Pedrogão Grande: António Costa e os seus Baskerville Hounds

02-09-2019
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No dia em que a morte ceifou Pedrogão Grande foram ditas muitas bodegas excepto a verdade. Contudo, fiquei a saber que noventa e oito (98) por cento da floresta nacional é propriedade privada cuja massa combustível (folhagem e ramagem seca) é o principal rastilho dos fogos e, para piorar a desgraça colectiva, a maioria dos donos não obedece à regra que estipula que as árvores devam ser plantadas a 10 metros para além da estrada e que entre cada árvore deva existir um intervalo de quatro (4) metros.

Soube também que seria aconselhável que os proprietários se associassem a uma organização de gestão florestal e que muitos não o fazem por não ser financeiramente vantajoso. Ouvi ainda um comentador irado na SIC a advogar a nacionalização dos terrenos das pessoas que negligenciam a sua mata, numa espécie de “a terra a quem a trabalha”.

É claro que o despropósito do colectivismo está fora de questão, mas o que as autoridades locais podem fazer é ir aos tribunais obter mandatos judiciais para fazer cumprir a lei; devendo, por sua vez, o Parlamento revisitar a lei florestal e inequivocamente reforçá-la para que se puna severamente os proprietários que desprezem o bem estar físico, psicológico e material do colectivo.

Quanto ao associarem-se a esta ou aquela organização cada um é livre de o fazer ou não, porém ficará legalmente obrigado a manter o seu espaço limpo sob pena de pagar uma multa correspondente a cinquenta (50%) por cento do valor do terreno. Por último, os restantes dois (2%) por cento de floresta pertencente ao Estado terá de ser obrigatoriamente limpa pelos desempregados que estejam a subsídios.

Mas afinal, o quê e quem matou 64 vítimas e feriu outras 200 pessoas em Pedrogão Grande?

Fogo posto?
Alteração momentânea do clima?
Uma árvore vítima de trovoada seca?
Incompetência governamental?  

Ninguém está interessado, incompreensivelmente varreu-se da memória o inferno florestal vivido no ano passado em Portugal Continental e Ilha da Madeira. Neste país, o desgaste emocional, a perda física e a corrosão do capital florestal é inusitadamente resolvido da seguinte forma: o presidente da república afectuosamente abraça e consola um qualquer secretário de estado que esteja ao seu alcance, ao mesmo tempo que destila reflexões filosófico-religiosas; a ministra da Administração Interna, Connie Urbano de Sousa, tal qual uma baby frágil, afastava com o dedinho as águas salgadas que lhe saltavam das órbitas oculares: coitadinha!

O primeiro embate como todos vimos foi o reality show da parolice; seguidamente é a desresponsabilização no seu melhor: investiguem este ou aquele departamento; vejam se o GNR e o bombeiro que afirmaram que o tal SIRESP falhou, estão perto da reforma ou se há algo obscuro contra eles, e obriguem-nos a vir dizer que se enganaram e que o sistema estava aux point; Connie Urbano de Sousa não se demite porque ela é eficaz, tem a confiança de António Costa, tal como confiou no ministro das finanças, quando mentiu no caso da Caixa Geral.

“Constança, querida, a sua demissão é uma obrigatoriedade justificada, não é uma questão pessoal, if you will, é uma questão de falta de coordenação no sector por si chefiado; right?”

Num outro governo socialista, o ex-ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, demitiu-se em 2001, na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro, em Castelo de Paiva. Portanto, segundo as suas palavras no DN/TSF “iria satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos” a Connie está a afirmar que Jorge Coelho ao demitir-se não foi um homem íntegro, conhecedor da ética política e com um elevado sentido de solidariedade humana ao sentir empatia com as famílias das vítimas que foram engolidas pelas águas do Douro...

O governo de António Costa está a cuspir no sofrimento de todos os portugueses, porque quando há um incêndio todos nós de norte a sul, incluindo os emigrantes, descabelamo-nos emocionalmente e aqueles que perdem familiares ficam traumatizados. A propósito de trauma, que raio de história foi aquela de se discutir na praça pública o acompanhamento psicológico aos sobreviventes de Pedrogão? Achei descabido visto que numa situação daquela magnitude, a parva que se intitula Ministra da Administração Interna, a tal Constança Urbano de Sousa, deveria ter pegado no telefone e convocado a Ordem dos Psicólogos para enviar os seus associados ao local do sinistro, ponto final.

Recebi vários telefonemas de condolências e solidariedade por parte dos meus palls e, ao analisarmos a ocorrência em Pedrogão Grande, um deles advertiu-me para que as autoridades verificassem as câmaras de vigilância desde as fronteiras com Espanha. Fartei-me de rir porque nem sabia da existência de tais dispositivos em Portugal.

