“Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”: as reações dos deputados à carta que Berardo enviou a Ferro Rodrigues – Observador

07-07-2019
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Joe Berardo pede a intervenção de Ferro Rodrigues naquilo que considera ter sido um "julgamento popular". Partidos dizem que comendador não devia ter divulgado carta. Falam em "falta de respeito".

“Manobra de distração”, “falta de bom senso” e até “ensaio de vitimização”. As palavras e expressões utilizadas são duras e os parlamentares que as disseram não se escondem: para PS, PSD, CDS e PCP a carta enviada por Joe Berardo a Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, é mais uma afronta aos portugueses e não vai merecer consideração dos partidos.

Para começar, defende Duarte Pacheco, do PSD, Berardo “nunca devia ter tornado público o conteúdo do que enviou a Ferro Rodrigues”. Berardo queixa-se na missiva de ter sido maltratado na comissão de 10 de maio e pede a intervenção do Presidente da Assembleia da República. “Se havia queixas e se queria escrever ao segundo titular do Estado, tem de se ter o bom senso e reserva”, defende o deputado. Duarte Pacheco fala ainda em “falta de decoro”.

show more

Já para João Paulo Correia, do PS, o papel de vítima não fica bem a Berardo.“Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”, lançou. “(A carta) não passa de uma manobra de distração perante as autoridades judiciais e Berardo não vai contar com o PS para isso”, acrescenta João Paulo Correia.

O esquerdista do PCP Duarte Alves também fala em “papel de vítima” e lembra o dia do inquérito ao empresário. “Berardo já fez o ensaio de vitimização na comissão e não conseguiu impor essa estratégia. (O PCP) não vai contribuir para essa estratégia”, afirma Duarte Alves.

Cecília Meireles, do CDS, é mais sucinta e, para a deputada, uma palavra basta para descrever a carta: “autoexplicativa”.

E Eduardo Ferro Rodrigues? O que tem a dizer, afinal, o destinatário da carta sobre a mesma? “Li a carta e respondi”, revela o Presidente da Assembleia da República. Ferro Rodrigues diz no entanto que “o conteúdo da carta foi divulgado” antes de o próprio a ler, confirmando assim o que já tinha sido noticiado pelo Eco.

Na resposta a Berardo, segundo uma nota enviada à agência Lusa, José Berardo foi ainda “informado de que, nos termos legais e regimentais, não pode o presidente da Assembleia da República interferir no funcionamento das comissões parlamentares de inquérito”, uma vez que estas “exercem a sua atividade com total independência, dentro do quadro legal em que foram constituídas”, e gozam dos “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei e na Constituição da República”.

Queixa ao Ministério Público

Acresce que, para além das críticas à carta, os deputados já tinha informado que vão fazer queixa de Berardo ao Ministério Público. O motivo? “Claro delito de desobediência”, referem. Os deputados dizem que a Associação Coleção Berardo, ligada ao empresário, não enviou à comissão parlamentar de inquérito informação satisfatória sobre as mudanças de estatutos que fizeram com que a Caixa Geral de Depósitos e os outros bancos perdessem poder na associação que é dona das obras de arte.

Joe Berardo pede a intervenção de Ferro Rodrigues naquilo que considera ter sido um "julgamento popular". Partidos dizem que comendador não devia ter divulgado carta. Falam em "falta de respeito".

“Manobra de distração”, “falta de bom senso” e até “ensaio de vitimização”. As palavras e expressões utilizadas são duras e os parlamentares que as disseram não se escondem: para PS, PSD, CDS e PCP a carta enviada por Joe Berardo a Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, é mais uma afronta aos portugueses e não vai merecer consideração dos partidos.

Para começar, defende Duarte Pacheco, do PSD, Berardo “nunca devia ter tornado público o conteúdo do que enviou a Ferro Rodrigues”. Berardo queixa-se na missiva de ter sido maltratado na comissão de 10 de maio e pede a intervenção do Presidente da Assembleia da República. “Se havia queixas e se queria escrever ao segundo titular do Estado, tem de se ter o bom senso e reserva”, defende o deputado. Duarte Pacheco fala ainda em “falta de decoro”.

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Já para João Paulo Correia, do PS, o papel de vítima não fica bem a Berardo.“Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”, lançou. “(A carta) não passa de uma manobra de distração perante as autoridades judiciais e Berardo não vai contar com o PS para isso”, acrescenta João Paulo Correia.

O esquerdista do PCP Duarte Alves também fala em “papel de vítima” e lembra o dia do inquérito ao empresário. “Berardo já fez o ensaio de vitimização na comissão e não conseguiu impor essa estratégia. (O PCP) não vai contribuir para essa estratégia”, afirma Duarte Alves.

Cecília Meireles, do CDS, é mais sucinta e, para a deputada, uma palavra basta para descrever a carta: “autoexplicativa”.

E Eduardo Ferro Rodrigues? O que tem a dizer, afinal, o destinatário da carta sobre a mesma? “Li a carta e respondi”, revela o Presidente da Assembleia da República. Ferro Rodrigues diz no entanto que “o conteúdo da carta foi divulgado” antes de o próprio a ler, confirmando assim o que já tinha sido noticiado pelo Eco.

Na resposta a Berardo, segundo uma nota enviada à agência Lusa, José Berardo foi ainda “informado de que, nos termos legais e regimentais, não pode o presidente da Assembleia da República interferir no funcionamento das comissões parlamentares de inquérito”, uma vez que estas “exercem a sua atividade com total independência, dentro do quadro legal em que foram constituídas”, e gozam dos “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei e na Constituição da República”.

Queixa ao Ministério Público

Acresce que, para além das críticas à carta, os deputados já tinha informado que vão fazer queixa de Berardo ao Ministério Público. O motivo? “Claro delito de desobediência”, referem. Os deputados dizem que a Associação Coleção Berardo, ligada ao empresário, não enviou à comissão parlamentar de inquérito informação satisfatória sobre as mudanças de estatutos que fizeram com que a Caixa Geral de Depósitos e os outros bancos perdessem poder na associação que é dona das obras de arte.

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