ESPUMADAMENTE: Já não dava mais...

01-09-2019
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Não conheço Constança Urbano de Sousa de lado nenhum, mas confesso
que achava suspeito aquele ar desolado e a pender para o trágico que ela apresentava
nas suas aparições. Custava-me a acreditar que a teimosia em não se demitir
fosse genuína.

A carta de demissão publicada no Expresso revela que a mulher
não era assim tão estúpida e que tudo remetia para o calibre de uma criatura
como Costa. Um biltre. Um tipo sem carácter e com as barbas a arder por ser o
responsável pela nomeação de uma colecção de patetas que percebem tanto de
protecção civil como eu de ponto cruz e que haviam sido nomeados por ele, não por
Constança. Ainda ontem ou anteontem, Costa afirmava sobranceiro  que a demissão de Constança seria uma infantilidade.

As tragédias deste Verão/Outono não são o azar de Costa. São
o azar de quem morreu, o azar de quem perdeu familiares, haveres, tudo. Esses
são os verdadeiros azarados, por causa das trafulhices partidárias de Costa
que, esse sim, se tivesse aquilo que sabemos que não tem – vergonha,
apresentaria desde já a sua demissão.

Não sei bem o que se vai passar. Não confio totalmente em
Marcelo e peço desculpa se me enganei. Mas acho que a firmeza de ontem não joga
muito com os seus ziguezagues recentes. Posso estar enganado e, se estiver,
penitenciar-me-ei com sinceridade. Mas acho isto tudo esquisito. O homem zanga-se,
troca as selfies por uma “reprimenda” (termo usado por António Vitorino, ontem),
Constança demite-se, os figurantes canhotos votam contra a moção de censura e
fica tudo na mesma.

E acho que não devia ficar tudo na mesma. Marcelo teria razões
fortes para dissolver a Assembleia e acabar com esta marmelada de um gripo de
gente amoral que não tem qualquer noção de competência ou de sentido de Estado.
E depois venham as eleições. E se o PS ganhar outra vez, espero bem que lá
entre eles arranjem maneira de extirpar meia dúzia de furúnculos que continuam
a infectar um Partido que, apesar de tudo, há-de ter gente decente.

*

*

Etiquetas: a cena do costume, ai Portugal, António Costa., incêndios

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Não conheço Constança Urbano de Sousa de lado nenhum, mas confesso
que achava suspeito aquele ar desolado e a pender para o trágico que ela apresentava
nas suas aparições. Custava-me a acreditar que a teimosia em não se demitir
fosse genuína.

A carta de demissão publicada no Expresso revela que a mulher
não era assim tão estúpida e que tudo remetia para o calibre de uma criatura
como Costa. Um biltre. Um tipo sem carácter e com as barbas a arder por ser o
responsável pela nomeação de uma colecção de patetas que percebem tanto de
protecção civil como eu de ponto cruz e que haviam sido nomeados por ele, não por
Constança. Ainda ontem ou anteontem, Costa afirmava sobranceiro  que a demissão de Constança seria uma infantilidade.

As tragédias deste Verão/Outono não são o azar de Costa. São
o azar de quem morreu, o azar de quem perdeu familiares, haveres, tudo. Esses
são os verdadeiros azarados, por causa das trafulhices partidárias de Costa
que, esse sim, se tivesse aquilo que sabemos que não tem – vergonha,
apresentaria desde já a sua demissão.

Não sei bem o que se vai passar. Não confio totalmente em
Marcelo e peço desculpa se me enganei. Mas acho que a firmeza de ontem não joga
muito com os seus ziguezagues recentes. Posso estar enganado e, se estiver,
penitenciar-me-ei com sinceridade. Mas acho isto tudo esquisito. O homem zanga-se,
troca as selfies por uma “reprimenda” (termo usado por António Vitorino, ontem),
Constança demite-se, os figurantes canhotos votam contra a moção de censura e
fica tudo na mesma.

E acho que não devia ficar tudo na mesma. Marcelo teria razões
fortes para dissolver a Assembleia e acabar com esta marmelada de um gripo de
gente amoral que não tem qualquer noção de competência ou de sentido de Estado.
E depois venham as eleições. E se o PS ganhar outra vez, espero bem que lá
entre eles arranjem maneira de extirpar meia dúzia de furúnculos que continuam
a infectar um Partido que, apesar de tudo, há-de ter gente decente.

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