Rui Rio é "personificação máxima do Princípio de Peter", diz líder PSD/Porto

17-08-2019
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Num post intitulado “Rui Rio e o Princípio de Peter”, publicado esta quarta-feira no Facebook, o presidente da concelhia do PSD/Porto avança que não poderia manter o silêncio perante a ausência do líder do partido e do seu núcleo duro, num período político crítico, aludindo à greve dos motoristas de matérias perigosas. Após ter a Secção do PSD/Porto ter abandonado as listas de candidatos a deputados em discordância com a "exagerada" intromissão de Rui Rio na elaboração das mesmas, Hugo Neto, que tinha definido que seria em outubro o momento certo para clarificar a decisão para “não ser acusado de perturbar o trabalho do PSD”, justifica na rede social porque não conseguia mais estar calado.

“Acontece que, inacreditavelmente, a um mês e meio de eleições legislativas, o Presidente do PSD e o seu núcleo duro decidiram tirar férias, a meio duma crise que, empolada, aproveitada ou não, preocupa os portugueses. Já li e ouvi falar de 'PSD em serviços mínimos' e até de greve política'. A ausência total de PSD, durante duas longas semanas num período político crítico é inaceitável e apresenta um odor demasiado forte a uma incompetente arrogância para que eu me consiga manter calado”, frisa Hugo Neto no post, advertindo que “PSD não é isto!”.

O líder concelhio, indicado pela sua Comissão Política para as listas de candidatos às legislativas, mas que optou por se excluir por discordar do processo de elaboração das mesmas, refere que, enquanto Presidente da Concelhia do Porto, teve oportunidade de estar em contacto direto com Rui Rio a respeito deste processo, tendo, em conversas pessoais e telefónicas, feito questão de transmitir “o quão grave e errado sinal seria deixar de parte um dos melhores do PSD, como Miguel Pinto Luz”. Hugo Neto acrescenta ter-se tratado de “uma incompreensível injustiça vetar ou, de forma mais covarde e menos assumida, relegar para a ineligibilidade Maria Luís Albuquerque ou esquecer o contributo de trabalho de Emídio Guerreiro”.

No duro post, o líder concelhio laranja defende que Rui Rio conseguiu cometer cumulativamente “todos estes erros e falhas graves” na construção das listas nacionais, mas que “o pior estava para chegar, na lista do seu Distrito”, no círculo onde havia prometido ser cabeça de lista. “Rio conseguiu a verdadeira quadratura do círculo”, diz Hugo Neto, afiançado que alertou Rio para a necessidade de salvaguardar o equilíbrio territorial e representação mínima das várias sub-regiões do Distrito, razão pela qual critica a lista que “não cumpre com a história e património político” do PSD do Porto.

“Rui Rio impôs, nada mais, nada menos, que 7 nomes, escolhas suas, na lista de deputados do Porto. Em tempo útil, tomei a liberdade de sugerir a Rui Rio duas personalidades da sociedade do Porto, duas mulheres independentes, com amplo reconhecimento profissional e académico que não tenho dúvidas seriam mais valias eleitorais. Alinhei com Rui Rio as opções das indicações da Secção do Porto e é por isso, para mim, totalmente incompreensível que as escolhas finais de Rio no Distrito não assegurem nenhum dos critérios lógicos para a construção duma lista de deputados”, escreve o líder concelhio.

Salvo raras exceções, como a de Álvaro Almeida (vereador da Câmara do Porto, que segue em oitavo na lista), Neto refere que as escolhas feitas não asseguram reforço de competências técnicas ao grupo parlamentar, nem representam as bases do partido: “Rio fez as suas escolhas. Estatutariamente, tinha direito a elas mas não são escolhas de um verdadeiro líder ou, sequer, de alguém que esteja minimamente preocupado em, escolhendo os melhores, deixar um legado positivo”.

Hugo Neto escreve ainda que, nas as listas, como no trabalho político diário, o líder do partido não podia ter desiludido mais: “Personificação máxima do Princípio de Peter, Rui Rio, um bom autarca, com quem trabalhei na Câmara do Porto, rodeou-se de gente sem qualidade e tornou-se num Presidente do PSD sem rumo nem estratégia. E se é, hoje, quase unânime, que depois de tantos erros e passos em falso, Rio terá que sair depois de 6 de outubro, escusava de ter escolhido a porta mais minúscula para essa mesma saída”.

Embora em rutura com Rio, Hugo Neto garante que o PSD do Porto cumprirá as suas obrigações e apelará aos militantes que votem no PSD, apesar do desnorte”: Não nos peçam é para sermos cúmplices de opções que não honram o nosso passado, nem acautelam o nosso futuro, independentemente do lugar que fosse atribuído à primeira indicação da Secção do Porto, décimo ou décimo quarto lugar, não poderíamos validar, com o nosso silêncio cúmplice, um processo kafkiano que envergonharia Francisco Sá Carneiro. Os lugares são importantes mas mais importante é a nossa liberdade e coerência. Continuaremos a ser PSD, a defender o PSD e a servir o PSD, que é bem maior do que uma qualquer Comissão Política Nacional, por muitos erros que cometa e por muito que não saiba e não tenha capacidade honrar o nosso partido”, remata Neto.

