Bloco: “Os empecilhos da maioria absoluta” e a divisão entre “direita” e “povo socialista”

14-10-2019
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O momento do dia:

O comício de Coimbra na noite desta quinta-feira é uma nova mudança na caixa de velocidades do Bloco. Esta “sexta” podia ser de engrenagem manual, mas a forma como apareceu no discurso mais parece uma aceleração automática face aos discursos dos últimos dias. Embalado por sondagens que lhe dão mais uma força motriz extra, o BE já vinha ganhando rapidez e destreza. Em Coimbra passou mesmo à vertigem.

A frase:

“Não tenho ido a tantas feiras e mercados como os meus camaradas gostariam”

Catarina Martins, na feira de Famalicão, quando um jornalista a comparou (implicitamente) ao “Paulinho das Feiras”.

O personagem:

Nos chamados “cromos” de campanha talvez ainda nenhum tenha sido, nas andanças do Bloco na estrada, tão expressivo como o “homem dos pintainhos” que nesta quarta-feira se cruzou com Marisa Matias no mercado de Famalicão (onde acompanhava Catarina Martins). O homem transportava duas caixas com pintainhos, quando se cruzou com a eurodeputada. Lembrou a sua candidatura presidencial e até disse, espirituoso, que só faltava Marisa candidatar-se aos Globos de Ouro. Estando o homem a braços com várias caixas com pintainhos, a eurodeputada foi confrontada com um pedido de ajuda no transporte. Em tom aflito, Marisa retorquiu: “Eu ajudo-o, mas coitadinhos, estão presos!”. O homem dos pintainhos foi lesto na resposta: “Não és do PAN, caralho!”

A fotografia:

josé fernandes

Marisa Matias abriu as hostilidades. “As vidas das pessoas melhoram consideravelmente quando nos vemos livres dos empecilhos das maiorias absolutas”, disse a eurodeputada, no comício da noite desta quinta-feira, em Coimbra.

Depois da devolução ao PS daquele seu argumento (em que um dos vice-presidentes do grupo parlamentar reduzira o papel dos bloquistas nestes quatro anos ao de “empecilhos”), José Manuel Pureza, o cabeça de lista do BE pelo distrito, subiu a parada dos desafios ao Largo do Rato.

Logo no primeiro recado parecia haver uma indireta a alguém: “Não nos enganamos: sabemos que é a direita e não o povo socialista que vê no Bloco forte um inimigo a abater”, afirmou. Sem nomear qualquer destinatário, o recado é forçosamente dirigido a António Costa, que se tem destacado a metralhar o ainda parceiro de 'geringonça'.

Pelo meio, ainda foram os líderes do CDS e do PSD os visados. “Assunção Cristas e Rui Rio querem afastar o Bloco da determinação das políticas, porque sabem que é o Bloco que mais fortemente combaterá os interesses chorudos daqueles que a direita protege nas PPP da saúde”, disse Pureza, entre outros exemplos dados sobre as intenções dos líderes dos dois partidos da direita.

Por fim, lá veio nova alfinetada nos socialistas. Senão em todos, pelo menos naqueles que na cúpula do partido, como Augusto Santos Silva, veem no crescimento do Bloco um perigo. “Para a direita, qualquer voto a mais no Bloco será aquilo a que alguém chamou desmesurado”.

Nesta quinta-feira, Catarina Martins visitou a feira de Famalicão e foi lá que fez forte denúncia da evasão fiscal que aproveita, no seu entender, as grandes empresas portuguesas.

Estas, segundo um estudo académico agora tornado público, deixam de pagar anualmente 630 milhões de euros de IRC, através do recurso a offshores.

Tal valor de “imposto devido” dava “para quase cinco vezes de aumento extraordinário das pensões”, contabilizou a líder do Bloco..

No comício da noite voltou ao tema, como o faz habitualmente para recapitular a agenda do dia. Catarina quer “mais justiça fiscal e melhor distribuição de riqueza” e disse que “o voto no BE é o voto que combate o privilégio fiscal de quem tudo pode”.

Da parte da tarde, comentou Tancos. Concordou com o “timing” da reunião da comissão permanente, considerou “gravíssimo” que um ministro possa ter dito “mentiras” no Parlamento, sublinhou que o caso deve prosseguir na Justiça e que, depois disso, passará pelo Parlamento, estando BE disponível para apoiar nova comissão de inquérito.

As declarações foram feitas no final de uma visita ao Hospital dos Covões, em Coimbra, ao Centro de Medicina do Sono. Uma escolha de Catarina Martins que serviu para destacar uma unidade do Serviço Nacional de Saúde que é de “excelência”, distinguida no plano nacional e internacional.

