“O senhor é irresponsável”, diz Catarina Martins.“Isso não é correto” responde Passos

11-11-2015
marcar artigo

Foi, até agora, o debate mais disputado. E o que trouxe mais assuntos à discussão. A líder do Bloco de Esquerda não poupou o líder do PSD sobre a Segurança Social e a venda do novo banco. E até acabou a apelar ao voto nos eleitores de direita que se “sintam traídos”. Passos reagiu com a Grécia, mas não resultou

“Esta história está tão mal contada...”, desabafava Catarina Martins. O debate tinha aquecido, pela mão da líder bloquista que trouxe a Segurança Social para o debate televisivo e Passos Coelho começava a alongar-se em explicações técnicas. “Então eu explico”, continuou Passos, em tom paternalista. Mas não explicou tudo e só isso servir para dar mais gás aos argumentos adversários.

Catarina Martins fixou trincheiras na Segurança Social, um tema que já tinha chamado a debate com Paulo Portas e que ficou com muito por desvendar. “Não fiquei minimamente esclarecida” disse a líder bloquista, que pediu números, e disparou perguntas diretas em rajada: “como se faz o plafonamento das pensões, que buraco representa, qual é o tamanho do buraco e como vai ser pago?”

Passos desviou por um atalho, para atirar com o falhanço grego como arma de arremesso ao “partido irmão do Syriza”. Não resultou. Catarina Martins apontou o dedo ao desvio de percurso e acusou Passos diretamente: “quando não quer responder, ou vai para o passado ou para outra zona geográfica”. Passos teve de voltar as pensões.

Mas a líder bloquista sabia que a Segurança Social era o seu às de trunfos neste debate. Trouxe até o livro “mudar” como que Passos Coelho, em 2010, preparou o seu regresso em força à vida política para atirar para cima da mesa do debate. Acusou o primeiro ministro de defender uma medida que iria ter impacto na dívida e custar caro ao País. E, sobretudo, de “mentir sobre o que fez e esconder o que vai fazer”.

O mote ficou dado. Na fase final de debate, Catarina olhou diretamente nos olhos de Passos Coelho e nem pestanejou a acusá-lo de “irresponsabilidade” e de “aventura total”. Repetidas vezes, usou as expressões como refrão do seu ataque direto. Já tinha dito que “esse discurso não tem nenhum sentido” ou que era “extraordinário vir de novo a eleições escondendo números que sabe que são lesivos”.

Passos manteve-se estranhamente imperturbável. “Isso também não é correcto, senhora deputada”, acabou, bem educadamente por dizer. Mas o debate está mesmo no fim. Ainda houve tempo para o minuto final de campanha. O primeiro ministro agradeceu aos portugueses. Catarina Martins, numa inédita pirueta, dirigiu-se aqueles que, em 2011, “votaram em Passos Coelho e em Paulo Portas”. E apelou a uma mudança de voto radical.

Foi, até agora, o debate mais disputado. E o que trouxe mais assuntos à discussão. A líder do Bloco de Esquerda não poupou o líder do PSD sobre a Segurança Social e a venda do novo banco. E até acabou a apelar ao voto nos eleitores de direita que se “sintam traídos”. Passos reagiu com a Grécia, mas não resultou

“Esta história está tão mal contada...”, desabafava Catarina Martins. O debate tinha aquecido, pela mão da líder bloquista que trouxe a Segurança Social para o debate televisivo e Passos Coelho começava a alongar-se em explicações técnicas. “Então eu explico”, continuou Passos, em tom paternalista. Mas não explicou tudo e só isso servir para dar mais gás aos argumentos adversários.

Catarina Martins fixou trincheiras na Segurança Social, um tema que já tinha chamado a debate com Paulo Portas e que ficou com muito por desvendar. “Não fiquei minimamente esclarecida” disse a líder bloquista, que pediu números, e disparou perguntas diretas em rajada: “como se faz o plafonamento das pensões, que buraco representa, qual é o tamanho do buraco e como vai ser pago?”

Passos desviou por um atalho, para atirar com o falhanço grego como arma de arremesso ao “partido irmão do Syriza”. Não resultou. Catarina Martins apontou o dedo ao desvio de percurso e acusou Passos diretamente: “quando não quer responder, ou vai para o passado ou para outra zona geográfica”. Passos teve de voltar as pensões.

Mas a líder bloquista sabia que a Segurança Social era o seu às de trunfos neste debate. Trouxe até o livro “mudar” como que Passos Coelho, em 2010, preparou o seu regresso em força à vida política para atirar para cima da mesa do debate. Acusou o primeiro ministro de defender uma medida que iria ter impacto na dívida e custar caro ao País. E, sobretudo, de “mentir sobre o que fez e esconder o que vai fazer”.

O mote ficou dado. Na fase final de debate, Catarina olhou diretamente nos olhos de Passos Coelho e nem pestanejou a acusá-lo de “irresponsabilidade” e de “aventura total”. Repetidas vezes, usou as expressões como refrão do seu ataque direto. Já tinha dito que “esse discurso não tem nenhum sentido” ou que era “extraordinário vir de novo a eleições escondendo números que sabe que são lesivos”.

Passos manteve-se estranhamente imperturbável. “Isso também não é correcto, senhora deputada”, acabou, bem educadamente por dizer. Mas o debate está mesmo no fim. Ainda houve tempo para o minuto final de campanha. O primeiro ministro agradeceu aos portugueses. Catarina Martins, numa inédita pirueta, dirigiu-se aqueles que, em 2011, “votaram em Passos Coelho e em Paulo Portas”. E apelou a uma mudança de voto radical.

marcar artigo