lidos por uma minoria da burguesia culta, concentrada sobretudo em Lisboa, no Porto e em Coimbra.
O problema da instrução pública esteve sempre presente nas preocupações dos evangelizadores republicanos. Foi esse o objectivo de José Falcão, quando elaborou e fez imprimir a sua memorável Cartilha do Povo. Impressa em papel modesto, para que os custos pudessem ser facilmente suportados, esta Cartilha obedeceu também à directriz de ser facilmente entendida por gente humilde, caldeada em trabalhos de invulgar dureza e, até então, desprezada pelas regiões da governação. Para isso, o autor praticará nela o método do diálogo, imaginando uma conversa entre José Povinho, inculto mas cheio de vontade de aprender, e João Portugal, personagem mais letrada.
A Cartilha do Povo teve uma consagração clamorosa junto dos estratos mais humildes da população. Dela se fizeram numerosas edições e teriam sido muitos os republicanos que a quiseram divulgar junto dos menos esclarecidos. Aliás, o modelo aqui adoptado teve como antecessor o Catecismo Republicano para uso do Povo, redigido por Carrilho Videira e por Teixeira Bastos.
É isto que explica as designações destes livrinhos: cartilha e catecismo, meio de sublinhar, a partir do próprio título, a missão iniciática e patriótica a que se davam estes propagandistas da “nova ideia”. Foi também por este caminho de simplicidade expositiva que enveredou um outro republicano distinto, Consiglieri Pedroso, quando organizou e deu aos prelos a sua Biblioteca Democrática.
É quase comovente a dádiva destes homens às camadas sociais mais desvalidas do seu país. E é também isto que explica que o Partido Republicano tenha sido referido como “o Partido do Povo”, enquanto principal factor da dignificação e de evolução mental dos que lhe escutaram as directrizes doutrinais."                                                                                                        Amadeu Carvalho Homem

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