BCP: Jardim Gonçalves travou investigação a offshores

09-05-2016
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O ex-presidente do BCP Jardim Gonçalves disse hoje que evitou manchar a reputação o banco com o caso das 17 sociedades ‘offshores’, afirmando que mais diligências para descobrir os últimos beneficiários destas poderiam levar o caso “à imprensa e aos reguladores”.

questionado pelo advogado rogério alves, mandatário de antónio henriques, sobre a razão de o banco não ter feito mais diligências para encontrar os últimos beneficiários das 17 ‘offshores’ em que estes eram desconhecidos, após o problema ter sido detectado no final de 2002, jardim gonçalves afirmou que os administradores que estavam a tratar do caso “já tinham feito o mais possível” para os descobrir, mas sem sucesso.

“havia que não mexer mais no assunto, o mais importante de tudo era a reputação do banco. se metêssemos mais pessoas a determinada altura estava na imprensa, nos reguladores”, acrescentou, afirmando que no entanto a intenção “não era esconder” mas proteger a reputação da instituição.

quanto à não comunicação da situação ao banco de portugal, jardim gonçalves afirmou que “não passou pela cabeça” fazê-lo porque o bcp já tinha “resolvido” o assunto e justificou uma vez mais a decisão com a imagem da instituição.

“a reputação do banco era mais importante do que tudo, porque no banco de portugal, na cmvm, nos reguladores, as pessoas quando têm uma notícia nunca a guardam. há sempre alguém com que vão partilhar e esse alguém também vai partilhar”, explicou jardim gonçalves.

já, no final da sessão, face a uma questão do seu advogado magalhães e silva, sobre se era mais importante o dever de reporte ao bdp ou a reputação do banco, jardim gonçalves voltou a defender a opção então tomada.

quanto à compra de 4,95 por cento de acções do bcp pelo banco holandês abn (as quais pertenciam às 17 ‘offshores’ da sucursal de cayman do bcp), após o banco ter-se apercebido que não conseguia identificar o último beneficiário destas, jardim gonçalves reiterou que essa operação não teve “nada de mal”, tendo decorrido de forma “correta”.

tal como já tinha dito no julgamento do recurso das coimas do banco de portugal, jardim gonçalves voltou também a repetir que a participação do abn no bcp era “financeira” e não “estratégica” e que foi precisamente isso que disse ao então governador do banco de portugal, vítor constâncio.

jardim gonçalves garantiu também que o banco não se apropriou das acções do bcp que pertenciam a essas 17 sociedades porque “vender as acções e introduzir o ‘cash’ nas sociedades estava na competência do banco”.

mais tarde, caso aparecesse o ubo, o bcp iria “negociar”, afirmou o fundador do bcp, recusando que se pudesse imputar ao banco qualquer violação contratual.

“a cmvm sabe que as pessoas sentadas na administração do bcp não fariam isso nunca e o presidente da cmvm [carlos tavares] pode dizê-lo”, declarou.

jardim gonçalves testemunhou hoje, no tribunal de pequena instância criminal de lisboa, no julgamento do recurso das penas da comissão do mercado de valores mobiliários (cmvm) a ex-gestores do bcp.

a cmvm acusa nove ex-gestores do bcp - jorge jardim gonçalves, filipe pinhal, christopher de beck, antónio rodrigues, alípio dias, antónio castro henriques e paulo teixeira pinto, assim como luís gomes e miguel magalhães duarte, ainda em funções no banco - de prestação de informação falsa ao mercado, no período entre 2002 e 2007.

neste sentido, o regulador aplicou coimas aos nove ex-administradores e decretou a inibição da actividade bancária a oito deles pelo máximo de cinco anos.

lusa / sol

O ex-presidente do BCP Jardim Gonçalves disse hoje que evitou manchar a reputação o banco com o caso das 17 sociedades ‘offshores’, afirmando que mais diligências para descobrir os últimos beneficiários destas poderiam levar o caso “à imprensa e aos reguladores”.

questionado pelo advogado rogério alves, mandatário de antónio henriques, sobre a razão de o banco não ter feito mais diligências para encontrar os últimos beneficiários das 17 ‘offshores’ em que estes eram desconhecidos, após o problema ter sido detectado no final de 2002, jardim gonçalves afirmou que os administradores que estavam a tratar do caso “já tinham feito o mais possível” para os descobrir, mas sem sucesso.

“havia que não mexer mais no assunto, o mais importante de tudo era a reputação do banco. se metêssemos mais pessoas a determinada altura estava na imprensa, nos reguladores”, acrescentou, afirmando que no entanto a intenção “não era esconder” mas proteger a reputação da instituição.

quanto à não comunicação da situação ao banco de portugal, jardim gonçalves afirmou que “não passou pela cabeça” fazê-lo porque o bcp já tinha “resolvido” o assunto e justificou uma vez mais a decisão com a imagem da instituição.

“a reputação do banco era mais importante do que tudo, porque no banco de portugal, na cmvm, nos reguladores, as pessoas quando têm uma notícia nunca a guardam. há sempre alguém com que vão partilhar e esse alguém também vai partilhar”, explicou jardim gonçalves.

já, no final da sessão, face a uma questão do seu advogado magalhães e silva, sobre se era mais importante o dever de reporte ao bdp ou a reputação do banco, jardim gonçalves voltou a defender a opção então tomada.

quanto à compra de 4,95 por cento de acções do bcp pelo banco holandês abn (as quais pertenciam às 17 ‘offshores’ da sucursal de cayman do bcp), após o banco ter-se apercebido que não conseguia identificar o último beneficiário destas, jardim gonçalves reiterou que essa operação não teve “nada de mal”, tendo decorrido de forma “correta”.

tal como já tinha dito no julgamento do recurso das coimas do banco de portugal, jardim gonçalves voltou também a repetir que a participação do abn no bcp era “financeira” e não “estratégica” e que foi precisamente isso que disse ao então governador do banco de portugal, vítor constâncio.

jardim gonçalves garantiu também que o banco não se apropriou das acções do bcp que pertenciam a essas 17 sociedades porque “vender as acções e introduzir o ‘cash’ nas sociedades estava na competência do banco”.

mais tarde, caso aparecesse o ubo, o bcp iria “negociar”, afirmou o fundador do bcp, recusando que se pudesse imputar ao banco qualquer violação contratual.

“a cmvm sabe que as pessoas sentadas na administração do bcp não fariam isso nunca e o presidente da cmvm [carlos tavares] pode dizê-lo”, declarou.

jardim gonçalves testemunhou hoje, no tribunal de pequena instância criminal de lisboa, no julgamento do recurso das penas da comissão do mercado de valores mobiliários (cmvm) a ex-gestores do bcp.

a cmvm acusa nove ex-gestores do bcp - jorge jardim gonçalves, filipe pinhal, christopher de beck, antónio rodrigues, alípio dias, antónio castro henriques e paulo teixeira pinto, assim como luís gomes e miguel magalhães duarte, ainda em funções no banco - de prestação de informação falsa ao mercado, no período entre 2002 e 2007.

neste sentido, o regulador aplicou coimas aos nove ex-administradores e decretou a inibição da actividade bancária a oito deles pelo máximo de cinco anos.

lusa / sol

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