"CANTIGUEIRO": E que vivam os noivos e as noivas!

17-07-2018
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Finalmente foi aprovado, como devia, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Num processo que ainda fará correr rios de tinta, pudemos apreciar de tudo, desde posições claras e serenas, com esta, passando pela demência do nosso amigo Carlos Peixoto, até à pura idiotia de Pacheco Pereira, já no reino do delírio.Que não haja ilusões! O que se aprovou na Assembleia, no sentido de permitir acabar com uma discriminação negativa de alguns cidadãos perante a lei, é apenas isso: o fim de uma forma “legal” de discriminação (embora talvez se tenha criado outra, mas enfim...). A discriminação mais funda e real continuará, já que ainda está para nascer a lei que seja capaz de mudar uma mentalidade.Os homossexuais, tanto homens como mulheres, continuarão a ser desprezados e enxovalhados por outros homens e mulheres que, vítimas de defeito de formação, numa grande parte das vezes irremediável, continuarão a achar-se “superiores” a eles e elas, por muito que demonstrem, em tantas atitudes e momentos da vida, serem mais homens, mais mulheres e, igualmente tantas vezes, mais fieis aos seus parceiros e parceiras sexuais.Os jovens e adultos gays e lésbicas, continuarão a ser apontados a dedo de forma insultuosa e a serem, infelizmente muitas vezes, fisicamente agredidos por “camaradas” de trabalho ou colegas de escola, que embora parecendo à vista desarmada adolescentes, jovens, mulheres e homens normais, quando confrontados com a diferença, sobretudo nos comportamentos e opções sexuais, não poucas vezes revelam que foram, afinal, educados com a “sensibilidade” e a “delicadeza” de vacas e touros de cobrição. Basta estar num café minimamente recheado da clientela típica, sempre que a televisão aborda estes assuntos, para poder apreciar a revoada da mais abjecta ordinarice que invade a sala e o lamaçal que habita a cabeça de tantos cidadãos e cidadãs.Não vale a pena inchar o peito, achando que se lhes “concedeu” o direito a amarem-se. Isso já eles e elas fazem há séculos e séculos e, como já disse, quantas vezes com mais dignidade do que aqueles que constantemente lhes apontam o caminho para o inferno. As mentalidades e a cultura, essas mudarão, sem dúvida, mas num futuro ainda longínquo, num caminho que terá que ser feito de pequenos passos e atitudes firmes contra todos os preconceitos, injustiças e moralidade hipócrita.Saudemos pois o arco íris que se mostrou, mesmo sabendo que o bom tempo, com céu limpo e sol para todos (mais a paz, o emprego, a saude, a justiça, a cultura, etc., etc., etc.) ainda demorará bastante a chegar... mas chegará!Citando um grande Homem, que se chamou José Carlos Ary dos Santos, "O passado é já bastante, vamos passar ao futuro!"Tenham um bom Sábado!


Finalmente foi aprovado, como devia, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Num processo que ainda fará correr rios de tinta, pudemos apreciar de tudo, desde posições claras e serenas, com esta, passando pela demência do nosso amigo Carlos Peixoto, até à pura idiotia de Pacheco Pereira, já no reino do delírio.Que não haja ilusões! O que se aprovou na Assembleia, no sentido de permitir acabar com uma discriminação negativa de alguns cidadãos perante a lei, é apenas isso: o fim de uma forma “legal” de discriminação (embora talvez se tenha criado outra, mas enfim...). A discriminação mais funda e real continuará, já que ainda está para nascer a lei que seja capaz de mudar uma mentalidade.Os homossexuais, tanto homens como mulheres, continuarão a ser desprezados e enxovalhados por outros homens e mulheres que, vítimas de defeito de formação, numa grande parte das vezes irremediável, continuarão a achar-se “superiores” a eles e elas, por muito que demonstrem, em tantas atitudes e momentos da vida, serem mais homens, mais mulheres e, igualmente tantas vezes, mais fieis aos seus parceiros e parceiras sexuais.Os jovens e adultos gays e lésbicas, continuarão a ser apontados a dedo de forma insultuosa e a serem, infelizmente muitas vezes, fisicamente agredidos por “camaradas” de trabalho ou colegas de escola, que embora parecendo à vista desarmada adolescentes, jovens, mulheres e homens normais, quando confrontados com a diferença, sobretudo nos comportamentos e opções sexuais, não poucas vezes revelam que foram, afinal, educados com a “sensibilidade” e a “delicadeza” de vacas e touros de cobrição. Basta estar num café minimamente recheado da clientela típica, sempre que a televisão aborda estes assuntos, para poder apreciar a revoada da mais abjecta ordinarice que invade a sala e o lamaçal que habita a cabeça de tantos cidadãos e cidadãs.Não vale a pena inchar o peito, achando que se lhes “concedeu” o direito a amarem-se. Isso já eles e elas fazem há séculos e séculos e, como já disse, quantas vezes com mais dignidade do que aqueles que constantemente lhes apontam o caminho para o inferno. As mentalidades e a cultura, essas mudarão, sem dúvida, mas num futuro ainda longínquo, num caminho que terá que ser feito de pequenos passos e atitudes firmes contra todos os preconceitos, injustiças e moralidade hipócrita.Saudemos pois o arco íris que se mostrou, mesmo sabendo que o bom tempo, com céu limpo e sol para todos (mais a paz, o emprego, a saude, a justiça, a cultura, etc., etc., etc.) ainda demorará bastante a chegar... mas chegará!Citando um grande Homem, que se chamou José Carlos Ary dos Santos, "O passado é já bastante, vamos passar ao futuro!"Tenham um bom Sábado!

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