O Estado a colapsar e o Governo preocupado com as “redes sociais”

22-08-2018
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Apetece perguntar: será que mesmo em pleno período da troika e de resgate financeiro, alguma vez o Estado Social ou os serviços públicos estiveram assim?

Lentamente a máscara do Governo da Geringonça começava a cair, mas com a chegada do Verão colapsou por completo. Se as baixas temperaturas ajudaram a disfarçar a atrasada preparação da época de incêndios, a chegada do calor expôs a falta de investimento na ferrovia, nos transportes públicos e na saúde.

Neste ponto alguns leitores dirão que a falta de investimento na ferrovia é crónica e nisso têm razão. É suposto que a “estrutura” aguente o adiar de certos investimentos por dois ou três anos em alturas de crise, mas colapsam se isso se prolongar muito mais tempo. Após o fim do resgate e a consequente saída da troika era suposto ter sido retomado o investimento público, que até o foi em 2014 e em 2015, em sectores fundamentais como os transportes públicos ou o SNS. Mas o que fizeram António Costa e Pedro Marques? Recuaram ainda mais e adiaram até 2021 investimentos na ferrovia que eram urgentes já em 2015 e apertaram ainda mais a liquidez dos hospitais, impediram serviços públicos de contratar recursos e assim atrasaram a real recuperação do país.

António Costa e Pedro Marques colocaram na gaveta um plano de investimentos preparado pelo ex-Presidente da CP, Manuel Queiró, que passava pela aquisição de material circulante novo para a CP mas também pelo aluguer de equipamento que pudesse suprimir as falhas existentes e que se previam a curto prazo. Havia uma estratégia que previa ações de curto e de médio/longo prazo, mas o Governo atual adiou tudo.

Nada do que está a acontecer na ferrovia é uma surpresa para estas empresas públicas. Há vários anos que quem estuda estas matérias dentro da CP e da REFER, da Infraestruturas de Portugal, sabia que este dia estava próximo. Não foi por falta de alerta, foi sim pela falta de investimento recente que só pode ser assacado a Pedro Marques e a António Costa com a complacência de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa. O concurso para aquisição de material circulante para a CP está no Ministério desde outubro do ano passado e já foi emagrecido tendo sido abortada a compra de comboios para o longo curso. Centeno ou Pedro Marques adiaram a contratação de pessoal para EMEF com claros danos na manutenção.

Se hoje os comboios colapsam a responsabilidade é inteiramente de Pedro Marques e é o próprio que o confessa pois, como lembra um artigo do “Público” de 27 de Julho “numa resposta enviada por escrito” ao PCP há dois anos sobre o material circulante (comboios /carruagens) o próprio Ministro do Planeamento e Infraestruturas admite que “optou por não dar andamento à intenção do anterior executivo de privilegiar e perpetuar a solução de aluguer de material circulante” cancelando o aluguer previsto de equipamento a Espanha. Para saberem mais sobre todo este processo sugiro a leitura do texto publicado uns dias depois também no “Público” que nos diz muito sobre a atuação da tutela. Acrescento apenas que não acredito, ao contrário do que escreve o jornalista, que se tratasse de uma tentativa de privatizar, mas sim de pura irresponsabilidade política.

Veja-se o exemplo mais recentemente do INEM. Com quatro operadores em alguns períodos do serviço os tempos de espera aumentam e provavelmente a qualidade das respostas que os operadores vão dando perde eficácia face ao que seria desejado. Espero que se averigue, mas provavelmente os seis jovens feridos em Estremoz não terão tido o apoio mais eficaz por parte do serviço 112. É por causa dos operacionais? Claro que não, com brio estes ainda vão disfarçando a falta de recursos humanos, mas sem gente suficiente é impossível prestar um serviço irrepreensível.

O colapso dos serviços da responsabilidade dos Ministérios da Saúde e do Planeamento confirmam a irresponsabilidade da gestão de António Costa e dos seus parceiros PCP e BE. Para o Ministro da Saúde e para o Ministro das infraestruturas, que sempre que a situação “aperta” manda avançar o seu Secretário de Estado, tal como para Catarina Martins, todos os problemas não passam de “manipulação da oposição”. Antes fosse, se isso significasse que os portugueses tinham cuidados de saúde a tempo e transportes eficazes.

