Bloco quer explicações sobre estragos no Convento de Cristo provocados pela rodagem de filme de Terry Gilliam

09-06-2017
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O Bloco de Esquerda requereu hoje, 3 de junho, uma audição "com caráter de urgência" ao ministro da Cultura sobre os estragos provocados no Convento de Cristo, em Tomar, durante a rodagem do filme "O Homem que Matou D. Quixote" do realizador Terry Gilliam.

Na rodagem do filme no Convento de Cristo, monumento classificado pela Unesco como património da Humanidade, uma fogueira de 20 metros no espaço do claustro D. João II terá danificado pedras centenárias, além de se terem cortado árvores nos claustros, conforme foi relatado num programa da RTP1, o "Sexta às 9".

Num requerimento entregue no Parlamento, os deputados bloquistas Jorge Campos e Carlos Matias declaram "perplexidade" com a informação divulgada na sexta-feira à noite pela RTP denunciando estragos no Convento de Cristo durante as filmagens.

"Os relatos incluem a realização de uma fogueira, pedras centenárias partidas ou com arestas fraturadas, pelo facto de se terem fixado adereços e panos às colunas e outras estruturas, cantarias e telhas destruídas. Nas imagens televisivas, é ainda visível um aglomerado com dezenas de botijas de gás conectadas à rede de tubos que terá assegurado o fogo, na enorme pira", afirma o texto do BE.

Fogo nas imediações da janela que é "joia da arquitetura manuelina"

Os deputados referem ainda testemunhos que relataram ter-se gerado "uma enorme onda de calor provocada pelo fogo nas imediações da janela do Capítulo, joia da arquitetura manuelina e ícone mundial do Convento de Cristo, pondo em risco tanto o monumento, como o grande número de figurantes presentes no local".

Para os deputados, "mesmo que se paguem e que se reparem os estragos, irão fazê-lo com recurso a argamassas ou remendos, ou seja, os danos são irrecuperáveis".

O BE pede que sejam apuradas "responsabilidades, para que não se repitam situações similares que ponham em causa e em definitivo o património cultural português".

O partido lembra que o Convento de Cristo mereceu a classificação de Património da Humanidade pela UNESCO, sendo "um monumento de referência da época do Renascimento que integra a conhecida Janela do Capítulo da sacristia manuelina", sendo "um ícone do património nacional e parte importante da sua história".

Por outro lado, refere que o filme alegadamente na origem dos estragos "é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra e conta com um orçamento de 16 milhões de euros".

Como informação prévia à audição do ministro Luís Filipe Castro Mendes, o BE pede que lhe sejam enviados o contrato assinado entre a tutela e a produção cinematográfica em causa, uma lista detalhada dos danos ocorridos durante as filmagens, o estudo de impacto para a realização desta produção no Convento de Cristo.

Solicita ainda informação sobre o número de especialistas da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) ou outros técnicos especializados na área do património que tenham sido designados para acompanhar a rodagem e o processo de produção no Convento de Cristo e respetivo programa de acompanhamento.

Polémica com produtor Paulo Branco

Lembremos que no mês passado, o produtor Paulo Branco acusou o realizador Terry Gilliam de estar a fazer uma rodagem "clandestina e ilegal" de "O Homem que Matou D. Quixote" e afirmou que detém os direitos do filme, já confirmados em tribunal.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Branco disse que Terry Gilliam tinha pedido a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, mas que o Tribunal da Grande Instância de Paris declarou a 19 de maio que aquele continua válido para a produção da longa-metragem.

O projeto, que envolve vários países, chegou a contar com produção de Paulo Branco, mas o realizador acabou por não concretizar a parceria alegadamente por problemas de financiamento, optando por trabalhar com outra produtora portuguesa, a Ukbar Filmes.

Paulo Branco diz agora que a exploração e utilização das imagens do filme "não poderá, de modo algum, existir sem o acordo prévio da Alfama Films".

Fonte da produção internacional disse à agência Lusa que existem também a correr vários processos em tribunal contra Paulo Branco, em Espanha e no Reino Unido por causa do mesmo filme.

Terry Gilliam foi um dos fundadores do coletivo britânico de humor Monty Python e é autor de várias longas-metragens desde a década de 1970, entre as quais "Monty Python e o Cálice Sagrado", correalizado com Terry Jones, "Os Ladrões do Tempo", "Brazil", "A Fantástica Aventura do Barão", "12 Macacos" ou "Os Irmãos Grimm".