Um outro dominado pela ansiedade alegou que ao analisar o asfalto, numas imagens que lhe chegaram às mãos, o alcatrão sugeria que as pessoas tivessem morrido calcinadas vivas; retorqui que os médicos haviam afirmado ausência de sofrimento atroz devido à inalação de dióxido de carbono, ele esclareceu que se assim fosse as portas dos carros estariam abertas e a disposição dos carros seria diversa da que se vê nas imagens; acrescentou ainda que a mossa e a ondulação no piso indicavam contacto com algo metálico extremamente potente. Secundando Paul, o Mason referiu-se também às câmaras de vigilância, porque o tal aparelho foi deliberadamente introduzido e testado em Portugal.

Ao embater no alcatrão imobilizou magneticamente as viaturas, impossibilitando a fuga das pessoas ao mesmo tempo que destruía a floresta que é a maior fonte de oxigénio; um bem económico e o sustento de muitas famílias. Eu retorqui dizendo que as autoridades periciais haviam declarado uma árvore apanhada por trovoada seca como o ground zero. Disse “I beg to differ, the tar in PG is the ground Zero; check the cameras ; do you understand?”

Seja como for, o povo tem de exigir que quatrocentos e oitenta e cinco milhões e quinhentos mil (485.500.000) Euros que foram pagos pelo SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) devam ser devolvidos para que o país mande colocar em órbita um Satélite de vigilância e prevenção dos fogos em território nacional; a árvore que foi a causadora da catástrofe de Pedrogão Grande tem de ser exibida ao povo; o governo de António Costa deve ser responsabilizado pelos 200 feridos e pelas 64 mortes se nenhuma acção digna for tomada nos próximos dias.

António Costa, embora regresse somente em Agosto, estarei atenta aos teus “moves”.

Até Agosto

P.S: Deputado Fernando Negrão não fique agastado por o PS não ter convocado o PSD para a discussão do pacote de medidas para a floresta: porque não passará disso mesmo: uma discussão. O faux-pas de Pedro Passos Coelho, não passou de um pequeno vazamento da verdade; e além do mais já fez o seu acto de contrição; por isso Monsieur Costa António écoutez-moi: noblesse oblige et a ce point lá, vous êtes dans la merde; como tal, é aconselhável que recolha os seus Baskerville hounds das redes sociais.  

(Imagem: Fogo em Pedrogão Grande - RTP/Google Imagens)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

No dia em que a morte ceifou Pedrogão Grande foram ditas muitas bodegas excepto a verdade. Contudo, fiquei a saber que noventa e oito (98) por cento da floresta nacional é propriedade privada cuja massa combustível (folhagem e ramagem seca) é o principal rastilho dos fogos e, para piorar a desgraça colectiva, a maioria dos donos não obedece à regra que estipula que as árvores devam ser plantadas a 10 metros para além da estrada e que entre cada árvore deva existir um intervalo de quatro (4) metros.

Soube também que seria aconselhável que os proprietários se associassem a uma organização de gestão florestal e que muitos não o fazem por não ser financeiramente vantajoso. Ouvi ainda um comentador irado na SIC a advogar a nacionalização dos terrenos das pessoas que negligenciam a sua mata, numa espécie de “a terra a quem a trabalha”.

É claro que o despropósito do colectivismo está fora de questão, mas o que as autoridades locais podem fazer é ir aos tribunais obter mandatos judiciais para fazer cumprir a lei; devendo, por sua vez, o Parlamento revisitar a lei florestal e inequivocamente reforçá-la para que se puna severamente os proprietários que desprezem o bem estar físico, psicológico e material do colectivo.

Quanto ao associarem-se a esta ou aquela organização cada um é livre de o fazer ou não, porém ficará legalmente obrigado a manter o seu espaço limpo sob pena de pagar uma multa correspondente a cinquenta (50%) por cento do valor do terreno. Por último, os restantes dois (2%) por cento de floresta pertencente ao Estado terá de ser obrigatoriamente limpa pelos desempregados que estejam a subsídios.

Mas afinal, o quê e quem matou 64 vítimas e feriu outras 200 pessoas em Pedrogão Grande?

Fogo posto?
Alteração momentânea do clima?
Uma árvore vítima de trovoada seca?
Incompetência governamental?  

Ninguém está interessado, incompreensivelmente varreu-se da memória o inferno florestal vivido no ano passado em Portugal Continental e Ilha da Madeira. Neste país, o desgaste emocional, a perda física e a corrosão do capital florestal é inusitadamente resolvido da seguinte forma: o presidente da república afectuosamente abraça e consola um qualquer secretário de estado que esteja ao seu alcance, ao mesmo tempo que destila reflexões filosófico-religiosas; a ministra da Administração Interna, Connie Urbano de Sousa, tal qual uma baby frágil, afastava com o dedinho as águas salgadas que lhe saltavam das órbitas oculares: coitadinha!

