temposmodernos

25-04-2019
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Ana Sá Lopes tem-se rendido ao termo partidário geringonça com que o seu jornal (o i) e os apoiantes do PSD e do CDS-PP se referem ao Governo de António Costa viabilizado pela esquerda parlamentar. Tinha obrigação (e experiência) de pensar melhor na escolha semântica política e nos seus efeitos.

Hoje não falou de geringonças. Fez antes uma pergunta acerca do paradeiro da ministra da Administração Interna, o que fará algum sentido. Só que na explanação da ideia estampava-se um bocadinho:

Se Ana Sá Lopes se preocupa com a falta de supervisão política de topo, a conversa é uma. Se se encanita com a falta de um suplente, então aí devia ver mais televisão.

É que já teria topado com Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, a falar acerca dos incêndios em vários canais televisivos. Se a cabeça politica do Ministério não se mostrou, já não se pode considerar que os responsáveis do sector tenham desaparecido do espaço publicado.

Outras questão passa pela eficácia dos governantes. Terá Jorge Gomes sido eficaz? Não sei, confesso. E, aqui entre nós, parece-me que Ana Sá Lopes - uma jornalista respeitável, que é injusto associar ao mau jornalismo português - também não saberá grande coisa da eficácia ou falta de eficácia da acção do secretário de Estado.

De qualquer modo, perguntar pelo paradeiro de Constança Urbano de Sousa faz menos sentido do que parece.

O problema dos incêndios é um problema do Ministério da Agricultura. Lugar onde o ministro da Agricultura Capoula Santos não está pela primeira vez e que foi ocupado nos quatro anos e meio antes dele por Assunção Cristas.

Verão após Verão, os fogos florestais repetem-se em Portugal com uma regularidade dramática. Perda de bens, perda de vidas, perda de memórias. Das outras vezes de Capoulas, já havia fogos. Havia fogos quando chegou e continuou a haver fogos depois de deixar a pasta.

A propósito dos incêndios, o comunista Vítor Dias repesca hoje uma intervenção do seu partido. Foi feita em 2003, já Sevinate Pinto, no Governo de Durão Barroso e Paulo Portas, substituíra Capoula Santos. Pelo resumo do que Agostinho Lopes então disse se percebe como parte das questões de há 13 anos eram já as mesmas,

Nos quatro anos e meio de Assunção Cristas na pasta das florestas prosseguiram os fogos. Aliás, o Verão de 2013, quando a ministra esteve de licença de maternidade, foi brutalmente mortal. Nesse ano, nove bombeiros perderam a vida no combate a incêndios florestais.

Como se recorda no Aventar, a hoje presidente do CDS-PP teve más ideias para a floresta portuguesa. Favoreceu, por exemplo, a monocultura do eucalipto - uma opção que entre outros defeitos facilita a propagação das chamas. Não se pode dizer que a herança deixada por Assunção Cristas tenha sido brilhante.

O problema é de ordenamento florestal e do território e não de meios e técnicas de combate. Marcelo Rebelo de Sousa tem razão. Não dá para encolher os ombros, nomear uma comissão, aguardar pelo próximo Verão e esperar que tudo volte a arder.

Ana Sá Lopes tem-se rendido ao termo partidário geringonça com que o seu jornal (o i) e os apoiantes do PSD e do CDS-PP se referem ao Governo de António Costa viabilizado pela esquerda parlamentar. Tinha obrigação (e experiência) de pensar melhor na escolha semântica política e nos seus efeitos.

Hoje não falou de geringonças. Fez antes uma pergunta acerca do paradeiro da ministra da Administração Interna, o que fará algum sentido. Só que na explanação da ideia estampava-se um bocadinho:

Se Ana Sá Lopes se preocupa com a falta de supervisão política de topo, a conversa é uma. Se se encanita com a falta de um suplente, então aí devia ver mais televisão.

É que já teria topado com Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, a falar acerca dos incêndios em vários canais televisivos. Se a cabeça politica do Ministério não se mostrou, já não se pode considerar que os responsáveis do sector tenham desaparecido do espaço publicado.

Outras questão passa pela eficácia dos governantes. Terá Jorge Gomes sido eficaz? Não sei, confesso. E, aqui entre nós, parece-me que Ana Sá Lopes - uma jornalista respeitável, que é injusto associar ao mau jornalismo português - também não saberá grande coisa da eficácia ou falta de eficácia da acção do secretário de Estado.

De qualquer modo, perguntar pelo paradeiro de Constança Urbano de Sousa faz menos sentido do que parece.

O problema dos incêndios é um problema do Ministério da Agricultura. Lugar onde o ministro da Agricultura Capoula Santos não está pela primeira vez e que foi ocupado nos quatro anos e meio antes dele por Assunção Cristas.

Verão após Verão, os fogos florestais repetem-se em Portugal com uma regularidade dramática. Perda de bens, perda de vidas, perda de memórias. Das outras vezes de Capoulas, já havia fogos. Havia fogos quando chegou e continuou a haver fogos depois de deixar a pasta.

A propósito dos incêndios, o comunista Vítor Dias repesca hoje uma intervenção do seu partido. Foi feita em 2003, já Sevinate Pinto, no Governo de Durão Barroso e Paulo Portas, substituíra Capoula Santos. Pelo resumo do que Agostinho Lopes então disse se percebe como parte das questões de há 13 anos eram já as mesmas,

Nos quatro anos e meio de Assunção Cristas na pasta das florestas prosseguiram os fogos. Aliás, o Verão de 2013, quando a ministra esteve de licença de maternidade, foi brutalmente mortal. Nesse ano, nove bombeiros perderam a vida no combate a incêndios florestais.

Como se recorda no Aventar, a hoje presidente do CDS-PP teve más ideias para a floresta portuguesa. Favoreceu, por exemplo, a monocultura do eucalipto - uma opção que entre outros defeitos facilita a propagação das chamas. Não se pode dizer que a herança deixada por Assunção Cristas tenha sido brilhante.

O problema é de ordenamento florestal e do território e não de meios e técnicas de combate. Marcelo Rebelo de Sousa tem razão. Não dá para encolher os ombros, nomear uma comissão, aguardar pelo próximo Verão e esperar que tudo volte a arder.

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