O Bloco de Esquerda requereu hoje, 3 de junho, uma audição "com caráter de urgência" ao ministro da Cultura sobre os estragos provocados no Convento de Cristo, em Tomar, durante a rodagem do filme "O Homem que Matou D. Quixote" do realizador Terry Gilliam.

Na rodagem do filme no Convento de Cristo, monumento classificado pela Unesco como património da Humanidade, uma fogueira de 20 metros no espaço do claustro D. João II terá danificado pedras centenárias, além de se terem cortado árvores nos claustros, conforme foi relatado num programa da RTP1, o "Sexta às 9".

Num requerimento entregue no Parlamento, os deputados bloquistas Jorge Campos e Carlos Matias declaram "perplexidade" com a informação divulgada na sexta-feira à noite pela RTP denunciando estragos no Convento de Cristo durante as filmagens.

"Os relatos incluem a realização de uma fogueira, pedras centenárias partidas ou com arestas fraturadas, pelo facto de se terem fixado adereços e panos às colunas e outras estruturas, cantarias e telhas destruídas. Nas imagens televisivas, é ainda visível um aglomerado com dezenas de botijas de gás conectadas à rede de tubos que terá assegurado o fogo, na enorme pira", afirma o texto do BE.

Fogo nas imediações da janela que é "joia da arquitetura manuelina"

Os deputados referem ainda testemunhos que relataram ter-se gerado "uma enorme onda de calor provocada pelo fogo nas imediações da janela do Capítulo, joia da arquitetura manuelina e ícone mundial do Convento de Cristo, pondo em risco tanto o monumento, como o grande número de figurantes presentes no local".

Para os deputados, "mesmo que se paguem e que se reparem os estragos, irão fazê-lo com recurso a argamassas ou remendos, ou seja, os danos são irrecuperáveis".

O BE pede que sejam apuradas "responsabilidades, para que não se repitam situações similares que ponham em causa e em definitivo o património cultural português".

O partido lembra que o Convento de Cristo mereceu a classificação de Património da Humanidade pela UNESCO, sendo "um monumento de referência da época do Renascimento que integra a conhecida Janela do Capítulo da sacristia manuelina", sendo "um ícone do património nacional e parte importante da sua história".

Por outro lado, refere que o filme alegadamente na origem dos estragos "é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra e conta com um orçamento de 16 milhões de euros".

Como informação prévia à audição do ministro Luís Filipe Castro Mendes, o BE pede que lhe sejam enviados o contrato assinado entre a tutela e a produção cinematográfica em causa, uma lista detalhada dos danos ocorridos durante as filmagens, o estudo de impacto para a realização desta produção no Convento de Cristo.

Solicita ainda informação sobre o número de especialistas da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) ou outros técnicos especializados na área do património que tenham sido designados para acompanhar a rodagem e o processo de produção no Convento de Cristo e respetivo programa de acompanhamento.

Polémica com produtor Paulo Branco

Lembremos que no mês passado, o produtor Paulo Branco acusou o realizador Terry Gilliam de estar a fazer uma rodagem "clandestina e ilegal" de "O Homem que Matou D. Quixote" e afirmou que detém os direitos do filme, já confirmados em tribunal.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Branco disse que Terry Gilliam tinha pedido a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, mas que o Tribunal da Grande Instância de Paris declarou a 19 de maio que aquele continua válido para a produção da longa-metragem.

O projeto, que envolve vários países, chegou a contar com produção de Paulo Branco, mas o realizador acabou por não concretizar a parceria alegadamente por problemas de financiamento, optando por trabalhar com outra produtora portuguesa, a Ukbar Filmes.

Paulo Branco diz agora que a exploração e utilização das imagens do filme "não poderá, de modo algum, existir sem o acordo prévio da Alfama Films".

Fonte da produção internacional disse à agência Lusa que existem também a correr vários processos em tribunal contra Paulo Branco, em Espanha e no Reino Unido por causa do mesmo filme.

Terry Gilliam foi um dos fundadores do coletivo britânico de humor Monty Python e é autor de várias longas-metragens desde a década de 1970, entre as quais "Monty Python e o Cálice Sagrado", correalizado com Terry Jones, "Os Ladrões do Tempo", "Brazil", "A Fantástica Aventura do Barão", "12 Macacos" ou "Os Irmãos Grimm".

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