Morreu Manuela Silva, a economista para quem a pobreza é uma violação dos direitos humanos

08-10-2019
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Manuela Silva, a economista católica que defendia que a pobreza é uma violação de direitos humanos, faleceu esta segunda-feira aos 87 anos. Na agência Ecclesia, que avança a informação, é recordada como “uma mulher de causas”, com um “dinamismo único” e um percurso “inspirado no Evangelho e na doutrina social da Igreja”. Ferro Rodrigues, segunda figura do Estado, convoca a cidadã que sempre se bateu por “maior justiça e pela paz” e Marcelo Rebelo de Sousa assinala o seu contributo para a investigação nas áreas do desenvolvimento económico e social.

Professora jubilada do ISEG, secretária de Estado do primeiro Governo provisório, Manuela Silva esteve ativamente envolvida nos movimentos católicos, onde foi Presidente do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos, da Juventude Universitária Católica Feminina ou na Comissão Nacional Justiça e Paz.

Percurso académico e militância religiosa cruzaram-se ao longa da sua vida, com a economista a centrar a sua investigação nas áreas da pobreza, das desigualdades e da distribuição de rendimentos, defendendo políticas económicas dirigidas em primeiro lugar ao bem-estar social.

Durante a troika, foi voz ativa contra o programa de estabilidade, colocou-se ao lado dos que consideravam que nem toda a dívida pública era legítima e demarcou-se das vozes que dentro da Igreja saíram em defesa do Governo.

Numa entrevista ao Negócios durante a fase de assistência financeira, lamentava que “na nossa sociedade, certas camadas sociais tenham crivos muito apertados para julgar os mais pobres e deixem passar as grandes disfuncionalidades no topo da escala social”.

Na Agência Ecclesia, o padre José Manuela Pereira de Almeida, que acompanhou Manuela Silva na Comissão Nacional Justiça e Paz recorda-a como uma mulher “com um dinamismo único, que liderava todos os projetos com grande determinação. Uma mulher de causas, que criou a Fundação Betânia sonhando com uma Igreja mais fiel ao Evangelho”. Pedro Vaz Patto, como uma figura “dotada de uma extraordinária capacidade de iniciativa, trabalho e organização”, que conseguia levar “sempre os outros a trabalhar com ela”.

Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, reage com “consternação” à sua morte, lembrando “a economista de grande mérito e académica por excelência”, que “bateu-se sempre por mais e maior justiça, pela paz. Em todas defendeu que não existe desenvolvimento sem combate à pobreza e às desigualdades”.

Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG, diz que "o legado da intervenção de Manuela Silva, como economista, como professora Universitária e como católica profundamente marcada pela doutrina social da igreja, marcou profundamente o ISEG, os seus alunos e os colegas com quem trabalhou. A sua visão de uma economia ao serviço das pessoas, a necessidade de um desenvolvimento socioeconómico sustentado e inclusivo permanece como um dos pilares da missão do ISEG e, em particular, do ensino aqui ministrado".

Já o ISEG, numa nota publicada na sua página eletrónica, "presta-lhe homenagem, reconhecendo, publicamente, a sua especial distinção como nossa estudante, professora catedrática convidada, presidente do Conselho Pedagógico, diretora da Revista de Estudos de Economia, membro-fundador do CISEP e Doutora Honoris Causa pela então Universidade Técnica de Lisboa".

O funeral de Manuela Silva realiza-se esta quarta-feira na Igreja da Ressurreição, em Cascais.

Notícia atualizada às 15H50, com mais reações.

Manuela Silva, a economista católica que defendia que a pobreza é uma violação de direitos humanos, faleceu esta segunda-feira aos 87 anos. Na agência Ecclesia, que avança a informação, é recordada como “uma mulher de causas”, com um “dinamismo único” e um percurso “inspirado no Evangelho e na doutrina social da Igreja”. Ferro Rodrigues, segunda figura do Estado, convoca a cidadã que sempre se bateu por “maior justiça e pela paz” e Marcelo Rebelo de Sousa assinala o seu contributo para a investigação nas áreas do desenvolvimento económico e social.

Professora jubilada do ISEG, secretária de Estado do primeiro Governo provisório, Manuela Silva esteve ativamente envolvida nos movimentos católicos, onde foi Presidente do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos, da Juventude Universitária Católica Feminina ou na Comissão Nacional Justiça e Paz.

Percurso académico e militância religiosa cruzaram-se ao longa da sua vida, com a economista a centrar a sua investigação nas áreas da pobreza, das desigualdades e da distribuição de rendimentos, defendendo políticas económicas dirigidas em primeiro lugar ao bem-estar social.

Durante a troika, foi voz ativa contra o programa de estabilidade, colocou-se ao lado dos que consideravam que nem toda a dívida pública era legítima e demarcou-se das vozes que dentro da Igreja saíram em defesa do Governo.

Numa entrevista ao Negócios durante a fase de assistência financeira, lamentava que “na nossa sociedade, certas camadas sociais tenham crivos muito apertados para julgar os mais pobres e deixem passar as grandes disfuncionalidades no topo da escala social”.

Na Agência Ecclesia, o padre José Manuela Pereira de Almeida, que acompanhou Manuela Silva na Comissão Nacional Justiça e Paz recorda-a como uma mulher “com um dinamismo único, que liderava todos os projetos com grande determinação. Uma mulher de causas, que criou a Fundação Betânia sonhando com uma Igreja mais fiel ao Evangelho”. Pedro Vaz Patto, como uma figura “dotada de uma extraordinária capacidade de iniciativa, trabalho e organização”, que conseguia levar “sempre os outros a trabalhar com ela”.

Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, reage com “consternação” à sua morte, lembrando “a economista de grande mérito e académica por excelência”, que “bateu-se sempre por mais e maior justiça, pela paz. Em todas defendeu que não existe desenvolvimento sem combate à pobreza e às desigualdades”.

Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG, diz que "o legado da intervenção de Manuela Silva, como economista, como professora Universitária e como católica profundamente marcada pela doutrina social da igreja, marcou profundamente o ISEG, os seus alunos e os colegas com quem trabalhou. A sua visão de uma economia ao serviço das pessoas, a necessidade de um desenvolvimento socioeconómico sustentado e inclusivo permanece como um dos pilares da missão do ISEG e, em particular, do ensino aqui ministrado".

Já o ISEG, numa nota publicada na sua página eletrónica, "presta-lhe homenagem, reconhecendo, publicamente, a sua especial distinção como nossa estudante, professora catedrática convidada, presidente do Conselho Pedagógico, diretora da Revista de Estudos de Economia, membro-fundador do CISEP e Doutora Honoris Causa pela então Universidade Técnica de Lisboa".

O funeral de Manuela Silva realiza-se esta quarta-feira na Igreja da Ressurreição, em Cascais.

Notícia atualizada às 15H50, com mais reações.

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