Marques Mendes: António Costa “está a colocar todos os potenciais sucessores no palco”

18-06-2019
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A remodelação do Governo serviu para que os potenciais sucessores de António Costa ganhassem palco. E quem lhes deu o palco foi o próprio primeiro-ministro. A opinião é do comentador político Luís Marques Mendes.

“António Costa, a pouco e pouco, está a dar palco pesado a todos aqueles que podem vir a ser os seus sucessores. Está a colocar todos os potenciais sucessores no palco”, declarou Marques Mendes no habitual comentário de domingo na SIC. “Está, digamos assim, a colocá-los todos ali. A dar-lhes palco. E, a partir dali, eles que se entendem”, concretiza.

E quem são? Desde logo, Fernando Medina, seu sucessor na Câmara Municipal de Lisboa, que António Costa tem vindo a “apoiar permanentemente”. Há também Pedro Marques, “que saiu para o Parlamento Europeu e, se ganhar as eleições, fica com grande estatuto”.

Há ainda Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS. “Acho que vai ser ministra a partir de Outubro próximo”, caso o Partido Socialista consiga ter condições para formar Governo. Só não foi agora para o Executivo, disse, porque precisa de ajudar o partido nas eleições europeias, em Maio, e legislativas.

E há, depois, Pedro Nuno Santos, o até aqui secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares que passou, na remodelação anunciada este domingo, a ministro das Infraestruturas e Habitação. Aliás, sobre essa decisão, disse mesmo que “esta é a remodelação de Pedro Nuno Santos”, por passar a ser um “superministro, com competências enormes”, e que poderá vir a beneficiar do investimento público promovido pelos fundos europeus.

Remodelação em “circuito fechado”

Para o comentador, a remodelação, cujo elenco resultante vai tomar posse segunda-feira, é “em circuito fechado”. “É tudo prata da casa, embora seja prata de qualidade”. As novidades – com Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva e Nelson de Souza a transitarem de secretários de Estado a ministros – vêm de dentro “do núcleo duro do PS”. “O Governo fica mais fechado, mas mais coeso”. Preparado para o “combate político” pré-eleitoral, considera.

Para o antigo líder social-democrata, a remodelação no Governo socialista, e apoiado pelo BE, PCP e PEV, mostra uma “viragem à esquerda”. “A ala esquerda ganha mais peso”, diz, lembrando, nesse campo, ainda a integração de Duarte Cordeiro na secretaria de Estado Adjunto do primeiro-ministro e dos Assuntos Parlamentares.

Moção de censura a PSD e Aliança

À direita do espectro político, Marques Mendes referiu-se, no comentário na SIC, à moção de censura do CDS, que considerou não ter “sentido útil”, ao contrário da que foi apresentada em 2017, no pós-incêndios.

“Acho que isto tem muito pouco que ver com o país, tem muito que ver com a competição para saber, entre o PSD, CDS e Aliança, quem faz mais oposição ao Governo, quem lidera a oposição”, comentou Marques Mendes.

Assunção Cristas, em entrevista ao Expresso, deu isso mesmo a entender: “Dizer que sou a líder da oposição é factual”.

“Não é uma moção de censura ao Governo. É uma moção de censura ao PSD e ao Aliança”, concluiu Marques Mendes.

Carlos Costa na CGD é mais grave que BES. Pode ter de sair

O comentário de Marques Mendes na SIC cobriu ainda o tema de Carlos Costa e o seu papel enquanto administrador da CGD, entre 2004 e 2006. A revista Sábado elencou operações de concessão de créditos problemáticos em que esteve envolvido e que, para Marques Mendes, “são mais graves do que as críticas que fizeram por causa do BES e Novo Banco”. “Se as informações que vieram a público forem verdadeiras, acho que tem de sair”, disse.

Contudo, o Expresso avançou com o facto de Carlos Costa estar a preparar a sua defesa perante os órgãos internos de Ética no Banco de Portugal e no Banco Central Europeu. O que faz crer haver dados contraditórios, pelo que, havendo dúvidas, Carlos Costa deveria esclarecer já tudo. “Não deve esperar pela comissão de inquérito. Se não deve, não teme”, atirou.