O momento do dia:

O comício de Coimbra na noite desta quinta-feira é uma nova mudança na caixa de velocidades do Bloco. Esta “sexta” podia ser de engrenagem manual, mas a forma como apareceu no discurso mais parece uma aceleração automática face aos discursos dos últimos dias. Embalado por sondagens que lhe dão mais uma força motriz extra, o BE já vinha ganhando rapidez e destreza. Em Coimbra passou mesmo à vertigem.

A frase:

“Não tenho ido a tantas feiras e mercados como os meus camaradas gostariam”

Catarina Martins, na feira de Famalicão, quando um jornalista a comparou (implicitamente) ao “Paulinho das Feiras”.

O personagem:

Nos chamados “cromos” de campanha talvez ainda nenhum tenha sido, nas andanças do Bloco na estrada, tão expressivo como o “homem dos pintainhos” que nesta quarta-feira se cruzou com Marisa Matias no mercado de Famalicão (onde acompanhava Catarina Martins). O homem transportava duas caixas com pintainhos, quando se cruzou com a eurodeputada. Lembrou a sua candidatura presidencial e até disse, espirituoso, que só faltava Marisa candidatar-se aos Globos de Ouro. Estando o homem a braços com várias caixas com pintainhos, a eurodeputada foi confrontada com um pedido de ajuda no transporte. Em tom aflito, Marisa retorquiu: “Eu ajudo-o, mas coitadinhos, estão presos!”. O homem dos pintainhos foi lesto na resposta: “Não és do PAN, caralho!”

A fotografia:

josé fernandes

Marisa Matias abriu as hostilidades. “As vidas das pessoas melhoram consideravelmente quando nos vemos livres dos empecilhos das maiorias absolutas”, disse a eurodeputada, no comício da noite desta quinta-feira, em Coimbra.

Depois da devolução ao PS daquele seu argumento (em que um dos vice-presidentes do grupo parlamentar reduzira o papel dos bloquistas nestes quatro anos ao de “empecilhos”), José Manuel Pureza, o cabeça de lista do BE pelo distrito, subiu a parada dos desafios ao Largo do Rato.

Logo no primeiro recado parecia haver uma indireta a alguém: “Não nos enganamos: sabemos que é a direita e não o povo socialista que vê no Bloco forte um inimigo a abater”, afirmou. Sem nomear qualquer destinatário, o recado é forçosamente dirigido a António Costa, que se tem destacado a metralhar o ainda parceiro de 'geringonça'.

Pelo meio, ainda foram os líderes do CDS e do PSD os visados. “Assunção Cristas e Rui Rio querem afastar o Bloco da determinação das políticas, porque sabem que é o Bloco que mais fortemente combaterá os interesses chorudos daqueles que a direita protege nas PPP da saúde”, disse Pureza, entre outros exemplos dados sobre as intenções dos líderes dos dois partidos da direita.

Por fim, lá veio nova alfinetada nos socialistas. Senão em todos, pelo menos naqueles que na cúpula do partido, como Augusto Santos Silva, veem no crescimento do Bloco um perigo. “Para a direita, qualquer voto a mais no Bloco será aquilo a que alguém chamou desmesurado”.

Nesta quinta-feira, Catarina Martins visitou a feira de Famalicão e foi lá que fez forte denúncia da evasão fiscal que aproveita, no seu entender, as grandes empresas portuguesas.

Estas, segundo um estudo académico agora tornado público, deixam de pagar anualmente 630 milhões de euros de IRC, através do recurso a offshores.

Tal valor de “imposto devido” dava “para quase cinco vezes de aumento extraordinário das pensões”, contabilizou a líder do Bloco..

No comício da noite voltou ao tema, como o faz habitualmente para recapitular a agenda do dia. Catarina quer “mais justiça fiscal e melhor distribuição de riqueza” e disse que “o voto no BE é o voto que combate o privilégio fiscal de quem tudo pode”.

Da parte da tarde, comentou Tancos. Concordou com o “timing” da reunião da comissão permanente, considerou “gravíssimo” que um ministro possa ter dito “mentiras” no Parlamento, sublinhou que o caso deve prosseguir na Justiça e que, depois disso, passará pelo Parlamento, estando BE disponível para apoiar nova comissão de inquérito.

As declarações foram feitas no final de uma visita ao Hospital dos Covões, em Coimbra, ao Centro de Medicina do Sono. Uma escolha de Catarina Martins que serviu para destacar uma unidade do Serviço Nacional de Saúde que é de “excelência”, distinguida no plano nacional e internacional.

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