13 de Setembro de 2004

05-10-2019
marcar artigo

Acredito que o António Caldeira esteja convicto da justeza da sua atitude e da existência de uma rede protectora de uma elite socialista pedófila que ele procura combater. E que, tal como este meu amigo e tantos outros (e eu também, vide "O Polvo" à mostra no caso Apito Dourado, felizmente ainda sem assassinatos [sublinhem o ainda, sff]), não tem qualquer confiança no sistema de justiça português.Mas não acredito nessa elite socialista pedófila. Racionalmente procuro evitar cair nas armadilhas das "teorias da conspiração". Mas décadas de violações, centenas de vítimas, n+1 testemunhas e que temos de acusados? O maluquinho de serviço, o seu chefe, duas ou três alcoviteiras, um doente terminal, duas ou três figuras públicas ou quase. E, vox populi, a liderança do partido da oposição. Bem, ou esta meia dúzia de homens tem uma pujança sexual infinda ou há qualquer coisa que nos escapa.E depois há este canibalismo, o de que é necessário apanhar os famosos. Eu gostava que se apanhasse o santos da padaria, o alves da EDP, o silva do caixa geral, o mendes taxista, o dono do restaurante X, o sr. engenheiro do mazda, o enfermeiro gordo do centro de saúde, esses gajos. Estou-me, e aqui cito Eduardo Ferro Rodrigues, "a cagar" para os famosos.Meu caro Amigo, estou absolutamente convicto de que isto foi muito bem urdido. Posso estar enganado, e não ponho as mãos no fogo por ninguém: nem por ti (nem por mim). Mas juraria que rebentaram as investigações queimando a liderança do PS.Mais, gosto do Ferro Rodrigues. Gosto da irascibilidade dele, do emotivo desbragado, do "tirem-me este gajo daqui senão vou lá eu". Nele, modestamente, me revejo. Gostei daquela demissão extemporânea, pois ainda que haja quem a diga planificada para Belém ela é certidão de óbito política. Gosto porque é um enorme "que se foda!" já na areia da praia (parece óbvio que as próximas eleições eram dele) - e essa é uma atitude que me é querida (infelizmente?).Gosto dele, meu caro, porque sendo "Todo Poderoso" Ministro levanta o cu da cadeira e vai buscar a sua cerveja, e fartei-me desses palhacitos a prazo que acham que deles todos são criados.E nunca me esqueço que as acusações sobre sexo são lixadas. Porque javardas. E porque se colam, nunca limparemos as manchas o suficiente, nisso esgaçamos a roupa, chagamos a pele. A esta minha história lembro-ta, meu amigo, pois já a conheces. No meu ante-ante-antepenúltimo emprego, muito bem pago era ele, aqui apareceu um tipo, muito bem protegido e a muito querer ganhar o taco, dizendo diante de 50 muito ilustres culturais portugueses que eu dava bolsas de estudo em Portugal às estudantes moçambicanas que fossem para a cama comigo.Pois, é disso que eu não gosto no Ferro Rodrigues e no Pedroso e no Costa e nos outros. É que sejam e se digam camaradas desta escumalha e dos seus protectores.Pois, é disso que não gosto neles. E é isso que deles me faz incomensuravelmente superior. E que me faz escarrar quando eles passam. Por aquilo que eles são, pela forma como vivem. E não por causa de algo que alguém inventou...

Acredito que o António Caldeira esteja convicto da justeza da sua atitude e da existência de uma rede protectora de uma elite socialista pedófila que ele procura combater. E que, tal como este meu amigo e tantos outros (e eu também, vide "O Polvo" à mostra no caso Apito Dourado, felizmente ainda sem assassinatos [sublinhem o ainda, sff]), não tem qualquer confiança no sistema de justiça português.Mas não acredito nessa elite socialista pedófila. Racionalmente procuro evitar cair nas armadilhas das "teorias da conspiração". Mas décadas de violações, centenas de vítimas, n+1 testemunhas e que temos de acusados? O maluquinho de serviço, o seu chefe, duas ou três alcoviteiras, um doente terminal, duas ou três figuras públicas ou quase. E, vox populi, a liderança do partido da oposição. Bem, ou esta meia dúzia de homens tem uma pujança sexual infinda ou há qualquer coisa que nos escapa.E depois há este canibalismo, o de que é necessário apanhar os famosos. Eu gostava que se apanhasse o santos da padaria, o alves da EDP, o silva do caixa geral, o mendes taxista, o dono do restaurante X, o sr. engenheiro do mazda, o enfermeiro gordo do centro de saúde, esses gajos. Estou-me, e aqui cito Eduardo Ferro Rodrigues, "a cagar" para os famosos.Meu caro Amigo, estou absolutamente convicto de que isto foi muito bem urdido. Posso estar enganado, e não ponho as mãos no fogo por ninguém: nem por ti (nem por mim). Mas juraria que rebentaram as investigações queimando a liderança do PS.Mais, gosto do Ferro Rodrigues. Gosto da irascibilidade dele, do emotivo desbragado, do "tirem-me este gajo daqui senão vou lá eu". Nele, modestamente, me revejo. Gostei daquela demissão extemporânea, pois ainda que haja quem a diga planificada para Belém ela é certidão de óbito política. Gosto porque é um enorme "que se foda!" já na areia da praia (parece óbvio que as próximas eleições eram dele) - e essa é uma atitude que me é querida (infelizmente?).Gosto dele, meu caro, porque sendo "Todo Poderoso" Ministro levanta o cu da cadeira e vai buscar a sua cerveja, e fartei-me desses palhacitos a prazo que acham que deles todos são criados.E nunca me esqueço que as acusações sobre sexo são lixadas. Porque javardas. E porque se colam, nunca limparemos as manchas o suficiente, nisso esgaçamos a roupa, chagamos a pele. A esta minha história lembro-ta, meu amigo, pois já a conheces. No meu ante-ante-antepenúltimo emprego, muito bem pago era ele, aqui apareceu um tipo, muito bem protegido e a muito querer ganhar o taco, dizendo diante de 50 muito ilustres culturais portugueses que eu dava bolsas de estudo em Portugal às estudantes moçambicanas que fossem para a cama comigo.Pois, é disso que eu não gosto no Ferro Rodrigues e no Pedroso e no Costa e nos outros. É que sejam e se digam camaradas desta escumalha e dos seus protectores.Pois, é disso que não gosto neles. E é isso que deles me faz incomensuravelmente superior. E que me faz escarrar quando eles passam. Por aquilo que eles são, pela forma como vivem. E não por causa de algo que alguém inventou...

marcar artigo