Contactado pelo Expresso, Hugo Neto remeteu quaisquer questões para o que escreveu no Facebook.

Num post intitulado “Rui Rio e o Princípio de Peter”, publicado esta quarta-feira no Facebook, o presidente da concelhia do PSD/Porto avança que não poderia manter o silêncio perante a ausência do líder do partido e do seu núcleo duro, num período político crítico, aludindo à greve dos motoristas de matérias perigosas. Após ter a Secção do PSD/Porto ter abandonado as listas de candidatos a deputados em discordância com a "exagerada" intromissão de Rui Rio na elaboração das mesmas, Hugo Neto, que tinha definido que seria em outubro o momento certo para clarificar a decisão para “não ser acusado de perturbar o trabalho do PSD”, justifica na rede social porque não conseguia mais estar calado.

“Acontece que, inacreditavelmente, a um mês e meio de eleições legislativas, o Presidente do PSD e o seu núcleo duro decidiram tirar férias, a meio duma crise que, empolada, aproveitada ou não, preocupa os portugueses. Já li e ouvi falar de 'PSD em serviços mínimos' e até de greve política'. A ausência total de PSD, durante duas longas semanas num período político crítico é inaceitável e apresenta um odor demasiado forte a uma incompetente arrogância para que eu me consiga manter calado”, frisa Hugo Neto no post, advertindo que “PSD não é isto!”.

O líder concelhio, indicado pela sua Comissão Política para as listas de candidatos às legislativas, mas que optou por se excluir por discordar do processo de elaboração das mesmas, refere que, enquanto Presidente da Concelhia do Porto, teve oportunidade de estar em contacto direto com Rui Rio a respeito deste processo, tendo, em conversas pessoais e telefónicas, feito questão de transmitir “o quão grave e errado sinal seria deixar de parte um dos melhores do PSD, como Miguel Pinto Luz”. Hugo Neto acrescenta ter-se tratado de “uma incompreensível injustiça vetar ou, de forma mais covarde e menos assumida, relegar para a ineligibilidade Maria Luís Albuquerque ou esquecer o contributo de trabalho de Emídio Guerreiro”.

No duro post, o líder concelhio laranja defende que Rui Rio conseguiu cometer cumulativamente “todos estes erros e falhas graves” na construção das listas nacionais, mas que “o pior estava para chegar, na lista do seu Distrito”, no círculo onde havia prometido ser cabeça de lista. “Rio conseguiu a verdadeira quadratura do círculo”, diz Hugo Neto, afiançado que alertou Rio para a necessidade de salvaguardar o equilíbrio territorial e representação mínima das várias sub-regiões do Distrito, razão pela qual critica a lista que “não cumpre com a história e património político” do PSD do Porto.

“Rui Rio impôs, nada mais, nada menos, que 7 nomes, escolhas suas, na lista de deputados do Porto. Em tempo útil, tomei a liberdade de sugerir a Rui Rio duas personalidades da sociedade do Porto, duas mulheres independentes, com amplo reconhecimento profissional e académico que não tenho dúvidas seriam mais valias eleitorais. Alinhei com Rui Rio as opções das indicações da Secção do Porto e é por isso, para mim, totalmente incompreensível que as escolhas finais de Rio no Distrito não assegurem nenhum dos critérios lógicos para a construção duma lista de deputados”, escreve o líder concelhio.

Salvo raras exceções, como a de Álvaro Almeida (vereador da Câmara do Porto, que segue em oitavo na lista), Neto refere que as escolhas feitas não asseguram reforço de competências técnicas ao grupo parlamentar, nem representam as bases do partido: “Rio fez as suas escolhas. Estatutariamente, tinha direito a elas mas não são escolhas de um verdadeiro líder ou, sequer, de alguém que esteja minimamente preocupado em, escolhendo os melhores, deixar um legado positivo”.

Hugo Neto escreve ainda que, nas as listas, como no trabalho político diário, o líder do partido não podia ter desiludido mais: “Personificação máxima do Princípio de Peter, Rui Rio, um bom autarca, com quem trabalhei na Câmara do Porto, rodeou-se de gente sem qualidade e tornou-se num Presidente do PSD sem rumo nem estratégia. E se é, hoje, quase unânime, que depois de tantos erros e passos em falso, Rio terá que sair depois de 6 de outubro, escusava de ter escolhido a porta mais minúscula para essa mesma saída”.

Embora em rutura com Rio, Hugo Neto garante que o PSD do Porto cumprirá as suas obrigações e apelará aos militantes que votem no PSD, apesar do desnorte”: Não nos peçam é para sermos cúmplices de opções que não honram o nosso passado, nem acautelam o nosso futuro, independentemente do lugar que fosse atribuído à primeira indicação da Secção do Porto, décimo ou décimo quarto lugar, não poderíamos validar, com o nosso silêncio cúmplice, um processo kafkiano que envergonharia Francisco Sá Carneiro. Os lugares são importantes mas mais importante é a nossa liberdade e coerência. Continuaremos a ser PSD, a defender o PSD e a servir o PSD, que é bem maior do que uma qualquer Comissão Política Nacional, por muitos erros que cometa e por muito que não saiba e não tenha capacidade honrar o nosso partido”, remata Neto.

Contactado pelo Expresso, Hugo Neto remeteu quaisquer questões para o que escreveu no Facebook.

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