Apetece perguntar: será que mesmo em pleno período da troika e de resgate financeiro, alguma vez o Estado Social ou os serviços públicos estiveram assim?

Lentamente a máscara do Governo da Geringonça começava a cair, mas com a chegada do Verão colapsou por completo. Se as baixas temperaturas ajudaram a disfarçar a atrasada preparação da época de incêndios, a chegada do calor expôs a falta de investimento na ferrovia, nos transportes públicos e na saúde.

Neste ponto alguns leitores dirão que a falta de investimento na ferrovia é crónica e nisso têm razão. É suposto que a “estrutura” aguente o adiar de certos investimentos por dois ou três anos em alturas de crise, mas colapsam se isso se prolongar muito mais tempo. Após o fim do resgate e a consequente saída da troika era suposto ter sido retomado o investimento público, que até o foi em 2014 e em 2015, em sectores fundamentais como os transportes públicos ou o SNS. Mas o que fizeram António Costa e Pedro Marques? Recuaram ainda mais e adiaram até 2021 investimentos na ferrovia que eram urgentes já em 2015 e apertaram ainda mais a liquidez dos hospitais, impediram serviços públicos de contratar recursos e assim atrasaram a real recuperação do país.

António Costa e Pedro Marques colocaram na gaveta um plano de investimentos preparado pelo ex-Presidente da CP, Manuel Queiró, que passava pela aquisição de material circulante novo para a CP mas também pelo aluguer de equipamento que pudesse suprimir as falhas existentes e que se previam a curto prazo. Havia uma estratégia que previa ações de curto e de médio/longo prazo, mas o Governo atual adiou tudo.

Nada do que está a acontecer na ferrovia é uma surpresa para estas empresas públicas. Há vários anos que quem estuda estas matérias dentro da CP e da REFER, da Infraestruturas de Portugal, sabia que este dia estava próximo. Não foi por falta de alerta, foi sim pela falta de investimento recente que só pode ser assacado a Pedro Marques e a António Costa com a complacência de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa. O concurso para aquisição de material circulante para a CP está no Ministério desde outubro do ano passado e já foi emagrecido tendo sido abortada a compra de comboios para o longo curso. Centeno ou Pedro Marques adiaram a contratação de pessoal para EMEF com claros danos na manutenção.

Se hoje os comboios colapsam a responsabilidade é inteiramente de Pedro Marques e é o próprio que o confessa pois, como lembra um artigo do “Público” de 27 de Julho “numa resposta enviada por escrito” ao PCP há dois anos sobre o material circulante (comboios /carruagens) o próprio Ministro do Planeamento e Infraestruturas admite que “optou por não dar andamento à intenção do anterior executivo de privilegiar e perpetuar a solução de aluguer de material circulante” cancelando o aluguer previsto de equipamento a Espanha. Para saberem mais sobre todo este processo sugiro a leitura do texto publicado uns dias depois também no “Público” que nos diz muito sobre a atuação da tutela. Acrescento apenas que não acredito, ao contrário do que escreve o jornalista, que se tratasse de uma tentativa de privatizar, mas sim de pura irresponsabilidade política.

Veja-se o exemplo mais recentemente do INEM. Com quatro operadores em alguns períodos do serviço os tempos de espera aumentam e provavelmente a qualidade das respostas que os operadores vão dando perde eficácia face ao que seria desejado. Espero que se averigue, mas provavelmente os seis jovens feridos em Estremoz não terão tido o apoio mais eficaz por parte do serviço 112. É por causa dos operacionais? Claro que não, com brio estes ainda vão disfarçando a falta de recursos humanos, mas sem gente suficiente é impossível prestar um serviço irrepreensível.

O colapso dos serviços da responsabilidade dos Ministérios da Saúde e do Planeamento confirmam a irresponsabilidade da gestão de António Costa e dos seus parceiros PCP e BE. Para o Ministro da Saúde e para o Ministro das infraestruturas, que sempre que a situação “aperta” manda avançar o seu Secretário de Estado, tal como para Catarina Martins, todos os problemas não passam de “manipulação da oposição”. Antes fosse, se isso significasse que os portugueses tinham cuidados de saúde a tempo e transportes eficazes.

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