A remodelação do Governo serviu para que os potenciais sucessores de António Costa ganhassem palco. E quem lhes deu o palco foi o próprio primeiro-ministro. A opinião é do comentador político Luís Marques Mendes.

“António Costa, a pouco e pouco, está a dar palco pesado a todos aqueles que podem vir a ser os seus sucessores. Está a colocar todos os potenciais sucessores no palco”, declarou Marques Mendes no habitual comentário de domingo na SIC. “Está, digamos assim, a colocá-los todos ali. A dar-lhes palco. E, a partir dali, eles que se entendem”, concretiza.

E quem são? Desde logo, Fernando Medina, seu sucessor na Câmara Municipal de Lisboa, que António Costa tem vindo a “apoiar permanentemente”. Há também Pedro Marques, “que saiu para o Parlamento Europeu e, se ganhar as eleições, fica com grande estatuto”.

Há ainda Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS. “Acho que vai ser ministra a partir de Outubro próximo”, caso o Partido Socialista consiga ter condições para formar Governo. Só não foi agora para o Executivo, disse, porque precisa de ajudar o partido nas eleições europeias, em Maio, e legislativas.

E há, depois, Pedro Nuno Santos, o até aqui secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares que passou, na remodelação anunciada este domingo, a ministro das Infraestruturas e Habitação. Aliás, sobre essa decisão, disse mesmo que “esta é a remodelação de Pedro Nuno Santos”, por passar a ser um “superministro, com competências enormes”, e que poderá vir a beneficiar do investimento público promovido pelos fundos europeus.

Remodelação em “circuito fechado”

Para o comentador, a remodelação, cujo elenco resultante vai tomar posse segunda-feira, é “em circuito fechado”. “É tudo prata da casa, embora seja prata de qualidade”. As novidades – com Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva e Nelson de Souza a transitarem de secretários de Estado a ministros – vêm de dentro “do núcleo duro do PS”. “O Governo fica mais fechado, mas mais coeso”. Preparado para o “combate político” pré-eleitoral, considera.

Para o antigo líder social-democrata, a remodelação no Governo socialista, e apoiado pelo BE, PCP e PEV, mostra uma “viragem à esquerda”. “A ala esquerda ganha mais peso”, diz, lembrando, nesse campo, ainda a integração de Duarte Cordeiro na secretaria de Estado Adjunto do primeiro-ministro e dos Assuntos Parlamentares.

Moção de censura a PSD e Aliança

À direita do espectro político, Marques Mendes referiu-se, no comentário na SIC, à moção de censura do CDS, que considerou não ter “sentido útil”, ao contrário da que foi apresentada em 2017, no pós-incêndios.

“Acho que isto tem muito pouco que ver com o país, tem muito que ver com a competição para saber, entre o PSD, CDS e Aliança, quem faz mais oposição ao Governo, quem lidera a oposição”, comentou Marques Mendes.

Assunção Cristas, em entrevista ao Expresso, deu isso mesmo a entender: “Dizer que sou a líder da oposição é factual”.

“Não é uma moção de censura ao Governo. É uma moção de censura ao PSD e ao Aliança”, concluiu Marques Mendes.

Carlos Costa na CGD é mais grave que BES. Pode ter de sair

O comentário de Marques Mendes na SIC cobriu ainda o tema de Carlos Costa e o seu papel enquanto administrador da CGD, entre 2004 e 2006. A revista Sábado elencou operações de concessão de créditos problemáticos em que esteve envolvido e que, para Marques Mendes, “são mais graves do que as críticas que fizeram por causa do BES e Novo Banco”. “Se as informações que vieram a público forem verdadeiras, acho que tem de sair”, disse.

Contudo, o Expresso avançou com o facto de Carlos Costa estar a preparar a sua defesa perante os órgãos internos de Ética no Banco de Portugal e no Banco Central Europeu. O que faz crer haver dados contraditórios, pelo que, havendo dúvidas, Carlos Costa deveria esclarecer já tudo. “Não deve esperar pela comissão de inquérito. Se não deve, não teme”, atirou.

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