O primeiro embate como todos vimos foi o reality show da parolice; seguidamente é a desresponsabilização no seu melhor: investiguem este ou aquele departamento; vejam se o GNR e o bombeiro que afirmaram que o tal SIRESP falhou, estão perto da reforma ou se há algo obscuro contra eles, e obriguem-nos a vir dizer que se enganaram e que o sistema estava aux point; Connie Urbano de Sousa não se demite porque ela é eficaz, tem a confiança de António Costa, tal como confiou no ministro das finanças, quando mentiu no caso da Caixa Geral.

“Constança, querida, a sua demissão é uma obrigatoriedade justificada, não é uma questão pessoal, if you will, é uma questão de falta de coordenação no sector por si chefiado; right?”

Num outro governo socialista, o ex-ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, demitiu-se em 2001, na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro, em Castelo de Paiva. Portanto, segundo as suas palavras no DN/TSF “iria satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos” a Connie está a afirmar que Jorge Coelho ao demitir-se não foi um homem íntegro, conhecedor da ética política e com um elevado sentido de solidariedade humana ao sentir empatia com as famílias das vítimas que foram engolidas pelas águas do Douro...

O governo de António Costa está a cuspir no sofrimento de todos os portugueses, porque quando há um incêndio todos nós de norte a sul, incluindo os emigrantes, descabelamo-nos emocionalmente e aqueles que perdem familiares ficam traumatizados. A propósito de trauma, que raio de história foi aquela de se discutir na praça pública o acompanhamento psicológico aos sobreviventes de Pedrogão? Achei descabido visto que numa situação daquela magnitude, a parva que se intitula Ministra da Administração Interna, a tal Constança Urbano de Sousa, deveria ter pegado no telefone e convocado a Ordem dos Psicólogos para enviar os seus associados ao local do sinistro, ponto final.

Recebi vários telefonemas de condolências e solidariedade por parte dos meus palls e, ao analisarmos a ocorrência em Pedrogão Grande, um deles advertiu-me para que as autoridades verificassem as câmaras de vigilância desde as fronteiras com Espanha. Fartei-me de rir porque nem sabia da existência de tais dispositivos em Portugal.

Um outro dominado pela ansiedade alegou que ao analisar o asfalto, numas imagens que lhe chegaram às mãos, o alcatrão sugeria que as pessoas tivessem morrido calcinadas vivas; retorqui que os médicos haviam afirmado ausência de sofrimento atroz devido à inalação de dióxido de carbono, ele esclareceu que se assim fosse as portas dos carros estariam abertas e a disposição dos carros seria diversa da que se vê nas imagens; acrescentou ainda que a mossa e a ondulação no piso indicavam contacto com algo metálico extremamente potente. Secundando Paul, o Mason referiu-se também às câmaras de vigilância, porque o tal aparelho foi deliberadamente introduzido e testado em Portugal.

Ao embater no alcatrão imobilizou magneticamente as viaturas, impossibilitando a fuga das pessoas ao mesmo tempo que destruía a floresta que é a maior fonte de oxigénio; um bem económico e o sustento de muitas famílias. Eu retorqui dizendo que as autoridades periciais haviam declarado uma árvore apanhada por trovoada seca como o ground zero. Disse “I beg to differ, the tar in PG is the ground Zero; check the cameras ; do you understand?”

Seja como for, o povo tem de exigir que quatrocentos e oitenta e cinco milhões e quinhentos mil (485.500.000) Euros que foram pagos pelo SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) devam ser devolvidos para que o país mande colocar em órbita um Satélite de vigilância e prevenção dos fogos em território nacional; a árvore que foi a causadora da catástrofe de Pedrogão Grande tem de ser exibida ao povo; o governo de António Costa deve ser responsabilizado pelos 200 feridos e pelas 64 mortes se nenhuma acção digna for tomada nos próximos dias.

António Costa, embora regresse somente em Agosto, estarei atenta aos teus “moves”.

Até Agosto

P.S: Deputado Fernando Negrão não fique agastado por o PS não ter convocado o PSD para a discussão do pacote de medidas para a floresta: porque não passará disso mesmo: uma discussão. O faux-pas de Pedro Passos Coelho, não passou de um pequeno vazamento da verdade; e além do mais já fez o seu acto de contrição; por isso Monsieur Costa António écoutez-moi: noblesse oblige et a ce point lá, vous êtes dans la merde; como tal, é aconselhável que recolha os seus Baskerville hounds das redes sociais.  

(Imagem: Fogo em Pedrogão Grande - RTP/Google Imagens)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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